N/A: Essa fic se passará lá pelo ano de 3020, então algumas coisas estarão diferentes. Para entrarem no clima, só imaginem um mundo totalmente decadente e devastado... Lindo, não? XD

N/A2: Essa fic terá algumas coisas como linguagem pesada, violência e cenas de sexo. Dps não diga que eu não avisei! XP

CAP. I – O SILÊNCIO QUE PROCEDE O ESPORRO.

Ele olhou para os homens á sua frente. Eram três, vestiam sobretudos idênticos e um deles lhe apontava uma arma. As paredes estavam manchadas com o sangue.

Com o sangue da mãe dele.

- Então... – Disse um dos filhos da puta, acendendo um cigarro. – Matamos?

- É claro. – Disse o da arma, preparando o gatilho. Sesshoumaru não se mexeu.

- Então, moleque? – Perguntou o terceiro. – Não vai implorar?

- Foda-se! – Disse Sesshoumaru com voz firme.

O homem acertou-lhe no rosto com a arma. Sesshoumaru sentiu o sangue escorrer em sua bochecha, mas não reclamou.

- Vou lhe ensinar a respeitar os mais velhos! – Mirou de novo a arma. Faça logo, idiota!, pensou. Só queria que eles o matassem e fossem antes que o irmão chegasse...

Mas Sesshoumaru não tinha uma história muito feliz com chances. O homem estava quase atirando, quando uma voz vinda lá de baixo chegou até eles.

- Chegueei!

O homem que lhe apontava a arma arregalou os olhos e Sesshoumaru fechou os dele, amaldiçoando todos os deuses e demônios do mundo. O do cigarro sorriu sinistramente.

Não, Inuyasha...

Quando Inuyasha chegou, a casa estava silenciosa. Nada anormal.

- Chegueei! – Berrou.

Esperou que sua mãe lhe chamasse de algum cômodo, mas isso não aconteceu. Franziu o cenho, andando até a cozinha.

A cozinha estava perfeitamente limpa e organizada, como sua mãe gostava. Mas estava vazia.

- Mãe? – Chamou do hall. Silêncio. – Sesshoumaru?

Curioso, subiu as escadas em caracol, chamando a mãe e o irmão e sem obter resposta. Teriam saído?

Não. Sua mãe não teria deixado a casa destrancada, e certamente teria avisado ou deixado Sesshoumaru em casa, para espera-lo. E para onde eles poderiam ir, afinal?

- Mãããe? – Chamou pela décima vez. Tudo bem, agora ele estava ficando preocupado.

Da última vez que aquilo acontecera, ele e Sesshoumaru ainda eram muito crianças e sua mãe havia tido uma crise. O irmão saiu para buscar ajuda, e ele encontrara a mãe desmaiada no corredor do segundo andar.

A possibilidade de que aquilo pudesse ter acontecido de novo fez seu coração parar por um minuto.

Inuyasha respirou fundo, decidindo que se fosse, ele não iria deixar Sesshoumaru resolver tudo sozinho de novo.

Subiu o resto dos degraus e andou pelo corredor, em direção ao quarto da mãe. A porta estava entreaberta, e ele entrou lentamente, com medo do que poderia encontrar.

A parede estava coberta de sangue.

- INUYASHA, SAI DAQUI!

Ele ouviu uma pancada surda á direita. Alguém lhe puxou pelo cabelo e um braço forte lhe deu uma chave no pescoço.

- Mas que moleque chato! – Disse uma voz que ele nunca ouvira.

Inuyasha olhou para cima, tentando ver o rosto do ser bruto que o segurava. O homem gigantesco, com olhos vermelhos e pequenos, lhe sorriu em uma fileira de dentes amarelos.

- Ei, garoto! – Disse. Inuyasha abaixou a cabeça, querendo desviar daquele sorriso.

Então, ele teve um vislumbre de sua mãe na cama, cercada por vermelho. Vermelho nos lençóis e no chão. O mesmo vermelho da parede.

Mas antes que ele pudesse absorver mais da imagem, o homem girou com ele, tapando sua visão.

Havia mais dois homens no quarto, e cercavam Sesshoumaru, que se levantava com visível dificuldade. Sangue pingava de seu rosto.

- Sesshoumaru! – Inuyasha se debateu, tentando se soltar.

O irmão mais velho, de quatro, levantou a cabeça ao ouvi-lo. Seus olhos estavam nublados, mas entraram em foco quando chegaram a Inuyasha. Uma sombra passou por seu rosto.

