Disclaimer: nada é meu, todos os personagens que vc reconhece são de J.K. Rowling e Warner Bros. EU NÃO TENHO CRIATIVIDADE SUFICIENTE PARA INVENTAR PERSONAGENS NOVOS.
Caneco Sujo
A rua estava completamente molhada devido à chuva que havia caído na tarde daqieçe mesmo dia. Árvores e calhas de telhados ainda continham água, deixando gotas caírem ocasionalmente no chão. A rua de pedra era precária, cheia de buracos e poças. "Definitivamente salto alto não foi uma boa escolha" pensava, enquanto se equilibrava para não cair.
- Rua Lawdic, nº 87.9, é aqui. - Disse em voz baixa, enquanto segurava um pedaço de papel e olhava para a porta do estabelecimento.
O lugar se parecia com um daqueles bares que você nunca iria entrar. O ar úmido, com odor de bolor e cerveja, enchia suas narinas. A taverna era inteira de madeira escura, com cortinas de veludo, um dia vermelhas, agora com manchas verdes e brancas de mofo. Mas os clientes não se importavam com a decoração. Só havia bruxos ali, todos maltrapilhos e nojentos, bêbados e decadentes. A maioria estava ocupada em beber e conversar, em alto e bom som. O resto, ou estava apenas preocupado em beber sozinho, prendido em seus próprios problemas, ou jogava cartas em uma mesa fundo do bar.
Quando ela entrou, não foi percebida. Usava uma capa velha que cobria todo o seu corpo e boa parte de sua face. Logo procurou uma mesa vazia, longe das cortinas malcheirosas. Sentou-se em uma cadeira velha, que apesar do pouco peso da moça, rangeu quando ela se sentou. Olhou ao seu redor e encontrou um elfo doméstico mais sujo que os clientes da taverna, se é que isto era possível, com uma touca roxa de lã desfiada.
- Vai beber algo, senhorita? - perguntou o elfo, enfatizando a palavra senhorita. Era muito raro aparecerem mulheres naquele bar.
Ela ignorou-o por alguns instantes, enquanto seus olhos ainda rodeavam o salão do bar. Logo voltou seus olhos para o elfo.
- Me dá um...- olhou a seu redor para ver qual era a bebida mais pedida, não queria chamar a atenção nem com seu drink. Viu que a maioria dos homens bebia Trappist, a cerveja escura da região - Um Trappist.
Assim que fez o seu pedido, o elfo desapareceu. Ela voltou sua atenção aos homens do bar.
O sujeito que procurava devia ser um deles, porém não sabia quem. Sabia que ele deveria ser um homem escandaloso e barulhento, que queria chamar atenção para si. Também sabia que em seus tempos áureos era um galanteador, e sempre tinha uma bruxa diferente em seus braços.
Pensando nisso, cruzou as pernas, deixando-as descobertas, porém ainda tinha sua capa cobrindo o resto do corpo. Percebeu um homem no bar que parecia se encaixar ao perfil que ela estava procurando. Ele conversava animadamente com o bar tender, rindo alto, e batia a mão no balcão entre uma gargalhada e outra.
Ela tinha uma intuição que esse era o homem que buscara, pois era o mais barulhento de todo estabelecimento. Inclinou o corpo para frente e arrastou a cadeira de posição, de modo que suas pernas descobertas ficassem à vista do homem no balcão.
Assim que sua cerveja chegou, ela começou a tomá-la, não tirando os olhos do sujeito à sua frente. Este, gargalhando de sua própria piada, a notou e começou a olhá-la com olhos interessados.
Ele pegou sua garrafa e se levantou de seu banco, indo à direção a mesa dela. Ela lançou-lhe um olhar de soslaio, satisfeita, e encarou o homem que agora estava de pé em frente a sua mesa.
- Uma moça tão... – ele a olhou de ponta a cabeça – refinada não é uma coisa comum neste bar.
Ela, agora encarando o homem, tirou o capuz de sua face, deixando seus cabelos loiros soltos caírem delicadamente sobre seus olhos.
- Desculpe, mas o senhor está dizendo que não sou bem-vinda? - disse de uma maneira sedutora, dando um sorriso ao final.
- De maneira nenhuma, senhora - O homem disse no mesmo tom - Não estou reclamando, só estou perguntando a quem devo agradecer por essa benção de ter o prazer da sua presença. – E finalmente se sentou na cadeira em frente a ela.
Reclinando o corpo nas costas da cadeira, ela o encarou, e depois tomou um gole de sua cerveja.
- Agradeça às ruas de Hignüif, pois é por culpa delas que me encontro perdida. Estava procurando a rua Grüentron, mas não a encontrei. Logo fiquei cansada de voar e achei este bar, você sabe, para descansar um pouco. - disse ainda no mesmo clima de sedução.
- Então, – Disse, levantando sua garrafa e propondo um brinde - Às ruas de Hignüif, que elas continuem sendo confusas para mais mulheres lindas me encontrarem.
