Oláaa... comecei mais um projeto que tinha em mente, inspirado um pouco em Dirty Sexy Money heheh. Estou escrevendo em primeira pessoa, mas é a primeira vez, então não reparem ^^
Nota:
- Estou melhorando os primeiros capítulos, que estavam com diversos erros, mas prometo que ao final a coisa melhora um pouco. Por enquanto só este que eu dei umas alteradas, mais para frente, vou arrumando os outros, assim como também farei com a sinopse horrível.
- Este primeiro é mais sobre Sakura e seus pensamentos, mas não desanimem, melhora para frente =) (na minha humilde opinião .-.)
Naruto não me pertence.
Tenham uma Boa leitura e espero que gostem!
Eu os odiava.
Aqueles irmãos sempre foram mesquinhos, metidos, maldosos, insolentes.
Para mim, qualquer pessoa rica era assim...
E agora, eu estava indo morar com aquela família por algum tempo. A família que afastara o meu pai de mim.
Eu só não esperava que eles teriam crescido tanto, ou melhor: tão formidavelmente.
E tampouco acreditava que minhas convicções pudessem mudar, a ponto de eu quase me apaixonar pelo mais velho dos irmãos.
E foi esse o meu maior erro.
Capítulo 1
Eu acabava de sair do aeroporto e estava a procura de um táxi. Como eu não queria causar transtorno àquela família que estava me recebendo de tão bom agrado, decidi agir assim. Além do que, pedir para alguém me buscar não era condizente com meu orgulho.
Olhei para aquele tumulto de pessoas que passavam por mim apressadas, afobadas, com diversas malas e sempre uma cara de preocupação. Eu não tinha nenhuma pressa. Preocupação, talvez, mas pressa não. Tudo o que eu mais queria era continuar na minha cidade, onde ainda havia as lembranças de minha falecida mãe.
O motivo de eu ter mudado para esta cidade era que eu precisava de uma boa faculdade e, por sorte ou azar do destino, eu havia passado aqui, uma das melhores do país. Também tinha passado em outras, mas meu pai insistiu que eu viesse parar aqui. Afinal, a família para a qual trabalhava, em tempo integral devo dizer, morava aqui e a senhora Mikoto insistiu que eu fosse morar com ela.
De início, odiei a idéia. Ok, ainda a odeio, mas já estou um pouco mais conformada. Meus motivos eram justificáveis, afinal, morar na casa da família que fizera eu nunca ver o meu pai não era muito agradável. Eu os culpava. Completamente. Ele atendia mais aos filhos daquela família do que sua própria filha. Se eu parasse para pensar em quantos aniversários meus ele perdera e em quantos ele fora nos daqueles mimados, perderia as contas.
Mas meu pai não queria que eu morasse em república, ou em um flat sozinha, enquanto eu estudasse em alguma universidade. Não. Agora ele mostrava preocupação. Minha mãe havia morrido há um ano e só nesta época de minha vida, ele queria supostamente dar mais atenção, cuidar melhor da minha educação e suprir minhas necessidades maternas com a senhora Mikoto.
Desde que meus pais se separaram eu passei a odiar ainda mais aquela família e também ao meu pai. Culpava-o pela infelicidade de minha mãe, afinal, ela nunca teve o amor que merecia. Sempre o esperou, enquanto ele sempre pensou no bem dos Uchihas e não dos Harunos.
Suspirei cansada. Não adiantava ficar remoendo minhas mágoas. Eu, Haruno Sakura, havia entrado na melhor universidade do Japão, afinal, eu sou muito inteligente. E um pouco orgulhosa. Mas estudei muito para conquistar o que tenho agora.
As minhas aulas começariam daqui um mês, mas meu pai insistira para que eu fosse mais cedo. Para "conhecer a família" como ele disse. Se bem que, eu já havia a conhecido quando pequena. E estas não eram boas lembranças.
Eles tinham dois filhos. Não me lembro o nome deles e tampouco quero o fazer. O mais moço, da minha idade, era egoísta, birrento, mimado, desprezível, sempre me humilhando e me destratando. Era o que eu tinha mais raiva, definitivamente. Torço para que tenha crescido melhor, porque se não, seria difícil nosso convívio.
