UMA AVENTURA DE HERMIONE.
Hermione abriu os olhos devagar e respirou fundo. Virou-se lentamente e olhou pela janela, o sol já estava brilhando.

Com um sorriso sentou-se na cama e se espreguiçou. "Já deve ser bem tarde." pensou ela, mas não se preocupou com isso, afinal era Sábado e ela não tinha aula. Tinha passado a madrugada inteira estudando transfigurações e poções, duas das matérias mais espinhosas esse ano.

Hermione já estava no seu sexto ano desde que entrara em Hogwarts. Sempre inteligente, todos tinham certeza que ela tinha uma carreira de bruxa brilhante no futuro.

Mas esse ano, embora ainda fosse boa em todas as matérias não era a única que se destacava. Neville era realmente bom em Herbologia, já tinha inclusive recebido uma menção honrosa, coisa que anteriormente só ela tinha conseguido na turma, por um trabalho sobre todas as qualidades e defeitos de se criar visgo-do-diabo. Harry estava se mostrando um aluno com ótimas aptidões para feitiços e até Draco começava a demonstrar porque era o aluno preferido de Snape.

Nada que retirasse o brilho de boletim cuja menor nota era 97 em 100. Tudo é claro, conseguido com muito estudo e dedicação. "Mas hoje não" pensou ela "hoje eu quero uma folga"

Hermione levantou-se e viu que não havia mais ninguém em seu dormitório, trocou de roupa e desceu para sua sala comunal.

Gina estava sozinha lendo um livro, fazia uma cara séria, que logo depois se abria em um sorriso e novamente ficava séria. Hermione se aproximou devagar e gentilmente disse:

-Bom dia Gina, como vai?

Gina levantou os olhos com um sobressalto e com alivio disse sorrindo:

-Ah, bom dia Hermione, tudo bem?

-Me desculpe, não era minha intenção assusta-la.

-Não me assustou, é porque eu estava muito entretida com esse livro e sabe como é...

Sim, Hermione sabia, mas nunca imaginou que alguém, principalmente alguém como Gina pudesse compreender isso. Gina tinha mudado bastante desde que Hermione a vira pela primeira vez. Ela tinha crescido, com ela seu cabelo, muito ruivo e liso, que agora já batia no meio das costas, estava mais bonita e pintinhas em cima do seu nariz davam um charme todo especial. Gina já tinha começado a chamar a atenção dos garotos, mas ela parecia nem ao menos notar isso, o que inclusive à deixava ainda mais charmosa.

Parecia para Hermione que a única coisa que realmente não mudara em Gina eram os olhos. Aqueles belos olhos castanhos que contrastavam com seu cabelo cor-de-fogo, ainda tinham a mesma inocência e melancolia de cinco anos atras.

Hermione saiu de seu devaneio e lembrou-se subitamente do que queria perguntar.

-Gina vc viu o Rony?

-Eu vi ele no café do manhã, mas ele já estava saindo, parece que pra cumprir alguma detenção do Snape, ele não parecia muito feliz.

Hermione riu, Rony de um tempo pra cá parecia que provocava Snape e é claro, o professor respondia à altura.

-E o Harry, vc viu?

Há menção desse último nome Gina estremeceu, mas com voz fraca respondeu.

-Ele disse que ia esperar por vc, ele ainda deve estar lá.

Hermione disse obrigada á Gina e desceu correndo. O dia estava tão lindo, talvez fosse o ultimo dia bonito do ano, logo começaria a esfriar e depois a nevar.

Hermione chegou ao salão principal e constatou que ele estava quase vazio, exceto por alguns alunos da CORVINAL, Fred e Jorge Weasley, que estavam conversando com... Harry.

Harry parecia bravo e balançava a cabeça em sinal negativo. Mas quando virou-se e viu Hermione sorriu com todos os dentes e acenou pra ela.

-Hey Mione, aqui!

