Sumário: Draco está cansado de ser apenas o servo do Voldemort e, já que está metido numa missão suicida, porque não aproveitar os seus últimos momentos em Hogwarts com uma distracção saborosa?
Notas de Autor: Fic passada no 6º ano em Hogwarts. Contém cenas explícitas de sexo. Foram avisados...
Disclaimer: A J.K(iller) Rowling é que é a boss e é dona de todas as personagens e lugares. A música pertence a Laura Branigan e dá pelo título de Self Control. Viva os 80's! \m/
FLORESTA DE SONHOS
Capítulo 1 - O Elogio da Noite
«Oh, the night is my world
City light painted girl»
(Oh, a noite é o meu mundo
rapariga pintada com as luzes da cidade)
O dia D aproximava-se a passos largos. A guerra já tinha começado há muito, mas os alunos tinham permanecido em Hogwarts como estudantes obedientes que eram. Quietinhos e sossegadinhos a aprenderem magia, esperando o inevitável.
O Senhor das Trevas vinha a Hogwarts. Toda a gente sabia disso. E no entanto todos os alunos iam às aulas; todos os alunos pareciam imunes ao que se aproximava.
Todos menos Draco. Ele sabia o que tinha de fazer. Sabia-o há já muito tempo. E isso tinha-o deixado doente. Não apenas fisicamente, mas mentalmente. Saber que iria tomar parte principal na queda do lado do bem não era algo que lhe agradasse particularmente. Qualquer coisa no seu âmago o fazia sentir-se miserável.
Não que ele tivesse muita escolha... afinal de contas, o Senhor das Trevas era muita coisa, mas certamente não era um negociador.
Draco sabia que iria dar em maluco. Lentamente, penosamente, mas iria acontecer. Afinal, estar todos os dias confinado numa sala maluca acompanhado apenas por os seus próprios pensamentos estouvados e um armário troglodita tinham esse efeito.
Por isso tinha encontrado um escape.
«In the day nothing matters
It's the night time that flatters»
(Durante o dia nada importa
É a noite que me elogia)
A ideia tinha-lhe surgido na primeira aula de poções. Slughorn mostrou-lhes a poção Amortentia – A poção de amor mais poderosa do mundo, como a Granger tinha descrito. E, surpreendentemente, inacreditavelmente, estupidamente, extraordinariamente e mais uma montanha de adjectivos que tal, Draco sentiu um perfume inconfundível.
Não sabia dizer o nome, não sabia a marca nem do que era feito. Bem podia ser feito de guano que pouco lhe interessava.
O que interessava, é que sabia perfeitamente a quem pertencia. E esse facto ficou-lhe cravado na mente por um bom tempo. Surpreendentemente tomou até o lugar de coisas mais importantes que tinham de ser feitas.
Coisas extremamente importantes.
Coisas que Draco escolheu ignorar. Afinal tinha direito a algumas horas de luxúria antes de assinar o seu próprio contrato de morte. Não interessava bem quem lhe entregava o contrato, mas ele ia chegar. Oh, se ia. Draco estava morto. Apenas ainda não tinha deixado de respirar.
«In the night, no control
Through the wall something's breaking»
(Na noite, sem controlo
Através da parede algo se está a partir)
Draco suspirou e olhou a lua que já ia alta no céu. Bem redonda, bem cheia. A vista era simplesmente magnifica. Fechou os olhos e inalou profundamente. Sentiu. Era o tal perfume.
"Granger..."
Ela parecia aparvalhada. Não sabia bem onde estava nem porque é que estava ali. Mas Draco sabia-o perfeitamente. Tinha arquitectado o plano e este tinha corrido às mil maravilhas.
Primeiro ocorreu-lhe a maldição Imperius. Depois, no milésimo de segundo a seguir percebeu o quão estúpido realmente era. A maldição Imperius nunca iria funcionar. Como é que um aluno de Hogwarts poderia praticar uma maldição imperdoável mesmo por baixo do nariz partido de Dumbledore?
