Eu vi um prompt de Natal no Tumblr, o tema do dia 12 era 'Time Travel [e.g., physical or mental (pictures, memories etc.)]"
Essa fic é mais um convite para verem o fofo epi 41 de Osomatsu-kun. (a versão de 1988)
Sweet Memories
Mesmo que fosse fruto de mais uma das experiências de Dayon e Dekapan, Karamatsu não conseguia deixar de se surpreender. Tocou o próprio corpo em busca de algum machucado, ou a falta de alguma parte de si mesmo, respirou aliviado ao constatar que tudo estava aparentemente bem, e no lugar.
— Ei Dekapan! Pessoal? Alguém?
O Matsuno tentava se situar na névoa que envolvia o laboratório, ter esbarrado em um dos experimentos, por culpa de Osomatsu não queria esquecer, rendeu uma explosão esquisita, que apesar de luminosa e fumacenta, parecia ter sido "segura". Caminhou mais uns passos na névoa fria, incerto de sua direção, uma melodia gostosa chegou aos seus ouvidos e finalmente diante de seus olhos um palco apareceu.
Estava em um salão de hotel ricamente decorado, mesas se espalhavam pelo local, diversos casais de ricaços bebiam taças de champanhe como se fossem água. Podia jurar que uma das mulheres na mesa era sua mãe.
— Ei não vão começar logo?! Olha a hora! - a mulher, que parecia tão familiar, gritou zangada balançando uma das taças na mão, estava levemente bêbada. Logo todos no salão também reclamavam.
— Mas, o quê diabos está acontecendo? - Karamatsu perguntou confuso com tudo aquilo, parecia uma comemoração natalina aquela decoração toda.
— Pessoal, por favor, logo Frank Hatabo estará aqui. Enquanto isso, por favor, escutem minha canção.
O coração de Karamatsu disparou, sua querida Totoko estava ali no palco chamando a atenção de todos, um belo vestido vermelho de alças adornava seu corpo. Parecia tão jovem, tão brilhante quanto suas lantejoulas que gostava de colar em suas roupas dolorosas.
Engoliu em seco quando todos ali fizeram silêncio para ouvi-la. Seu coração quase derreteu nas notas iniciais, conhecia aquela canção que sua mãe gostava de cantarolar quando lavava louças, "Sweet memories" de Matsuda Seiko nunca pareceu tão fascinante antes.
— Totoko-chan tão linda!
Gritou animado, para sua sorte o som do saxofone que começaram a tocar encobriu sua interrupção, mas não o bastante para um dos funcionários do hotel o olhar com cara feia.
— Ei você!
— Eu?
Apontou para si mesmo, achou o carinha de uniforme bastante parecido com alguém, logo outros rostos similares se juntaram ao funcionário que o encarava zangado.
— Ah penetra! - gritaram para ele.
— O que? Eu não!
Karamatsu correu sem saber porque, a voz de Totoko distraía sua atenção um pouco, fazendo-o trombar com alguém no caminho.
— Chibita! Pega! - o perseguidor gritou novamente, junto com outros funcionários.
— Sim! - um cara baixinho, que mais parecia uma criança lhe encarou confiante.
— Es-espera! AH! CHIBITA NÃO!
Uma bandeja acertava em cheio a cara de Karamatsu, o derrubando no chão.
O Matsuno azarado viu o mundo girar, a pancada o atordoou ao ponto de ver estrelinhas. Elas dançavam em sua cabeça, ao som da doce voz de Totoko, vestida de vermelho, com laços e flores amarelas. Queria que aqueles lábios cantassem só para si.
— Totoko-chan... - murmurou.
— Ah, ainda tá vivo...
— Não fale assim Ichimatsu! Ei, Karamatsu? Tá me ouvindo?
— Haha aposto que 'tá sonhando com a Totoko-chan peladinha.
— Esse seria você Osomatsu.
Choromatsu ralhou zangado o irmão mais velho, mas por segurança, resolveu acordar o Karamatsu caído no chão, não queria sua doce Totoko-chan nos sonhos alheios.