Hermione sentiu um friozinho na barriga e um calafrio percorrendo sua espinha. Aquele era seu melhor amigo em todo mundo, Harry Potter. Harry também tinha crescido, ainda era baixo e magricela, mas ele parecia Ter adquirido alguns músculos. Seus cabelos sempre despenteados estavam um pouco mais compridos, seu rosto estava adquirindo um formato mais quadrado e seus olhos verdes pareciam mais bonitos que nunca. Além do mais sua voz estava mais grossa de um jeito que fazia Hermione arrepiar até o ultimo fio de seu cabelo quando ele falava seu nome. É claro que Harry estava mais popular do que nunca, principalmente entre as garotas.

Harry Potter era o mais famoso bruxo da atualidade tendo derrotado o terrível Lorde Voldemort algumas vezes, a ultima foi no ano passado, quando Voldemort tinha recuperado todos os poderes, mas Harry tinha ficado muito poderoso e com a ajuda de Rony e Mione, tinha feito ele voltar à sua forma anterior.

Todos tinham consciência de que ele continuava vagando por aí, mas voltara a ser um ser sem forma e corpo definido, por enquanto.

Quando Hermione se aproximou Jorge olhou pra ela zangado:

-Até que enfim!

-Nós estamos aqui a meia hora tentando levar Harry pro treino de quadribol, mas ele disse que só ia sair depois que falasse com vc.

Completou Fred.

-É claro, vc acha que eu ia deixar minha querida amiga Hermione ás moscas.

Hermione corou um pouco e riu.

-Harry, não precisava, serio. Pode ir, eu devo estar te atrasando.

-Que nada, e eu estava preocupado com vc, ontem quando eu fui me deitar vc ainda não tinha voltado da biblioteca, fiquei imaginando que horas vc foi dormir. E é claro que precisava, quem iria pegar café pra vc, tome.

Harry ofereceu uma xícara de café-que-nunca-fica-frio-e-nunca-perde-o-gosto e um pão com queijo e presunto.

-Café -Hermione avançou pra xícara como se de aquilo dependesse sua vida, mas fazer o que, vicio é vicio e com tantas noites em claro ela precisava de café - Harry vc não sabe como eu estou grata.

-Que isso Mione, é só café, mas o que eu queria falar com vc era que eu estava pensando em a gente fazer alguma coisa, com o Rony, porque o dia esta tão lindo. Logo depois do meu treino, que tal?

-Por mim tudo bem. Eu estava pensando em fazer algo também. Acho que o Rony já saiu da detenção, eu vou lá avisar ele.

-Então combinado. Até.

Mas quando Harry se levantou algo deixou Hermione muito irritada.

-Olá Harry.

Era Cho Chang, que passou com um grupo de amigas, todas rindo.

-OI, oi...

Harry estava vermelho até a ponta do nariz. Eles estavam nesse lenga-lenga há uns dois anos, Cho passava, falava oi e Harry respondia oi de volta.

Rony e Hermione já tinham alertado o amigo uma par de vezes que a única coisa que aquela garota via nele era fama, mas nessas horas ele se fazia de surdo e não ouvia mais nada.

Depois daquilo Harry se afastou com sua Firebolt no ombro sonhador. Nem olhou pra trás, o que até foi bom, pois ele não viu a nuvenzinha de fumaça que se formava em cima da cabeça de Hermione.
Capitulo 2- Hermione, Gina e... Draco?

Controlando seus nervos, Hermione se virou e foi procurar Rony. Uma detenção, Gina dissera, isso não iria facilitar a busca. Deveria haver infinitas possibilidades de se punir um aluno e poderia ser em qualquer lugar daquele castelo tão imenso.

Hermione começou a vagar pelos lugares mais usuais, a sala de Snape, a masmorra, a sala dos troféus, nada. Quando ela já estava indo pra sala comunal ver se Rony já tinha voltado avistou Neville. Ele estava com a cara enterrada num livro sobre Venenos trouxas: o que eles realmente podem fazer. O garoto não parecia Ter percebido a presença de Hermione.

-Oi Neville, como vai?

Hermione cumprimentou. Neville levantou a cabeça e distraído tropeçou na barra das vestes, caindo com um baque surdo no chão. Com olhos arregalados Mione correu pra acudi-lo.

-Vc está bem? -Hermione perguntou ajudando o garoto a se levantar.