Nem Draco era assim tão demente.
E depois ocorreu-lhe uma saída bem mais acessível. Uma poção.
E pela primeira vez na sua estadia em Hogwarts correu até à biblioteca para realmente pesquisar e não apenas para beijar e apalpar até à exaustão alguma rapariga excitada entre as prateleiras.
Uma poção de controle.
Servia perfeitamente. Só tinha um pequeno e insignificante problema... para a poção estar amadurecida demoraria nada mais nada menos do que três meses.
Guano...
Draco não se poderia dar ao luxo de esperar tanto tempo. Se o fizesse daria em louco mais depressa do que o tempo necessário para fazer o que tinha de ser feito pelo Senhor das Trevas.
Depois, fez-se luz.
Snape. Era tão fácil que uma gargalhada lhe escapou dos lábios no meio de uma aula de Transfiguração. Depois de terem sido descontados 10 pontos aos Slytherin por conta do seu deslize, a ideia de Draco tomou um rumo certo.
E a resposta era definitivamente Snape. Ele dar-lhe-ia tudo o que Draco pedisse. Ele tinha conhecimento da missão, já para não falar do voto que tinha feito à sua mãe (não que fosse suposto que Draco soubesse desse facto...).
Draco iria pedir-lhe ajuda com a missão. Só que para uma missão completamente diferente. O que não implicava que Snape tivesse de ser informado desse assunto, em particular.
Snape mal o questionou sobre os seus motivos, tentando, mais do que ser interrogativo, ser completamente discreto. Deu-lhe uma das suas poções de reserva (tal como Draco estava à espera) e, a parte mais complicada veio a seguir.
Conseguir deitar umas pingas da poção no sumo da Granger.
««»»
"Olha, olha, se não é o Potter cabeça de cicatriz!"
Harry suspirou e continuou a comer.
"Pira-te, Goyle. Não me apetece ouvir grunhidos à hora de jantar..."
"Eh, Potter! Vê lá como falas para os teus superiores!" Crabbe juntou-se à festa.
Harry olhou para Ron que suspirou e pousou o garfo, contemplando-o apetitosamente durante uns segundos, parecendo decidir se valeria a pena. De seguida levantaram-se os dois, desafio espelhado na sua face.
"Mas afinal o que é que vocês querem?"
"Oh, vá lá, aqui não é o sítio mais apropriado para este tipo de confrontos, não acham?" Hermione tinha-se levantado e tentava acalmar os ânimos.
Ora, por Merlin... afinal era mais fácil do que parecia. Sem que nenhum dos componentes do trio dourado desse por ele, Malfoy conseguiu deitar umas gotinhas insignificantes (mas potentes), no sumo de abóbora de Hermione. Estava feito...
««»»
«Wearing white as you're walkin'
Down the street of my soul»
(Vestido de branco enquanto vagueias
pela rua da minha alma)
E agora, aqui estava ela, em todo o seu esplendor, na mais bela das inocências, a encará-lo como se ele fosse um fantasma. Perdida nos seus pensamentos e interrogações. E ele, qual fantoche inanimado, nada mais fazia do que a fitar.
"Granger..."
Pouco mais conseguiu articular. A sua mente estava toldada de desejo; inebriada com tentação; turva com ansiedade. Estava a tremer de antecipação.
Vergonhoso.
Era um Malfoy e tremia de antecipação perante tal figura tão frágil, tão inocente, tão intoxicante.
"Malfoy?" A voz dela saiu-lhe tremida. Se devido ao frio, surpresa ou algo mais, Draco não o sabia apontar. Mas o que quer que fosse punha-lhe o sangue a ferver. "O que raio é que estás aqui a fazer?"
Os seus pequeninos olhos cor de chocolate varreram a sala com um olhar. Estava desorientada. Pôs os braços à volta do seu corpo num gesto de defesa. "O que é que EU estou aqui a fazer...?" Corrigiu-se em voz baixa; quase inaudível.
