Vocês já sabem a quem pertence o Naruto.


Calafrio

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Se alguém perguntasse hoje à Hinata qual fora a melhor sensação de sua vida...

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Se alguém lhe perguntasse, algum tempo atrás, qual fora a melhor sensação de sua vida, Hinata não saberia dizer.

O calor dos lábios rosados pressionados contra os seus revitalizava seus sentidos. As pestanas continuavam cerradas com tanta força que a escuridão ganhava brilhos psicodélicos a se mesclar e piscar em fagulhas coloridas perante seus olhos fechados. Imagens fractais infinitas – tão redundante quanto dizer que seu amor era infinito. Que amor não é?

No rosto o rubor ingênuo e fugaz, já tão natural de sua sempre pálida tez acetinada que suava em abundância, lançava ao corpo convulsões de uma paixão alucinógena só conhecida depois de experimentar aquele beijo pela primeira vez.

O vento dissipava a quentura a lhe subir pelas vestes, mas não diminuía o nervosismo e o tremor de todos seus músculos. E, mesmo com todo aquele ardor, podia sentir suas mãos geladas se comprimindo dentro dos bolsos.

Àquela altura, o abraço ganhava força, o aconchego era imperecível e a paz irradiante dos dentes brancos a mordiscar seu lábio tinha cheiro de morango. Era a paz perfumada do beijo da angelical da menina que levava ouro nos cabelos longos.

As madeixas preto-azuladas cintilavam perante os raios lunares, os próprios pareciam uma noite sem estrelas, revestindo o rosto branco tal qual a lua beijando o dia iluminado de sol que era a jovem carinhosa a lhe abraçar. A noite e seus contrastes, os astros se alinhando no céu formando desenhos imaginários.

Quando Hinata abriu os olhos, o fractal deu lugar à visão dos olhos azuis celestes de Yamanaka Ino e seu sorriso radiante. As mãos de ambas se uniram singelas, arquitetando as medidas para chegar ao peito e tocar a alma. Os corações batiam acelerados na ponta dos dedos.

Em declarações mudas, buscaram novamente um beijo, ganharam espaço e deixaram-se abraçar pela paixão, tão pura quanto elas mesmas, que tomava todo o corpo e todo o espírito delas.

Sentindo os braços delicados de Ino a envolvê-la, Hinata manteve os olhos bem abertos, mirando os cílios delineados da loira, notando o movimento dos músculos faciais enquanto a beijava, permitindo-se apaixonar ainda mais pela beleza exorbitante pertencente ao seu feminino raio de sol.

As sombras noturnas escondiam-nas do mundo, e na proteção lúgubre de uma árvore, suas roupas escorregaram por seus corpos brancos. Hyuuga Hinata ouviu o riso da outra e obrigou-se a fechar os olhos para não se entregar de uma vez ao êxtase das carícias que ganhava.

Fechou os olhos com muita força. A escuridão era tão intensa que ganhava brilhos semelhantes a estrelas. Fagulhas coloridas. De novo e de novo...

Se alguém perguntasse hoje a Hinata qual fora a melhor sensação de sua vida, ela diria que fora um calafrio.

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N/A: Essa fic foi feita para mim mesma. Dosagens de Yuri me farão bem por enquanto.

Reviews, sinto saudades.