Enquanto eu divagava absurdamente, um taxi parou. Já era tempo, afinal eu já estava há 3 minutos com a mão levantada. Entrei no táxi e disse rapidamente o endereço que eu tinha anotado em um papel bem amassado. Eu não conhecia aquela cidade e nem fazia idéia de onde aquele endereço poderia me levar. As lembranças da casa dos Uchihas eram muito vagas e nebulosas, pois havia se passado um bom tempo desde a ultima vez em que estive lá. Esta cidade ficava um pouco longe da minha, e era imensa pelo que pude constatar. O taxista colocou em movimento o carro, aparentemente entendendo o endereço com perfeição. Era o que eu esperava. Minha mãe sempre me alertara a respeito de taxistas, afinal, como eu saberia se ele realmente estava me levando ao lugar certo? Mas não adiantava eu ficar neurótica agora, além do que celulares serviam para essas situações.
Bom, aonde eu estava? Sim, o outro irmão. O mais velho tinha um olhar frio e amendrontador. Ele era calado e seus olhos sempre me davam medo, era como se ele demonstrasse a todo instante que ele dominava ali e que eu estava a sua mercê. Eu particularmente nunca falei com ele, então, além desse olhar desprezível e malévolo que me mandava, não sei praticamente nada sobre ele.
A senhora Mikoto era uma mulher simpática. Na verdade, tinha excesso de simpatez. Era um doce de pessoa, o que dificultava meu serviço de odiá-la, apesar de eu tentar e muito.
Meus pensamentos frearam-se com a imagem de casas maiores e mais sofisticadas. Eu tinha certeza pelo menos de uma coisa, que a casa dos Uchihas seria imensa, fenomenal.
Isso me levou a lembrar de uma regalia que eu teria nesta cidade grande. Quando meu pai propôs que eu viesse morar aqui, ele me prometeu um carro. Obviamente, como toda sã pessoa, eu gostei da proposta. Não iria negar ter um veículo de locomoção, ainda mais que precisaria fugir daquele novo "lar" constantemente. Certo, em outras palavras, deixei ele me comprar por um carro. Bom, mas pensando bem, eu estaria na melhor universidade e morando em uma boa casa, digo, mansão. Com pessoas amáveis que provavelmente eu nunca encontraria. Não seria tão ruim, seria?
Paramos em frente a maior mansão que eu tinha visto durante todo o trajeto. Era fenomenal. Mas não esperava menos daquela família que roubou meu pai por tantos anos. Pelo menos ele tinha algum conforto. Pelo que entendi, ele morava em um dos quartos daquela mansão e eu moraria em outro, longe do dele, mas perto do da senhora Mikoto, porque ela queria muito estar presente nos meus dias. Dai-me paciência. Ela devia saber que não conseguiria suprir a morte de minha querida mãe Yara. Ninguém jamais conseguiria.
Sai de meus devaneios quando o motorista se voltou para mim. Aquele olhar como se estivesse me inspecionando, analisando preconceituosamente. Certeza que se perguntava como uma garota como eu, de allstar todo sujo - sim, eu esqueci de limpá-los - calça jeans surrada e com alguns fiapos da barra soltos, uma camisa verde clarinha solta sem marca alguma e um cabelo de salão de esquina poderia entrar em uma mansão dessas. Eu o encarei irritada, mas ele praticamente me ignorou, deixando de avaliar minhas roupas para olhar melhor em minha cara. Sério, ele estava me inspecionando detalhadamente e sem ao menos disfarçar.
Pelas suas feições, acho que ele ficou levemente chocado com meus cabelos rosas. Fazer o que, nasci assim e jamais ousaria pintá-los de outra cor, gosto muito deles, afinal, lembravam os de minha mãe, assim como os olhos verdes. Eu me orgulhava muito dessas duas características, mas quanto ao meu corpo, já não era de chamar muita atenção, definitivamente. Eu tinha consciência disso.
O taxista, então, decidiu parar de me encarar e falar alguma coisa.
- Tem certeza que é esse o endereço? - ele me perguntou descrente e eu lancei o meu melhor olhar, mais um sorriso completamente falso e uma voz mais amável do mundo.
- Absoluta, amigo. - ele ficou um pouco desconcertado. Acho que esperava que eu me irritasse e o ofendesse. Claro, qualquer pessoa se irritaria com a insolência dele, mas eu estava em um momento da minha vida onde não mudaria meu humor nem nada, por causa de outros. Não vou mudar meu ser e ficar irritada com ele. Não vou. Mesmo que ele continue me olhando dessa forma.