- Seu idiota! – Sussurrou ele.

- Ah, que maravilha! – Disse o terceiro erguendo as mãos. – Vamos fazer o serviço completo!

- Larga ele! – Disse Sesshoumaru raivosamente.

- Cala a boca, fedelho. – Disse o da arma, erguendo Sesshoumaru pelo colarinho. – Quem decide aqui somos nós, NÃO USE ESSE MALDITO TOM CONOSCO!

Sesshoumaru acertou-o entre as pernas. O homem caiu no chão, gemendo por entre os dentes cerrados e xingando.

Talvez fosse o choque por ver um moleque de doze anos fazer algo tão absurdo, mas nenhum dos outros dois agiu a tempo.

Sesshoumaru apanhou a arma no chão e acertou o homem que segurava Inuyasha. Agarrou o irmão pela manga da camisa e os dois desabalaram pelo corredor.

- VÁ ATRÁS DELES, IDIOTA! – Berrou o que levara o chute.

O único que ainda estava de pé finalmente acordou do torpor e saiu atrás deles.

Sesshoumaru e Inuyasha desciam a escada aos saltos. Inuyasha ainda estava muito impressionado com o que vira, e tentava acompanhar a correria do irmão.

Já Sesshoumaru só pensava em sair daquela casa e levar Inuyasha o mais longe dali possível. Ele ainda segurava a arma na mão, e sentia o coração dar saltos mortais no peito. Estavam quase alcançando a porta...

- SESSHOUMARU! – A voz de Inuyasha soou desesperada em seus ouvidos.

Sesshoumaru virou rapidamente e viu o terceiro homem segurando seu irmão pela barriga. Apontou a arma.

- Larga ele. – Disse firmemente.

- E se não largar? – Respondeu o homem, com uma voz esganiçada. – Você não sabe usar isso!

- Acho que o seu amigo lá em cima pode provar que eu sei. – Disse Sesshoumaru. – Agora larga o meu irmão, antes que eu acerte uma bala no meio dessa sua cara horrorosa.

Houve uma pausa. O homem suava, e lambeu o lábio inferior, estreitando os olhos. De repente ele sorriu e o sorriso fez Sesshoumaru sentir um frio na espinha.

Em um movimento lento, ele pôs Inuyasha no chão e o pequeno garoto correu até Sesshoumaru, que não desviou do homem.

- Inuyasha, abra a porta. – Disse ele. O caçula correu para obedecer.

- Ah, merda! – Disse Inuyasha.

- O que?

- Está trancada! - Sesshoumaru suspirou. Uma risada deliciada chegou até eles.

O homem que Sesshoumaru chutara vinha descendo lentamente a escada. Tirou o molho de chaves do bolso da calça e sacudiu-o para Sesshoumaru.

- Me dê isso, seu filho da puta! – Disse o mais velho raivosamente.

- Você matou o Gikun! – Disse ele. – Você o matou, seu fedelho desgraçado!

O coração de Sesshoumaru parou. Ele apertou os lábios. Ele mereceu! Merda, fico muito feliz por estar morto!

- Me dê as chaves. – Disse por fim, mas o homem sacudiu a cabeça. – Agora, infeliz! – Disse um pouco mais alto, mas o homem voltou a sacudir a cabeça.

Sesshoumaru mandou tudo pro inferno e apertou o gatilho. O homem das chaves caiu rolando as escadas e as benditas chaves escorregaram em direção a eles. O outro homem avançou e para Inuyasha tudo aconteceu muito rápido.

Num segundo, Sesshoumaru se atirou em direção ás chaves, ao mesmo tempo em que o homem se jogou e o agarrou pelos tornozelos. Sesshoumaru atirou as chaves em direção á Inuyasha, e o mais novo agarrou por puro reflexo, já que sua mente parecia ter travado.

- SESSHOUMARU! – Gritou sem saber por quê.

- SAI DAQUI! – Gritou Sesshoumaru de volta. – SAI DAQUI AGORA!

Inuyasha virou-se e meteu as chaves na porta. Sua cabeça era um vazio total e ele sentiu as lágrimas descendo por seu rosto como se fosse algo em outra pessoa.

Abriu a porta e correu para a rua escura. Estava chovendo e ele ouviu o disparo dentro da casa.

Enquanto corria, sentiu algo pesado no peito e o choro o tomou tão de repente que o assustou. O desespero o assolou e ele correu o máximo que podia, sem querer saber pra onde.