Disclaimer – InuYasha não me pertence. Seus personagens são de propriedade de Rumiko Takahashi , sua autora.

Nota da AutoraEstá fic é UA – Universo Alternativo – e foi baseada em uma história que li (aquelas de banca de revistas) no qual eu gostei e resolvi transporta-la para o mundo de InuYasha, espero sinceramente que vocês gostem!. Boa leitura!

Ardente Paixão

Capítulo 1

- Algo errado, Kagome?

Kagome ergueu o rosto e deparou-se com o patrão fitando-a, em pé. Com grande dificuldade, colocou de lado os pensamentos angustiantes e forçou um sorriso sem muita expressão, parecido com os que acostumava usar no escritório.

- De forma alguma – respondeu ainda procurando parecer natural – Tudo está bem.

Desviando o olhar, Kagome procurou ocupar-se arrumando os objetos que estavam sobre a mesa. Não iria revelar problemas pessoas ao chefe. Eles não tinham esse grau de intimidade, era apenas um relacionamento formal.

Quando Kagome foi contratada, dezoito meses antes, InuYasha Akuma advertiu-a dizendo que a esposa não ficara satisfeita com a secretária anterior, pois não tinha uma postura adequada, e ainda se vestia de forma glamourosa e chamativa.

Kagome estava satisfeita com sua imagem reservada e modos conservadores, e assim agradava à mulher do patrão. Além do mais, era mesmo recatada e sempre usou um guarda-roupa mais sombrio. Não costumava a usar muita maquiagem, e as jóias que a adornavam eram poucas e discretas.

Em uma das poucas visitas ao escritório, a esposa de InuYasha Akuma nunca teve nenhuma razão para levantar suspeitas ou ter ciúmes da secretária particular do marido. Kagome preocupou-se em não interferir em nada que dissesse respeito à vida pessoal do chefe.

Alto, forte e com lindos cabelos pranteados, InuYasha era vistoso e atraente , mas para Kagome nada disso importava , uma vez que era apaixonada por Kouga, o homem com quem iria se casar.

Por ironia, InuYasha e a mulher haviam se separado fazia seis meses, e o fato deixou-o entristecido e introvertido. Ter reparado na distração de Kagome não era normal e até certo ponto irritante. Por que ele não continua fechado no escritório como costumava a ficar nos últimos dias? Por que saiu para vê-la tão deprimida?

- Não parece estar nada bem – InuYasha insistiu

- Não? – As mãos de Kagome , em um movimento automático alisaram as roupas.

- Não me refiro a sua aparência física, mas à forma como está se comportando. Desde que chegou, esta manhã, permaneceu aí, sentada e olhando fixo para o espaço.

Espaço. Era essa palavra que a deprimia. Kouga, o noivo, dissera na noite anterior que precisava de mais espaço, porque se sentia sufocado. E esse foi um dos motivos para o rompimento. Além de outros mais.

- Você nem ligou seu computador – completou InuYasha, como se aquilo fosse um crime.

Ao consultar seu relógio, Kagome se deu conta que já era quase nove e meia. Estava ali, sem fazer nada, há mais de uma hora.

- Desculpe-me...

O suspiro de InuYasha demonstrava toda sua frustração.

- Pelo amor de Deus, Kagome! Não precisa se desculpar! Não estou preocupado se você está ou não trabalhando. Preocupo-me com você, será que não percebe?

- Como é? – Encarando-o .

Fazia muito tempo que ninguém se preocupava com ela, talvez porque procurasse sempre passar uma imagem de eficiência e frieza. Os pais sempre a consideraram auto-suficiente, assim como seus irmãos mais novos. Em geral, era Kagome quem dava conselhos e achava uma solução.

Tinha sua vida toda organizada... Pelo menos até a véspera,quando Kouga arrumou suas malas e saiu do apartamento onde moravam, deixando-a sozinha. Porém, antes de partir, ele a acusou de ser controladora e castradora.

Culpou-a pelos dois anos de sofrimento que passarem juntos, pois se sentira sempre vigiado, dominado e sem forças para reagir. Cansara-se de economizar dinheiro, de jantar sempre em casa e só fazer sexo na cama.

Kouga era mais jovem que ela, e fez questão de lembra-la do fato, antes de ir. Disse que precisava se divertir e da mais espaço. Ainda não se sentia pronto para casar, assumir uma esposa e filhos. Os comentários sobre a vida sexual dos dois a pegaram de surpresa, pois nunca imaginou que ele estivesse tão descontente, acreditava que ele a compreendia e sempre respeitar seus limites e parecia compartilhar da mesma opinião.

"Não há nem um osso, uma célula sensual em todo o seu corpo, Kagome. Não tem idéia de como fazer um homem feliz na cama." Naquele instante achou que Kouga estivesse louco, mas ali, naquele momento, começou acreditar no que ouviu.