Cadê o dinheiro? Procurei rapidamente na minha bolsa e para variar, como tudo nunca ficava em seu devido lugar, demorei para achar minha carteira. Ok, eu sempre fazia bagunça mesmo. Já devia estar acostumada - Aqui, muito obrigada.
Desci do táxi seguida dele. Nós dois encaramos a mansão momentaneamente, até ele se voltar para o porta malas e tirar minhas três malas gigantescas. Sim, eu tinha uma grande mudança, aliás, essa era a primeira parte. Caixas com livros e outras coisas chegariam por volta dessa semana.
Inspirei fundo e encarei a enorme casa enquanto ouvia o táxi sair dali. Aqueles portões gigantescos acima de mim me assombraram. Comecei a ir em direção a eles, totalmente desajeitada, afinal, as três malas, mais minha mochila de costas, não era algo muito fácil de se locomover com.
Fui até o portão e antes de apertar o botão da campainha, esperei mais um pouco, indecisa. Pensamentos de dúvida começaram a me sondar. Eu estaria mudando drasticamente minha vida, fato, e eu também não sabia o que esperar desse novo caminho obscuro. Eu queria mesmo isso? Conviver com essa família?
Infelizmente meu momento de reflexão desesperada e de ultima instância foi interrompido. O portão começou a se abrir, mesmo sem eu ter apertado o botão. Medo. Ali tudo devia ser monitorado, segurança das mais fortes e coisas afins. Eu teria privacidade dentro daquela casa? E se tivesse câmeras no quarto? Processo eles, não podem invadir minha privacidade! Haruno Sakura, o dia que você parar de delirar e prestar atenção nas coisas que acontecem ao seu redor, será o fim do mundo. Eu precisava aprender a racionalizar meus pensamentos. E principalmente, parar de delirar.
Alguém estava vindo, reparei. Uma moça e um homem, os dois uniformizados. Um uniforme rosa para ela e azul para ele, os dois misturados com preto. A camisa dela era rosa com detalhes em preto e uma saia social preta, comprida e a dele, uma camisa azul escuro com detalhes em preto e uma calça social também preta.
Mal reparei quando eles já estavam logo a minha frente, sorrindo amavelmente.
- Olá, é a senhorita Haruno? - perguntou-me a moça.
- Sim, e você? - perguntei simpática e ela ficou me olhando um pouco como que medindo as palavras.
- É, bom, eu sou uma das empregadas, Maria, prazer. Por favor, deixe suas malas e me siga.
- Mas...
- Ele irá levá-las. - olhei para o homem ao meu lado que já pegava minhas malas, mas não deixei ele pegar minha mochila. Minha mochila não! As coisas mais preciosas minhas se encontravam nela, não deixaria ela longe de vista.
Segui Marta, ops, Maria, pelo majestoso jardim até a porta principal. Isso me lembrou um filme medieval, onde havia aquelas imensas portas em que um troll poderia passar sossegadamente. Maria abriu a porta com facilidade, apesar de seu tamanho e eu fiquei pensando em como seria abrir aquelas portas. Seriam pesadas? Um dia eu iria tentar.
Bom, o que eu vi foi um imenso salão, me deixando de boca aberta. Para que uma casa gigantesca dessas? Um salão enorme desses? Não tinha móveis e aparentemente, nenhuma utilidade. Ok, mas era lindo. Aquele piso branco reluzente, mais algumas estátuas e plantas devidamente cuidadas. Havia algumas portas por sua extensão também, mas bem menores. À minha direita e esquerda haviam duas, mas passamos seco por elas, seguindo reto pelo enorme salão.
- Depois a madame providenciará alguém para mostrar-lhe a casa. No momento ela esta a esperando na sala azul.
Sala azul? Provavelmente haviam diversas salas. Continuamos andando por aquele salão imenso até ela abrir uma outra porta - que eram duas - e passarmos para um segundo salão e se possível, maior do que o outro ainda. Só que esse já tinha mobília. Alguns sofás que pareciam deliciosos, uma televisão gigantesca, mesas com cadeiras e um bar mais ao longe. Olhando para a esquerda, a parte vazia do salão, tinha uma escadaria daquelas que se dividem em duas. Mas continuamos andando. Na outra porta, havia um corredor, e Maria me levou até uma das portas dele.
Tudo o que eu pude pensar ali foi: era realmente uma sala azul. As paredes, os sofás, até mesmo o tapete, as flores e o piso. Tudo em uma combinação de branco e azul. Mas devo dizer, era aconchegante.