-Ai, sim. Acontece o tempo todo, ai ai.

Como Hermione continuava a olhar assustada pra ele, Neville sorriu e falou mais duro.

-Eu estou bem, sério!

-Então tá, vê se toma mais cuidado da próxima vez. Não é bom ficar lendo enquanto esta andando.

Nossa que hipocrisia, pensou Hermione, mas no caso do Neville tudo era válido. E observou o menino indo embora. Ela já ia continuar seu caminho quando teve uma idéia.

-Hey Neville.

-Sim?

-Vc viu o Rony?

-Ah ele estava lá na biblioteca, estava resmungando alguma coisa sobre injustiça, mas eu não ouvi direito.

-Ah, valeu Neville.

-Disponha.

E Hermione correu para biblioteca. Chegou bem mais rápido do que a maioria dos alunos chegaria, afinal aquele era lugar que ela mais freqüentava portanto conhecia todos os atalhos pra lá. Encontrou Rony saindo, com uma cara que mesclava ódio e nojo.

-O que foi Rony, parece que comeu tripas de trasgo crua.

-Mione, sabe o que aquele desgraçado do Snape me fez fazer. Me fez limpar todas as teias de aranha daquela biblioteca, e ainda, me fez recolher todas as aranhas que estavam na teia e sabe o que é pior?

Rony estava parecendo um lunático cuja cabeça iria explodir a qualquer momento. Hermione nem se atreveu a perguntar o que era pior, mas não precisou ele respondeu mesmo assim.

-Ele me fez recolher todas as aranhas VIVAS! Isso Vivas e se eu esmagasse uma eu iria Ter que passar uma noite na floresta proibida. Francamente ele me odeia, só porque eu não ligo pra o que ele diz.

-É mas, com as sua notas e esse tanto de detenções que vc anda pegando vc vai acabar como Fred e Jorge.

Ano passado os gêmeos Weasley pareceram que queriam se despedir da escola em grande estilo. Não havia um dia sequer que um dos grandes "feitos" dos gêmeos não virassem noticia na escola. E todo dia eles pegavam uma nova detenção. Correu na época um boato de que Dumblemdore tivesse quase liberado Filch para pendurar os dois com correntes de cabeça pra baixo. E como os dois passavam mais tempo em detenções do que nas aulas não sabiam quase nenhuma matéria. Resultado: os dois bombaram e teriam de passar mais um ano na escola. Mas pelo menos isso parecia Ter tido um efeito positivo, eles mais pareciam anjinhos esse ano do que qualquer coisa. Quem não os conhecesse direito diriam que eles nunca tinham feito nada de errado.

-Isola Mione, se mais alguém repetir esse ano vai haver um homicídio na família. Imagina como seria triste, na capa do profeta diário: "Mãe enlouquecida acaba com a vida de seu filho. Mais detalhes na pág. 4."

Hermione riu e Rony junto dela. Rony continuava o mesmo de sempre, alto (já chegando aos 1,95 de altura) e narigudo. A única diferença mais visível era uma leve penugem ruiva no queixo e debaixo do nariz que era o que supostamente Rony chamava de "meu cavanhaque".

-Ah é mesmo Rony, hj a gente vai passar o dia juntos, fazer alguma coisa...

-Hum, um encontro romântico, que bom.

-Ah para Rony! Assim vão pensar que a gente tem alguma coisa.

-Que inclusive a gente só não tem porque vc não quer, amor.

Desde que no ano passado Rony confessara seus sentimentos para Hermione ele agia assim. Quando Rony perguntou se ela sentia o mesmo por ele Hermione deu a única resposta lógica que poderia dar. Ela simplesmente nunca tinha pensado nisso, ela tinha muito o que estudar pra ficar pensando nessas besteiras e realmente não estava se importando muito com isso, talvez um dia ela soubesse lhe responder, não agora. Na hora Rony pareceu se conformar com a resposta, mas desde então ele vinha sempre fazendo insinuações e brincadeiras sem graça. "Ah Rony, se pelo menos eu pudesse te contar a verdade" Hermione ocasionalmente pensava quando ele começava a instiga-la.

