Contêm conteúdo sexualmente explícito, homossexualidade masculina, romance gay, linguagem grosseira, violência física, violência psicológica, thriller psicológico, violação. Não recomendado a menores!
Preâmbulo: A história não segue a bibliografia das personagens do Digimon Adventure, mas segue a maioria dos argumentos dos doujinshins que especulam a vida das mesmas, donde parece existir um consenso por competição.
A história centra-se na relação afectiva entre Daisuke Motomiya e Takeru Takaishi quando eles têm aproximadamente 17 anos, e a acção decorre a partir do mês de Janeiro de 2008, não descurando das outras personagens. A história começa quando Daisuke sente-se "misteriosamente" atraído por Takeru, enquanto o próprio Takeru fica frustado por mostrar sentimentos contraditórios pelo seu irmão, Yamato Ishida, porque ele parece gerar sentimentos afectivos pelo velho parceiro/rival Daisuke sem que eles se percebam no início que estavam lentamente a apaixonar-se um pelo outro.
Assumir em ambos os rapazes a sua homossexualidade será um pau-de-dois-bicos, que gerará algumas mas necessárias crises para testar se eles serão capazes de começaram uma relação duradora, ou não passará de uma "Paixoneta de Verão"! Também um terrível segredo escondido por parte de Yamato e Takeru revela-se impossível de manter escondido.
1. "Ai-shiteru!". A grande diferença entre paixoneta e amor.
Num vulgar dia frio de Janeiro em Tokyo, Daisuke aproveitava a tarde de domingo para passear no parque, enquanto ele próprio recordava de um episódio bastante atrapalhado que ocorrera na passada sexta-feira. Eles tinham combinado que cada um revia duas composições escritas a respeito de um trabalho prático de Inglês. O problema era a diferença de qualidade entre Takeru e Daisuke, que fez o Daisuke sentir envergonhado.
"Eu estava a sair de uma aula quando encontrei com o Takeru" - recordava Daisuke - "Foi então que tudo se precipitou...", dizia isto enquanto caminhava pelo parque. Na altura, ele não entendera o motivo de tamanha preocupação.
"Olá, camarada!" - foi o cumprimento bastante acutilante que Takeru lhe dirigiu para Daisuke - "Desde a semana passada tu tens me evitando por qualquer motivo. Quando eu pedi que me ajudasses no trabalho de Inglês, tu ficastes envergonhado por eu ter dito que a tua composição não tinha talento algum!"
"Pois..." - Daisuke ficou envergonhado - "Tu criticaste por eu não conseguir escrever frases com um vocabulário mais rico!"
"Além disso..." - Takeru voltou a marcar pose na conversa - "Tu, ultimamente... Estás a mirar-me com muita frequência, e estás sempre a tentar o possível e o impossível para formar pares ou grupos em grupos de trabalho que inclua eu!"
"Bem..." - Daisuke ficou corado com esta intromissão - "Não é que tenha este propósito, mas sabes que nós somos amigos há alguns anos, e é difícil empalherar com alguém que não sejas tu."
"Certo!... Certo!... Mas vamos voltar ao nosso trabalho para ver se consegues safar com este problema de inspiração literária!"
- Ai! Ai! - Daisuke suspirou após este flash-back - O Takeru têm razão! Por algum motivo, eu não consigo pensar em divertir-me e a trabalhar sem ele estar por perto! Eu sei que ele é bastante popular na escola, mas eu não consigo perceber porque eu não o deixo de vista... - Ele pensa em Hikari, e volta ao raciocínio - Provavelmente, o Takeru já "enrolou" com Hikari-chan, embora eu pessoalmente gostasse um pouquinho dela, quando eu e o Takeru fomos batalhar no Mundo Digital, e nós brigamos por causa dela! Por vezes, eu vejo-o com Hikari, mas não me parece que eles estejam namorando.
Quando Daisuke chegou a casa, ele teve que aturar a sua irmã, que já namorava com um rapaz membro de uma banda de garagem de quinta categoria para baixo, antes de poder entrar no seu quarto. Mas até ele conseguir...
- Huh! - A sua irmã não o largava quando ela queria provocar o seu irmão - Como foi o passeio, meu querido e inútil irmãozinho ?! - Seria algo do género: "bakka otouto-san".
- Como sempre, tu não mudas nada! - Replicou Daisuke, enquanto ficava corado na cara - Agora queres saber sobre a minha vida privada, sua coscuvilheira!
- Eu?! - De "ore" - Nós não somos irmãos? Portanto cada um descobre a vida pessoal do outro!
