Harry Potter não me pertence, mas espero que gostem.
"Well we've got holes in our hearts
Yeah we've got holes in our lives
Well we've got holes, we've got holes but we carry on
Said we've got holes in our hearts
Yeah we've got holes in our lives
Well we've got holes, we've got holes but we carry on"
Holes - Passenger
Ele olhou a cama pela última vez. Não sabia que seu coração podia doer tanto. Se perguntou se em algum momento conseguiria amar alguém tanto quanto a amava, mas a vaga lembrança da sua risada fazia com que borboletas dolorosas voassem no seu estômago.
Quantas vezes não esquecera o mundo para estar em seus braços?
Lembrava do dia no qual teve a certeza que estava apaixonado, de como ela estava linda com seu vestido florido, os longos cabelos presos em um coque mal feito e um sorriso que iluminava toda uma cidade. Lembrava da cerveja que ela segurava na mãos, que era sua fiel companheira depois das longas aulas da faculdade. Lembrava que ela ainda carregava aquela bolsa surrada que rasgará dias depois.
Ela era tão completa e ele tão quebrado. Toda vez que a tocava era como se tudo não tivesse passado de uma longa e dolorosa ilusão e que ela era a única coisa real na sua vida. Toda vez que acordava de um dos seus pesadelos, ela parecia saber que tudo que ele precisava era dela lá, o abraçando, olhando nos seus olhos com um olhar tão corajoso e amoroso, tão diferente de tudo que ele tinha recebido antes de conhece-la que ele não sabia como reagir.
Ele tinha desistido de tudo depois da Guerra. Sumindo, apagando todos os traços da sua existência tanto como Harry Potter, como o Menino-que-sobreviveu. Vivera um ano sozinho como trouxa, bêbado demais para pensar em algo, acordando somente para beber ainda mais. E quando ele já não pensava em mais nada, quando ele estava tão atordoado que a morte parecia a única solução...ela apareceu como uma manhã de Natal, cheia de paz, cheia de amor, cheia de vida.
Olhou pela última vez o apartamento que vivera nos dois últimos anos. Amara viver uma vida de trouxa, amava ser trouxa COM ela. Nos seus braços, seria bruxo, seria trouxa, seria ministro, seria rei.
Amassou o bilhete em suas mãos, as letras ainda perfurando o seu peito tão forte quanto um Crucio. Sabia que preferia enlouquecer a ter que partir. Mas as palavras escritas naquele pergaminho o atormentava. Ele devia ter lido aquele bilhete tantas vezes que já tinha todas as palavras decoradas em sua mente: "Bela trouxa, Potter. Seria uma pena que ela encontrasse algum Comensal malvado no meio do caminho."
"A felicidade é só para aqueles que merecem e eu matei gente suficiente para ter uma vida de merda" - pensou Harry amargamente.
Saiu pelo apartamento 434. Na caixa de correio, os nomes James Smith e Elizabeth Taylor ainda brilhavam em um tom dourado.
Elizabeth acordou com seu celular tocando. Procurou seu noivo na cama por instinto e sentiu um aperto no seu coração.
- Srta. Taylor? – uma voz desconhecida falou no outro lado da linha.
- Sim? Ela quem fala. – respondeu ainda um pouco atordoada.
- A senhorita conhece o Sr. James Smith?
- Ele é meu noivo, porquê?
- Preciso que a senhora venha até a Delegacia na Wood Street, o sr. Smith sofreu um acidente e... – ela não conseguiu escutar mais nada, a dor mais presente que tudo em sua alma.
Harry aparatou no Beco Diagonal.
A única certeza que tinha era que voltava ao Mundo Bruxo mais quebrado do que saíra.
Bom, é isso ai. Ainda estou pensando em escrever a história completa, mas gostaria de saber o que acham dela até agora.