-Deixa de ser bobo, vc me entende eu sei, e eu to falando a gente passar o dia junto. Eu, vc e Harry!

-Ah sim, e onde ele esta agora?

-Quadribol.

-É claro, tinha que ser. Então vamos buscar minha máquina no dormitório, faz tempo que não tiramos fotos não é?

Parecia que ia ser mais um dia normal e calmo. Ah como estavam enganados.

No caminho para a sala comunal, em um corredor isolado eles encontraram Malfoy. Inexplicavelmente ele estava sem os seus capangas Crabe e Goyle.

-Ora, ora, se não é o casal vinte da escola, o pobretão cabelos-de-fogo e a sangue-ruim dentuça.

-Draco, será que vc ainda não notou que desde do quarto ano a Hermione não é mais dentuça e vc, nunca se olhou no espelho, baixinho?

Rony retrucou com uma estranha calma. Rony afinal estava sendo injusto, Draco não tinha nada de baixo, era apenas alguns centímetros menor que Rony. E agora ele parecia furioso, mas se controlou e com a voz arrastada de sempre formulou:

-Eu tenho outra teoria interessante. A sangue-ruim aí é tão mal-amada que vc resolveu oferecer seus serviços de gigolô para ver se ganha um ourinho para economia da família.

Agora tinha sido demais, ao mesmo tempo que Rony sacava sua varinha Malfoy sacava a dele. Hermione tentou segurar Rony, mas ele era forte demais e a empurrou pra longe. Hermione queria que Harry estivesse ali agora.

-Estupefaça!

Gritaram os dois juntos. E cada um caiu pra um canto. Inconscientes. No instante seguinte Hermione ouviu vozes e risadinhas e um grupo de meninas se aproximando.

Era Lilá, Parvati e Padma. Quase instantaneamente as meninas pararam de conversar quando avistaram os meninos.

-O que aconteceu?

Perguntou Lilá depois de algum tempo.

-Eles estavam brigando.

-Por sua causa Hermione? Dois dos maiores gatos do colégio, nossa, eu sabia que ser amiga do Harry Potter tinha lá suas vantagens.

E caíram nas risadinhas de novo. E depois ainda perguntavam á Hermione porque ela só andava com meninos. Revirando os olhos ela se dignou a dar uma reposta.

-Vcs sabem que não é nada disso. E agora, o que eu faço com esses dois?

-Eu sei lá, eles estavam brigando por sua causa.

Mas logo depois Professora Minerva apareceu, com uma expressão de choque no rosto. Olhou pra Hermione com seu olhar mais fulminante mas a garota não se abalou.

-Eles estavam brigando professora, eu tentei impedir, mas não pude fazer nada.

-Eu sei Granger, vou leva-los para enfermaria, mas foram feitiços fortes, podem ficar até três dias inconscientes.

E conjurando macas levou os dois embora.

Hermione ficou parada alguns instantes imaginando o que fazer. Ela estava começando a ficar irritada. Porque o Rony tinha que arranjar uma briga justo hj? Será que aqueles dois não podiam crescer? Eles estavam agindo igualzinho a primeira vez que se esbarraram, sempre brigando por nada. Harry pelo menos parecia Ter melhorado, a muito não ligava para o que o Malfoy dizia ou fazia embora ainda torcesse o nariz toda vez que o avistava. E afinal, onde estava Harry? Ele já deveria Ter voltado do treino a algum tempo.

Hermione olhou para o relógio impaciente. Será que Harry ia dar bolo? Mas uma coisa desviou sua atenção disso. Gina estava vindo em sua direção andando muito rápido, quase correndo. Tinha uma expressão aflita e levava um pedaço de papel na mão.

-Gina o que foi?

Gina percebeu Hermione e, para sua surpresa, se virou pra ela.

-Mione, o Harry...

-O que aconteceu com Harry?

Hermione tinha os olhos arregalados e segurava Gina pelos ombros. Os olhos de Gina se encheram d'água e com isso Hermione começou a balança-la, no intuito que ela falasse.

-O que foi que aconteceu com o Harry? Porque vc esta chorando?