- No passado, eu até "picava" Hikari para o meu lado, mesmo com a oposição de Takeru. Agora, ele mais parece um vocalista de uma banda rock, sem no entanto sacrificar a escola. - Daisuke mudou subitamente o assunto.
- Eu sei que ele gosta de heavy metal, mas a respeito de Hikari, não explicaste absolutamente nada!
- Pois... Ela... ela está um pouco deprimida, mesmo passado alguns anos... O que eu sei que eu olho mais para o Takeru, e gosto bastante dele como um grande amigo... - Daisuke estava extremamente vermelho, e bloqueou a conversação.
- Estás a desviar do assunto, irmãozinho! - A sua irmã estava a ver o que ele pensava de Hikari e de Takeru.
- Quanto a Hikari, por mim, o assunto está encerrado! Na verdade, nem eu senti qualquer atracção por ela, quanto mais namorar! Andei, no passado, a brigar com Takeru a respeito de qual de nós podia ficar com ela, mas agora, parece que eu...
quero ficar junto com Takeru!... - Daisuke ficou corado e bloqueou-se temporariamente, até concluír - Mas o que eu disse?!
- Uhhh! - A irmã fez um sorriso - Uma vez contaste que vocês ficaram enbasbacados no balneário! Não sei se reparaste, mas eu desconfio que andas a pensar e a preocupar demais com ele, caso sejam "apenas" amigos!
- O que queres dizer com "apenas amigos" ?! - Daisuke enfatizou a palavra "apenas" - Isto pode ser apenas uma preocupação amigável típica de uma camaradagem!
- O melhor é explicares amanhã com Takeru, e expor as tuas preocupações com ele!
- Realmente... - Daisuke abre a porta do seu quarto e isola-se do mau-feito dela. - O que eu posso fazer? Por muito que tente,... eu não deixo de ter uma grande admiração por Takeru.
Entretanto, Takeru Takaishi estava no apartamento do seu irmão Yamato Ishida, que também sussurrava dos seus problemas! Na altura, Takeru ouvia uma faixas de música heavy-metal, como o Iron Maiden.
- As últimas músicas desta banda de rock heavy-metal estão excelentes! - argumentava Takeru enquanto imitava os violentos movimentos de um baterista daquele tipo de bandas - Entre o Iron Maiden e o Sepultura, escolheria o primeiro...
- Novamente... tu e este estilo de música sem sentido!... - Exclamava Yamato, ao comparar o querido irmão quando tinha entre 8 a 12 anos, que era o idílico rapaz do Digimon Adventure, com o actual, com 17, que ouvia música "pesada" e vestia-se quase como um membro de uma banda punk. - Ontem, eu vi-te vestido como um baterista! Até nem esquecestes dos cadeados! Só falta rapar o teu lindo cabelo louro bem comprido, ou virar punk!
- O meu cabelo é a minha ponta de prova! Também, Yamato, deves ter em consideração que eu e tu somos duas pessoas completamente diferentes! Por acaso, eu participei numa reunião com o meu clã de Unreal Tournament 2007 donde acordamos a "tentar" criar uma banda ad-hoc de heavy-metal. - E desligou o leitor de música que levava consigo.
- Eu compreendo a tua adolescência, Takeru - Yamato suspirou - Mesmo assim, surpreendes-me por conseguir conciliar a tua vida com os estudos e o facto de teres uns hobbies que a própria tua mãe fica... fica... envergonhada ?!
- O meu grupo não vai durar muito tempo, porque após o fim do ano lectivo, muitos vão para outros sítios. Também, não é isso que me preocupa. - Takeru suspira e fica pensativo - Por acaso, tu lembras que Hikari ainda está aborrecida.
- Ah! - Yamato exclamou - Isso foi quando afirmaste que tu gostavas de Hikari, a irmã do Taichi, mas apenas como companheira de batalha, mas nunca como parceira para viverem juntos. A Hikari daria uma boa namorada, porque não aceitastes? - Yamato fica subitamente mais dócil e imita o comportamento que alguém que quer conquistar uma mulher.
- Honestamente, Yamato! - Takeru ficou fulo - Eu NÃO tenho nada a respeito de Hikari, eu gosto dela, mas não seria feliz se namorasse com ela! Uma pessoa para amar, deve gostar dela e aceitarem mutuamente! - Takeru enfatizou o termo não-jyanai - Eu fui sincero com ela, mas eu não sinto nada de especial por ela!
