– Ian.
– Amy.
– Gostando?
– Bem, se ficar aqui vendo todas as Madrigais dançando enquanto você bebe suco de laranja é considerado divertido, então eu estou amando essa festa.
– Ah, por favor. Cadê o seu namorado? A criança não sabe dançar não?
– Ele... Hm...
– Não veio?
– É. Não veio.
– Eu conheço esse tom. Natalie sempre usa, bem, usava... Ele te deu um chute na bunda?
– Acho que se pode dizer assim.
– Você sabe muito bem que os meus sentimentos são de pedra-
– Aham.
– Mas... Ei! Era para você discordar, sabia?
– Sabia.
– Enfim. Acho que você deveria dançar com alguém, certo?
– É... Tecnicamente era para eu fazer isso, mas...
– Mas o quê? Não vai me dizer que você não sabe dançar?
– Eu não sei dançar.
– Ah, que ótimo. Uma Madrigal que não sabe dançar.
– O que tem de errado nisso?
– Bem, muitas coisas. Você é parte Janus, de um jeito. Teria que saber dançar.
– E você? Não sabe dançar?
– É claro que eu sei dançar!
– De acordo com você, só os Janus sabem dançar.
– Acontece que eu sou dos Madrigais agora, esqueceu?
– Porcaria.
– Eu sempre tenho razão, Amelia Hope Cahill.
– Nem vamos comentar o orgulho, certo, Ian Kabra?
– Se você não é orgulhoso, as pessoas podem fazer qualquer coisa com a sua pessoa.
– Eu não sou orgulhosa.
– Observe o que já aconteceu na sua vida, e veja que eu estou certo.
– Realmente, você está completamente certo, sendo uma daquelas pessoas.
– O que você quer dizer com isso?
– Quer mesmo comentar do que aconteceu na Coreia agora? Porque por favor...
– Eu te usei. Era um plano. Simples assim.
– É, acho que eu consegui perceber isso logo depois que você me deixou para morrer na caverna.
– Aquela foi uma saída triunfal, devo dizer.
– Adorei a saída.
– Adorei te deixar para trás.
– Adorei ver aquele brilho nos seus olhos de dúvida.
– Do que você está falando?
– Até parece que você não sabe.
– Não, sério, do que você está falando?
– Já que você não sabe, adorei ver a sua cara de surpresa quando percebeu que tinha me beijado.
– Que cara?
– Adorei ver você se preocupando realmente comigo quando aqueles morcegos apareceram.
– Isso se chama atuar.
– E eu sei que você adorou sentir o meu rosto roçando no seu. Agora me diz se isso pode ser atuação?
– Você não tem nenhuma prova e não lê mentes. Tem algo nesse suco de laranja?
– Agora eu estou maluca?
– Bastante.
– Então, quer dizer que, se eu te beijar agora, você não vai sentir nada?
– Absolutamente nada.
– Vamos dançar.
– Ei! Você não ia me beijar?
– Você quer que eu te beije, Ian Kabra?
– Só para provar que eu não vou sentir absolutamente nada.
– Você tinha dito que sempre tem razão... Vai precisar provar algo para mim, é isso?
– Não.
– Então o que é?
– Eu...
– Está um pouco confuso?
– Claro que não!
– A ideia de me beijar parece tentadora?
– Não.
– Tem uma gota de suor descendo na sua testa... Achava que tinha ar condicionado nesse lugar.
– Ok, vamos dançar.
– Ué, mudou de ideia?
– Amy, eu ainda não entendi bem isso tudo. No meio do nada, o assunto Coreia vem à tona. Depois, você dizendo que quer me beijar. Aí, quer dançar comigo. Eu já vi garotas muito doidas na vida, achei que você não fosse uma delas.
– Você não quer que eu seja como as outras?
– Eu não disse isso.
– Disse sim.
– Não disse.
– Disse.
– Ah, você deseja ouvir essas palavras vindas da minha pessoa?
– Eu não disse isso.
– Touché.
– Não diga isso de novo.
– O assunto Coreia vem na sua cabeça? Por Luke, Amy, você tem que esquecer isso. Foi há dois anos.
– É como eles dizem: o primeiro amor a gente nunca esquece.
– Eu fui o seu primeiro amor?
– Na verdade, até que não. Os livros sempre serão o meu primeiro amor.
– É como eles dizem: se você amar duas coisas ao mesmo tempo, escolha a segunda, porque se você realmente amasse a primeira, não teria segunda opção.
– Primeiro: foi o Johnny Depp que falou isso. Segundo: ele falou duas pessoas, não coisas. Terceiro: e eu sei que você só disse coisas para, indiretamente, revelar uma coisinha: você ainda não esqueceu a Coreia.
– Eu, também, não disse isso.
– Então para o que "coisa"?
Depois disso, por alguns instantes, suas bocas estavam muito ocupadas para ambos continuarem a falar.
– Viu? Absolutamente nada.
– Já viu o seu sorriso torto aí na sua cara?
– Já viu esse brilho especial aí nos seus olhos?
Voltaram a parar de falar. E ficaram naquele jeito até o fim da festa. Se o orgulho também ajudava em algumas ocasiões? Creio que sim.
Owwwn. Que cute.
Ok, não... Reviews? O.Õ
~CaahT39C