Olhei para a mulher sentada no sofá, de costas para mim. Seus cabelos eram pretos, bem escuros mesmo, que chegavam quase a um tom azulado. Eu lembrava vagamente dela, de quando era mais nova, mas nunca esqueceria daqueles cabelos e olhos pretos marcantes. Eles sempre me encantaram Aliás, características da família. Só o filho mais velho não tinha o cabelo preto puxado para o azul e sim para um perto normal mesmo.
Mikoto ouviu nossos passos e logo se levantou, soltando um sorriso totalmente alegre e vindo quase que correndo na minha direção. É, ela ganhava qualquer um em dois segundos com essa feição tão simpática e amável.
- Minha querida, quanto tempo! Como esta linda! Ah, como foi sua viagem? Está cansada? Nossa... temos tanto o que fazer. Venha, sente-se comigo, tire essa mochila enorme de suas costas, deve estar te machucando!
Eu só pude ficar olhando para ela, enquanto ela me abraçava e levantava meus cabelos, me analisando sem parar de sorrir.
- Como esta, dona Mikoto?
- Ora, perfeitamente bem agora. Não podia estar melhor. Quando seu pai me disse que queria morar sozinha fiquei muito indignada! Como pôde? Você sozinha enquando tem a nossa família?
Eu não tinha a família deles. Aliás, era a família deles que havia tirado a minha. Claro, eu não externaria isso, jamais.
- Bem, queria criar mais responsabilidade cuidando de mim mesma - respondi sem jeito, e isso não deixava de ser uma verdade.
- Ah, como eu queria um filho como você! Seus pais te educaram muito bem, olha que cabeça maravilhosa! Se eles criassem responsabilidade, eu seria uma mãe eternamente feliz!
Eu me sentei ao lado dela e vi a revista de moda que ela estava lendo antes de eu chegar, com uma xícara de chá ao lado e deliciosas bolachas em um prato. Ela reparou o meu olhar e logo chamou Maria que estranhamente estava imóvel na porta.
- Você, me traga mais comida para a jovem. Quer um suco, Sakura? Um lanchinho? O que deseja comer?
- Ah, qualquer coisa serve.
- Traga opções. Vá, ande.
Mikoto, pelo jeito, não era uma das mais maravilhosas empregadoras. Eu, obviamente, não havia gostado do jeito que ela tratara aquela moça simpática. Mas, acho que se eu falasse algo estaria na rua em três segundos com um "ande, saia".
- A Maria é muito prestativa - tentei puxar assunto, um pouco sem graça.
- Quem?
- A sua empregada.
- Ah, sim, todos são e são muito bem pagos por isso. Qualquer coisa que precisar, é só pedir, eles também estão aqui para servi-la. Bem, mas voltando, então você passou em segundo lugar na universidade de Konoha, não é mesmo?
- Sim.
- Mas é uma moça muito inteligente! Que orgulho! Me diga, você esta precisando de roupas querida? - certamente isto era uma indireta. Bom, eu sei que minhas roupas ainda são de uma adolescente. Certo, eu era uma adolescente, mas elas me faziam sentir bem. Bom, não tão bem com essa calça, já que eu tinha dado uma engordada e ela começava a me apertar.
- Mais tarde irei comprar algumas roupas - disse tentando parecer confiante.
- De jeito algum. Eu tenho alguns amigos que virão me trazer várias roupas e você pode pegar algo deles. São roupas muito boas e você terá o privilégio de usá-las antes que qualquer outra garota use. Eles sempre me permitem comprar primeiro antes de colocarem no mercado.
Claro, e certamente estar roupas valeriam meu notebook, aliás, valeriam mais já que ele já estava velhinho.
- Não precisa não, dona Mikoto, eu vou...
- Se você não vier escolher, eu vou escolher as que eu quiser para você. Considere isso como um presente de boas vindas irrecusável. - Certo, começou a imposição. Já imaginava que isto iria ocorrer. Eles são Uchihas e estão acostumados a mandar.
- Eh, ok, acho que... obrigada.
- Ah, que ótimo! Sempre quis comprar roupas para uma menina, não sabe como fico feliz em tê-la na casa. Meus dois meninos são tão distantes que me sinto tão só nesta casa gigantesca.
Sentir-se só com tantos empregados, é, realmente este é um mundo diferente do meu.
- Diga-me Mikoto, e meu pai, onde esta?