- Que cruel! - Yamato ainda não acreditava no que ouvira - A Hikari não merecia tamanha rejeição! Ela ainda não conseguiu namorar com alguém... - depois ele acalmou-se - O que eu posso fazer, senão aceitar? Aliás, o que te preocupa mais?...
- Se queres que eu seja sincero - Takeru suspira e enumera cada passo do raciocínio - A Hikari fora cobiçada entre Daisuke e eu, a Hikari sentiu um desejo por mim mas não teve sorte, nós somos grandes amigos, mas eu não consigo impor uma decisão firme a Daisuke! - Takeru atrapalha-se, e volta a ligar o leitor de música - Na verdade, eu sinto mais por Daisuke, do que Hikari, ou outra pessoa, incluindo tu, Yamato! - O próprio Yamato perdeu a fala ao ouvir aquilo.
- Tu... sentes mais por aquele... Daisuke ?! - Yamato recorda-se da experiência rebelde daquele rapaz - Mas o que significa isto, Takeru ? - O Yamato ficou vermelho, mas atrapalhou-se nas suas intencções - Não me digas... que... com Daisuke...
- Eu não sei se isto... - Takeru exclamou - Será amor, amor verdadeiro?... - Takeru deu muita ênfase em "ai"-amor. - Honestamente! Eu e Daisuke somos rapazes adolescentes, mas podemos estar realmente apaixonarmos ?!
- Ehrrrr! - Yamato ficou mudo - Eu... eu... não sei... - e não conseguir responder - Bah! Não te preocupes por isso!...
Takeru ainda recordaria da altura, em que no balneário, ele e o Daisuke ficaram mirando entre si, ao verem os corpos quase nus, salvo a toalha na cintura e ao nível do joelho, como se fosse algo exótico. Após este pensamento, Takeru mudou de assunto e assim passou o resto do dia em casa do seu irmão.
No dia seguinte, Takeru e Daisuke voltam-se a encontrar à entrada da sala de aula, donde comprimentaram-se:
- Olá Takeru! - apresentou-se Daisuke - Hoje voltas a mostrar alguns desenhos de bandas de heavy metal?
- Sim! - Takeru sorri - Imprimi-os ontem, quando regressei da casa do meu irmão Yamato!
- Ontem estiveste na casa dele? - Daisuke ficou curioso, e abriu conversa por causa disso!
- Ontem, Yamato estava mais curioso que um espião! Ainda falava de Hikari! - Daisuke arrepiou-se por causa disso - Eu expliquei pela enésima vez que eu não tenho, nem tive, nem terei interesse em namorar com ela! Eu vejo-a como uma grande amiga, mas eu nunca seria feliz com ela, se eu namorasse com ela!
- Como assim?! - Daisuke ficou surpreso - Por minha parte, Takeru, eu não vejo motivo de incompatibilidade entre vocês!
- Não é nada disso, Daisuke - Takeru fechou os olhos e ficou corado - Ao contrário de Hikari, eu sinto que eu gosto de ter tu como algo maior que uma amizade! - Daisuke ficou também vermelho - Na verdade, será que eu sinto amor por ti? - Entenda: amor-tsuki, neste caso particular!
- Credo!!! - Daisuke ficou espantado - Tu tens o mesmo estranho sentimento que eu!!! - Depois os dois encaravam durante algum tempo, ignorando a entrada de outros colegas, alguns comentado: "O que se passa perante Motomiya e Takaishi? Eles estão a mirar-se!" - Será... que... nós nos apaixonamos?!
- Nós?!! - Takeru e Daisuke gritaram em uníssono, antes de Takeru continuar - Eu acho que nós andamos esquesitos! Nós os dois sermos namorados?!!! Isto não pode estar a acontecer!
- Agora... tudo está a encaixar-se! Nós... simplesmente apaixonamos! - Daisuke continuou, antes de ambos bloquearem na sua argumentação.
Como metade da turma já estava na sala de aula, eles ouviram bem as palavras: koibito-namorado; tsuki-gostar/amar; e acabaram por rir-se e comentar por todos os colegas presentes:
- Meu Deus! - Ria-se uma colega - Nunca vi uma declaração de amor tão trapalhona!
- Isto é inédito! Daisuke Motomiya e Takeru Takaishi são gays! - Argumentava um colega que como se julgava ser um jornalista de uma cadeia internacional de televisão - Senhoras e senhores! Temos dois gays na minha sala de aula, que confessaram o seu amor! - Depois salta para perto de Takeru, apontando o seu lápis como se fosse um microfone:
- Senhor Takaishi! - apresenta o tal colega, Sora Togetsu - O que Sua Excelência diz a respeito da sua homossexualidade?