Naquele momento Gina começou a realmente soluçar, não conseguiu dizer mais nada, mas passou o pedaço de papel pra Hermione, que viu que aquilo afinal era uma carta. A carta estava escrita de forma tremida, como se a pessoa estivesse com pressa, era curta e direta:

Weasley, Eu estou com seu amigo Harry, se vc quiser vê-lo de novo ainda vivo me encontre na travessa do tranco, venha sozinho, senão seu amigo já era. Ass: Rabicho.

Hermione estava perplexa. Olhava pra carta, depois pra Gina, novamente pra carta e novamente pra Gina. Seu queixo tinha caído de modo estranho e ela tentava raciocinar. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma coruja enorme, totalmente negra apareceu no corredor e deixou uma carta nas mãos dela. A carta dizia exatamente a mesma coisa que a outra, só que começava com Granger.

Hermione começou a pensar. Aquilo simplesmente não fazia sentido. Se Petigrew tinha pego de fato Harry, porque não tinha acabado logo com ele. Ou talvez fosse uma armadilha, eles atraiam um amigo de Harry e então o usavam como isca. Não, não, eles iam saber que Harry estava bem e no castelo. Ou talvez eles já tivessem matado Harry, mas aí qual seria o motivo de capturar seus amigos? Então olhou pra Gina, o que ela tinha a ver com isso?

-Eu -Gina parecia finalmente disposta a falar- recebi isso lá na sala comunal. Uma coruja igual aquela que entregou a sua, deixou a carta junto dos materiais do Rony, eu fui dar uma olhada e entrei em desespero quando li e só pensei em encontrar vcs. Onde esta o Rony?

Gina perguntou por fim hesitante.

-Inconsciente. -Hermione deixou Gina com cara de que não entendeu, mas aquilo não era importante. Seu cérebro tinha começado a trabalhar a mil, da mesma forma como quando um professor fazia uma pergunta ou quando ela estava fazendo um trabalho. Instantaneamente ela começou buscar informações, como se fosse um computadorzinho, e a única coisa que vinha á sua mente era Harry, Harry, Harry...

Harry sempre fora daquele jeito, Hermione se lembrava, corajoso, orgulhoso, destemido. Mesmo com medo Harry fazia tudo para proteger seus amigos, seus conhecidos, sua escola, seu mundo. Hermione percebeu que tudo que ela fizera na escola estava de certa forma ligado a ele e que ele a convenceria a fazer qualquer coisa. Ela agora tentava ver todas as alternativas e seu cérebro começou a desacelerar, chegando apenas uma resposta possível.

Agora Hermione teria que fazer a coisa mais corajosa de sua vida, sem Harry como apoio, ela ia não só tomar parte, mas iria fazer a ação acontecer. E enfim, engolindo em seco Hermione aceitou seu papel e disse com voz fraca:

-Eu vou atras dele! Gina não parecia estar acreditando. Com os olhos fora de orbita ela balançava a cabeça negativamente.

-Não Mione, vc não pode. Vc tem que avisar um professor, ou o Dumblemdore. Isso vamos avisar Dumblemdore!

-Gina vc não vê? Se a gente contar eles vão mata-lo, Dumblemdore não entenderia, nunca me deixaria ir. Gina existem coisas que a gente precisa enfrentar sozinhos, que a gente não conta com a ajuda de ninguém, e isso é uma dessas coisas.

Gina parecia convencida e com certa tristeza mas determinação falou:

-Mas como nós vamos ir? Como vamos sair do castelo?

-Nós não vamos a lugar nenhum mocinha. Eu vou atras dele e eu sei muito bem como sair daqui. -Era quase ridículo Hermione chamar Gina de mocinha, afinal, ela era bem mais alta que ela e era apenas um ano mais nova, mas agora Hermione ainda tinha autoridade o bastante pra falar nesse tom- Vc fica aqui e avisa tudo ao Rony quando ele acordar.

-Vc tem que me deixar ir Mione, vc tem! É o Harry Mione, é o Harry!

Gina olhava suplicante e chorosa. É claro que Hermione entendia, era o Harry. Enfim, cansada e rezando pra Ter feito a coisa certa Hermione cedeu.