- Kagome? O que houve?

Com muito esforço, conteve as lágrimas.

- Foi Kouga?

Tudo que Kagome conseguiu fazer foi mexer a cabeça em um gesto afirmativo.

- Ele está doente?

Kagome fez que não.

- Não me diga que vocês brigaram!

Kagome estremeceu diante do tom de voz de InuYasha, que parecia incrédulo. Vinte e quatro horas antes também não acreditaria que isso pudesse acontecer.

Tinha certeza de que ela e Kouga foram feitos um para o outro, que se amavam e desejavam as mesmas coisas. Iriam se casar no próximo ano. Comprariam uma casa após alguns meses e teriam um filho quando ela completasse trinta anos. E ali estava Kagome. Vendo apenas solidão a sua frente , um futuro sem os sonhos realizados. Demorou muito tempo para encontrar Kouga, e agora já contava vinte e sete anos. O que seria de sua vida?

- Por favor, InuYasha... Não quero falar sobre o assunto.

Kagome ligou o computador e começou a digitar no teclado.

- Não se preocupe muito. Espere um ou dois dias, e Kouga recobrará a razão. Não tem dúvida de que voltará pedindo que o aceite de volta.

- Acha mesmo?

- Nenhum homem em sã consciência deixaria uma mulher como você. Pode acreditar em mim.

oO.oO.Oo.Oo.oO.oO..o.o.OooO.OooO OooO. OooO OooO

Kouga voltou mesmo no final de semana, mas não foi rastejando, nem pedindo pra ficar. Retornou apenas para pegar algumas coisas que esquecerá e uma coleção de cds. Ao se dirigir à saída, sem demonstrar nenhum tipo de sentimento, falou com sarcasmo que Kagome poderia ficar com toda a mobília.

Da janela, ela o observou ir embora dirigindo um Porsche preto novo, no qual deveria ter gastado todas as economias. Chorando, Kagome ficou imobilizada, encostada em uma poltrona que ela mesma reformara.

Kagome chorou por mais uma semana. A depressão parecia aumentar devido à proximidade do Natal. No trabalho, Kagome parecia agir impulsionada por um piloto automático, mas, quando chegava em seu lar, não conseguia nem comer.

Distraída por causa do seu estado emocional, Kagome só percebeu que não comprara nada para o chefe no último dia de trabalho do ano. Não providenciara nem ao menos uma lembrança.

Um forte sentimento de culpa dominou-a ao receber um belo cartão dourado de InuYasha, em mencionar a caixa de chocolate, que colocou na gaveta.

Precisaria sair e comprar algo para ele. Aproveitaria a festa de confraternização e iria às compras. Ninguém sentiria sua falta. Afinal, todos os funcionários da Indústria Shikon estariam ocupados celebrando a chegada das cinco semanas de recesso, com a festa de fim de ano.

A recepção seria no jardim, e todos poderiam dançar e se divertir na própria fábrica. A comida era farta e muito boa, e o champanhe, de primeira linha. A comemoração sairia uma fortuna para InuYasha, mas o evento era uma tradição e ele tinha como financia-la. A Shikon era uma empresa relativamente pequena, mas os lucros cresciam a cada ano.

InuYasha estava com trinta anos e o filho mais novo de uma família de três irmãos. Seus pais se separaram quando ele ainda era criança, sendo ele criado pela mãe e os outros dois irmãos Sesshoumaru e Bakotsu pelo pai. Sentia-se muito grato pela sua mãe que tinha três empregos para não deixar faltar nada para o filho. Uma das ambições de InuYasha era o desejo de recompensar a mãe por todos os sacrifícios. Queria dar a ela tudo que nunca tivera.

Kagome nunca vira a Sra.Akuma, mas falava com ela pelo telefone. Percebeu, em algumas de suas conversas , que a mãe de InuYasha nunca aprovou o casamento dele. A união de InuYasha com Kikyou durou dois anos. Kagome, agora, podia compreender o que InuYasha sofreu quando Kikyou o deixou.

A idéia de participar da confraternização não lhe agradava. Como poderia divertir-se?

O toque do telefone a trouxe de volta à realidade por um momento.

- Escritório do Sr. Akuma. Aqui quem fala é a Kagome Higurashi. Posso ajuda-lo?

- Claro que sim, minha querida. Gostaria de falar com meu filho, caso ele não esteja muito ocupado. Lembrei-me que hoje é dia de festa.

- Ele ainda está no laboratório, Sra. Akuma. Vou transferir a ligação.

- Antes que faça isso, quero lhe desejar um feliz Natal e agradecer toda sua gentileza comigo.

- Não há de que, Sra. Akuma. E um feliz Natal para a senhora também.

- O que vai fazer nas férias?

