Oi, gnt! Bom, estamos aqui para mais uma fic! Só lembrando a todos... Saint Seiya e seus personagens origiais não me pertecem, mas ao Masami Kurumada. Eu não ganho nada com isso além do prazer de escrever. Tenho alguns personagens criados por mim, mas só p/ deixar minhas histórias mais interessantes.
Mas... Voltando... Acho q surtei galera! Tava conversando estes dias c/ a Juh (Black Scorpio no Nyx) sobre isso, baixou o espírito de filha de Eros aqui, e tô querendo achar par p/ td mundo! Será q consigo! Espero q sim. Hoje é a vez de começarmos a hitória do homem mais próximo dos Deuses. Será q o buda tb ama? Bom... É o q veremos. Espero q gostem da minha nova fic! Boa leitura a todos e comentem, onegai! ^-^v
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Justiça dos Deuses; Justiça dos Homens
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Capítulo I
"O que estou fazendo aqui?" - se perguntava sempre - "Eu queria ter ficado em casa"
Os móveis haviam acabado de ser postos no lugar após uma longa viagem, que ficara tão cara quanto o transporte dos móveis, a montagem e o aluguel que teria de pagar todo mês. Ela não estava acostumada com a cidade grande, e aquela baderna a deixava com dor de cabeça. Como poderia se concentrar em seu trabalho com tanto barulho? Mas agora a preocupação era outra ainda. "Tenho que limpar tudo... Sozinha, como sempre!" - A noite foi longa e cansativa, e no dia seguinte teria de acordar bem cedo para o trabalho. Ela era advogada, e o escritório era uma salinha externa na própria casa alugada. A semana foi passando, ela passou na casa dos advogados, que ficava no fórum central da cidade para se apresentar e saber como conseguir clientes. Ela havia conseguido seu primeiro cliente e tudo estava muito calmo. Calmo como ela nunca havia se acostumado. "Bom... Pelo menos aqui eu tenho um pouco de paz e tempo para mim mesma..." - pensou finalmente.
Ela estava quase sempre sozinha, não tinha muitas amizades, aprendera a viver sozinha, nunca tivera muitos amigos, era difícil ter amigos em sua cidade, em que tudo o que mandava era o nome, o dinheiro e a moda... Era difícil ter amigos para alguém como ela, que não se corrompia, que não gostava de fofocas, que não gastava dinheiro com futilidades só porque a atriz fulana de tal está usando na novela. Trabalhava duro, e acabava tendo que fazer até mesmo o trabalho dos outros que não queriam fazer nada. "Já que ela adora trabalhar e não se mistura com ninguém, não tem nada de mais dar um pouco mais de diversão pra ela!" - era o que pensavam. Quando saiu do cartório para ser advogada, pelo menos, não tinha que fazer trabalho de ninguém. Mas enquanto antes estava sozinha na multidão, agora estava quase sozinha na raiz da palavra.
Era seu marido que a incomodava... Todos os dias chegava do trabalho reclamando de alguma coisa. Ou era porque tinha que atender a dois telefones sozinho, ou porque alguém passava trote e o obrigavam a ser cordial, ou porque era trabalho de novato e não de veterano como ele... Estava sempre em conflito com o chefe, que só o mantinha por ser o filho de um grande cliente da empresa que não queria perder. O que não sabia era que, por ser o filho mais desleixado e encrenqueiro, o pai perdera a paciência e o tirara do testamento. Ele não tinha nada. Mas como não sabia disso, e ele certamente não seria bobo de contar, o chefe tinha medo de mandá-lo embora. Ele chegava em casa sempre reclamando do próprio serviço sendo que muita gente daria de tudo para estar no lugar dele, reclamando de todos os colegas, que na verdade já estavam de saco cheio de tantas encrencas e brigas e "cabelos em ovo" que ele arrumava, reclamando que estava fazendo trabalho de estagiário, sem nenhum prestígio, sendo que esta estava sendo a última opção para ele, já que parecia não se adaptar em lugar nenhum. Todos já comentavam que seu problema era que não queria trabalhar em nada, mas ainda assim queria ganhar.