Enquanto tomava sua cerveja, ela pensava em como o perfil descrito dele estava certo. "Egocêntrico" pensou.
- Pois me diga – disse ele ao terminar de beber sua cerveja - o que eu posso fazer para que sua estadia no Caneco Sujo seja mais agradável.
"Mudar o por quê deste nome seria agradável" pensou ela, olhando para o lado e vendo que o bar tinha um merecido nome.
Ela deu um suspiro leve e olhou fixamente para ele.
- Você poderia começar me contando seu nome...
"Já são 5 da manhã e nada da Ginny voltar!" Pensava o homem, impaciente, andando de um lado para outro da sala, numa freqüência que ameaçava criar um buraco no chão.
Logo ele foi à lareira e invocou uma mulher, que apareceu entre as chamas.
- Ela já voltou? – perguntou, seu tom de voz parecendo-se com um latido.
- Não, senhor, ela ainda não está na Central.
Com essa notícia, o homem colocou uma mão na cabeça coçando-a impacientemente.
- Assim que ela der algum sinal no radar, me informe imediatamente! - disse, assustando a mulher nas chamas.
Ele não esperou a resposta da moça e andou até a janela.
- Por favor, Ginny, não tenha se metido em nenhuma enrascada!
Assim que disse isso, a mulher reapareceu nas chamas.
- Senhor, segundo meu radar, ela está em território da Central. Estará no saguão de entrada em poucos minutos.
Suspirando aliviado e deixando os ombros caírem, ele correu para a porta.
- Tomara que esteja tudo bem com essa menina!
Correu escada abaixo, até estar no saguão de entrada do prédio. A porta abriu com um solavanco, mostrando uma loira bêbada agarrada a maçaneta. Logo ela levantou a cabeça, largou a maçaneta e ficou de pé. O homem a sua frente mostrava-se impaciente, de braços cruzados, e parecia bravo.
- Opa! A coisa deve estar feia para meu lado - Disse ela, claramente embriagada.
- Ginevra Weasley, você sabe muito bem qual era o limite de tempo desta missão. E se eu me lembro bem, este limite foi quebrado, ah... vamos ver ...– olhou para o relógio no seu pulso rapidamente - há 3 horas atrás! – terminou, com um tom de voz irritado.
- Ah Remie, não fique bravo comigo, eu só tava fazendo meu trabalho - A loira se justificou, colocando uma expressão inocente em seu rosto.
- Ginny, você tem noção de todas as coisas que passaram pela minha cabeça?! Eu até imaginei a cena de ter que contar para sua família que eu não cuidei bem de sua filha caçula! Sua mãe iria me amaldiçoar até minha 9º geração, e seus irmãos fariam picadinho de mim.- ele disse em um tom desesperado.
- Ai Lupin, não exagera! – respondeu, fazendo uma careta.
- Ginny, é sério, você estava sozinha em campo, você e um monte de bruxos bêbados. Eu sei lá o que podia acontecer!
Ignorando este último comentário, a mulher tirou do bolso um bloco de 10 folhas e estendeu na frente de Remus Lupin.
- Tá vendo isso, Remie? Isso são apenas 10 pergaminhos de informação sobre o Rei.
Remus mudou sua expressão de raiva para incredulidade. Não esperava que ela fosse conseguir tanto nessa missão.
- Como... Isso tudo é verídico? – Disse, folheando os pergaminhos.
- Querido, - disse sarcasticamente - não há nada que um bom par de pernas, muita paciência para ouvir um bêbado, e Trappist não façam! – disse, arrancando os pergaminhos da mão do homem. – Mas para isso meu bem, são necessárias muitas horas.
Remus parecia sentir um misto de satisfação e preocupação. Ainda não tinha perdoado a mulher pelas horas de atraso e desespero que ela o fez passar.
- Olha, me dê a informação que eu entrego para a Kitrina processar – disse delicadamente, pegando os pergaminhos de volta. - Você vai ao seu quarto, tira o efeito da poção de disfarce e vê se dorme direito, pois graças a seu trabalho de 6 horas, teremos muito o que fazer amanhã.
- Tudo bem, Remie! - Disse Ginny, prestando continência. - Boa noite. - Deu um beijo no rosto de Lupin e se virou para ir embora.
Depois de dar alguns passos em direção às escadas, ela se virou.
- Hei Lupin!- o homem, que estava indo na direção oposta, virou para encará-la - diz para a Tonks que ela tá fazendo falta. - Deu uma risadinha e voltou ao seu caminho em direção às escadas.
Lupin apenas abanou a cabeça, e se encaminhou para o Departamento de Informação da Central de Inteligência da Dinamarca.
Seu sapato fazia um barulho típico no chão de mármore. Com o tamanho do corredor e sua falta de móveis, o barulho ecoava nas paredes. Parou quando encontrou a tapeçaria velha que ilustrava a mesa redonda e os cavaleiros do Rei Arthur. Lupin parou e murmurou duas palavras. Logo passou pela tapeçaria, como se fosse um fantasma.
