Notas Iniciais:
Esta história se passa no meio da fase classic, em algum momento antes de se descobrir a identidade de Tuxedo Mask e foi inspirada em Battle Royale. Publicada em homenagem aos 10 anos do site Olho Azul, HTTP:/olhoazul.
Olho Azul 10 anos Apresenta:
Despertar
Capítulo 1 – Apenas Um Sobreviverá
Contemplei o verde que ocupava quase todo o meu campo de visão, exceto pelos fracos raios do sol da manhã que penetrava o espaço entre uma folha e outra. Algum pássaro insistia em cantar, enquanto uma voz quase distante tentava me pôr de pé.
Eu estava dormindo? Por quanto tempo?
-Serena...?-a voz dizia de forma bem trêmula, mas parecia se esforçar em parecer calma.
-Já acordei, já acordei. Nem sei quando foi que fechei os olhos!- Esfreguei-os e me voltei para a pessoa ao meu lado. Uma jovem de cabelos castanhos trançados me encarava com o rosto suado e os olhos fugidios.
-Você- Nós temos que sair logo daqui, ou nossas cabeças vão pelo ar, -ela disse, tentando me puxar para cima. Eu estava deitada!
-Mas quem é você?
-Não se lembra de mim? Yukie, do clube de teatro.
-Acho que não. Temos um na escola?
Seus olhos verdes redondos se abriram ainda mais, enquanto a boca permanecia tremendo.
-Acho que a droga que nos deram foi mal calculada pra você. Digo, além de ter sido a única que não acordou do grupo, ainda nem notou o que está havendo, né?
Foi a vez dos meus olhos saltarem das órbitas. Sentei-me em um pulo e olhei melhor onde eu estava. Peraí... Como foi que eu tinha vindo parar no meio da floresta!
-Estamos na Amazônia!
-Não... Acho que não. O homem disse que era uma ilha no Pacífico...
-É um filme; é isso?
-Serena, estamos presas aqui e, segundo o mesmo homem, só um sai vivo.
-O QUÊ! Mas... quem mais veio? Foi a escola toda?
-Não, o grupo de teatro. Enquanto ensaiávamos, todos caímos no sono e pá! Aparecemos aqui no meio da mata, com um homem explicando as regras.
-Já sei! É um sonho... Só pode ser. Afinal, eu já li um mangá igualzinho.
-Não importa, porque é vida real e temos cinco minutos para cairmos fora daqui.
-Vai virar área de perigo, né? E aí esses colares de ferro no nosso pescoço vão rachar nossa cabeça; cortá-la e fazê-la voar assim!- Fiz uma parábola com o dedo.
-Colares?
Pus a mão em meu pescoço e não havia nada, nem no de Yukie. Que burros! Copiaram só as partes sem graça do mangá?
-Vamos logo... Temos que encontrar os outros e irmos, - ela falou, tentando novamente me levantar pela mão.
-Quem está jogando?
-Jogando? Sinceramente, eles te doparam feio, Serena. Isto não é um mangá, um sonho, ou um jogo! Nossas vidas tão em perigo e é bom começar a se acostumar com isso. Levanta logo, ou te deixo pra trás.
Obedeci, ainda não entendendo muito da situação. Por mais explicada que pudesse parecer, aquilo definitivamente não poderia estar acontecendo, né?
Já caminhando, lembrei-me de outro detalhe do mangá. Pelo menos aquilo tinha que ter sido copiado, ou como nos mataríamos?
-Cadê as armas que recebemos? - perguntei, olhando para a mata que nos rodeava.
-Não existem. Temos que sobreviver a isto aqui sem arma, comida, nem nada.
-COMO!
-Acho que o efeito do sonífero está passando, fico feliz. Não sei como... Só temos que sobreviver, né?
-E os outros?
-Foram todos embora enquanto o cara mandou, mas eu o pedi para ficar contigo até que acordasse. Ele me deu um tempo, ou então você seria- Ai, pelo menos, já estamos indo, né?
Assenti, continuando a segui-la. Aquilo era um sonho, não havia dúvidas. Eu não conhecia aquela menina, e aquele jogo - ou sei lá como chamavam ali - era uma cópia do tal mangá! Então, por que eu me sentia tão fraca e com tanto calor? A vegetação cortava a parte descoberta do meu uniforme e os insetos não paravam de zumbir em nossos ouvidos. Era tudo tão real...
Enquanto caminhávamos, vimos quatro pessoas mortas; duas pareciam ter padecido de algum veneno que comeram e as outras em lugares separados pareciam haver se suicidado. Pelo menos, essas foram as conclusões da Yukie.
Segundo a mesma, todos éramos do mesmo grupo de teatro e nos dávamos muito bem, exceto por uma das que se mataram... a atriz principal da próxima peça.
-Não acha estranho que, após um dia inteiro, eu ainda não me lembre de nada? - perguntei, enquanto tentávamos acampar.
-Claro que sim, mas não há tempo de pensarmos nisso, Serena. Temos que ir em frente.
-Só um sobrevive... Vamos é todos morrermos de fome.
-A água que bebemos deve ser o bastante por ora. Amanhã tentaremos pescar, o que acha?
-Eu nunca pesquei com vara, imagine sem!
-Que tal eu tentar fazer uma fogueira? Deve ser fácil... - Yukie pegou folhas do chão e quebrou galhos. Juntou-os todos e começou a tentar fazer fogo de um jeito ou de outro.
-Não tá dando certo, - falei, abraçando meus joelhos, sentada contra uma árvore.
-Apenas acredite que o fogo aparecerá.
-Bem, se isso acender, vai querer dizer que eu tô realmente sonhando... - Virei os olhos em descrença.