- Ah, seu pai esta na Europa a trabalho. Não sei quando ele volta querida, foi resolver uns problemas junto de Fugaku. Mas você agora tem a mim, não precisa se preocupar com nada!
- Obrigada.
E mais uma vez, meu pai estava longe a trabalho. Quantas vezes isso acontecia mesmo? Depois alegara para minha mãe que não sabia o motivo da separação. Ser casada mas nunca ver o marido, difícil adivinhar o porque.
Maria voltou com duas jarras de suco em uma bandeja e mais diversos aperitivos. Eu e Mikoto comemos e bebemos um bom tempo, enquanto conversávamos. A tarde até que se tornou agradável na companhia dela, até que a porta se abriu repentinamente.
Não pude evitar escancarar minha boca com a imagem que eu vi. Eu não conseguia desviar meus olhos. Pela tonalidade dos cabelos, era o filho mais novo, que eu não lembrava o nome. O mais chato. Bom, chato ou imbecil, ele crescera formidavelmente. Estava muito lindo. E lindo ainda era pouco. O que era aquilo? Acho que eu nunca tinha visto alguém tão perfeito igual a ele. O rosto metodicamente desenhado. A pele, sem nenhuma imperfeição mesmo com ele se aproximando de nós, ainda assim, eu não podia ver espinhas, poros dilatados, nada. Os braços eram levemente definidos, mas escondidos por uma camiseta. Ele estava usando um calção, daqueles que vai até o joelho, e devo dizer, suas pernas eram formidáveis, os pêlos eram poucos, mas um tamanho mediano, o que dava um charme maior ainda. Ah meu Kami, que tentação!
- Filho! Que bom, achei que não estava em casa. Venha, quero que cumprimente a senhorita Haruno. Sakura, este é o Sasuke, acho que se lembra dele não? Meu filho mais novo.
- Uhm - ok, eu não conseguia responder, ainda mais com a aproximação dele. Ele parou bem perto de mim, antes de se inclinar e me dar um rápido beijo na bochecha, se afastando logo após. Eu precisava parar de encará-lo! Forcei, então, minha vista para um vaso ao lado dele, e tentei com todas as minhas forças, focar ali.
- Você quase não cresceu - disse-me, fazendo com que eu voltasse a encará-lo. Ele agora analisava meu corpo, e pela sua expressão, parecia que não gostara nem um pouco do que vira.
Maldito! Como ousava debochar assim de mim? Respirar fundo, ser educada. Não é porque ele era um ser grosso, como sempre foi aliás, que eu deva ser também.
- Pois você cresceu bastante, Sasuke, prazer em revê-lo - de novo minha voz mais amável e meu sorriso mais simpático. Olhei para dona Mikoto e ela esbanjou um sorriso maior ainda. Sasuke ficou quieto, me encarando de uma forma intimidadora, mas ele foi bem sucedido. Fiz questão de me manter firme e segurar o seu olhar desafiador até ele desviar para falar com Mikoto.
- Mãe, eu queria saber quando o pai vai depositar na minha conta.
- Ah, não sei querido. Eu pergunto para ele quando ele ligar.
- Bom, eu vou indo então - ele deu uma ultima olhada em meu corpo e saiu sem nem se despedir de Mikoto. Isso me lembrou de mim e minha mãe. Eu sempre me despedia dela com um beijo ou abraço. Olhei para Mikoto e vi que ela tinha um olhar entristecido. Não me surpreendia, afinal, com um filho grosso desse jeito.
- Dona Mikoto? Esta bem? - perguntei para ela, tentando ajudá-la um pouco.
- Oh, querida, obrigada, estou bem sim. Como disse, você veio alegrar minha vida! - ela me abraçou firmemente e eu apenas fiquei estática - agora vamos conhecer seu quarto?
Devo dizer que o 'conhecer seu quarto' se estendeu a três horas de tour pela mansão e mais uma pelo meu quarto. Ela me mostrou onde era tudo, da sapateira ao jardim, e por fim, relutantemente, me deixou só. Eu nunca me senti tão aliviada. Mikoto era um amor, mas falava até não poder mais e não me deixava divagar nem por um só instante.
Minhas malas já estavam no quarto, tendo sido abertas e as roupas, devidamente dobradas e guardadas no closet. Algo que não gostei muito e que me deixou envergonhada. Afinal, tinha coisas íntimas ali.
