Notas da Autora

1. Negrito Ressalta certas ações (socos, por exemplo)

2. Itálico Pensamento


Capítulo 01
Lembranças

Era mais um dia qualquer em Konan. Tudo estava bem agora. Todo o pesadelo havia acabado. Miaka estava feliz com Tamahome e Yui no seu mundo e seus seishis estavam começando a viver novamente em Konan.

Apesar de muitos problemas que ocorreram enquanto a Suzaku no Miko estava lá, seus seishis não se esqueceram dos momentos felizes que passaram juntos. Talvez nenhuma outra Miko tivesse os feito mais felizes.

Hotohori continuava sendo o imperador, ele havia morrido, mas misteriosamente voltou para junto de Houki, sua esposa. Voltou muito triste, pois seu filho havia morrido e não teve a mesma sorte do pai de voltar.

Mitsukake estava morando em uma pequena vila com sua esposa e Chiriko, que se tornou um filho para ele. Eles viviam muito felizes juntos.

Chichiri voltou a morar no templo de Taitsukun. A velha estava lhe ensinando novos truques poderosos. Talvez o jovem monge não os usasse tão cedo, mas era quase uma honra aprender com Taitsukun.

Tasuki havia voltado a sua vida de bandoleiro. Estava vivendo nos subúrbios de Konan com seus companheiros. Mas ele não parecia feliz em voltar a vida que ele adorava. Isso estava preocupando seus companheiros:
- O que aconteceu com o chefe? - perguntou um dos amigos de Tasuki.
- Ele está muito estranho. - respondeu o outro. - O que será? Será que o chefe está apaixonado?

POW

- Larga a mão de dizer besteira! - gritou Kouji, que deu um soco na cabeça do rapaz. - Ele só deve estar cansado, só isso!- Ah, mestre Kouji! Mil desculpas! - disse o rapaz, que estava com um ferimento na cabeça.
- Eu vou falar com ele. - disse Kouji indo para o quarto de Tasuki.

Kouji bateu na porta do quarto, mas não obteve nenhuma resposta, então entrou:
- Com licença, Tasuki. - disse Kouji seriamente. - Vejo que não está ocupado.

Tasuki estava sem camisa, sentado no chão olhando para o teto. Ele estava com uma expressão triste:
- Esse não é você, Tasuki! - gritou Kouji pegando Tasuki e sacudindo-o.
- Não fui eu quem pediu licença para entrar. - disse Tasuki olhando para o outro lado.

POW

- Vamos lá, Tasuki! Reaja! - gritou Kouji, que deu um soco na cara de Tasuki.

Tasuki permaneceu parado no lugar onde foi atirado e com uma marca no rosto por causa do soco. Kouji estava ficando cada vez mais nervoso:
- Esse não é o Tasuki que eu conheço! Normalmente você diria... - disse Kouji pegando uma peruca laranja e colocando na cabeça. - "EI! Quem você pensa que é pra sair me batendo assim, hein? REKKA SHIEN!!!".

Kouji pegou um leque de papel e botou fogo só pra melhorar a encenação.

Tasuki olhou essa imitação ridícula sua e sorriu:
- WAA! Pelo menos um sorriso seu eu consegui! - disse Kouji feliz. - Agora me conte o que esta acontecendo com você.
- Eu mesmo não me entendo. - disse Tasuki com a cabeça baixa.
- Não entende?
- Não entendo o que esta acontecendo comigo.
- Isso tem a ver com os outros seishis?
- Não... Não exatamente. Tem a ver apenas com um deles.
- E eu posso saber quem é?
- Er... É o Chi...
- CHIRIKO?! Seu pedófilo!

POW

- EI! Você nem me deixou terminar!
- Hã? Ah é. Hehehe. Desculpe continue.
- Estava falando do Chichiri.
- O monge de cabelo azul claro que usa uma máscara para tapa o rosto, pois tem uma cicatriz no olho esquerdo?
- É... Ei! Como sabe tudo isso?
- Depois que você voltou, e ainda estava normal, não parou de falar desse monge.
- Ah, é? - perguntou Tasuki sentindo suas faces queimarem.
- Hahahaha! Nunca pensei que o grande Tasuki poderia gostar de alguém. Mas que eu sabia que gostaria de um homem eu sabia, pois de mulher você tem horror.
- Não fica tirando uma da minha cara! Não sabe o que estou sentindo.
- Do que está falando? Você mesmo disse que não se entendia.
- Mas estou começando a me entender... - disse Tasuki pensativo. - Kouji, me deixe sozinho.
- Está bem. - disse Kouji se levantando. - Espero que fique tudo bem.
- Vai ficar.

Kouji se retirou do quarto deixando Tasuki sozinho com seus pensamentos e suas lembranças daquele monge pelo qual nutria um sentimento que não sabia dizer o que era.

Parece que o monge, Chichiri, também estava sofrendo com seus sentimentos e suas lembranças de um certo alguém, um certo bandoleiro:
- Chichiri! Concentre-se! - gritou Taitsukun.
- WAA! - gritou Chichiri que transformou sua bola espiritual em uma espécie de gelatina.
- Aiaiai. O que está acontecendo com você? - perguntou Taitsukun preocupada.
- Er... Eu só estava distraído no da! - disse Chichiri. - Vamos lá no da!
- Não. Acho melhor você descansar. Já treinamos demais desde que você voltou.
- Mas...
- Nada de "mas" Chichiri. Você precisa organizar suas idéias e principalmente seus sentimentos por aquele ruivo chato.
- Hã? - disse Chichiri com as faces rubras. - Co-Como a senhora sabe?
- DUH! Sou a Taitsukun, não sou? Sei de tudo.
- Que medo. - disse Chichiri assustado. - Bom, então vou aproveitar esse momento para tomar um banho e relaxar.
- Faça isso. Vou voltar para o templo e descansar também.
- Descansar de quê? A senhora não fez nada.
- O QUÊ?!
- Brincadeira!
- Hunf! - resmungou Taitsukun voltando para o templo.