Draco avançou um pouco. Cauteloso. Cuidadoso. Sentia o medo e a ansiedade da morena e, por Merlin, não a queria assustar mais.
Surpreendentemente queria vê-la sorrir...
Afastou esse pensamento com um abanar de cabeça inconsciente. O que queria agora era satisfazer o seu desejo. Acalmar a besta interior. Encontrar um escape. Uma salvação...
"Vieste Granger..."
Hermione olhou-o com confusão. Uma sombra de um sorriso inquieto passou-lhe pelos lábios. "Como assim, vim? Porque é que eu estou aqui? Lembro-me de me deitar no dormitório e de repente, aqui estou..."
Draco quase que ouvia as engrenagens do super-cérebro de Hermione a trabalhar a mil à hora. Inconscientemente imaginou imensos neurónios de bata, óculos e caderno na mão, analisando, descobrindo e diagnosticando. Sorriu.
"Vieste porque eu te chamei."
Isso, devagar. Calmamente, cuidadosamente.
"O que é que estás para aí a dizer, Malfoy?" Franziu as sobrancelhas furiosamente e Draco reparou numa pequena linha de preocupação que se formou no meio das sobrancelhas. Adoravelmente inocente. Tal e qual o que ele esperava.
De repente a morena pareceu surpreendida. Os neuroniozinhos atarefados tinham encontrado uma solução, ao que parece.
"Oh não! Tu não o farias! Imperius? Não é possível!"
Antes que a morena somasse um mais um e visse que estava a divagar completamente, Draco aproximou-se ainda mais. O seu corpo quase junto ao dela.
Provocando...
Seduzindo...
"Claro que não foi Imperius." Repreendeu-se mentalmente por ter soado irónico e gozador. Não a queria irritar. "Tu vieste de livre vontade," mentiu, "eu chamei-te mentalmente e tu ouviste-me."
Que balelas. Um discurso idiota repleto das mais absurdas mentiras.
Hermione ignorou a proximidade dos dois corpos (e o calor erótico que emanava do corpo de Draco) e culpou o arrepio que sentiu percorrer-lhe a espinha ao maldito frio do Inverno.
"Sabes, Malfoy, a única coisa que faz sentido nessa frase é... hmm, deixa cá ver... nada! Estas louco? Que raio de feitiço é que me lançaste para me trazeres aqui?"
O seu corpo franzino encolheu-se e afastou-se. As suas mãos delicadas cerraram-se em punhos e as suas finas sobrancelhas franziram-se em desafio. Ela queria respostas. Ela exigia respostas.
E ele não tinha qualquer problema em dá-las. Mesmo que fossem uma mão-cheia de palavras falsas. "O feitiço do amor, Granger." Ignorou o quão lamechas aquela frase tinha saído; ignorou a cara de gozo, espanto e surpresa da morena; tinha de tentar o impossível para ela cooperar.
E para além do mais, não era suposto as raparigas gostarem deste género de lamechices?
"Ou o feitiço da paixão." Assim sempre lhe soava um pouco melhor. Paixão não tinha absolutamente nada a ver com amor. "Diz-me, Granger, não tens certas... vontades...? Às vezes...?"
Hermione enrubesceu furiosamente com a insinuação.
"Sim, Malfoy. Tenho imensas vontades!" Deu graças a Merlin o facto de a sua voz continuar firme e decidida. "Vontade de ler; vontade de estar com os meus amigos; vontade de te estrangular; vontade de te transformar num furão voador... oh, imensas vontades, sim!"
Draco sorriu genuinamente. Morenazinha espertalhona... Mal sabia ela com quem se estava a meter. Aproximou-se o bastante para a encurralar contra a porta. Passou a mão suavemente, levemente sobre o braço arrepiado de Hermione.
