Título: A Christmas History
Autora: -Aria-
Beta: Eri-Chan
Categoria: Presente Amigo Secreto Supernatural NFF/2009 p/ lucy_gaunt, Slash (M/M), 4ª Temporada
Advertências: Wincest, Palavras de Baixo Calão
Classificação: R
Capítulos: Oneshoot
Completa: [X] Yes [ ] No
Resumo: Este Natal não estava sendo fácil para os dois, mas Dean amava Sam, assim como Sam amava Dean. Simples, puro, arrebatador.
Disclaimer: História sem fins lucrativos. Por mais que eu goste da ideia de ganhar algum com isso, o que jamais vai acontecer, tem como único intuito entreter os leitores.
PS¹: Meu senso de humor "retardado" se fez presente, então, por favor Lucy, me perdoe por qualquer coisa...
PS²: A ideia para o início surgiu de uma das opções de bônus do Desafio de Natal, então não estranhem...
A Christmas History
– Hei, Sammy... Eu tava pensando... Que tal comemorarmos o Natal esse ano também?
– É brincadeira, certo?
– Por que não?
– Dean, nós estamos numa situação, no mínimo, "desesperadora" e você quer falar sobre uma comemoração?
– Qual o problema?
O mais velho não via motivos para o "bom humor excessivo" do irmão. Não estavam na melhor situação no momento, admitia isso, mas que custava tentar levar isso na esportiva? E qual era o problema em falar sobre comemorar o Natal?
Como caçadores já haviam passado por poucas e boas em trabalhos, mas em nenhuma delas, nenhuma mesmo, lembrava-se de ter se sentido tão absurdamente estúpido como agora. E já que não estavam fazendo nada mesmo, pelo menos serviria pra se distrair um pouco e tentar esquecer que...
– Eu detesto o Natal... – O mais novo dos Winchesters resmungou inconformado.
– Eu sei. – A voz fria demonstrava que aquele era seu limite – Eu ouvi da primeira vez, Sam. Horas atrás.
Dean estava parado ao lado do irmão, com cara de poucos amigos, e já não aguentava mais o outro reclamar sobre aquilo tudo. Pelas últimas duas horas havia sido assim. Ainda tentou suportar, mas não dava mais.
– Por que estamos aqui mesmo? – Sam perguntou apenas para irritar o outro.
– Por que você teve a bendita ideia de pegar esse trabalho? – O mais velho agora estava, no mínimo, muito irritado.
– Eu não me lembro de dizer que precisávamos fazer isso.
– E eu não me lembro de você dar uma ideia melhor. – Dean bufou – Olha, na boa Sam... Isso pode até combinar com você... Mas, porra, eu me sinto como um idiota e você não tá ajudando!
– Muito engraçado...
Sam também não estava de bom humor e o fato de se ver obrigado a sorrir apenas piorava a situação. "Por que diabos eu resolvi pegar esse maldito trabalho?!". E por mais que se perguntasse não encontrava uma resposta...
– Mãe... – Uma criança de uns cinco anos de idade que passava perto dos irmãos chamou a atenção da mulher que o acompanhava e apontou na direção do mais novo – Por que ele tá daquele jeito?
A mulher não respondeu, apenas afastou o menino tentando, inutilmente, conter o riso. Dean virou-se e encarou o homem ao seu lado com cara de deboche, o que apenas deixou-o ainda mais irritado.
– Cara, que viados...
Um adolescente, que passava do outro lado do corredor, não fez questão de conter seu comentário levando todo o resto do grupo a gargalhar enquanto os olhares de quase todos no shopping se voltavam para os Winchesters.
– Eu posso atirar nele? – Dean perguntou como se fosse a coisa mais normal do mundo.
– Por mais que eu também queira, não. Além do mais, a culpa é sua.
– Bitch.
– Jerk.
O mais velho resmungou algo incompreensível pouco antes de bufar, irritado. Aquele caso já estava lhe dando nos nervos...
– Quando o velho vai aparecer?
– Não há um padrão. Apenas se sabe que o Sr. Curtis aparece aqui na véspera de Natal e sempre perto de onde estão as crianças.
– Você quis dizer perto do Papai Noel.
– Não, eu não quis. O alvo dele são crianças ou adolescentes, não velhos com barbas postiças.
– Cara, onde foi parar o seu espírito natalino?
– Você acabou com ele quando eu tinha nove anos de idade.
Dean ainda quis retrucar, mas sabia que não valia a pena. O mais novo era cabeça-dura demais e a situação já não estava tão bem assim. Especialmente nos últimos dias.
O Natal era a data onde Sammy sempre ficava extremamente "propenso" a ter mau humor, irritação ou qualquer outra coisa ruim o suficiente para estragar o clima entre eles. E isso sempre se refletia no relacionamento.
