Aprendendo a viver
Capítulo 01: O médico e a artista
Hinamori encarou a tela não terminada e deu um suspiro, enxugando a testa. Por mais que tentasse aquela pintura não ficava do jeito que queria. Ela ficava tão... sem vida.
Desistindo de tentar obter alguma coisa, ela saiu do seu ateliê e subiu as escadas em direção ao seu quarto. Do que ela precisava no momento era de um banho quente. E talvez de uma xícara de café preto bem forte.
Hitsugaya encarou a velha senhora a sua frente. Estava cansado de ver tantos "doentes". Eles não tinham nada verdadeiro, somente coisas simples e idiotas que podiam se curar, se eles ficassem parados em casa pelo menos um dia.
Mas ele não podia falar o que realmente pensava. Que tudo isso era uma chatice. Pois ele era, Hitsugaya Toushirou, o gênio da medicina, que havia se formado com 16 anos na faculdade e hoje trabalhava em busca da cura da AIDS. Era uma vida difícil.
-"Quero ir para a casa..." - ele pensou de repente
Ele quase riu com este pensamento. Ele nunca teve uma casa de verdade. Seus pais haviam morrido muito cedo e ele fora para um orfanato, ainda criança. Lá não se relacionava com ninguém a não ser com Renji (viajei xD), seu amigo para todas as horas. E quando não estava com ele, estava na biblioteca local, lendo livros sobre os mais diversos assuntos. Tanto que aos 10 anos já estava no colegial e já era considera um gênio pela maioria das pessoas.
Mal sabiam elas, que o que ele mais desejava era poder ser alguém normal... Alguém sem toda aquela genialidade e aquela barreira que o afastava das pessoas.
-Hitsugaya-sensei... Algum problema? - a senhora chamou o pequeno gênio de volta a realidade
-Uhm? Oh, não senhora Aizawa. Quais são os sintomas que a senhora está sentindo?
Hitsugaya ouviu paciente todos os incríveis sintomas que a mulher descrevia. Ela devia ser uma mulher de ferro para aguentar tanta coisa.
- Já sei o que receitar para a senhora. Só um momento - ele pegou um bloquinho que estava em cima da sua mesa e começou a escrever o nome de um medicamento bem caro. Agora aquela senhora iria ficar feliz e iria parar de ficar inventando sintomas para lhe visitar toda a semana.
- Arigatou sensei! Não sei o que faria sem o senhor! - disse a mulher lhe dando um falso sorriso e lhe apertando a mão
- "Iria encontrar outro para incomodar..." - o médico pensou, mas não tomou coragem para falar em voz alta.
Realmente ele precisava sair daquele lugar...
-SENSEIIIII - uma cabeleira ruiva apareceu na porta com um simpático e divertido no rosto
- O que foi, Matsumoto? - disse o médico com uma face entediada olhando a secretária. Odiava admitir, mas a única coisa que gostava naquele consultório era Matsumoto. Era a única, além de Renji, para quem ele conseguia se abrir
-Bom, eu vim saber, que como já acabamos com as consultas de hoje, eu poderia sair... Hoje é meu aniversário de casamento com o Gin e queria fazer uma surpresa... - disse ela com um sorriso alegre na face, olhando o homem a sua frente
-Claro, Claro... Vá Matsumoto... - disse ele, ignorando a secretária e guardando alguns papéis, mas imediatamente sentiu falta de ar. Matsumoto tinha dado um de seus abraços sufocantes de novo
-ARIGATOU, SENSEI! - ela solta Hitsugaya e corre em direção à porta, sumindo de vista
Toushirou ficou massageando o pescoço durante algum tempo, se recuperando. Realmente precisava parar de ignorar Matsumoto, ou ia morrer sufocado um dia desses. Tirou o jaleco branco que usava, deixando-o nas costas da cadeira, e se levantou pegando a pasta e o celular em cima da mesa. Quando saiu da sala, teve vontade de largar tudo e ir correndo atrás de Matsumoto. Toda a papelada estava em cima da mesa ainda, formando uma enorme pilha. Deu um suspiro. Resolveria isso amanhã, quando estivesse descansado.
-Ahhhh, não tem nenhuma maldita pessoa nessa cidade, que seja o que eu quero! - disse a jovem de cabelos negros, olhando as pessoas na rua da janela de seu quarto.
