Ciúme

- Taja. – Chamou Siro quando finalmente estavam sozinhos. – Quem é aquele cara do jogo de bola? Vocês têm alguma coisa?

- Por que está perguntando isso? – Ela indagou na defensiva. – Qual o problema se tivermos algo?

- Eu não gostei dele. – Siro respondeu dando de ombros. – Ele me pareceu ser um safado e estava com outra por lá.

- Nosso relacionamento não é exclusivo. – Taja disse tranquila, enquanto se retira da mesa para ir pro quarto. – Acho que é melhor eu ir dormir. Foi um dia cansativo. – Ele também se levantou.

- E eu acho que você não precisa disso. Por que você ficaria com um cara que não te dá o devido valor?

- Siro, isso não é problema seu.

- Talvez possa ser. – O homem falou com o corpo próximo ao dela. – Acho que você merece mais do que um cara que a trata como outra qualquer.

- E quem você sugere que seja esse cara? Você? Você parece mais interessado em seguir qualquer uma que apareça na sua frente. Garçonetes, vendedoras... – Taja falou com um pouco de raiva. – Talvez você devesse estar fazendo isso agora. – Ela virou as costas para ele e começou a subir as escadas, mas Siro segurou seu braço e a puxou para si, fazendo com que ela batesse de frente em seu peito.

- Talvez eu não queira mais fazer isso. – Ele respondeu e encostou-a na parede antes de beijá-la. Taja correspondeu, segurando-o firmemente pela nuca.

- Espera. – Ela o empurrou, pois não conseguia raciocinar direito com a proximidade dele. – Você está sem opções e por isso veio atrás de mim hoje? – Ela perguntou séria. – Pode desistir, Siro. Ele a encarou, chocado.

- Mas que droga, Taja! – Siro gritou frustrado. – Eu estou me declarando pra você e você me trata como se eu fosse um canalha! – A jovem o encarava surpresa.

- Você estava... Se declarando? Como assim? – Taja estava muito confusa. Nunca passara por esse tipo de situação antes. Siro voltou a se aproximar dela.

- Como qualquer cara que gosta de uma garota, e só percebe isso quando descobre que tem outro atrás dela. – Ele colocou as mãos na cintura dela e ela encarou-o, arrependida do que dissera.

- Desculpe, Siro. – Taja falou mexendo nas pontas do cabelo dele. – Foi repentino. Desculpe por duvidar de você.

- Tudo bem. – Siro respondeu, aproximando seu rosto do dela. Mas antes que pudesse beijá-la, notou que ela estava rindo. – O que é tão engraçado?

- Nada demais. – Ela explicou. – É que você estava com ciúme de um cara com quem eu nunca tive nada. – Ele encarou-a, surpreso.

- O quê?

- Bom... Eu queria jogar, mas não queriam permitir que eu fizesse parte do clube, por isso aquele cara disse que eu e ele tínhamos um caso. Como ele já era do clube, foi mais fácil permitirem a minha entrada assim. E mantivemos a história desde então. – Siro estava sentindo-se um idiota. Falara tudo que sentira por causa de uma mentira.

- Já que é assim, vamos esquecer essa conversa que tivemos. – Ele começou a se afastar dela.

- Nada disso, seu bobo. – Taja respondeu, ainda rindo. – Agora é tarde. – Ela puxou-o pela camisa e beijou-o avidamente. – Não vai poder se livrar de mim tão facilmente.

- Que bom. – Respondeu Siro voltando a beijá-la e, logo em seguida, pegou-a no colo para levá-la para seu quarto. Aquela seria uma longa noite.