Do lado dela, sempre que tentava falar alguma coisa desagradável, esperando palavras afáveis e apoio emocional, esperando que ele a fizesse olhar por algum lado positivo que ela não enxergava na situação, a única coisa que conseguia era escutá-lo gritar um milhão de palavrões que, segundo ele, ela deveria soltar aos quatro ventos quando alguém a tratasse de forma que ela não gostasse... Completamente antiético, imoral e estúpido, ela sabia, mas não era nada, pois por ele, sairia espancando todo mundo que olhasse torto. Por outro lado não era isso o que ele mesmo fazia, ao contrário, se fingia de louco, encenando espasmos e momentos de autismo para ganhar mais um tanto de licenças médicas e ficar em casa enchendo a cara com uma média de dez latas de cerveja e três quartos de uma garrafa de qualquer destilado que aparecesse na frente (de preferência o mais forte) por dia. Isso em dias normais, porque em feriados e fins de semana...
"Como eu acabei casada com isso...?" - se perguntava sempre - "Não era assim..."
Ela se lembrava de quando se conheceram, ele era um moço alto, bonito, da cidade grande, tinha vivido por conta própria por um tempo, ou pelo menos era o que contava, pescando, e havia servido o exército com direito a medalha de honra ao mérito. Era engraçado, simpático, alegre, carinhoso... E não bebia... Mas depois do casamento, ele foi se mostrando cada vez mais inconsequente e mimado. Sempre a levara a lugares onde acabava dormindo de bêbado e a deixando trancada sozinha numa casa estranha de um lugar estranho, ou levava amigos em casa, com suas namoradas de nariz em pé que não conversavam com ela e, depois, deixavam a casa toda imunda para ela limpar. Algumas vezes o marido a deixara sozinha com as visitas e fora dormir de tão bêbado. "Depois me acusa de ter amante... Eu poderia ter todas as dezenas de amigos que ele já levou em casa, se quisesse, e ele nem perceberia... Vai ver eu devia mesmo ter posto um belo par de chifres naquele traste!" Nos últimos tempos, ele passava noites sem deixá-la dormir, fazendo monólogos infindáveis do quanto ele era injustiçado, do quanto a amava sem que ela correspondesse, a acusava de ser fria, de não o querer mais, de o estar abandonando quando ele mais precisava. Dizia que era o jeito dele, que sempre fora assim, e que ela devia aceitá-lo. Mas ele nunca aceitava os supostos "erros" dela. Ele gritava, chorava, esperneava e esmurrava as coisas, ameaçava se matar com uma arma e depois ficava se remexendo na cama de forma a bater nela durante o sono "sem querer".
Mas nada disso foi o pior. O pior foi quando entrou bêbado num dos júri que estava fazendo. Na noite anterior cometera o erro de comentar que o juiz estava pendendo para o lado do homem que acusava injustamente seu cliente, e que, talvez, houvesse dinheiro envolvido. Ela se lembrava da cena, ele com os olhos inchados e vermelhos e aparência de quem está possuído por algum demônio, abrindo a porta abruptamente, indo até a bancada do juiz e falando com a voz engrolada.
- Posso saber que palhaçada é essa aqui?
- Senhor, isso é um tribunal! Retire-se antes que eu chame os seguranças!
- Chama a puta que te pariu! Eu sei muito bem que você ta puxando a sardinha pro lado daquele filho da puta ali! - e apontou para o acusador.
- Marcus, o que está fazendo! - a mulher tornou quase em desespero.
- O que você já devia ter feito! Isso aqui é uma palhaçada!
- Quer parar com isso? Saia daqui! É o meu trabalho!
- Trabalho de merda! Os desgraçados estão pagando pra esse juiz de merda e você chama isso de trabalho? Foi só dinheiro mesmo? Ou ele te deu a bunda seu juiz de merda?
- Chega, Marcus!
- Seguranças! Levem-no daqui!
Os seguranças o levaram, mas ela nunca mais teve coragem de voltar ao fórum. "Desde aquele dia, ele destruiu tudo que eu tinha por lá. Esta cidade é a mesma porcaria que aquela, mas pelo menos lá eu conhecia algumas pessoas, eu tinha crédito na cidade, e era muito mais calmo... Eu não queria vir pra cá... Por que ele tinha que me obrigar a sair da minha casa?" Olhou o calendário, em uma semana ele sairia da sua curta prisão, e quando chegasse em casa, perceberia que estava fechada, sem os móveis, sem as coisas dela, só com as roupas dele amontoadas num canto. Em cima da pilha, os documentos do divórcio e o contrato de venda da casa para ele assinar. Quanto tempo demoraria para ele começar a ligar, como sempre fazia, fazendo-a passar vergonha nas raríssimas vezes em que ia fazer uma unha ou cabelo, ou limpeza de pele, ou simplesmente dar uma volta no shopping sem comprar nada, só para perguntar onde estava e porque a demora? Quanto tempo até começar a dar escândalos por causa do pedido de separação? E até ele descobrir onde estava e vir fazer vexames ali também? Ela não aguentaria passar por aquela humilhação novamente.
