N/A: Essa fic é uma adaptação de um livro que eu li há muito tempo atrás: O Plano Perfeito de Sidney Sheldon. Vou manter o título como uma forma de prestar homenagem à esse grande autor e também porque eu não tenho nenhum outro melhor em mente. É isso, queria pedir a vocês que leiam e o mais importante de tudo, se divirtam lendo a fic!!!

Capítulo 1 - O Reencontro

O primeiro registro no diário de Virgínia Weasley dizia o seguinte:

Querido Diário: Esta manhã conheci o homem com quem vou me casar. Papai e mamãe não gostam dele, mas eu não acho que ele é tão mal assim!

Gina não sabia por que, mas sabia que aconteceria exatamente isso.
Tinha sido naquele dia na Livraria, na tarde de autógrafos de Gilderoy Lockhart. Gina se lembrava muito bem dele.
Estava quente e tinha ido junto com a sua mãe comprar seus livros de Hogwarts. Tinha sido nesse fatídico dia também que levara a Hogwarts por engano o Diário de Tom Riddle. Mas fora o pai dele que fizera aquilo e Gina não achava justo por a culpa de alguma coisa que o pai fizesse no filho.
Aquela declaração tinha sido feita naquele dia. Era uma declaração simples e otimista, sem o menor presságio da dramática corrente de acontecimentos que estava prestes a ocorrer.
Sempre tentou fugir desse sentimento e tinha conseguido. Gina já havia saído de Hogwarts e não via Malfoy há muito tempo. E agora, Gina trabalhava numa Agência de Relações Públicas de Londres.

Era um desses dias raros e felizes em que nada podia sair errado, em que nada ousaria sair errado. Virgínia Weasley não tinha o menor interesse por astrologia, sua experiência com isso em Hogwarts não tinha sido muito boa, mas naquela manhã, ao folhear o Profeta Corvinal, um horóscopo na coluna de astrologia assinada por Sibila Trelawney atraiu sua atenção.

PARA LIBRA (23 DE SETEMBRO A 22 DE OUTUBRO).
A LUA NOVA ILUMINA SUA VIDA AMOROSA. VOCÊ ESTÁ NO AUGE DE SEU CICLO LUNÁTICO, E DEVE PRESTAR MUITA ATENÇÃO A UM EVENTO NOVO E EXCITANTE EM SUA VIDA. O SIGNO COMPATÍVEL É ESCORPIÃO.
HOJE SERÁ UM DIA MEMORÁVEL. ESTEJA PREPARADA PARA DESFRUTÁ-LO.

