Esta é a minha primeira fic, espero que gostem :) Já tenho a história praticamente completa, mas queria saber opiniões antes de continuar a publicar, por isso, reviews por favor :)

Passa-se depois do Breaking Dawn, e escrevi-a principalmente porque detestei o fim do livro, acho que a história entre o Jacob e a Renesmee merece ser contada. Acho que ficou muita coisa por dizer e por explicar.

Nota: Não lucro nada com isto, apenas procuro divertir-me. A saga Twilight de Stephenie Meyer não me pertence.


SUNSET - PÔR DO SOL

Capítulo I: A Felicidade Inalcançável

Estava ali sentado há muito, muito tempo. Talvez não fosse assim tanto, mas o céu escurecia, e não sabia se era devido ao pôr-do-sol, ou à tempestade que se aproximava. Estivera a maior parte do tempo sentado numa rocha, virado para o mar, perdido nos meus pensamentos. Mas ouvira um ruído atrás de mim, por isso virara costas ao grande oceano azul para observar essa cena.

Ao princípio, ela estava só com o menino. Emily esfregava a roupa no tanque com o pequeno Evan sentado perto de si. Enquanto fazia este trabalho, cantava para si, olhando de vez em quando para o seu pequeno filho, sorrindo, mostrando o lado da sua face intacta. Evan brincava com pequenos objetos em madeira, que, de vez em quando, atirava para longe, obrigando a mãe a apanhá-los. Acabou por espremer a roupa e estendê-la numa corda no meio do seu relvado. Quando terminou, pegou em Evan, levando-o para dentro, levando-me a pensar que era desta que me livrava da terrível cena de felicidade familiar. Foi então que Emily voltou com o pequeno, sentando-se na soleira da porta de madeira. Bebia água por um grande copo, enquanto Evan brincava com a sua trança do cabelo. Por muito que isto me torturasse, não me virei. Comecei a ficar obcecado com aquela cena tão simples, mas tão verdadeira. Talvez refletisse aquilo que eu mais desejava no mundo… ou talvez tivesse um desejo inconsciente masoquista. Foi então que a chegada de Sam pôs um termo nesta cena tortuosa. Quando o viu, a sua mulher levantou-se com o filho nos braços e Sam beijou-a e ao pequeno na testa. Agarrou-a pela cintura e levou-a para dentro de casa. Estremeci quando vi que Sam, ao fechar a porta olhou para o local onde eu estava, baixando depois a cabeça num gesto de compaixão. Saí dali o mais depressa que pude.

Não precisei de caminhar muito para chegar ao meu próximo destino. Este local tinha sido desde sempre o meu favorito, talvez por me trazer boas memórias. Aquele local na praia, ao pé de dois troncos de árvores, lembrava-me sempre a minha melhor amiga Bella. Mas lembrar-me de Bella, faziam-me recordar outra pessoa.

Fazia muito tempo que não a via, o que para mim, era pior que tortura. Estar longe dela formava um enorme buraco no meu peito, que eu não conseguia suportar facilmente. Tinha dias que chorava sem parar, outros que me isolava nos locais recônditos da reserva, e outros (os piores) em que discutia com tudo e todos, principalmente com o meu pai. A minha solução para estes problemas sempre fora, desde sempre, transformar-me na minha forma de lobo e deixar-me guiar pelos meus instintos selvagens. Mas a minha condição atual impedia-me de o fazer.

Desde que o meu pai adoecera que eu fora obrigado a ficar em casa com ele. Eu era a única pessoa que podia cuidar dele, já que a minha irmã Rebecca nunca mais voltara a casa desde que saíra. Sempre tivera esperança que Rachel ficasse por mim, mas depois de casar com Paul e ter a sua própria família deixou de poder ajudar-nos. Poder podia, mas eu sabia como seria o paraíso passar todos os dias da minha vida com a minha alma gémea, portanto, tinha de compreender. Porque acima de tudo, eu desejava loucamente ter a vida que ela, que Sam, e que todos os outros tinham: poder passar todos os segundos que dispunham com a pessoa que amavam acima de tudo o resto.

Sempre achei que também podia ser assim comigo. Apesar do meu pai ter adoecido e precisar de quem estivesse a tempo inteiro com ele, nunca me impediu de ter um pensamento positivo. Ela podia sempre visitar-me, certo? E foi isso que aconteceu durante um certo tempo.

Quando Carlisle vinha ver o meu pai, trazia-a sempre consigo. Ela corria quando me via, atirava-se aos meus braços e ficávamos ali a rodopiar até termos morto as saudades mais dolorosas. Depois, enquanto o seu avô lá ficava, – era estranho pensar em Carlisle como avô, sempre imaculadamente jovem nos seus 23 anos congelados – íamos dar um passeio pela praia, enquanto ela tagarelava sem parar. Mais para o fim, quando se cansava, sentava-se à minha frente e rodeava o meu rosto com as suas pequenas mãos, mostrando-me as suas boas recordações comigo, os seus anseios, desejos e medos. Eu sorria, com um enorme nó na garganta, e, como se nada me tivesse afetado, agarrava nela e levava-a de volta a Carlisle.

Nos dias em que tinha sorte, ela ficava comigo e dormia em minha casa. Antes de adormecer, contava-me por pensamento histórias ou coisas que se esquecera de dizer. Adormecia ainda com a sua mãozinha no meu rosto e eu mantinha-me acordado, apenas para ver os seus sonhos, observando o seu rosto sereno. Pela manhã, eu levava-a de carro a casa, trocava algumas palavras com Bella ou Edward e voltava, contrafeito, à reserva.

Com o passar dos anos, esta rotina começou a não se poder concretizar. Carlisle fora numa extensa segunda lua-de-mel para a sua ilha privada e deixara-se ficar um bom tempo numa grande viagem mundial. Tive de arranjar outro médico para o meu pai e as visitas de Nessie começaram a ser menos frequentes. É claro que os pais sempre podiam trazê-la, ou eu podia ir buscá-la num instante à grande casa branca, mas a menina começou a viajar também com a família, tornando-se impraticáveis as suas visitas.

Primeiro, foi a "breve" visita ao clã Denali. Demorou um mês, e isso foi demasiado tempo para mim. Nessie telefonava-me todos os dias. Às vezes mal falava, habituada a usar o seu dom para comunicar, limitando-nos a ouvir a respiração pesada um do outro. Quando ambos nos arriscávamos a falar, um de nós acabava sempre por chorar. A maior parte das vezes era eu, porque, na verdade, a única coisa em que pensava durante o dia era nela, ao contrário de si que provavelmente teria muitas coisas para fazer. Eu tinha uma vida muito, muito monótona.

Quando finalmente regressaram pude passar um dos melhores tempos da minha vida. Charlie casara-se com Sue, numa pequena cerimónia na praia de La Push. Tinha as pessoas de quem mais gostava comigo: a minha alma gémea Nessie, a minha melhor amiga Bella, os meus amigos lobisomens e vampiros… nesta altura, o balanço certo tinha-se atingido. O sobrenatural, na pequena Península Olímpica, tinha-se finalmente equilibrado. Foi um dia imensamente feliz, que inevitavelmente terminou. Nos meses que se seguiram, a rotina de visitas de Renesmee continuou. Charlie, que agora vivia na reserva, disponibilizava-se para tomar conta de Billy de vez em quando, enquanto eu ia visitar a pessoa que mais amava no mundo.

O que melhor me lembro foi o dia em que tudo terminou.

Continua...


Bom, espero que tenham gostado e que deixem muitas reviews! Críticas construtivas não me incomodam, também as agradeço.