-Certo Gina, vc pode vir. Agora deixe um bilhete pro Rony, ele esta na enfermaria, explicando tudo. Eu vou pegar o que a gente precisa pra viagem.

Enquanto Gina se afastava pra enfermaria Hermione voltou a sala comunal. Subiu para o dormitório dos meninos e abriu o malão de Harry. Ela puxou de um bolso escondido a capa da invisibilidade mas antes de ir embora consultou o mapa do maroto, que o professor Dumbledore tinha devolvido ano passado. Ela procurou com uma fagulha e esperança, mas era verdade, não havia nenhum pontinho Harry no terreno da escola.

Hermione desceu e foi para seu próprio dormitório, pegou algum dinheiro trouxa que ainda tinha, mas um tanto de galeões, uma capa de frio pra ela e outra pra Gina e foi embora, esperar em frente a certa estatua de uma certa bruxa corcunda num certo andar.

Hermione respirou fundo e sentiu que definitivamente aquele não era um dia comum.
Gina não demorou muito, as instruções de Hermione tinham sido exatas. Hermione quando viu que ela se aproximava ergueu sua varinha e num murmúrio disse o feitiço:

-Dissendium!

A corcunda da estatua se abriu e Hermione observou com alivio que tanto ela quanto Gina conseguiriam passar com folga pela passagem.

Gina pareceu um pouco surpresa, mas não disse nada. Hermione viu que seus olhos baixaram ate o braço de Hermione e Gina percebeu que o que ela segurava era uma...

-Capa de invisibilidade! Eu já li sobre isso, são muito raras! Onde vc conseguiu uma Mione? Nossa se isso caísse em mão erradas, poderia fazer um belo estrago. Dumbledore sabe sobre essa capa?

Hermione olhou pra ela divertida. Gina lembrava tanto ela mesma quando mais nova, sempre lendo livros e tentando obedecer as regras. Mas uma coisa que Hermione tinha aprendido com Harry era que as vezes algumas regras tinham que ser quebradas. E Hermione tinha aprendido isso bem.

-Calma Gina, essa capa é do Harry. A gente vem usando ela desde o nosso primeiro ano, era do Tiago Potter. E o Dumbledore sabe muito bem sobre ela, na verdade foi ele que entregou a capa á Harry. Agora Gina, o que a gente vai fazer é descer por essa passagem, ela vai dar em Hogsmeade, lá a gente pega o trem pra Londres e aí a gente decide o que a gente vai fazer, entendeu?

-Sim, mas como...

Mas o que Gina queria saber Hermione nunca descobriu. Ela foi interrompida por um movimento repentino atras delas e uma voz arrastada de um garoto alto cortou o ar:

-Ora, ora, ora. Eu fiz bem em seguir a irmã do pobretão Weasley quando ela saiu da enfermaria. Uma passagem secreta, que interessante, estão planejando fugir por aí?

-O que vc quer Malfoy?

-Calma Granger. Eu só estava imaginando com meus botões o que a professora Minerva pensaria quando soubesse que duas de suas melhores alunas saíram no meio da madrugada, pra fora do colégio e ainda levando uma capa de invisibilidade. Tsc, tsc, acho que não ficaria nada feliz.

-Ah cala boca Malfoy.

E Hermione com um feitiço expulsatorio fez Draco bater a cabeça na parede deixando-o inconsciente.

Hermione esfregou os olhos com impaciência e se virou pra Gina que piscava sem parar.

-Gina, a gente vai Ter que levar ele.

-Por que? Eu não gosto nem de imaginar o terrível Malfoy atras da gente, como se nós não tivéssemos problemas suficientes.

-Mas Gina, quando ele acordar ele vai ir correndo contar pro Snape, e pode ser que ele tente ir atras de nós, o que poderia ser a sentença de morte do Harry. E ainda mais, o que ele poderia fazer contra duas bruxas poderosas como nós? Gina corou muito ao receber o ultimo elogio, mas ajudou Hermione empurrar Draco pra dentro da corcunda. Logo depois ela entrou seguida de Hermione. As duas empunharam suas varinhas e começaram a difícil rota ate o porão da Dedosdemel.