Lambeu os lábios ao de leve e deixou a sua voz arrastar-se sedutoramente. "Não estou a falar dessas vontades, Granger..." Sentiu-a tremer sob as suas mãos. Um tremor leve; não era assustado. Era um arrepio. Deixou as suas mãos deslizarem até ao pescoço frio de Hermione. O seu toque tornou-se mais leve. O gesto familiar. Orgulhava-se de não ser novato no que tocava a excitar as mulheres.
Sorriu o mais leve dos sorrisos.
O mais encantador.
«You take my self, you take my self control
You got me livin' only for the night»
(Tu roubas-me o auto-controlo
Fizeste-me viver só para a noite)
Hermione sentiu as suas pernas tremerem. Maldito frio. E porque raio é que ainda não tinha amaldiçoado o Malfoy e corrido dali para fora? Ah, claro. Que bruxinha esperta... Não tinha varinha...
"As vontades que me estou a referir são outras..." Deixou a sua mão cair lentamente pelo decote da camisa de noite de Hermione. Somente a ponta dos dedos. Levemente. Sedutoramente. Um toque leve mas carregado de desejo. "Outras um pouco mais... carnais, digamos..."
A sua voz era cada vez mais arrastada. Sedutora e carregada de mel. Tudo para seduzir. Tudo para encantar.
Hermione arrepiou-se uma vez mais e, involuntariamente, fechou os olhos. Os seus lábios entreabriram-se e o mais leve dos gemidos escapou-lhe por entre eles enquanto uma mão conhecedora roçou ao de leve pelo seu mamilo erecto.
Por Merlin, que raio lhe estava a acontecer?
Foi com a voz embriagada de desejo que lhe respondeu: "Não faço ideia do que estás a falar, Malfoy..."
Draco sorriu. Sabia que tinha muito que agradecer à poção de controle que ainda devia estar a fazer efeito, ou neste ponto da situação já teria cinco dedos marcados na sua face perfeita. Mas também sabia que o desejo era mútuo.
Ambos tinham crescido. Ambos tinham hormonas irrequietas a 'trabalhar' freneticamente no interior. Ambos já haviam reparado um no outro, para além do ódio e de querelas idiotas e infantis. Mas nenhum havia pensado quebrar a barreira.
Enquanto a necessidade não o exigia.
Agora, os tempos eram outros e a necessidade não exigia; ordenava. Draco precisava de um escape. Uma distracção. Uma distracção perfeita, com curvas ondulantes, com cabelo suave e um corpo quente.
Encostou a sua face à dela e falou-lhe baixinho ao ouvido: "Oh... mas eu acho que sabes perfeitamente do que estou a falar..." Deixou que a sua respiração quente a acariciasse, plantando 'macaquinhos' na sua imaginação. Deixando-a a desejá-lo. Tanto como ele a desejava a ela.
"Essas... vontades a que te referes com tamanha devoção... são irrelevantes..." Falava a muito custo. A sua voz arrastava-se, meio atabalhoada e os seus olhos mantinham-se fechados. "Só os homens pensam primeiro com as calças e só depois com a cabeça..."
Pelas barbas de Merlin... o seu lado racional implorava-lhe para reagir e sair desta espécie de rede erótica que o louro tinha entrelaçado à sua volta, como se de uma aranha perigosa se tratasse. Gritava-lhe aos ouvidos para o empurrar e fugir dali com todas as forças que possuía.
Mas o seu lado adolescente dizia-lhe o contrário. As suas hormonas estavam num frenesim e o seu coração batia a mil à hora.
Draco sorria. Oh, como era excitante vê-la a contradizer-se. As suas palavras afirmavam uma coisa mas o seu corpo respondia de maneira totalmente diferente. Draco sentia-a a ofegar; sentia o seu corpo a arder e sentia a sua pulsação acelerada. Ela queria-o.
E, por Merlin, Draco desejava-a com todas as partes do seu corpo.
"Ah sim, Granger? Então porque é que as tuas mãos me estão a apertar o rabo?"
Tal frase quase que foi suficiente para trazer Hermione de volta à fria realidade, mas Draco agiu rapidamente. Agarrou a face da morena com as duas mãos e beijou-a ferozmente, cheio de paixão e desejo. Sentiu-a gemer, impotente, contra os seus lábios, mas não parou.