- Eu, gay? Homossexual?!!! - Takeru ficou furioso! - Eu não disse que amava Daisuke - depois perdeu a fala... - Mas, você... acertou... argh! - Takeru ficou vermelho e encolheu-se todo - Eu... eu...(Watashi... Watashi wa) - antes de fugir para o corredor e gritar perante um Daisuke envergonhado e corado: "Watashi wa, Ai-shiteru! Motomiya-kun!"
Takeru correu para o fundo do corredor, antes do impulso de corrida acabar e ficar ofegante perante tamanha reacção.
Daisuke ficou em estado de choque durante um breve minuto, antes de se recuperar e pensar: "Ele... me... ama?!"
Recuperados os dois do choque, a aula começou assim que o professor começou a lecciona-la. No início da mesma, todos os colegas confessaram ao professor, que no meio de uma brincadeira, descobriram que Takeru e Daisuke eram gays, embora o seu relacionamento estava ainda muito indefinido, motivando a intervenção do professor:
- Motomiya-kun... Takaishi-kun... - O professor confirmou os dois, antes de enunciar - Vocês estavam com medo, mas a homossexualidade não é nada de anormal! Não vejo problema nenhum em vocês namorarem, desde que façam de uma forma ordeira e disciplinada, e agora têm que decidir se assumem tamanha responsabilidade!
- Obrigado, professor! - os dois responderam em uníssono - Vamos nos cuidar mutuamente!
Só depois disso, a aula pode começar sem que existisse grandes perturbações, enfim, desde que o assunto não escaldasse...
No regresso a casa, Daisuke estava bastante envergonhado e não falou um pio até gritar perante toda a família reunida, que estava momentaneamente preocupada pelo estranho bloqueio sentimental do seu filho mais novo.
- Mãe(Okassan), Pai(Otoussan), Irmã (Imotou-chan)! Eu(Ore)... - Daisuke estava nervoso - Eu confessei que gosto muito (tsuki) de Takeru Takaishi!!!!... - O pai deu um pulo - Eu estou apaixonado(ai-shiteru) por ele!... Ele é o meu namorado(koibito)!!!!... - Daisuke libertou-se do estado depressivo - Porque eu sou gay?!! Porquê?
- Parabéns! - a irmã ficou contente - Como eu suspeitava, tudo isso não passava de puro amor!
- Mas... mas ele é um homem! Eu sou um homem! Como nós podemos ter apaixonado?! Eu não entendo nada!
- Não interessa se é homem ou mulher com quem amamos - a irmã concluiu tranquilamente - O importante é ser feliz.
- Daqui a algumas semanas... - O pai lembrou-se do dia - É o dia de S.Valentim! Mas também se aplica a gays?
- Sinceramente! - O resto da família gritou em uníssono - Tens algum problema contra a homossexualidade?
Mas tudo acabou numa sessão de gargalhadas, uma vez que a prazo Daisuke teria por fim alguém com quem viver.
Por parte de Takeru, ele falou com o seu irmão pelo telefone a respeito do seu relacionamento com Daisuke.
- Yamato! - Takeru estava nervoso e gago com a notícia - Eu quero fazer uma pequena confissão amorosa.
-.Uma confissão amorosa, Takeru? - Yamato ficou surpreso - Conta-me, sem rodeios...
- Yamato! Eu... me... apaixonei... por... por... - Takeru ficou com calor e dobrou a língua durante uns segundos...
- Apaixonastes por quem ?!! - Yamato estava surpreso e confuso.
- Raios! Eu apaixonei por... com... - depois Takeru dispara em força - Daisuke Motomiya! Nós já somos namorados!
- Por quem ?!! - Yamato ficou em estado de choque - Mas... mas... Daisuke é um homem!
- O que isto interessa, Yamato?! - Takeru ficou furioso com esta falta de sensibilidade do próprio irmão - Nós somos gays! O nosso relacionamento mal começou, e ainda não tem fundações sólidas! Ao contrário de Hikari, que é uma grande amiga, eu... estou realmente apaixonado e gosto do Daisuke! Só quero... ser... feliz! - Na última frase, Takeru gritou cada palavra.
- Eu... compreendo! Mas por agora, vamos... desligar para eu reflectir! - Yamato estava chocado com o seu irmão!
- Seu idiota! - Takeru chorou compulsivelmente, isto enquanto desligava o telefone - Não sabes o que é o amor!