"Esteja preparada para desfrutar o quê?" - pensou Gina irônica. Sabia que não se podia confiar em nenhuma previsão de Sibila que predizia o assassinato de Harry a todo instante e, no entanto, Harry estava vivo até hoje. Harry, esse nome fez Gina lembrar-se de coisas que eram para ficar escondidas no fundo de sua alma e que não queriam que aflorassem novamente.
Virgínia Weasley era executiva de relações públicas da Brawner & Tiffer, empresa que geralmente fazia outdoors bruxos, campanhas de pessoas que queriam chegar a algum cargo. Tinha marcado três reuniões para aquela tarde, a primeira com a Questions Bulder. A segunda reunião seria com a Quick´n Burders e a terceira com a London Broom Company. Dia memorável?
Aos vinte e sete anos, com um corpo esguio e provocante, Virgínia Weasley tinha uma aparência sedutora e exótica: olhos profundamente castanhos, cabelos extremamente vermelhos, que usava compridos, com uma elegante simplicidade. Uma amiga de Gina lhe dissera em uma ocasião:
- Se você é bonita, tem um cérebro, uma vagina e uma varinha, pode dominar o mundo.
Virgínia Weasley tinha se tornado uma mulher deslumbrante, tinha um QI de 170 e a natureza cuidara do resto. Mas considerava sua aparência uma desvantagem. Os homens lhe passavam cantadas ou até a pediam em casamento, mas poucos se davam ao trabalho de tentar conhecê-la de fato.
Além das duas secretárias que trabalhavam na Brawner & Tiffer, Gina era a única mulher naquela empresa. Os outros quinze funcionários eram homens. Gina levara menos de uma semana para constatar que era mais inteligente do que todos eles juntos. Fora uma descoberta que decidira guardar só para si.
No início, dois colegas, tentaram levar Gina para a cama. Ela os dispensara sem muita dificuldade:
- Peça mais uma vez e irei embora.
Não houveram mais tentativas. Gina era uma funcionária valiosa demais para que a perdessem.
parO dia memorável prometido por Sibila começou às onze horas daquela manhã. Jason Kriegs, seu chefe naquele departamento, entrou na grande e arejada sala de Gina para anunciar:
- Temos um novo cliente. Quero que você cuide dele, pois precisaremos de muita diplomacia. E em se tratando de diplomacia, você é a melhor por aqui.
Gina com certeza era a mais indicada quando se tratava de diplomacia. E mesmo que não fosse, sabia que com Jason Kriegs era melhor não protestar.
- Está bem. Qual é a firma?
- Não é uma firma. É uma pessoa. Draco Malfoy.
Draco Malfoy. Aquelas palavras caíram como bomba na cabeça de Gina. Há tanto tempo não o via.
- Você não pode designar outra pessoa para ajudá-lo?
- Não. Todos estão ocupadíssimos. Você foi a escolhida. E é a melhor para fazer isso.
- Ah, tudo bem. Não vai adiantar discutir mesmo não é?
- É. Não vai adiantar. - disse Jason dando um daqueles famosos sorrisos.
E a conversa terminou ali.
Gina, então, prometeu a si mesma que nunca mais ia se deixar levar pelas palavras doces de Draco Malfoy, mesmo que isso custasse todas as suas forças. E nesse instante, Gina se lembrou do seu diário. "Ah não!"
Draco Malfoy tinha se tornado um dos mais respeitáveis defensores do mundo bruxo. Com uma
carreira jurídica brilhante, era considerado, aos 24 anos de idade, o solteiro mais cobiçado do mundo bruxo, depois de Harry Potter. Era sempre convidado pelos principais jornais a dar entrevistas. Tinha se tornado um homem muito bonito, com os mesmos cabelos platinados, os mesmos olhos cinzentos de sempre, porte atlético e um sorriso estonteante. Tinha a reputação de ter levado para a cama a maioria das mulheres de estudaram em Hogwarts naquela época. Graças a Merlin, Gina tinha fugido desse carma.
- Claro que sim. O que vamos fazer por ele?
- Vamos tentar ajudá-lo a se tornar vice Ministro da Magia. Ele está vindo para cá neste momento.
- Jason, você ficou maluco? Draco, vice Ministro da Magia? O que você acha que ele vai fazer? Ele é filho de um dos Comensais da Morte.
- Você está muito enganada Gina, Draco Malfoy mudou muito. Parece mais receptivo.
- Bom, se você diz... - a expressão de Gina era bastante desconfiada.
Draco Malfoy chegou um tempo depois. Estava ainda mais atraente pessoalmente do que nas fotografias. Exibiu um sorriso entusiasmado ao ser apresentado a Gina.
- Weasley... Como vai? E Harry Potter? Espero que ele não tenha ficado ressentido comigo por qualquer motivo. Fico contente por saber que vai cuidar da minha campanha. Dizem que é uma ótima relações públicas.
Ele não era absolutamente nada daquilo que Gina esperara encontrar. Esperava um homem simpático, alegre e feliz. Mas havia ali amargura e infelicidade presentes no olhar de Draco. Por um momento, Gina sentiu-se meio desorientada, sem saber o que dizer.
- Eu... Obrigada. Todos estão bem. Rony e Hermione casaram-se e tem uma filha, Serena. Mas sente-se, por favor.
Draco Malfoy se acomodou numa cadeira.
- Vamos começar pelo início. - sugeriu Gina. - Por que resolveu disputar o cargo de Vice-Ministro da Magia?
- É muito simples. O Mundo Bruxo precisa de gente que bote ordem nas coisas. E além do mais, Londres é um lugar maravilhoso. Sabemos disso porque vivemos aqui e assim podemos desfrutar sua magia, mas a maior parte dos bruxos acha que o Ministério devia se mudar daqui e ir para Godric´s Hollow ou Farmsbellow, por exemplo. Londres tem mais a oferecer do que uma dúzia de outros lugares juntos. A história do país começou aqui. Temos as mais lindas paisagens do mundo... Quero mostrar o que temos aqui ao resto do mundo bruxo.
Ele falou com uma profunda convicção e Gina se sentiu novamente extremamente atraída. Pensou na coluna de astrologia. Pensou no que havia escrito há muito tempo atrás em seu diário.