Mas ela estava decidida, nem que tivesse que morrer, ela se separaria dele. Acostumara-se a achar que nunca conseguiria, já havia tentado conversar com ele a respeito diversas vezes, mas é claro que ele nunca estava em condições de discutir civilizadamente, sem contar a chantagem emocional de irritar até mesmo o Buda! Estava agora indo em direção ao tribunal, seu cliente, um jovem que estava no lugar errado e na hora errada, foi acusado de tráfico. Arrumou os amigos errados pensando que estava tudo bem, o usaram de bode expiatório, colocando a droga escondida em seu carro. Quando a polícia chegou, eles fugiram e deixaram o colega com a culpa. Mas a defesa que ela tinha feito havia levado em conta todas as provas, ela tinha certeza de suas chances.
Foi nesta manhã, com a suave brisa de Atenas que enlevava seus cabelos ondulados e revoltosos da cor do cobre, que Lucy pisou nas escadarias do fórum para sua primeira atuação na capital. Com seu terninho elegante de saia pregueada até os joelhos, e sapatos de salto baixo e confortáveis, ainda que sociais, ela parecia uma verdadeira Lady. E foi também nesta manhã que ela percebeu uma estranha figura nas escadas do tribunal. Quem seria aquele jovem alto e de longos cabelos lisos e loiros, que andava na mesma direção que ela, ainda que com seus olhos fechados, mas sem nenhuma muleta ou outro auxílio para perceber o caminho? Ele tinha uma única pinta no centro da testa. Talvez fosse indiano. Mas onde já se viu indiano tão branquinho e loiro? Quem sabe algum seguidor de sabe-se lá que religião hindu. Mas não era hora de se pensar em tal assunto. Tinha um trabalho a fazer, coisa que sempre levava muito a sério.
Sua atuação no júri, como sempre, foi louvável. Os homens olhavam para aquela delicada mulher que relatava seus argumentos de forma tão firme e convincente, ao mesmo tempo em que era comovedora, e se sentiam absortos em sua voz e linha de raciocínio. Ela não era do tipo manipulador, como estavam acostumados a ver, mas lidava com os fatos de forma tão hábil que qualquer um dos veteranos ali se sentia diminuto. Ela levava a audiência com perícia, mas ainda assim não conseguia deixar de notar a presença daquela mesma figura que encontrara na entrada do tribunal. Com uma calça social e camisa de linho de cores neutras, os cabelos presos num rabo de cavalo baixo, sapatos sociais e as franjas caindo sobre os olhos sempre fechados, ele permanecia ali, com um semblante compenetrado, as pernas cruzadas e a coluna sempre muito reta. De onde surgira tal criatura? Até parecia um lorde, em tal posição, com uma das mãos a apoiar o queijo como quem presta o máximo possível de atenção. Duro era saber se ele, na verdade, não havia dormido. Mas com este pensamento, Lucy mascarou habilmente o sorriso e se concentrou ainda mais em seu trabalho. Ao fim do dia, ela estreara sua carreira na capital com uma belíssima vitória.
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O homem loiro e alto, de porte atlético em sua toga branca, subia calmamente as escadarias, deixando atrás de si um belo jardim de rosas e doze templos em estilo grego. Adentrou o próximo e último templo, atravessando o corredor entre as grandes pilastras e parou diante da porta enorme de madeira nobre com armação de metal brilhante e desenhos em alto relevo. Os dois soldados de guarda puxaram suas lanças para mais perto de seus corpos e fizeram uma reverência ao jovem que, mesmo estando de olhos fechados, respondeu da mesma forma como se os pudesse ver.
- Por favor, avisem o Grande Mestre e Athena que retornei com as informações que me foram pedidas. – disse educadamente.
- Agora mesmo, Sir Shaka. – respondeu um deles, provavelmente o veterano, e entrou na sala com mais uma reverência.