Havia resolvido comprar essa casa, numa avenida movimentada de Londres, porque adorava observar as pessoas. Podia ser barulhento, mas a quantidade de pessoas diferentes que passavam ali todos os dias, a faziam se sentir imensamente inspirada.
Pena que por estes tempos, observar as pessoas não a ajudavam a ter idéia para nada. Ela não encontrava um modelo perfeito. Ela não encontrava a pessoa que servia de modelo para poder dar vida a sua maior pintura.
Hinamori deu um suspiro e voltou a olhar a janela. Mas assim que olhou, prendeu a respiração. Ali estava o seu modelo. Saiu correndo do quarto, tropeçando em tudo, pegou o casaco e saiu correndo pela rua. Ela sabia que devia estar parecendo uma louca correndo assim, mas não se importava. Só queria alcançar aquele rapaz e lhe fazer o pedido. Assim que o avistou novamente, correu mais rápido e pousou o mão no ombro dele, e se dobrou, tentando normalizar a sua respiração.
Toushirou andava olhando as lojas desinteressado. Não queria ir para aquele lugar que os outros chamavam de casa, mas para algum lugar, que pudesse chamar de casa. Um lugar aconchegante e que ele adorasse estar.
Deu um suspiro, mas sentiu uma mão lhe tocar delicamente no ombro. Se virou, esperando encontrar alguma de suas clientes, mas o que viu foi uma moça,arfante. Parecia que ela havia corrido meio mundo.
-Oe... Tudo bem com você? - ele se abaixou até a altura dela e tentou encarar os olhos dela, mas isso foi um erro. Assim que ela levantou o rosto, ele encarou dois belos orbes achocolatados, lhe encarando com curiosidade.
Hinamori encarava os olhos do misterioso rapaz a sua frente com uma intensa curiosidade. Eles eram uma mistura muito linda de verde e azul, numa proporção perfeita. Não tinha muito nem do um nem do outro. Ahhh, como ela adoraria poder fazer aquela cor. Aquilo só lhe deu mais vontade de fazer aquele homem seu modelo. Foi nesse instante que reparou a situação que estavam agora. Os rostos estavaam muito próximos e eles estavam agachados no meio da avenida principal!
Hinamori retomou a compostura e sorriu para Hitsugaya, lhe estendendo a mão e começando a falar entusiasmadamente.
-Prazer, senhor! Me chamo Hinamori Momo e sou pintora. Quando estava observando as pessoas, não pude deixar de lhe notar. O senhor seria o modelo perfeito para a minha nova pintura. Gostaria de saber se estaria interessado.
Hitsugaya parou e fitou com os ohlos arregalados a mulher a sua frente. Ela nem ao menos lhe conhecia direito e já lhe fazia um convite. Assim? Mas... Ela nem ao menos sabia quem ele era. E era difícil achar alguém naquela cidade que não soubesse quem era Hitsugaya Toushirou. Aquilo bem que poderia ser interessante...
-Poderíamos conversar com mais calma, Hinamori? Talvez eu aceite a sua proposta...
-CLARO! Errr... Quer dizer... Claro, senhor
-Não me chame de senhor. Meu nome é Hitsugaya Toushirou, prazer.
- É um prazer conhece-lo, Hitsugaya-san. Bom... Se quiser acertar os detalhes pode passar lá me casa, amanhã.Meu atelier fica no sotão e se tudo estiver certo, já podemos começar a trabalhar amanhã mesmo! - ela remexeu nos bolsos do casaco e retirou um pequeno cartão com seu nome, endereço e telefones.
-"É bom sempre botar um desses, dentro de cada casaco..." - pensou a morena, ao entregar o cartão
-Claro, Hinamori. Então... Até amanhã, não?
-Claro, Hitsugaya-san! Até amanhã - ela deu um pequeno aceno com as mãos e se virou andando na direção oposta a dele. Melhor dizendo... Saltitando na direção oposta a dele
-"EU CONSEGUI!" - a garota não se aguentava de felicidade
Hitsugaya olhou o pequeno cartão mais uma vez e sorriu. Talvez aquilo animasse um pouco a sua monótona vida.
N.A: x.x'
São quase 3 da matina e eu aqui escrevendo, só porque a MeiMei me pediu XD. Então essa fic eu dedico em homenagem à ela.
Críticas/Sugestões/Piadas/Receitas
Apertem no botãozinho roxo ali do lado e façam a velha Sayu feliz :D
Ah, e em breve teremos uma capa para a fic -