A lua nova ilumina sua vida amorosa. Hoje será um dia memorável. Esteja preparada para desfrutá-lo."

Querido Diário: Esta manhã conheci o homem com quem vou me casar.

Draco Malfoy estava dizendo:
- A campanha só vai funcionar se você acreditar nela com tanto vigor quanto eu.
- Eu acredito. - disse Gina rapidamente. Depressa demais? - Estou ansiosa em participar.
Ela hesitou por um momento.
- Posso lhe fazer uma pergunta?
- Claro.
- Qual é o seu signo?
- Escorpião. Por que Gina?
- Oh nada!

O SIGNO COMPATÍVEL É ESCORPIÃO.

- Foi um prazer vê-la novamente, Gina.
Depois que Draco Malfoy se retirou, Gina não conteve o entusiasmo.
- Parece que é um homem sincero. Realmente preocupado. Acho que dará um excelente vice Ministro.
Jason fitou-a com uma expressão pensativa.
- Não vai ser fácil.
Ela ficou perplexa.
- É mesmo? Por que não?
Kriegs deu de ombros.
- Não sei direito. Há alguma coisa acontecendo que não posso explicar. Viu Malfoy em todos os cartazes e nos jornais?
- Vi, sim.
- Pois isso parou.
- Não entendo. Parou por quê?
- Ninguém sabe com certeza, mas há inúmeros rumores muito estranhos a respeito. Um dos rumores é de que alguém que apoiava Malfoy, entrando com todo o dinheiro para sua campanha, por algum motivo se afastou, de repente.
- No meio de uma campanha em que ele estava na frente? Não faz sentido, Jason.
- Sei disso.
- Por que ele nos procurou?
- Malfoy quer mesmo ser eleito. Acho que ele se tornou uma pessoa mais ambiciosa e preocupada. E pensa que pode dar sua contribuição à política. Gostaria que preparássemos uma campanha que não lhe custasse muito dinheiro. Ele não tem mais condições de comprar espaço em qualquer dos jornais. A única coisa que podemos fazer por ele agora é conseguir entrevistas, distribuir notícias para a mídia, essas coisas. - Kriegs fez uma pausa, balançou a cabeça. - Malfoy sofreu uma queda considerável nas pesquisas nas últimas duas semanas. É uma pena. Ele é uma boa pessoa. Faz muitos serviços de utilidade pública. E estou convencido de que ele daria um bom vice Ministro.