Essa época do ano era quase um sinônimo para afastamento entre o casal e, de certa forma, isso machucava muito o mais velho. O irmão era a única família que lhe restava, alem de ser a pessoal mais importante em sua vida, e não gostava de se ver em meio a brigas bobas com ele.
Mas não seria ele, Dean Winchester, se não fosse igualmente cabeça dura não é mesmo?
– Será que eles não têm noção do quanto isso é ridículo? – Uma jovem cochichava, ou pelo menos tentava, com a amiga que apenas ria observando os dois rapazes.
Sam suspirou, cansado. Nunca, em toda a sua vida, desejou tanto que um fantasma aparecesse. Desde o inicio aquela situação era constrangedora, mas agora já havia passado dos limites.
Por que diabos tinha que ter concordado com o plano de Dean? Por que não se opôs? Teria conseguido evitar todas essas...
– Do que diabos aqueles dois estão vestidos? – Um menino de aparentemente treze anos perguntou ao colega.
– Duendes? – O outro arriscou.
– Idiotas! – A menina que estava com eles se manifestou – Eles são ajudantes do Papai Noel!
... ... ... ...
– Home, crappy home. – A voz de Dean ecoou pelo quarto ainda às escuras.
Sam, que vinha logo atrás, foi o responsável por iluminar o local. Aquele não era um dos melhores motéis onde já haviam ficado, até porque já fazia algum tempo desde a última fraude no cartão de crédito, mas o clima do lugar era razoavelmente agradável.
Estavam hospedados em frente ao estacionamento, com uma bela vista para a paisagem quase que completamente coberta de neve, longe da recepção e perto o suficiente da "garota" do mais velho.
A decoração era simples, sem muitas cores ou qualquer outro tipo de frescuras. Uma cama de casal, única escolha que tiveram, ocupava boa parte do pouco espaço que havia ali e de frente para a mesma uma TV pequena sobre uma mesinha de madeira opaca.
Dean encarava o lugar onde dormiriam enquanto pensava como resolver aquele pequeno problema. Desde a pequena "discussão" no shopping não trocaram mais palavras do que o necessário, todas relacionadas ao caso, e depois de terminarem o trabalho o diálogo simplesmente morreu.
Trinta longos minutos dentro do Chev Impala 67 onde o único som que se ouvia era o rock do AC/DC a um volume não muito apropriado para o horário. Não que Dean não gostasse, ao contrário amava ouvir aquilo, mas queria ter escutado a voz de Sam durante esse tempo. Queria tê-lo visto reclamar do espírito do velho ou então das roupas idiotas que usaram por quase toda a tarde.
Poderia ele ter dado o primeiro passo e iniciado uma conversa? Sim, poderia, mas não o fez.
Por quê?
Simplesmente porque era um maldito orgulhoso. Só por isso...
O mais novo passou direto pelo irmão, jogou a mochila sobre a cama e procurou por peças de roupa limpas e, ainda em silêncio, seguiu em direção ao banheiro. Estava desconfortável com o clima entre eles.
Ou melhor, estava desconfortável com toda a situação entre eles. Aquela não era a primeira briga que tinham, nem como irmãos e muito menos como namorados, e também não seria a última. Mas por que sempre era daquela forma? Por que um deles nunca cedia? Por que ele, Sam, nunca cedia?
Não era preciso ser um gênio pra saber que Dean estava chateado, e com razão. Sabia o quão insuportável poderia ser, em especial nessas datas que lhe trazia lembranças de seu "protótipo de infância".
Talvez estivesse ficando velho e rabugento, ou talvez estivesse apenas cansado dessa loucura de vida. Não dava pra saber com 100% de certeza, pois tudo que os envolvia sempre era insano demais. Fantasmas, demônios, anjos, Apocalipse...
Uma vida normal, com preocupações normais, não seria nada mal. Ou seria? E se a "maldição Winchester" não tivesse começado, seriam tão próximos?
Provavelmente Sam teria dedicado tempo demais aos estudos e jamais percebido o quão maravilhoso o irmão mais velho era. Assim como Dean não teria tido toda essa obcessão por cuidar do "pequeno Sammy" e não se descobriria apaixonado por ele.
De frente para o espelho do banheiro o mais novo sorriu, nostálgico. Foi um começo bem estranho o deles. Medos e incertezas demais, palavras de menos. Um pouco de bebida para "embalar"... Tinham o que? Quinze e dezenove anos, talvez?
Sua primeira bebedeira, seguida de sua primeira transa e ainda por cima com seu irmão... Quem além dos Winchesters podia ser tão "fodido" assim?
Só agora, depois de todo o tipo de crise de consciência e moralidade, conseguia se lembrar da ocasião com carinho. Os beijos e toques amorosos, a sensação reconfortante de tê-lo dentro de si, o gosto viciante de Dean...