Abriu a boca e lambeu os lábios fechados de Hermione. Implorava por permissão. Desejava ardentemente explorar o interior da sua boca, brincar com a sua língua de mil e uma maneiras.
Quando os lábios da morena permaneceram selados, Draco usou outra táctica. Passou a língua suavemente pelo seu lábio inferior e depois tomou-o nos seus e chupou-o lentamente, alternando o movimento com algumas mordidelas sedutoras.
Outro gemido.
«Before the morning comes, the story's told
You take my self, you take my self control»
(Antes da manhã chegar, a história é contada
Tu roubas-me o auto-controlo)
Mordeu com mais força e sentiu na boca o sabor a ferro: sangue. Pouco se importava. E Hermione parecia também não se importar pois as suas mãos rodeavam-lhe o pescoço, insistindo no beijo, aproximando-o ainda mais.
Sentiu-a a abrir os lábios lentamente. Tomou isso como um incentivo e empurrou a sua língua ágil contra a língua inocente de Hermione. Enrolou-a na sua. Torceu, puxou, lambeu e mordiscou.
Quando finalmente se afastou para tomar fôlego, olhou para Hermione. Estava enrubescida até às orelhas. Estava desconcertada e atarantada. E o melhor, estava morta de desejo.
Sorriu e continuou. As suas mão percorriam o corpo arrepiado da morena. Acariciavam-lhe os mamilos, rodeavam-lhe a cintura, içavam a sua perna roliça de modo a obter mais proximidade, exploravam incessantemente toda e qualquer parte do corpo inocente de Hermione.
Os seus lábios plantavam beijos molhados por todo o lado: lábios, pescoço, ombros, queixo. Mordiscavam, chupavam, lambiam e seduziam. Hermione estava perdida em tanta atenção.
Mas o seu cérebro não cessava e depressa pensamentos racionais a assolaram: porque é que estava a fazer isto? Era o Malfoy que estava à sua frente. E porque é que toda esta atenção lhe sabia tão bem?
Ela amava o Ron...
"Malfoy... pára..." Tentou adicionar um tom de comando à sua voz.
Falhou redondamente.
"Paro quando realmente quiseres que eu pare."
Hermione esforçou-se para falar, mas ao invés disso, gemeu. Tentou resistir e empurrá-lo, mas em vez disso suspirou e puxou-o mais contra si.
O que é que lhe estava a acontecer?
Estava embriagada de desejo. Sabia-o perfeitamente. Mas tal sabedoria não o ajudava de momento. Não conseguia, por mais que racionalizasse, resistir aos avanços do louro.
"Não penses... deixa-te ir..."
Hermione ouviu as palavras, mas não lhes soube atribuir um dono concreto. Se o louro, ou a sua mente deturpada.
Talvez os dois...
Os dedos compridos e gelados de Draco encontraram os botões da camisa de noite da morena. Com um inaudível 'click', Draco soltou-os: um a um... lentamente... possessivamente.
Quando terminou deixou que o tecido lhe caísse das mãos e se amontoasse no chão, esquecido. Afastou-se uns passos e olhou para Hermione.
Bela.
Perfeita.
Completamente estonteante e excitante. Tanto que temia que lhe toldasse as ideias e o propósito pelo qual a trouxera ali.
Era uma visão de luz nestes dias de escuridão que o tinham enclausurado. Hermione corou perante o seu olhar penetrante e encolheu-se contra a parede esperando desaparecer. Enrolou os braços à volta do corpo para se proteger.
Draco não conseguiu conter um sorriso. Tanta inocência...
Aproximou-se novamente. Cautelosamente... Estendeu as mãos geladas e agarrou-lhe nos braços, gentilmente, suavemente. Afastou-os do corpo que ela tentava a todo o custo esconder.
"Linda..."
Uau... esta lamechice tinha sido completamente abrupta. Não a tinha planeado...
