"Eternidade, tempo imensurável que nos faz suportar a vida."

O que você faria se descobrisse que tudo o que viveu até hoje foi uma mentira?

Como se acordasse num pesadelo ao qual não pudesse sair . Qual é o preço da imortalidade?

Essa é a primeira Fanfiction da emocionante batalha de mortais contra imortais .

Estoure a pipoca, abra o chocolate, desligue o celular e tenha uma ótima leitura .

17 ANOS ATRÁS

A noite zombava de seus hóspedes, o vento e a fina chuva cortavam-lhes o rosto. Já não sentiam o chão sob seus pés e a respiração era pesada, difícil . Cada passo era um pulso, uma batida apressada do coração, e os corações dos presentes batiam uníssonos.

A vista embaçada iludia e o que parecia ser finalmente uma saída, não passava de apenas mais uma entrada para uma nova área daquela floresta. O inferno era ali, pensava o patriarca, e nada o faria mudar de idéia.

Arrastava a filha mais velha que relutava á acompanhar o pai. Era pedir demais que seus passinhos curtos se tornassem tão grandes quanto os dele, mas sabia que quanto mais rápido corressem, mais rápido estariam á salvo.

A mulher ao seu lado carregava o medo e a filha mais nova que faziam incrivelmente o mesmo peso aquela noite. Os cabelos negros cobriam-lhe a face suada e feria e o vestido rasgado acabara de adquirir um novo corte.

Olhou com pressa para o galho responsável pelo estrago e ao retornar o olhar para a direção em que corria, o desespero tomou conta de seus pensamentos. Onde estaria seu marido? Parou instantaneamente e com a filha no colo virava de um lado para o outro á procura dos outros dois integrantes da família. Sentiu em sua nuca uma respiração pesada que a fez congelar dos pés á cabeça.

-Não pensaram que seria fácil, ou pensaram?

O dono daquela voz arrastada ainda pôde ouvir os sussurros da mulher e riu quando finalmente os entendeu.

-Pai Nosso que estais no céu...

Perto dali, a filha mais velha mal tocava seus pés no chão, quando não sentiu mais a presença da mãe ao seu lado. Procurou em seu curto campo de visão e sabia, mesmo com aquela escuridão, que a mãe não estava mais ali.

-Papai...

O homem loiro aparentava estar uns 10 anos mais velho do que na noite anterior. Não conseguia acreditar que á 24 horas atrás estava com sua família, em suas merecidas férias depois de um longo ano de trabalho duro, mas seus pensamentos foram interrompidos pela menina que puxava freneticamente sua mão.

Não a culpava, sabia que naquela situação a filha estava tão assustada ou mais do que ele, entretanto o choro da criança foi o que lhe chamou a atenção. Arregalou os olhos e fez uma pergunta, a qual temia a resposta.

-Onde está sua mãe?

A menina esfregou os olhos e nem teve tempo para responder. Dois homens os encurralaram, enquanto um terceiro vinha ao encontro de pai e filha, este era mais alto e possuía uma fala tranqüila, como quem conversa com um amigo de infância.

-Acredita em vida pós-morte Igor? Então a encontrará em breve.

Igor Stuart ofegava tentando convencer-se de que o outro blefava e protegia atrás de si seu único tesouro presente.

Os olhos daquele estranho pousaram na garotinha encolhida atrás do pai, que se escondeu ainda mais ao sentir aqueles olhos negros a fitar-lhe.

Sua pulseira cintilou sobre a luz do luar e seu vestidinho surrado pela dura noite que enfrentara movia-se de acordo com o vento. Estava exausta, queria voltar para casa, sentir o cheiro de sua mãe e dormir no aconchego de seus braços.

O estranho caminhou até ela e fez um gesto para os companheiros que agarraram Igor, sob protestos e ameaças infundadas deste. A garota fez menção de se juntar ao pai, mas foi impedida pelo homem dos olhos negros que agachou ficando do seu , a criança levantou o rosto inocente.

-Vamos te levar pra sua casa, criança!

ATUALMENTE EM JACKSON

-Dean, pega!

O moreno passava um machado para o mais loiro que com tamanha agilidade terminou o serviço.

Era dia, uma manhã que os Winchester arriscariam dizer ser linda, se não fosse pelos corpos decapitados á frente que há pouco haviam detonado em uma luta desigual de sete para dois. Pelo estado dos corpos inativos no chão, não diria tão desigual assim.

-Preciso de um banho, esses vampiros nojentos me tiram do sério.

-Dean, não acha estranho um bando de vampiros agir com tanta freqüência pela manhã?

Os irmãos já haviam entrado no carro quando o motorista daquele Chevy Impala 67 preto olhou pelo retrovisor os raios do sol que indicavam tempo bom a semana interia.

-Você sabe Sam, não é porque eles preferem a escuridão que não podem sair á luz do sol.

-Tá, tá bom. Eu só acho estranho, de Indianópolis até aqui em Jackson, só matamos vampiros com este estilo.

-Desencana Sam, eu tô mais preocupado com o fato de termos matado só vampiros. Esses sanguessugas estão se ploriferando rápido demais. Os dois partiram no Impala para a cidade vizinha, já prevendo o que encontrariam por lá.

-O pessoal de Jackson foi atacado, Lewk.

-Quando?

Com seus olhos negros semicerrados, Lewk Lüthen encontrava-se irritado com os recentes acontecimentos. No aposento encontrava-se somente ele, e um homem de voz arrastada que atendia pelo nome Tröhu.

-Ontem pela manhã. Eu mesmo verifiquei.

-Sabia que esses caçadores viriam em peso pra cá. Contando com a base de Jackson já se foram 5. Malditos caçadores, devem ter uns 10 atacando cada base.

O outro pigarreou.

-São dois, na verdade.

-Eu escutei direito? Cinco das nossas melhores e mais fortes bases foram derrotadas por dois caçadores?

-Eles são realmente bons...- Lewk o interrompeu.

-É bom que sejam mesmo, em que cidade eles estão? Vamos até lá fazer uma visita.

-Não será preciso. Eles estão aqui em Mississipi, chegaram hoje mesmo.

Os lábios de Lewk se abriram num largo sorriso.

-Neste caso, chame a Ckamiryn, vamos dar um presentinho aos nossos visitantes.