A própria mãe ficou um pouco surpresa pela notícia, mas acabou por reanimar o seu filho do choque, e desejou-lhe felicidades pelo relacionamento com Daisuke.
O próprio Yamato perdeu a fala durante um bom quarto de hora, até ele pegar no telefone e ligar para o Taichi, que era o seu melhor amigo, mas naquela altura terminara um relacionamento morno com Sora. Feito a ligação, Yamato percebeu pela voz de Taichi que Hikari estava ao pé do seu irmão, enquanto conversavam:
- Alô! - O cumprimento usual dos japoneses quando fazem uma ligação é "motchi-mochi" - Taichi? Por acaso... a Hikari está contigo? Ela... já namora com algum rapaz? - Não era usual Yamato preocupar-se com a vida de alguém.
- O que algo tem Hikari para tu te preocupares tanto? - replicou Taichi, confuso - Ela está aqui comigo, mas o que se passa?
- Taichi! - Yamato estava branco e demorou algum tempo a reagir - O meu querido irmão, Takeru, é... é... GAY!!!
- O quê?! - Taichi ficou embasbacado com a palavra! - O teu irmão é gay? Porquê? Ele anda a namorar um rapaz?
- Exactamente! - Yamato estava confuso com uma coisa tão trivial - Daisuke e Takeru apaixonaram-se!... Eu... eu...
- Que coisa! - Hikari interveio - Eu não acredito que tu, Yamato, ficas tão transtornado pelo facto de Takeru ter assumido que é homossexual! Sempre houve gays! Mas a sociedade por vezes não gosta que eles existam! Na verdade, eu sentia que ele era gay há bastante tempo, o que aconteceu é que vocês não tomaram atenção a isso!
- Desculpe! - Yamato acalmou-se ao não acreditar no que ouvira da própria Hikari - Tens razão! Eu tenho preconceitos contra os gays, portanto eu não quis aceitar que o meu próprio irmão fosse um deles!... - até ele próprio chorar, comovido.
- Eu também tenho algum receio por eles - interveio Taichi - Mas o melhor a fazer é pedir desculpa ao teu irmão por seres tão insensível! - ele acalma um pouco, depois conclui - Também não tens o direito a violar a independência do teu irmão!
- Tens razão! Eu nunca me curei de ser excessivamente protector com o meu irmão,... logo vou me desculpar!
Depois, acabaram por desligar e quando Yamato conversou com o seu pai a respeito de Takeru, ele riu-se de tamanha preocupação! Ele até argumentou: "Isso não será ciúme?". Mas Yamato teria que aceitar a notícia a curto prazo.
No dia seguinte, Takeru e Daisuke voltam a encontrar-se na escola e cada um falou a respeito da sua vida, a começar pela nova realidade, uma vez que estavam prestes a assumir que estavam reciprocamente apaixonados.
- Bem... Takeru! - Começou Daisuke, após estarem uns bons minutos corados e a mirarem-se entre si - Nem imaginas as felicitações que eu recebi da minha família... por eu ter confessado... que eu te amo.
- Comparado, com o meu irmão idiota - replicou Takeru- Ele perdeu a fala, e não conseguiu desculpar-se!
- Isso é normal! Ele acabará por aceitar - Daisuke agarra uma mão de Takeru e simula um braço-de-ferro.
- Veremos... - Takeru suspirou - Também ele não aceita eu ser um vocalista amador de heavy-metal.
- Estás a compor uma música engraçada? Eu gostaria de ouvi-la pela primeira mão! - Daisuke olhou para a pasta de Takeru.
- Sim! Dentro de alguns dias, estará pronta! Portanto, queres na tarde sexta-feira... marcar um encontro comigo?
- Hã?! - Daisuke ficou espantado - Um encontro, contigo?!! - depois ficou maravilhado - Isto é óptimo... meu amor!!!!
Mal Daisuke ficou extasiado pelo convite, ele abraçou levemente Takeru e acabou por beijá-lo carinhosamente na sua boca, um primeiro beijo leve, mas que deu origem ao seu relacionamento afectivo.
- Isto foi rápido! Daisuke - Takeru ficou envergonhado - Vamos ver se no encontro, conseguimos algo mais consistente!
Também eu ainda não decidi se vamos realmente começar um relacionamento juntos!
A última frase fez tremer Daisuke, porque significava que Takeru ainda tinha algum medo em assumir plenamente o seu namoro.
