É incrível com as coisas acontecem, quando eu achava que minha vida havia acabado, no momento em que deixei meus amigos e a casa que tinha crescido para trás, me mudando para uma cidadezinha em Lima, Ohio, foi quando de fato ela começou.
Era filha única de um casal gay, saímos de Oklahoma, a terceira maior cidade do país, rumo a terra natal de meus pais, Hiram e Leroy Berry. Eles haviam recebido uma proposta de um amigo de infância Juan Lopez, para trabalhar no hospital da cidade.
Chegamos em Lima ,no final de semana, meu novo quarto ainda estava cheio de caixas não havia conseguido arrumar tudo, a verdade é que me faltava coragem, ainda tinha um fio de esperança que meus pais desistissem.
Estrelinha já está na hora de acordar – ouvi meu pai batendo levemente na porta.
Esfreguei meus olhos, peguei meu celular na mesinha ao lado da cama, eram sete horas, levantei e fui direto para o banheiro, fazer minha higiene pessoal, era o meu primeiro dia na nova escola William McKinley.
Queria chegar mais cedo, como não conhecia ninguém podia aproveitar para dar uma volta pela escola, assim não ficaria tão deslocada. Coloquei umas roupas básicas, jeans, uma blusinha, uma jaqueta nada que chamasse atenção no primeiro dia.
Comi apenas uma maçã no café, meu estomago revirava de nervoso, meu pai havia me trazido hoje para que eu aprendesse o caminho, amanhã já viria sozinha, tinha que me acostumar com as mudanças.
- Santana está te esperando, ela vai te ajudar. Disse meu pai, me dando um beijo no rosto e desejando boa sorte.
Entrei na escola, o corredor estava vazio, exceto por uma garota latina encostada na parede.
Santana , era filha de Juan Lopez, nos vimos algumas vezes quando seu pai visitava Oklahoma. Pelo que me lembrava ela não era uma das pessoas mais doces e simpáticas.
- Oi Santana. Cumprimentei, com um sorriso.
- Anda logo Berry, estou aqui mais cedo por sua causa. Falou revirando os olhos e fazendo um gesto para que a seguisse.
Esperou que pegasse meus horários, me mostrando então meu armário, as pessoas já começavam a chegar. Agradeci aos céus ter a primeira aula de Biologia junto com Santana. Nos encaminhamos para sala, logo que entramos uma loira de olhos azuis acenou sorrindo para que nos aproximássemos.
- Oi S, disse a loira assim que se aproximaram.
- Oi Britt, essa é Rachel, a garota nova da cidade grande, apontando com a cabeça para mim.
Dei, apenas um sorriso fraco, e fui sentar do lado direito da latina, assim que a maioria dos alunos se acomodou na sala, o professor fez com que me apresentasse, pagando o maior mico, já que gaguejei.
O resto das aulas transcorreu sem problemas, Brittany disse para encontrá-las no refeitório no intervalo, que ia me apresentar alguns de seus amigos. Entrei apreensiva, buscando as meninas com olhos, logo as vi em uma mesa afastada conversando com algumas pessoas.
Apertei o passo para chegar mais rápido até elas, quando um vulto me jogou com força no chão fazendo com que caísse de bunda. Olhei atordoada uma garota loira me olhando com raiva.
- Não olha por onde anda, aberração!
- Olha por onde anda você, sua maluca.
- Qual é Fabrey , pare de assustar a Rachel, ela é garota nova. disse Santana surgindo atrás da loira.
- Ok, Lopez, só deixei essa imbecil longe de mim, me lançando o ultimo olhar de desprezo foi se sentar, com seus amigos.
- Mas que droga Berry, logo no primeiro dia já se metendo em confusão.
- Eu não tive culpa.
- Não interessa, as Fabray reinam aqui, a Franie é a mais vadia, fique longe dela e dos seus amigos e eles te deixam em paz. Disse fazendo enquanto nos juntávamos aos outros.
Fui apresentada aos seus amigos, Artie o garoto da cadeira de rodas, Sam o loiro com uma boca enorme, Tina asiática, que namorava Mike outro asiático, Mercedes uma negra com a risada alta e Kurt o garoto com trejeitos femininos. Todos foram extremamente simpáticos.
Mercedes me explicou a hierarquia do colégio, ninguém mexia com os atletas e as lideres de torcida, já que eles faziam parte do topo. Se você fizesse parte de qualquer outro clube recebia rasgadinhas diárias, já que era considerado um perdedor.
- Está vendo a mesa do outro lado?, falou Mercedes apontando discretamente.
Fiz que sim com a cabeça.
- Aquelas loiras, são as gêmeas Fabray, você já teve o desprazer de cruzar com a Franie a outra e a Quinn, olhei para menina que ela apontava, era a garota mais bonita que havia visto, a fiquei encarando por alguns minutos.
- Tudo Bem Rachel? Perguntou Kurt ao lado de Mercedes, estalando os dedos.
- Oh, Claro, sim, respondi apressadamente.