Chichiri pegou uma toalha e seguiu em direção a um lago, não muito longe dali, que tinha uma linda cachoeira. Ao chegar lá, Chichiri se despiu, tirou sua máscara e entrou no lago, que chegava a altura do seu umbigo. Então ficou pensativo:
- Essa cicatriz... Será que Tasuki gostaria de mim mesmo sabendo que tenho esta cicatriz? ... Huh? No que estou pensando! Tasuki não gosta de mim... não do jeito que eu quero! - gritou Chichiri.
- Falava de mim? - disse Tasuki, que estava em cima de uma árvore já fazia algum tempo. - WOW! Como aquela cicatriz o deixa tão sexy! Ainda mais todo nu e molhado... Ahhh!
- WAA! Tasuki! Há quanto tempo está aí?! - perguntou Chichiri assustado e procurando por sua máscara.
- Já faz um bom tempo. - disse Tasuki pulando no lago de roupa e tudo. - Estava procurando por isso?

Tasuki estava com a máscara de Chichiri em sua mão:
- Me devolva, no da. - pediu Chichiri.
- Você não precisa dela! - gritou Tasuki.
- Preciso sim! Preciso esconder essa horrível cicatriz no da! - gritou Chichiri tentando pegar a máscara da mão de Tasuki.

Tasuki foi para trás, se afastando de Chichiri, que continuava tentando pegar sua máscara. Quando Tasuki percebeu, estava fora d'água:
- Hã? - disse Tasuki olhando para trás.
- Me dá isso agora no da! - gritou Chichiri pulando em cima de Tasuki.
- WAA! - gritou Tasuki, que caiu no chão.
- Obrigado no da! - disse Chichiri pegando sua máscara.

Quando Chichiri ia coloca-la, Tasuki rapidamente a pegou e enfiou dentro da roupa:
- Não precisa disso Chichiri! Você fica muito sexy com essa cicatriz! - gritou Tasuki. - Opa.

Ambos ficaram com suas faces rubras.

Chichiri saiu de cima de Tasuki e foi pegar sua toalha, enquanto isso, Tasuki apenas o observava:
- Er... Bem... Você nunca me contou como conseguiu essa cicatriz. - disse Tasuki se sentando.
- Não? Bem é uma história de traição. - disse Chichiri amarrando a toalha na cintura e voltando para se sentar ao lado de Tasuki. - Antes de eu me tornar um monge, eu vivia feliz com a minha noiva.
- Noiva? Ele tinha uma noiva... Então... Não tenho chances com ele?!
- E também com meu melhor amigo no da.
- Tipo eu e o Kouji?
- É... Mas vocês têm uma amizade forte. Ninguém poderá separá-los. Já no meu caso, meu melhor amigo, Hikou, roubou minha noiva. E eu fui atrás dele para matá-lo. Mas na hora H não consegui. Ele estava a ponto de cair de um penhasco e eu tentei ajudá-lo. Só que eu não esperava que um tronco de árvore atingiria minha cabeça. Chega a ser irônico, não?
- Claro que não! - gritou Tasuki se levantando.
- Lógico que é no da. Foi uma estupidez minha ter pensado em vingança. - disse Chichiri se levantando.
- Bem, isso é verdade. - disse Tasuki. - Mas não deve se culpar pela morte de seu amigo! Você se arrependeu depois, tentou salvá-lo, mas por uma obra do destino, não conseguiu!
- E ainda ganhei esta cicatriz que ficará marcada pelo resto de minha vida. - disse Chichiri triste.

Chichiri não agüentava mais isso. Todo esse sofrimento, essa angustia. Parecia que isso jamais iria acabar.

Tasuki se aproximou de Chichiri e ficou cara a cara com ele:
- Chichiri você é uma boa pessoa. A melhor pessoa que eu conheço. Por isso, não fique se ferindo por causa de seu passado. Esqueça-o e viva o presente. - disse Tasuki, que deu um leve beijo sobre a cicatriz de Chichiri.

Chichiri se sentiu tão bem ao ouvir aquilo e ao receber aquele beijo. Seu coração batia mais forte. Aqueles pensamentos que tinha todos os dias estavam se tornando um sentimento, um sentimento doce e puro, o amor.

Sim, Chichiri estava apaixonado por Tasuki e isso era inegável.

Chichiri em seguida abraçou Tasuki bem forte:
- Tasuki... - disse Chichiri calmamente.
- Sim? - disse Tasuki.
- Me faça seu no da...
- Hã?

Tasuki não tinha certeza das palavras que ouviu sair daquela boca que ele tanto cobiçava. Chichiri estava mesmo querendo ser de Tasuki?


01/03

Ufs! Primeiro de três capítulos, postado \o/

Espero que vocês tenham gostado da relação entre Tasuki e Chichiri, que está apenas esquentando. Ui x3