No dia do encontro, Takeru saiu com a sua vestimenta favorita, que não é surpresa nenhuma para quem é orgulhoso de si próprio. Ele arranjou o seu cabelo dourado e amarrou um lenço com a fotografia da banda Metallica, uma vez que os louros eram demasiados sensíveis ao Sol. Vestiu uma camisa de ganga negra com as fotografias da banda Rhapsody of Fire na parte da frente e com o Iron Maiden na parte de trás, tudo isso feito em casa graças ao método de transferência litográfica ao tecido. Takeru fez uma data de peças de roupa com este processo e veste-as todos os dias, desde que não use o uniforme.
Posteriormente colocou nos colarinhos e abaixo da gola da camisa umas correntes finas de metal que depois ligavam entre si, colocando esta corrente de ligação ao longo das fivelas situadas nas mangas da camisa. O resultado final era fantástico, porque parecia que a pessoa fora acorrentada de um colarinho ao outro, passando pela gola.
As calças de ganga era negras, donde foram cosidas alguns emblemas de bandas e símbolos do heavy metal e do hard rock. O cinto tinha uma bonita caveira prateada na fileva com falsas pedras preciosas incrustadas na mesma. Salienta-se que o cinto era constituído por vários alelos de metal prateado. Ainda vestira um colete sem mangas negro sobre a camisa que continha a divisa no lado direito: "Holy Hell". Para terminar colocou uns punhos com aço e calçou botas com biqueiras de aço para dar continuidade ao seu "belo" fato!
Antes de sair do seu quarto, lembrou-se que faltava um cadeado com uma corrente mais grossa que colocou-a no pescoço e passou para dentro do colete e do cadeado mais fino acima explicado. Depois despejou um pouco de perfume, pegou no leitor de música (um iPod, ha, ha!) com a lista actualizada e despediu-se da mãe antes de sair de casa.
- Adeusinho, mãe! - Takeru comprimentou a sua mãe - Agora vou ter com o meu namorado! - Agora assumia o caso com Daisuke, uma vez que na quarta-feira, o Yamato veio à casa dele pedir desculpa por ter sido tão insensível.
- Pois!... - A mãe do Takeru estava mais preocupada com a fatiota que o seu filho vestiu para um escontro - Estás giro!...
De qualquer forma, Takeru era demasiado singular para não passar despercebido pela multidão, e estava a atrair a atenção dos transuantes. "Olhem só para este espectáculo!", "Esta juventude veste-se cada vez pior...", "Aquele é quase um punk, e vê-se que deve ser um louco por música hard rock!", "Será algum drogado?".
Felizmente o ego do Takeru era demasiado grande para se importar com más-linguas desde que não aquecesse muito, e quando saiu do metro após uma longa viagem teve o acaso de encontrar com Koushirou que já não o via há mais de um mês! O próprio Koushirou não o tinha reconhecido, porque sempre via Takeru com o uniforme escolar!
- Yoh! - saudou Takeru - O Grande Sapiente Omnilogo está aqui, Koushirou-san!
- Ahn? - Koushirou não tinha reconhecido o Takeru quando o viu de frente - Ta... ta... taaaaa... Takeru!?! - e deu um pulo ao ver como ele estava vestido - Meu Deus, Takeru! Porque... estás vestido desta forma?! Pareces um membro de uma banda de heavy metal! O que fazes aqui neste local?!
- Eu sou membro de uma banda de heavy metal, o "Holy Hell", feita com os melhores amigos do meu clã de Unreal Tournament 2007! - Takeru apontou para o dístico da banda, cosida no colete, que mostrava uma caveira sorridente a ser incenerada pelas chamas do inferno por baixo desta, mas era iluminada por uma luz divina no topo da mesma caveira. Acrescenta-se uma auréola em cima da tal caveira, e a inscrição Holy Hell no fundo completa o dístico. - Mas se queres ouvir um pouco da minha música...
- Holy Hell?! - Koushirou ficou apreensivo - Nem o Digimon Kaiser se lembraria de tamanho espectáculo macabro!
- OK! -Takeru desata a cantar um excerto de uma música que ele estava a compor e começou a imitar o som de uma bateria com o volume acima do máximo, o som da música lembra os melhores acordes do "Metallica" com o "Rhapsody of Fire" - Yeah! Yeah!... It's my fault they had been caught by Hades! Let's make my soul burn! - Koushirou ficou espantado!
- Calma! Calma! - Koushirou tentou acalmar o extasiado Takeru - A música é bem violenta... hicks!
- Yeah! - Takeru limitou-se a continuar - In the my deadline... I was massified to kill, to subborn... So... let's cry to die! DIE!!!!!... I like to die, until the doomsday begins!... - fez um curto período de silêncio - Let's make your soul being doomed!!!...