A primeira parte da infância de Virgínia Weasley tinha sido ótima. Ela era uma criança de inteligência extraordinária. Seu pai era do Departamento de Artefatos Trouxas do Ministério e a mãe, dona-de-casa. O pai era um homem bonito, aristocrático e intelectual. Um pai dedicado, que cuidava para que a família sempre viajasse junta nas férias. Adorava Gina.
- Você é a queridinha do papai. - dizia ele.
Sempre comentava que ela estava linda e nunca deixava de elogiá-la por suas notas, seu comportamento, suas amigas. Gina não fazia nada de errado aos olhos dele.
Em seu nono aniversário, o pai comprou um lindo vestido de veludo marrom, com punhos de renda. Pediu-lhe que pusesse o vestido e a exibiu para os amigos quando apareceram para o jantar.
- Ela não é linda?
Gina o idolatrava.
Certa manhã, quando estava no sétimo ano de Hogwarts, numa fração de segundo, usa vida maravilhosa se desvaneceu. A mãe, com o rosto manchado de lágrimas, foi até Hogwarts, pediu a Dumbledore que a chamasse e sentou-se à sua frente.
- Querida, seu pai... Se foi. Aconteceu em uma daquelas expedições aos trouxas. - Gina não compreendeu a princípio. - Quando ele voltará?
- Ele não vai mais voltar. Morreu. - disse sua mãe chorando.
E cada palavra foi como uma faca afiada a penetrá-la.
No decorrer do ano seguinte, Gina observou a mãe se recolher mais e mais para dentro de si mesma. Ela perdera todo e qualquer interesse pela vida. Gina sempre achara que "morrer de coração partido" era apenas uma frase vazia, ma acabou observando, impotente, a mãe definhar e morrer. Quando as pessoas lhe perguntavam de que a mãe tinha morrido Gina respondia:
- Ela morreu de coração partido.
E decidiu que nenhum homem jamais faria isso com ela. Depois da morte da mãe, Gina foi morar com uma tia em Londres e se formou pela Escola de Relações Bruxas de Londres. Em seu último ano de faculdade, foi eleita rainha da beleza. Recusou diversas propostas de agências de modelos.
Ela teve dois namoros breves, o primeiro com um astro de quadribol da universidade, o outro com um funcionário do Ministério da Magia. Ambos a deixaram rapidamente entediada. O problema era o fato de ser mais inteligente do que os dois.
A tia morreu pouco antes de Gina se formar. Logo em seguida, ela se candidatou a um emprego na Brawner & Tiffer.
- Impressiona de fato. E você está com sorte. Precisamos de uma secretária.
- Uma secretária? Eu esperava...
- Sim?
- Nada.
Gina começou como secretária, tomando anotações em todas as reuniões, a mente sempre julgando e pensando e meios de melhorar as campanhas de propaganda que era sugeridas. Certa manhã, um executivo de campanha disse:
- Pensei no logotipo perfeito para a campanha do Rancl Beef Chili. Podemos mostrar na etiqueta da lata um vaqueiro laçando um boi. Sugere que a carne é fresca e...
"É uma idéia horrível" - pensou Gina. Todos a fitaram e ela percebeu, horrorizada, que falara em voz alta.
- Importa-se de explicar, mocinha?
- Eu... - ela gostaria de estar em outro lugar. Qualquer um. Todos esperavam. Gina respirou fundo. - Quando as pessoas comem carne, não querem ser lembradas de que estão comendo um animal morto.
Houve um silêncio prolongado. Por fim, Jason Kriegs limpou a garganta e comentou:
- Talvez devêssemos pensar mais um pouco a respeito.
Na semana seguinte, durante uma reunião para discutir a nova campanha de um sabonete especial, um dos executivos propôs:
- Vamos usar vencedores de concursos de beleza.
- Com licença - interveio Gina, hesitante. - Creio que isso já foi feito. Por que não podemos mostrar lindas comissárias de bordo do mundo inteiro para mostrar que nosso sabonete é universal?
Em reuniões subseqüentes, os homens passaram a recorrer cada vez mais à opinião de Gina.
Um ano depois, ela era redatora júnior e, dois anos mais tarde, tornou-se uma executiva de Relações Bruxas, cargo que sempre queria, cuidando tanto de propaganda quanto de relações públicas.
Draco Malfoy era o primeiro grande desafio que Gina tinha na agência. Duas semanas depois de ele procurá-los, Kriegs sugeriu a Gina que talvez fosse melhor abandonar a campanha, já que ele não podia pagar os honorários normais da agência. Gina persuadiu-o a continuar com a campanha, dizendo:
- Encare como um serviço de utilidade pública. - Kriegs estudou-a em silêncio por um momento. - Está bem.

N/A: E ae galerinha, o que acharam do primeiro capítulo? Espero que tenham gostado. Eu estou gostando bastante de fazer essa fic, é a minha primeira onde a Gina tem um relacionamento com o Draco... É isso ae, bjus e resenhem a fic...

Trecho do próximo capítulo: Depois, ela não saberia dizer quem fez o primeiro movimento. Tudo o que podia lembrar era de os dois se despindo, de cair nos braços de Draco, da pressa desenfreada e primitiva com que fizeram amor Depois, houve uma fusão lenta e tranqüila, num ritmo intemporal e extasiado. Foi a sensação mais maravilhosa que Gina já experimentara.