Meu quarto era imenso. Tinha estantes gigantescas, uma televisão lcd de 42 polegadas maravilhosa. Eu nunca tive televisão em meu quarto. Uma mesa que segundo Mikoto era para eu poder comer a tarde após tanto estudar. Um escrivaninha generosa com um computador. Precisava ver a configuração dele, aliás, eu estava louca para ver isto. Tinha também um sofá em direção a televisão e que ficava de costas para a cama. A cama... definitivamente a maior que já vi com lençóis totalmente rosa. A decoração de meu quarto, na verdade, era inteira rosa. O que eu não podia reclamar, afinal, era a cor dos meus cabelos e eu gostava.
Eu necessitava tomar um banho, depois da viagem e de todo o tuor pela mansão, eu precisava relaxar. Não tinha muito tempo, porém, já que o jantar tinha horário marcado naquela mansão. Às 19h era para todos que fossem jantar ali estarem na mesa.
Fui para o banheiro, que era após o closet e já encontrei lá toalhas e diversas coisas necessárias. Cremes, hidratantes, shampoos, tudo. Mikoto pensara em tudo e comprara tudo do melhor. Acho que ela estava levando um pouco a sério essa história de ter uma garota na casa.
Tomei um banho muito bom e devo dizer que me excedi no tempo. Se fosse em casa, minha mãe já teria brigado comigo por estar gastando água demais e me passaria um sermão das conseqüências disto para o meio ambiente.
Devidamente pronta, e um pouco melhor vestida do que antes, desci aquelas enormes escadas com cuidado para não fazer barulho. Era medonho como o som ecoava naqueles imensos salões.
À mesa já se encontravam a senhora Mikoto e Sasuke, sendo que ela me mostrou um lugar a sua direita para que eu me sentasse. O que eu fiz, reparando nos diversos talheres que havia ali e me assustando um pouco com minha falta de noção sobre regras de etiqueta à mesa.
- Tomou um banho querida? Estava bom? Encontrou tudo o que precisava?
- Sim sim, muito obrigada. A senhora pensou em tudo.
- Que bom! Estava aqui conversando com Sasuke. Parece que Itachi jantará conosco esta noite.
- A senhora o obrigou - cortou o outro a encarando curioso.
- Não obriguei não, acha que eu faria isto! Ele quer te conhecer.
- Não quer na...
- Quieto ou te espanco rapaz! - ela sibilou e eu arregalei meus olhos, completamente assustada. Medo. Muito medo. Como aquela senhora amável podia ser tão amedrontadora em um instante? Olhei para Sasuke e constatei que ele também sentia medo dela.
- Já esta provocando a mamãe, Sasukezinho?
Ouvi uma voz sarcástica no fundo e voltei meu olhar para a porta. Era o irmão mais velho, Itachi. Se Sasuke havia crescido formidavelmente, bom, Itachi então... é... estava muito mais irresistível. Seus cabelos eram compridos, mas presos por um discreto rabo de cavalo e iam até um pouco mais do que seus ombros, seus olhos pretos me encaravam, fazendo com que eu perdesse o fôlego momentaneamente.
Ele continuou andando e me encarando, assim como eu a ele. Não fazia idéia de onde fora parar a minha vergonha, mas eu juro que não conseguia desviar. Seus olhos estavam me hipnotizando, magnetizando os meus.
Ele deixou um sorriso de lado aparecer em sua boca, enquanto afastava uma cadeira ao meu lado para se sentar, retirando, enfim, os olhos de mim. Eu não sabia o que fora aquela atração fenomenal, mas sabia que eu estava vermelha. Meu rosto inteiro queimava. Tanto pela vergonha, como por uma sensação ansiosa que crescia em meu peito.
Olhei para meus pés tentando disfarçar ou me recompor, mas quando retornei para as outras pessoas da mesa, vi que não funcionará muito bem. Sasuke me olhava irritado enquanto Mikoto apenas sorria amavelmente.
- Itachi, querido, esta é Haruno Sakura, se lembra dela?
- Claro que sim. Era aquela pirralha que aparecia com Tom as vezes - ele falou sorrindo para mim e apesar de ter me chamado de pirralha, continuou me encarando como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse me insultado.
- Ora seu... - ops, escapou. Eu estava tão bem com meu auto controle e apenas uma palavra dele tinha conseguido detonar com meses de trabalho psicológico árduo! Ódio. Sabia que ia ser difícil encontrar os irmãos, que eu iria me irritar mais do que o normal perto deles. Só não contava com a forma que se desenvolveram. Assim era difícil raciocinar - Er… olá - conclui, depois de fuzilá-lo com o olhar.