- Eu não acredito... no que eu estou a ver e a ouvir! - Koushirou ficou chocado com a letra da canção!
- But I really don't want to die, so what is the problem? Yeah! The problem is your doomed nightmares, that must die! DIE!...
Die!... Sucker phantom!... Die!... Asshole joker!... Die!... Fucker vampire!... Die!... Die... Die until the Rockerpocalypse begins! Die until the Loverpocalypse shine!... Yeah! - E só aí Takeru voltou ao normal!
- Meu Deus! - Koushirou sabia inglês - Amor Apocalíptico?! Que disparate é esse, Takeru?
- A arte e a música foram feitas para escandalizar, Koushirou. - Takeru concluiu radiante - De resto, eu...
- Como eu tenho pouco tempo, para onde tu vais, Takeru?
- Tenho encontro com o meu namorado num café aqui próximo, ou melhor, com Daisuke Motomiya, teu conhecido!
- Na...naaaaa...namorado?! Tu andas a namorar o Daisuke, um... um... homem?!! Mas o que significa isso?!
- Incrível, Koushirou! Não aceitas o facto de sermos gays? Ou ficarás emudecido como o meu irmão, que ficou indesposto?
- Vais para um encontro com um namorado homossexual vestido desta forma?! O próprio vai ficar realmente emudecido!
- Realmente, Koushirou... - suspirou Takeru - Agora eu tenho que ir andando, e podes liberar a notícia sobre o meu amor.
- Takeru... gay... Vocalista Heavy Metal - Koushirou ficou sem reacção por uns bons momentos - Mas o que deu naquele rapaz? Comparando com as aventuras que tivemos com ele no Mundo Digital, ele está irreconhecível!
Entretanto, Daisuke limitara-se a vestir um t-shirt e umas calças com cores neutras. Depois colocou um casaco grosso cujo exterior estava enfeitado com chamas que contrastavam com o fundo azul deste casaco. Ainda não perdera o hábito de colocar os óculos de aviador na cabeça, um hábito que ganhou do Taichi. Quando o Daisuke viu o Takeru em pessoa, ele ficou parvo ao vez a maneira como Takeru se veste para um encontro informal...
- Takeru! - Daisuke ficou embasbacado com Takeru - Não tinhas um fato mais bonito?!
- Honestamente! - Takeru suspirou - Eu gosto de vestir assim, não me sinto anormal por isso.
- OK! Eu estive a reflectir sobre a nossa relação, uma vez que ainda temos algumas arestas a limar.
Takeru aproximou-se de Daisuke, e disse: - Bem! Podemos tratar do assunto... agora mesmo!
Desta vez, foi o Takeru que beijou Daisuke, e logo experimentou esticar a sua língua para dentro da boca do seu parceiro.
"Uh! Takeru! O que estás a fazer?", pensou Daisuke ao sentir a língua dele a balançar dentro da sua boca.
Daisuke deu um sinal para Takeru para que ele parasse, mas ele não parou e continuou a beijá-lo daquela forma. Ao fim de uns bons 90 segundos, Takeru parou quando ele quis, e um fio de saliva que se formou entre os lábios dos dois manteve-se estável durante uns instantes. Aquilo fora um beijo mais atrevido, em plena praça pública (no interior de um café), mas os dois mantiveram o olhar penetrante durante algum tempo, antes que alguém tomasse a iniciativa de falar.
- Não gostou do beijo? - perguntou Takeru, enquanto abraçava Daisuke - Isto é somente o princípio! Mas se queres discutir...
- Eu... gostei, Takeru. - Daisuke ficou encarolado com o acto - Mas eu preferia fazer assim em plena privacidade...
- Ao sair do metro eu encontrei o sabichão chamado Koushirou! Ele nem me reconheceu!
- Da maneira que estás vestido, isso não admira... Ele ficou chocado com o seu "lindo" aspecto?
- Um pouco, sem sequelas!... Eu até lhe dei alguns acordes da minha música que está a ser feita! O Koushirou passou-se da cabeça! Realmente, ninguém sabe apreciar música!
- Eu não digo isso, Takeru, porque heavy metal deve saber para Koushirou o mesmo que a Esfinge! - Ou seja, uma coisa ser desconhecida.
Eles ficaram no café durante algum tempo, antes de sairem para passearem juntos pelas ruas. Gradualmente, as pessoas repararam que os dois deviam ser namorados, uma vez um abraçava com frequência o outro, e ciclicamente beijavam-se.