A peça de arte era a porta da sala de controle, uma grande sala, com um pé direito alto. Ela era clara, e escura ao mesmo tempo. Sua parede verde escura absorvia toda iluminação que vinha do teto encantado. A sala guardava vários aparelhos bruxos, espelhos, painéis e bolas de cristais e tinas de água e outras poções. Parceria uma sala de operação trouxa, mas ao invés de computadores e aparatos assim, tinha aparelhos bruxos.
Logo que entrou, Remus olhou em volta. Não estava acostumado com a sala. Seu olhar repousou em uma mulher em seus 27 anos, alta, que estava em uma pequena mesa curvada sobre pergaminhos. Seu cabelo loiro estava mal tratado e amarrado de uma maneira bagunçada em um nó em cima de sua cabeça. Era justamente quem ele procurava.
- Kitrina! - ele a chamou, e ela logo levantou sua cabeça para olhá-lo – a agente 1090 acabou de voltar com informação. – Disse, e foi ao encontro da loira.
Kitrina Mascoywik deu um suspiro cansado, ajustou os óculos e se endireitou na cadeira. Lupin deu a ela os papeis que Ginny tinha conseguido. Ela pegou e folheou as páginas, vendo o que eles continham. Tinha a letra perfeita de uma pena encantada, porém seu conteúdo estava muito confuso.
- Deixe-me adivinhar, ela chegou... alterada?- disse, olhando por cima dos óculos para o homem.
- Como você sabe? Ela faz isso com freqüência? – Perguntou Remus, surpreso, para a moça.
- Não, a agente 1090 é muito competente e profissional. Porém, esse pergaminho está muito confuso e bagunçado. As primeiras páginas estão boas, mas depois tudo fica mais confuso. – Assim que falou, foi se dirigindo à escrivaninha, não tirando os olhos do papel. Sentou-se na cadeira e ajustou os óculos.
- Mas... Tem informação útil aí, não? – Perguntou Lupin, com uma expressão perocupada no rosto.
- Sim, sim, claro!- Respondeu rápido a moça. - Só temos que organizar e otimizar a informação. – Não se preocupe, Sr. Lupin, terá a informação clara e compacta.
Com a resposta da moça, ele ficou mais tranqüilo. Por alguns segundos ele apenas observou-a ler os papéis, enquanto uma pena de escrita rápida escrevia coisas num pergaminho ao lado. Começava a sentir o efeitos do cansaço em seu corpo. Já eram 5:30, os raios de sol iam aparecer logo, e ele não tinha dormido nada.
- Escuta, Kitrina, se estiver tudo bem, acho que vou dormir. – Disse, passando a mão em seu pescoço.
- Sim, Lupin, pode ir que eu vou ficar aqui trabalhando. - Voltou a atenção aos papéis.
- Você não vai querer dormir não? Kitrina, o dia já vai começar. – ele olhava cansado para a mulher.
- Você está brincando? Esse é o melhor horário para trabalhar! Ninguém está aqui e ninguém está em campo. Isso aqui fica um paraíso! – Disse em um tom obsessivo. Lupin pôde notar que a moça realmente gostava de seu trabalho.- Boa noite Sr. Lupin. - olhou para a janela e acrescentou – ou devo dizer bom dia?
- Boa noite Kitrina - disse Lupin, deixando a moça trabalhar.
Atravessando a tapeçaria de saída, ele parou em outro andar. Olhou para trás e viu que não foi a mesma tapeçaria pela qual ele havia entrado. Agora era uma tapeçaria de astros, em um espaço cósmico.
- Ótimo! E agora como vou voltar pra meu quarto? - Lupin estava cansado e perdido. Ele não fazia parte da Central de Inteligência, era apenas um integrante do Ministério que estava utilizando serviços da Central.
A Central de Inteligência Bruxa era o lugar perfeito para conseguir informação. Qualquer tipo de informação.
Lupin, que estava oficialmente perdido, tinha andado por corredores e subido escadas que nunca tinha visto antes. Já eram 6:00 da manhã e ele estava cansado demais para ficar brincando de pique-esconde. Decidiu lançar um feitiço de quatro pontos para achar-se no castelo. Depois de 3 minutos estava em frente à porta de seu quarto. Abriu-a e foi direto ao armário tirar suas vestes.
Depois se dirigiu à gaiola na qual estava uma coruja e mandou uma carta para seu departamento, pois com a informação que Ginny colheu, eles haviam obtido um avanço no caso. Depois disso, nenhum pensamento sobre seu trabalho invadiu sua cabeça novamente. Ele apenas se dirigiu à cama e desabou no colchão. Finalmente ia poder dormir tranqüilo.
N/A: Capítulo curto, pois é o começo, não quero explicar tudo no primeiro cap. Minha nova e querida beta Ashtray girl.disse que Remus Lupin está um pouco OOC (out of Character, ou seja,fora do personagem) . Talvez nos proximos cap eu torne ele mais sério e mais In character.
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