Hermione tentou enrolar-se outra vez no casulo do seu abraço, mas Draco impediu-a ternamente. Quando ela baixou a cabeça, cheia de vergonha e embaraço, ele levou os seus dedos frios ao queixo firme da morena e levantou-lhe a face, encarando-a.
"Tens medo?" A sua voz era suave. Tão suave que algo dentro de si tremeu e acordou por uns instantes. Um novo Draco. Gentil, amoroso, carinhoso. Mas ele depressa o afastou. Sentimentos desses eram para os mais fracos e neste mundo pecaminoso, os mais fracos morrem e os mais fortes sobrevivem.
Ela abanou a cabeça gentilmente, negando-o. Era outra coisa então.
"Não queres fazer isto?" Temeu que o seu desapontamento fosse demasiado evidente.
Ela fitou o chão. "Não é isso..." A sua voz era suave e tremida. Dois adjectivos que ele nunca associaria a Hermione Granger. "É só que... oh, Merlin... tudo isto é demasiado estranho..." Mordeu o lábio inferior e não entendeu que com aquele simples gesto quase que levou Draco ao ponto de ruptura, tal era o desejo.
Fitou-o novamente. "Estranho... mas estranhamente familiar e confortável..." O seu corpo deixou de se retrair. A sua face ergueu-se e o seu olhar tomou vida. "Não sinto toda a vergonha que devia sentir, nem tão pouco o asco que deveria sentir, tomando em conta o nosso passado."
Aproximou o seu corpo dele e ergueu uma mão levemente. Foi pousá-la no peito dele, mesmo onde a camisa do uniforme abria revelando um peito branco, ligeiramente definido e sem qualquer pilosidade.
"É um novo mundo e-..." Sorriu como uma menina, "surpreendentemente sinto-me extremamente à vontade ao entrar nele." Os seus dedos quentes desceram e desapertaram um botão. "Ainda mais surpreendente, quero desesperadamente explorar este novo mundo."
Mais dois botões abertos. Os olhos da morena não largavam os do louro. E tudo o que ele conseguia ler neles era a palavra desejo. Desejo repetido até ao expoente da loucura. A palavra atabalhoada entre pensamentos lascivos e olhares perigosos.
Era demasiado excitante para suportar.
"Não sei porque me estou a sentir assim. Se foi algum feitiço, que seja. Não tenho mais vontade de resistir." Desapertou o último botão e passou as mãos quentes pelo peito e barriga do louro. Agora foi a vez dele se arrepiar.
"Faz-me entrar no teu mundo, Malfoy." Olhou-o profundamente e mordeu os lábios em antecipação. "E depressa!"
Não foi necessário a adição de qualquer palavra. Draco não aguentou mais o suspense e levou o seu pedido à letra. Puxou-a contra si com força e possessão. Olhou-a nos olhos durante um mero segundo antes de tomar os seus lábios suculentos nos seus. A sua mão desceu do pescoço para o fundo das costas e depois para a nádega perfeita.
Apertou-a e sentiu-se a gemer. Enrolou a língua da morena na sua e chupou sensualmente. Com um movimento rápido içou a perna da morena de forma a enrolar-se a si e aproximou-se mais. Podia sentir o calor que provinha do corpo da morena. Levou a mão esquerda à outra nádega e fez o mesmo movimento.
Hermione enrolou-se no corpo de Draco, beijando-o até à exaustão. Sentia-se gemer. Ouvia-o gemer. Encontravam-se ambos num transe erótico.
Draco deitou-a no chão coberto de almofadas. Quebrou o beijo por um momento para desapertar as calças. Nunca quebrou o olhar.
Hermione estava a respirar ofegantemente. Tinha a face enrubescida e os cabelos revoltos por toda a parte. As suas pernas entrelaçavam-se, tentando esconder uma réstia de intimidade. Não que isso importasse neste momento.