O tour incluia uma ida ao cinema, mas para achar um título, mesmo em reposição, e lugar vago fora um grande problema, para mais a inveja dos operadores em verem dois rapazes juntos que dificultavam a escolha de lugares mais favoráveis. Também a vestimenta de Takeru atraia muita gente, pondo os dois numa clivagem nada agradável.
- O cinema está muito concorrido hoje... - exclamou Takeru - E para arranjar um lugar, vai ser complicado.
- O senhor perdeu a sua banda de maluquinhos da siderurgia? - perguntou uma operadora de bilheteira, querendo provocar o Takeru, ao ver que ele demonstrava ser um membro de uma banda de heavy metal.
- O que vossa excelência disse ?! - Takeru perdeu o bom-humor e bateu com força na bancada, ignorando o olhar amedrontado de Daisuke - O que tens a ver comigo? Eu posso ser vocalista de uma banda, mas não sou nenhum maluco!!
- Está... está bem! - A operadora sorriu maliciosamente e pergunta novamente - Quem é aquele rapazito ao teu lado, são amigos? Um punk não combina com um burguês aviador! - E volta às piadinhas.
- Takeru... - Daisuke interveio, pedindo directamente ao Takeru que se acalmasse - Não ligues para esta pessoa...
- Eu quero dois bilhetes para este filme, "Day of the Dead" - Takeru, já bastante irritado, apontou para a lista electrónica dos filmes - A senhora não tem o direito a criticar o facto de eu gostar de estar vestido desta forma!
- São dois bilhetes para um par de amigos, certo? - a operadora activa o pedido - Por acaso... são amantes?
- Como se atreve... - Takeru ficou furioso - Eu nunca vi uma pessoa tão interesseira!
- Deixa isso, Takeru - Daisuke recebeu os bilhetes e tentou acalmar o seu amado - Nós somos namorados, e eu não quero ligar alguma para este tipo de cuscuvilheiro!
- Aqui está o maldito dinheiro, e experimente fazer o descaramento de incutir com outra pessoa! - Takeru pagou os bilhetes e depois agarrou Daisuke no seu braço esquerdo e seguiram para a sala do filme pretendido.
A multidão ainda comentou: "Olhem só para isso! Um fã de heavy metal a namorar com uma pessoa comum!".
Só quando eles poderam assistir a película acabariam por descontrair, e esquecer momentaneamente os seus problemas.
O filme não era nada de extraordinário, mas pelo menos foi um sítio donde Takeru não era constantemente visto por olhares indiscretos a respeito da maneira que se vestia!
Daisuke ainda recordaria da altura em que o Takeru viu todos os filmes do "Exorcista" num único fim de semana, e o próprio assistiu com Takeru o último filme da saga: "O Exorcista, O Início". Daisuke, ao contrário de Takeru, não gostava muito de filmes de terror, e ele acabara de assistir com Takeru a mais um filme num cinema, com a nova condição de ambos serem namorados.
Quando se preparavam para voltar para casa, Takeru adiantou conversa com Daisuke para orientar a sua relação no futuro:
- Bem, Daisuke! - Takeru estava feliz - Terminamos aqui a nossa jornada diária! Agora o que nós faremos a seguir?
- Tu disseste que escreveste uma música para estreares com a tua banda de amadores, não é verdade?
- Exacto! A banda "Holy Hell", que estreará a canção "Let's Burning Lover Souls in the Hell", da minha autoria, embora falte afinar algumas partes da letra, porque o sintetizador do meu clã queixou-se da quebra de ritmo em certas partes da música.
- Emm! "Queimar Almas Amorosas no Inferno?" - Daisuke ficou envergonhado - Para um título de uma canção, é um pouco pesado... Alias, queres ir para a minha casa, amanhã à tarde?...
- Quanto à canção é do estilo hard rock/heavy metal/doom metal; mas convidares ir para a tua casa, também é óptimo...
- Não é a primeira vez que tu entras na minha casa, mas porque sorris desta forma tão maliciosa.
- Ih! Ih! Eu garanto que a minha visita, amanhã, será especial... - Takeru ficou interesseiro - Nós somos namorados, não?!...
- Já nos beijamos... - Daisuke ficou confuso - Mas o melhor é falarmos disso amanhã... Adeus!
A despedida revelara os sentimentos dos dois, o Daisuke ainda era um pouco hesitante, o Takeru era mais determinado, mas será que vão vencer os medos que bloqueam uma futura relação?
Continua...