Pouco se passou, e o soldado retornou abrindo a passagem para o virginiano, que novamente se inclinou de leve, como num agradecimento, e entrou. Em suas vestes de grande sacerdote, mas sem a máscara que usava sempre o Grande Mestre, Shion o recebeu com um amigável sorriso, assim como a jovem Athena. Shaka se aproximou do trono e apoiou um dos joelhos ao chão, abaixando a cabeça numa respeitosa reverência.
- De pé, Shaka. – disse Athena com voz doce – Que notícias tem para mim?
- Senhorita Athena, como havia dito, realmente veio para a capital grega uma mulher que atua como advogada nos tribunais. Eu a observei por hoje, e arrisco dizer que seu desempenho é dos melhores que já vi. Ela é muito inteligente e absolutamente honesta.
- Privilégio de poucos da função... – disse Shion com um leve sorriso.
- Infelizmente. – respondeu Athena. – Mas se é assim como esta dizendo, imagino que seja exatamente o tipo de pessoa que estou procurando.
- E quais os planos para esta pessoa? Se me permite perguntar. – tornou Shaka.
- Bem, é muito simples. Eu continuo como presidente da fundação Graad, afinal, uma empresa de grande porte como esta não poderia simplesmente desaparecer do dia para a noite, e eu não pretendo vendê-la. Até porque, precisamos de uma ligação com o mundo fora do Santuário. O que pode ser muito positivo se pensarmos que, através dela, poderemos fazer muito mais pela Terra do que apenas protegê-la contra Deuses malignos. Protegê-la dos impactos causados, inconscientemente, pela própria humanidade e preparar as novas gerações para cuidarem dela apropriadamente para que, assim, não sejam os próprios humanos a se extinguirem, como os Deuses tanto quiseram. Enfim... Para projetos tão grandes, precisaremos de um perito em leis, e ninguém melhor para isso do que um bom advogado. O único problema é encontrar um que, além de ser um gênio das leis, seja também uma pessoa boa e honesta. Como Shaka já comprovou que isto não falta em nossa candidata...
- Entendo... – Shaka pensou por alguns instantes e, enfim, perguntou. – Se me permite mais uma ousadia...
- Qualquer pergunta sua é bem vinda. – disse a jovem num sorriso.
- É que a missão de constatar se a moça em questão entendia mesmo de leis... Bem, eu não sou advogado para isso, então...
- Quer saber porque pedi a missão exatamente para você? – ela completou – Ora, Você tem uma percepção acima do comum. "O homem mais próximo dos Deuses". Não haveria pessoa melhor para perceber as intenções de uma pessoa como a que procuramos. Eu também gostaria de saber se ela possui um espírito forte. Não queremos que ninguém tenha um ataque cardíaco com a mudança total de realidade. – brincou – Acha que a consciência dela aceitaria bem a existência do Santuário e de tantos poderes impossíveis?
- Com um certo choque, certamente, como qualquer humano. Mas diferente da maioria, pelo que vi, ela é forte o bastante para não ter um curto circuito no sistema nervoso – ele continuou a brincadeira com a sutileza de um britânico.
- Sabia que poderia confiar em você! – Athena comemorou – Agora, já que começou na missão, será que eu poderia abusar mais um pouquinho de sua boa vontade?
- Se não pudesse eu poderia começar a procurar outro emprego. – Ele sorriu.
Era estranho ver o virginiano, sempre tão sério, fazendo brincadeiras. Normalmente, nos treinos, nas lutas ou em suas meditações, parecia a pessoa mais séria e calma do mundo, sem contar, claro, com Camus, este disputaria facilmente com o amigo. Fora estes momentos, Shaka continuava uma pessoa de extremo respeito e calma e de semblante sempre harmônico, mas mostrava muito bom humor. Saori Kido, a reencarnação de Athena, nascera sob o mesmo signo deste Cavaleiro, e por isso se davam muito bem, ela tinha o mesmo jeito bem humorado ao mesmo tempo em que calmo, normalmente até tímido. Shion acompanhava a conversa dos dois com uma alegria serena, era bom ver como as coisas estavam calmas naqueles tempos e podia-se pensar em ajudar as pessoas de outras formas, tão honradas e importantes quanto a costumeira, mas muito menos sanguinolentas. Saori continuou.
- Eu gostaria que se aproximasse e conversasse com ela. Quando sentir que ela está pronta, a traria para cá e, então, veríamos o que ela acha de nossa proposta.
- Pode contar com minha ajuda. – sentenciou o virginiano.
- Muito obrigada. – Athena, sorriu novamente, e Shaka se retirou noutra reverência.
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Continua...