Yukie deu uma leve gargalhada, enquanto ainda dava o seu melhor. Senti-me mal só por olhá-la e ainda dizer que não funcionaria. Aquilo era realmente eu? Serena Tsukino? Ei! Se fosse realmente eu, seria aquela quem teria a ideia, né?
-Talvez com duas seja mais rápido! - falei, e comecei a imitá-la. Obviamente, sem sucesso.
-Será que seremos as próximas? Talvez a água do rio também esteja envenenada, ou vamos cair no próximo penhasco... talvez a gente acabe afogada!
-Yukie, vai dar tudo certo, porque Serena Tsukino está aqui para ajudar! - falei, tentando compensar pelo pessimismo de antes.
-Ah! Tem realmente gente aqui, que ótimo! - uma terceira voz se fez ouvir, deixando-nos sem saber o que fazer.
Ambas olhamos para o escuro à nossa volta até que notamos folhas se mexendo em uma direção. Duas pessoas surgiram dali, uma delas usava uniforme e a saia estava levemente rasgada. A outra era um rapaz que eu nunca vira, mas que nos olhava como se fôssemos todos amigos. Ele sorria, ou pelo menos era o que parecia com a luz da lua daquela noite.
-Serena! - A menina correu em minha direção e me abraçou. -Tive tanto medo que aquele homem realmente te matasse...
-Lita! Ai, como é bom ver alguém conhecido... - Abracei-a de volta, sentindo lágrimas inundarem meus olhos.
-Como assim? - O rapaz nos olhou curioso, enquanto mexia nervosamente os cabelos lisos e provavelmente loiros.
-Ela não se lembra de nada, Jun'ichi, não sei como conseguiu reconhecer a Lita, - Yukie explicou, notadamente feliz por seu grupo aumentar.
Conversamos sobre tudo o que vimos e constatamos que já havia sete mortos; Lita quase fora a oitava, não fosse por Jun'ichi, que passava por perto quando ela caiu da árvore de onde tentara pegar frutos. Caíra justo em cima dele e assim rasgou a saia. Rimos um pouco imaginando a cena, enquanto os dois pareciam embaraçados ao relembrá-la.
Jun'ichi, depois, mostrou-nos o isqueiro que tinha e assim acendemos a fogueira e pudemos dormir aquecidos.
Continuará...
Anita
Notas da Autora:
Antes de tudo, esta fic está sendo publicada em homenagem aos dez anos do Olho Azul. Por alguns anos eu mantive outros sites, comecei a publicar em outros lugares até eu decidir que precisava também de algo para chamar de meu, onde eu pudesse pôr de tudo e isso foi o Olho Azul. É um momento que eu quase deixei passar como qualquer outro, mas agora que tento reerguê-lo quando quase desisti dele não posso de jeito nenhum fazer uma ocasião assim não ser nada.
Mas o assunto é a fic, né? Assim como o Olho Azul, esta história começou faz muitos anos. Meu estilo não mudou tanto assim, mas olha, pelo arquivo que peguei ontem à noite para escrever a última data de modificação era 2007. Como já houve muito transporte de um computador a outro, não tenho a de criação, mas acho que foi algo por aí também. E por cinco anos a fic foi quase esquecida. Eu me lembrava de sua existência, sabia que precisava continuá-la, só que nunca o fazia. Mesmo agora eu estava no meio de outra, há sempre outra. Mas parece que o dia se iluminou para que ela fosse retomada enfim quando notei que precisava lançar algo especial para o meu site.
Como veem, o ritmo é muito mais acelerado que o normal e acho que usei um jeito mais simples, mais direto. Esta história estaria na minha série de aleatórias, descontinuada pelo alto índice de fracasso de umas e pela promoção de outras. Hoje, acho que apenas uma fic continua sendo realmente aleatória. E, ao fim, todas as minhas fics sempre foram aleatórias, né? Mas é, esta é minha fic random 3. :D
Agradecimentos especiais à Nemui por haver revisado este primeiro capítulo e a todos que leram até aqui. Aproveitando que estou falando do Olho Azul, agradeço a quem continua me visitando mesmo após tantos períodos de apagão.
Novos agradecimentos especialíssimo à Kurai Kiryu (que já o merecia por ser a primeira a comentar esta fic!) e à Lune Kuruta por haverem me resgatado. Vocês não fazem ideia. Fui abrir a fic pra publicar aqui e... CADÊ A FIC! Em algum momento desta semana deu um surto troller psicótico na minha pessoa e eu simplesmente deletei o arquivo! Tá, foram o que? 8 mil palavras perdidas? Não é tãaaao ruim como se fosse minha outra história de +50mil palavras, mas ainda! Eu comeceia chorar no twitter, não foi nem pedir ajuda, eu só tava desabafando, aí as duas me deram várias dicas T_T No final, eu usei uma restauração da pasta onde a fic estaria. Não achei fosse funcionar pois achava que eu a havia deletado fazia mais tempo que a data disponível, mas por sorte lá estava ela. As pessoas também têm a opção de usar programas de restauração, mas uns são demorados e tão rodando até agora aqui, outros eu sequer compreendi e outros se eu entendi certo não funcionaram porque já fazia algum tempo que deletei. Bem, de toda forma, fica a dica! Restauração da pasta (facílimo, vá nas propriedades dela e pede pra ver as versões anteriores, aí copia pra algum outro canto) e programas de recuperação de arquivo, disponíveis no baixaki. Obrigada às duas pelas dicas e principalmente pela torcida T_T
Por último, um esclarecimento: isto não foi inspirando em Jogos Vorazes e sim em Battle Royale. Nunca vi o primeiro para saber se há alguma conexão. Verei um dia, só ainda não o fiz. Tava ocupada procrastinando e escrevendo fics, rs.
E até o próximo capítulo. Não se esqueçam de comentar!