- Irei até a casa de meus familiares.

- E onde eles moram?

- Em um templo perto do centro de Tókio.

- É um templo xintoísta?

- Isso, minha casa ficava em um templo. Leva meia hora para chegar lá de trem, saindo daqui do trabalho, mas como eu ainda tenho que ir em casa, irá demorar mais um pouco.

- Sim, sim...Bem, o que acha de marcarmos um almoço para um dia qualquer, no ano que vem. Adoraria conhecer seu rosto e ver se é o que imagino, por sua voz. Perguntei a InuYasha uma vez a seu respeito, e tudo o que ele disse era que você é morena , com um olhar muito inteligente. Quando perguntei sobre sua estatura e aparência física, ele ficou perplexo por um tempo e falou apenas: altura mediana.

Kagome ficou surpresa por InuYasha não conseguir descreve-la, mas não poderia culpa-lo. Os conjuntos pretos usados no escritório não eram desenhados para chamar atenção ou marcar a silhueta.

- Meu filho está muito satisfeita com você, querida. Afinal, não deu a ele nenhum momento de aborrecimento.

Kagome não poderia dizer se gostara ou não do que ouvira.

- Embora outro dia InuYasha tenha ficado muito preocupado com o fato de ter rompido um relacionamento sério com o namorado. Disse que você estava muito abalada.

- Sim, é verdade...

Kagome não queria falar sobre Kouga com a Sra. Akuma.

- Não deixe que o orgulho a prejudique, Kagome. Ligue para o rapaz e diga que sente muito. Peça desculpas mesmo se for ele o culpado pela discussão. Afinal, depois de tudo resolvido, isso não terá importância.

Kagome ergueu as sobrancelhas, indignada. Jamais se humilharia para alguém, e na iria começar naquele momento.

Ainda assim, a Sra. Akuma tinha um pouco de razão. O orgulho muitas vezes é um forte empecilho para uma reconciliação. Decidiu que havia uma grande diferença entre humilhar-se e ligar para Kouga. Usaria a desculpa de estar telefonando para desejar um feliz Natal. Ele deveria estar no serviço, e em poucos minutos estariam conversando.

O coração de Kagome disparou diante da possibilidade.

Assim que transferiu a ligação para InuYasha, discou para Kouga antes que pudesse pensar melhor sobre o assunto. Após várias chamadas, alguém atendeu.

- Alô! Aqui é da mesa do Kouga-kun.

Kagome foi pega de surpresa.

- Irene? – indagou, insegura. – é você?

Irene era uma colega de Kouga que às vezes atendia ao telefone quando ele não estava presente.

- Irene não trabalha mais aqui há algum tempo – respondeu a moça. – Sou Ayame, e estou no lugar dela.

Substituta de Irene, chamada Ayame e tratando Kouga por Kouga-kun?

- Posso falar com Kouga, por favor?

Após um período de silêncio do outro lado da linha e um suspiro melodramático, Ayame perguntou:

- Por acaso é a Kagome quem está falando?

- Chame o Kouga, por favor.

- Não posso. Ele foi ao banheiro, e, além do mais, está perdendo seu tempo. Kouga-kun não quer vê-la nem falar com você de novo. Agora tem a mim,e sou tudo de que ele precisa.

Kagome respirou fundo. Com grandes esforços conseguiu manter o controle.

- E desde quando é assim, meu bem?

- Há mais tempo do que você imagina, querida – provocou Ayame – Você não tem o necessário para segurar um homem.Não é uma organização feminina que faz diferença, no final de um dia. Uma empregada e um computador podem fazer isso por ele. O que o Kouga-kun que é paixão, espontaneidade e muito divertimento.

- Que dizer sexo – Kagome se deu conta, enfim, de que todas as reclamações de Kouga acabaram nesse tema.

- Sim.

- E acha que ele não fazia sexo comigo? - retrucou, procurando atingir da mesma forma a mulher sem coração que lhe roubara o noivo.

- Podia até fazer, mas não da forma como ele queria, anjinho. Agora preciso ir. Estamos todos participando de uma festa . Passe bem e tenha um ótimo Ano-Novo!

Kagome ficou imóvel, com o aparelho junto à face.

De repente, foi tomada por uma imensa raiva. Bateu o fone no gancho e levantou-se, sentindo o sangue correr mais rápido pelas veias.

Decidiu divertir-se e esquecer-se de Kouga e Ayame. Era tudo o que tinha que fazer.

Desamarrou o laço que prendia os cabelos e jogo-os de um lado para o outro até que os fios ficassem soltos sobre os ombros. Abriu dois botões da blusa e caminhou, determinada, na direção da música.

Continua...

Reviews me Happy!

Obrigado! A Najla por sempre me apoiar em minha fic's!

Até o próximo capitulo! XD