Itachi deu um leve sorriso e encarou minha boca abertamente, de um jeito bem provocativo. Mas no meu caso apenas provocou a minha irritação ainda mais. Riquinho mimado, era isso o que ele era!
Virei minha cabeça, cortando o contato e encarando a dona Mikoto e só então percebi que ela já tinha pedido para servirem o jantar.
- Seu pai me disse que gosta muito de canelone. Por isso pedi especialmente este prato. - Pelo menos essa seria a parte muito boa, e deliciosa, de se viver aqui nesta casa.
Haviaa quatro garçons nos servindo só ali, todos devidamente uniformizados. O cheiro estava fantástico e eu esqueci momentaneamente das pessoas ao meu redor, estava uma delícia!
- Sakura, querida?
- Oi? - perguntei ainda deslumbrada com a comida.
- Perguntei se gostou?
- Oh, sim, adorei. Esta delicioso Dona Mikoto!
- Só Mikoto, querida, sem formalidades.
- Ah, certo.
- E então Sakura, qual o motivo de sua visita?
- Ela vai morar com a gente, querido, a partir de hoje.
- Uhm… seja bem vinda. Acredito que irá gostar bastante das vantagens daqui, não é?
- Eu…
- Itachi querido, ela não esta aqui para usufruir de nossas coisas, pare de ser implicante.
- Não custa nada verificar quem entra em nossa casa - ele lançou-me um olhar desconfiado, mas retirou-o logo, voltando a comer.
- Pode ter certeza que eu estarei muito melhor acompanhada com ela do que com vocês dois - ela falou um pouco irritada.
- É que você já cansou de nós - resmungou Sasuke.
- Bobagens, vocês são meus filhos. Eu não me cansaria de vocês. Itachi, você buscou o carro para Sakura?
- Como assim? - perguntei estranhando o que aquilo queria dizer.
- É, Tom pediu que Itachi fosse buscar seu carro - explicou Mikoto.
- Existe empregados para isso - Itachi encarou a mãe um pouco irritado antes de responder, deixando-a sem graça.
- Bom, amanhã a gente resolve isso. Sakura, não se preocupe.
- Acha, que isso, é só me dar o endereço, posso perfeitamente pegar um ônibus e...
- Ônibus? - Itachi quase se engasgou.
- É, ônibus - falei pausadamente, como se tirando uma com a cara dele - sabe aquela coisa grande que carrega várias pessoas?
- Isso me lembra de minha infância - falou distraidamente Mikoto.
- Infância? - perguntou Sasuke curioso, mas sem tirar os olhos da comida.
- Sim, eu gostava de andar de ônibus, fazia meu pai ficar louco preocupado comigo. Eu saia de casa e entrava em um, sem saber para onde ia. Foi assim que conheci um pouco a periferia da cidade - ela riu alegre e eu não pude evitar de sorrir para ela. - deve ser bom ter uma vida normal, sem ter suas atitudes aparecendo no jornal, escancaradas, não é Sakura?
- Creio que sim. Só tive esta vida até agora e gosto muito dela. - respondi sincera, recebendo olhares de todos da mesa. Não sei como era a vida deles, mas parecia ser uma folga que só. Olha essa refeição! Eu só comia assim quando raramente eu e minha mãe íamos em um restaurante chique comemorar nossos aniversários.
- Ainda mais agora, não é? - Itachi tentou me alfinetar. Estava nítido que ele queria me colocar como uma aproveitadora.
- Não - respondi grossa e o encarando séria - eu preferiria continuar com minha vida normal mas com minha mãe viva.
Itachi arregalou minimamente os olhos, bem sutil mesmo, talvez percebendo que ele estava extrapolando um pouco na implicância.
- Sinto muito, estava apenas brincando. Não quis te magoar - seu olhar voltou a ser profundo enquanto se desculpava, transparecendo uma atitude mais simpática - Bom, vou indo nessa. Obrigado pelo jantar - ele se levantou e caminhou para a porta, parando um pouco antes de atravessá-la - Você cresceu bastante, Sakura.
...
Eae, o que acharam? Gostaram? Dependendo do feedback eu continuo, mas caso o contrário, desanimo hehe... por isso, reviews para eu saber um pouco se estão gostando ou não.
Muitoo obrigada! =)
Ja nee o/