– Droga! Há um ano atrás tudo o que eu mais queria é que ele estivesse aqui hoje, então por que a gente continua brigando?
Já não haviam passado por tanta coisa? Já não haviam sofrido o suficiente? Então porque diabos não deixava de ser um maldito orgulhoso e corria logo para os braços daquele que sempre o protegeu?
Estava cansado e queria, pelo menos, aproveitar esse resto de noite com ele. Dean estava sendo até que paciente com suas "crises temperamentais" e merecia um prêmio por isso. Se pudesse fazer algo para se redimir com...
Com as mãos apoiadas na pia, ainda de frente para o espelho, Sam Winchester sorriu quase diabolicamente. Sim, havia algo que podia fazer pelo irmão.
... ... ... ...
As costas largas de Sam foram a última coisa que Dean viu antes da porta do banheiro fechar. Logo em seguida se viu suspirando, cansado. Amava demais o mais novo, mas não dava pra negar que ele estava um porre nos últimos dias.
– E depois não entende porque eu sempre o chamei de garotinha...
Sua vontade era se jogar naquela cama e dormir, pois talvez assim pudesse ter um pouco de paz. Porém achava que não adiantaria muito, o namorado conseguia ocupar até mesmo seus poucos sonhos. Além do mais, corria o sério risco de não querer se levantar depois e precisava de um bom banho. Do tipo longo e relaxante, de preferência.
Tentando se distrair, Dean ligou a pequena televisão e começou a procurar algo para assistir. Filmes velhos, com mensagem de amor, paz e sabe-se-lá mais o que ocupavam quase toda a programação. O que sobrava dela era ocupada, em sua maioria, por programas musicais ainda mais insuportáveis.
Desligou o aparelho resmungando. Talvez devesse dar uma volta, ver se conseguia encontrar algum lugar aberto e comprar algo para comer e beber. Sim, pois uma cerveja gelada cairia muito bem agora...
Virava-se na direção da mesa onde havia posto as chaves do carro quando olhou de relance para a janela e viu que nevava. Imediatamente interrompeu seu movimento e se aproximou do local, afastando mais a cortina e melhorando a visão que tinha do lado de fora.
– Ótimo! Era só o que faltava...
Vencido, Dean se arrastou até a cama e jogou-se pesadamente sobre o colchão. Quase que imediatamente pensou em Sam ao seu lado, porém ainda sem se falarem, e aquilo comprimiu seu peito.
Ele não era o errado nessa história! Não era ele quem estava tendo malditas crises de "TPM"! Não era perfeito, sabia muito bem disso, mas a culpa não era só sua! Então por que teria que ser ele, Dean, quem daria o braço a torcer?
– Ah, foda-se o orgulho! A gente não tem passado por tudo isso pra ficarmos separados logo hoje!
O mais velho dos irmãos levantou-se da cama num salto e se dirigiu ao banheiro. Esperava que Sam não tivesse trancado a maldita porta ou teria de colocá-la a baixo, porque não ia esperar ele sair dali. Não mesmo!
O outro rapaz abriu a porta quase no mesmo instante e então os dois se viram frente a frente. Os olhares estavam firmes e por alguns instantes permaneceram apenas se encarando. Em uma sintonia invejável eles se moveram, ao mesmo tempo, um segurando o rosto do outro com firmeza enquanto as bocas se encontravam com uma urgência devastadora.
A mão direita de Dean desceu pelo corpo maior apalpando, puxando-o mais para perto. As línguas, desesperadas, se encontravam dentro da boca de Sam, duelando por espaço ou apenas buscando mais contato.
Não parecia haver mais nada ao redor dos dois. Quente. Tudo estava terrivelmente quente, como se estivesse em chamas. Ou melhor, seus corpos é que estavam em brasa. Ardentes de paixão, desejo.
Completavam-se não apenas fisicamente, mas "espiritualmente" também. Foda-se o fato de serem homens. E foda-se o fato de serem irmãos. Dean amava Sam, assim como Sam amava Dean. Simples, puro e arrebatador.
Quando a falta de ar tornou-se insuportável se separaram, porém mantiveram o contato visual. Firme, intenso. Não era preciso dizer nada. Mesmo com todos os problemas e desavenças que volta e meia tinham, só um podia compreender o outro. Só um podia amar o outro daquela maneira insana e sem limites.
A sociedade era uma barreira para o amor que sentiam, mas enquanto estivessem ali, fechados em seu "mundinho" particular, nada podia atingi-los. Nada podia feri-los.
Então naquele Natal, época onde o amor deveria ser exaltado, eles se amariam ao estilo Winchester... Louca e insanamente.
Fim
