Chiclete
Snape nunca esqueceu Lily Evans, não completamente. Ela era sua menina dos olhos, sua rainha. Quando viu uma mulher ruiva entrar na ordem da fênix, seu coração acelerou de forma descontrolada. Então a mulher ruiva mudou a cor de seu cabelo para um rosa chiclete. Inapropriada, essa foi a palavra que Severus usou para definir aquela súbita mudança na cor do cabelo dela.
Sabia que a conhecia de algum lugar, entretanto não conseguia lembrar-se de onde. Quando chamaram o nome dela, ele finalmente conseguiu recordar onde a vira. Ninphadora Tonks fora sua aluna em Hogwarts. Ela era tudo que uma garota não devia ser. Teimosa, impertinente, inconveniente, arruaceira e muitos outros adjetivos ruins que não merecem ser mencionados.
Ele a odiava em absoluto, mas não podia deixar de pensar que se tinha uma forma para rever Lily, seria através daquela metamorfoga geniosa. Se ela quisesse poderia adquirir a forma de Lily e... Não. Não mesmo. Era uma idéia irracional, louca. Ele não podia simplesmente pedir para que Tonks se transformasse em Lílian.
Se pedisse isso a ela, a mulher provavelmente soltaria uma risada estridente e perguntaria se ele não tinha algum problema mental. Não era uma boa idéia mesmo. Por qual razão, então, estava tão tentado em ir ao quarto dela no momento e pedir para que lhe concedesse esse pequeno favor?
Louco. Essa palavra o definia bem no momento. A possibilidade de rever Lílian estava o enlouquecendo. Ter esperanças de novamente ver aquele belo rosto, de apreciar aqueles belos olhos verdes, de admirar o belo sorriso da ruiva. Tentador demais.
Não dava mais para suportar. Snape fez menção de se levantar, mas desistiu. Precisava se controlar. Maldita Tonks! Por que tinha que ter o poder extraordinário de mudar de forma? Por que tinha que acender a chama da paixão que há tempos estava adormecida?
Alguns minutos se passaram. Snape já estava esquecendo sua repentina obsessão por Tonks, quando a mesma desceu as escadas. Ela os cabelos de um vermelho sangue irresistível e olhos verde lodo que não lembravam os de Lily, mesmo assim pareceram adequados para o rosto da mulher.
Severus amaldiçoou mentalmente a garota. Ela queria provoca-lo. Só podia ser isso. Funcionou. E como!
Ela passou por ele, deixando um cheiro irritante de chiclete no ar. Snape respirou fundo para absorvê-lo. O que estava acontecendo com ele, afinal? Por que aquela mulher o afetava tanto?
Então, fez a coisa mais racional que lhe veio à mente. Foi até o andar de cima e trancou-se no quarto que fora designado a ele.
Snape tentou dormir, tentou ler, tentou até mesmo recitar as formulas de algumas poções. Não deu certo. Não conseguiu esquecer o cheiro dela. Então, percebeu que já não pensava mais na idéia de Tonks tomar a forma de Lily, para que visse mais uma vez a garota que tanto amou. Agora, pensava em Tonks e somente nela. Essa constatação o assustou.
Não era possível que ele, um homem tão racional, começasse a se apaixonar por alguém nessa altura de sua vida. Revoltante, completamente revoltante. Um verdadeiro desastre. Então, pegou um pequeno frasco em sua pequena mala e tomou todo seu conteúdo. Uma poção para dormir era a solução. Quando acordasse aquele delírio momentâneo já teria passado.
Desde aquele dia, Severus Snape passou a odiar chicletes, afinal, Tonks era chiclete da cabeça aos pés e ele não queria deseja-la. Chiclete era mesmo uma droga.
N/A: Devo ter escrito isso com quinze anos e dá para perceber isso lol Só uma possibilidade engraçada.