Ele terminou de desapertar as calças e inclinou-se por cima da morena. Um braço de cada lado. Umas madeixas do seu cabelo louro teimavam em cair-lhe para os olhos, mas ele pouco se importava com esse facto.
"És minha, Granger."
Baixou-se e tomou novamente os lábios da morena nos seus. A sua mão pousou-lhe no pescoço, onde plantou uma leve carícia. Depois desceu pela clavícula e foi parar no peito. Encheu a mão com o seio proeminente de Hermione, sentindo-a gemer na sua boca. Brincou um pouco com o mamilo, que o saudava, erecto, e seguiu caminho plantando carícias pela barriga.
Hermione sentia-se a arder de desejo. Sentia um calor insuportável que nunca tinha sentido antes e não sabia ao certo como o extinguir.
Mas Draco sabia.
A sua mão desceu mais um pouco e, após uma leve carícia, afastou as pernas de Hermione que permaneciam juntas. Ela tremeu um pouco. Se de antecipação ou prazer, não o sabia ao certo. Talvez os dois.
Draco posicionou-se entre as pernas da morena e quebrou o beijo. Hermione olhou-o. Draco sorriu. Nunca tinha visto nenhuma rapariga mais bela do que Hermione neste preciso momento.
Estava enrubescida, os seus olhos semi-abertos numa espécie de transe fantasmagórico, os seus dentes brancos mordiam o seu suculento lábio inferior e as suas mãos tremiam como varas verdes.
Era uma visão adoravelmente inocente. E excitante.
Passou a mão direita na sua face numa leve carícia ao mesmo tempo que empurrava o seu corpo para a frente de modo a penetrar a morena.
Hermione inspirou profundamente, arfando de dor, enquanto as suas mãos apertavam as costas de Draco, deixando marcas de unhas perfeitamente cuidadas na pele do louro.
Draco parou e olhou para os olhos castanhos de Hermione. "Magoei-te?" Ela encolheu-se e anuiu levemente. "Queres que pare?" Ressentiu as suas palavras. Mesmo que ela dissesse que sim, agora era demasiado tarde. Jamais conseguiria parar antes mesmo de ter começado.
"Não... é claro que não quero que pares." Hermione tinha acabado de descobrir como extinguir o calor que a preenchia. Passou a mão nas madeixas louras de Draco e sorriu. "Não pares..."
Draco pousou a sua mão por cima de Hermione num gesto de intimidade que nunca havia partilhado com mais alguém. Não se queria convencer de que Hermione era uma rapariga especial, mas o facto era que Hermione era mesmo uma rapariga especial.
Ele nunca tinha tido sexo com uma rapariga virgem antes, muito menos insegura da sua beleza como Hermione era. E para além do mais... era Hermione que de momento segurava a fina linha de sanidade que lhe restava. E ele não ia certamente abdicar disso.
Foi com suavidade e gentileza que Draco continuou o que havia começado. Tentando, ao invés de satisfazer os seus próprios desejos carnais, tornar a experiencia mais fácil de suportar para a morena. E certamente memorável.
A força com que Hermione apertava as costas de Draco diminuiu e ela relaxou um pouco. Apesar de lhe doer, havia algo que ela podia considerar agradável algures no meio da dor.
Draco continuou e foi com o crescendo agudo de gemidos e sussurros que um pensamento solitário vagueou na sua mente lasciva: o Ron Weasley iria certamente ficar furibundo quando soubesse que a sua adorável e inocente Hermione nunca poderia casar vestida de branco.
Continua...
Notas de Autor: Ok, o que era para ser uma simples one-shot tornou-se um pouco mais longa que isso. Vai, de momento, em 4 capítulos. Penso que terminarei no 5º capítulo porque já estou a chegar a uma conclusão. Para quem lê Uma Nova Vida, Um Novo Princípio, não se preocupem que o próximo capítulo estará no ar dentro de uma ou duas semanas. Quanto ao segundo capítulo desta fic, para a próxima segunda-feira estará no ar. Até lá, deixem uma linda review, sim? :3
©Pandora
