''Trancados''

A relação entre House e Cuddy estava ficando cada vez mais tensa, já tinham alguns dias em que o hospital havia se tornado em um campo de guerra para os dois. Wilson, como é amigo de ambos, tenta acalmar os ânimos entre eles, conversando com cada um, ele vai até a sala de House para tentar convencê-lo que é mais seguro seguir as ordens de Cuddy.

- Ela está certa House, você não pode colocar em risco a vida do paciente por um palpite sem fundamentos médicos. - Diz Wilson de pé em frente a mesa onde House estava.

- Não seja hipócrita Wilson, você sabe que a Cuddy não está nem aí para o paciente. Ela só se importa com a porcaria da imagem do hospital, o que ela quer é garantir um processo a menos.

Wilson percebe que House não vai desistir de fazer o que ele acha ser certo mesmo sabendo que Cuddy nunca irá concordar, então, ele deixa a sala do amigo e vai atrás da Cuddy, talvez ela seja mais flexível que House. E a caminho da sala dela, ele a encontra na recepção.

- Preciso falar com você! - Diz ele se aproximando.

- Se for sobre a teimosia do House, nem adianta. Não vou deixá-lo cometer mais uma loucura. - Diz ela deixando algumas fichas no balcão, dando as costas para ele e indo em direção à sua sala. Wilson a acompanha, os dois entram na sala, ela senta-se a sua mesa, enquanto que Wilson continua de pé.

- Cuddy, quantas vezes o House salvou a vida de várias pessoas por conta dessas loucuras dele? Eu sei que pode parecer absurdo o que ele quer fazer, mas quem sabe ele não esteja certo. - Diz ele se aproximando da mesa.

- Eu não posso me basear em quantas vezes ele deu sorte, tenho que pensar nos pacientes, pensar no hospital e pensar nele também, já que nem isso ele faz. - Diz Cuddy olhando seriamente para ele.

- Bom você que sabe, só espero que essa guerra entre vocês acabe logo, para o bem todos. - Diz ele saindo da sala.

Já era um pouco tarde e House estava indo embora, ele pega sua mochila e em seguida deixa a sala após apagar a luz. Ele resolve passar na sala do Wilson antes de ir.

- A Cuddy quer falar com você.- Diz Wilson assim que House abre a porta.

House não fala nada, apenas fecha a porta e vai à procura de Cuddy, ecom passos largos ele caminha em direção a sala dela, achando que ela finalmente havia mudado de opinião e iria apoiar ele em mais uma de suas loucuras pra tentar diagnosticar mais um caso, e abrindo subitamente a porta ele entra e a encontra sentada em sua cadeira, assinando alguns papéis que estavam sobre sua mesa.

Ele não consegue conter seu discurso de sempre.

- Eu sabia que você ia perceber a besteira que estava fazendo tentando me impedir de fazer o meu trabalho, mas que bom que percebeu isso a tempo e viu que na maioria das vezes eu estou certo e você errada. - Diz ele a encarando com certa prepotência estampada em seu rosto, e um sorriso irônico que fazia questão de permanecer em seus lábios.

Sem saber o que ele estava fazendo ali, sem entender o motivo de toda aquela reação e indignada com os insultos que acabara de ouvir, ela raivosamente o contém.

- Por um acaso você ficou louco? O vicodin afetou de vez o seu cérebro, do que está falando? - Diz ela levantando da cadeira com as mãos apoiadas na mesa e a voz um tanto que alterada.

- Como assim do que estou falando? É claro que é do paciente. Se você disse que queria falar comigo, só podia ser pra me dar carta branca pra fazer os exames. - Diz House se aproximando da mesa.

A situação era tensa, a irritação entre eles era gritante, os dois estavam em pé de guerra há dias um com o outro. Cuddy não estava aguentando mais as loucuras que ele queria fazer no hospital, com os pacientes, as diversas tentativas de ludibriá-la sem se quer pensar nas consequências se algo viesse a dar errado, e House não suportava a sensatez dela diante das alternativas impostas por ele que fugiam de qualquer regra.

- Mas eu não disse que queria falar com você. - Diz Cuddy pegando sua bolsa indo em direção a porta.

- Como não? Eu acabei de falar com Wilson e ele me disse que você queria falar comigo. - Diz ele franzindo a testa, acompanhando ela com o olhar.

- Bom como você já pôde perceber eu não te chamei aqui, até porque eu já estou indo embora e eu não concordei com a sua idéia estúpida de abrir a cabeça de um homem por conta de um palpite qualquer. - Diz ela apagando a luz para ir embora.

A sala vai se tornando cada vez mais pequena em relação a implicância e teimosia de ambos, nem parecia que estavam ali chefe e funcionário.

- Eu não sei quem é mais idiota, você ou Wilson que armou essa ceninha patética. - Diz ele se pondo na frente dela a impedindo de chegar até a porta.

Da mesma maneira que ele se aproxima, bruscamente ele se afasta virando-se para a porta, ele percebeu o que Wilson havia armado e estava indo procurá-lo.

Wilson já não aguentava mais ver House e Cuddy brincando de cão e gato e teve a idéia de trancá-los na sala dela para ver se assim eles conseguiriam se entender de uma vez. Quem sabe eles sendo obrigados a ficarem em um lugar trancados, os dois deixem a teimosia de lado e consigam entrar em um acordo.

- Quando você trancou a porta que eu não vi? - Pergunta ele surpreso olhando para trás ainda com a mão na maçaneta forçando a porta na esperança que ela abra.

- Eu não tranquei a porta! - Responde ela abrindo os olhos cada vez mais, como se não tivesse acreditando no que ele estava dizendo.

Ela, junto à House tenta abrir a porta, mas não consegue. Ele não estava brincando, a porta realmente estava trancada, então se dão conta de que tudo aquilo que estava acontecendo era culpa do Wilson, já que antes ele havia procurado ambos para conversar.

- Vou ligar para aquele idiota vir abrir a porta para acabar com essa palhaçada toda. - Diz House procurando o celular no bolso.

- Não tô... Meu... Claro! Aquele imbecil pegou meu celular. - Diz ele cada vez mais furioso.

House vai até a mesa da Cuddy pra ligar do telefone da sala, mas o telefone não está funcionando, sem entender ele começa a olhar os fios e logo percebe que haviam sido arrancados. Cuddy então resolve pegar seu celular, ela procura na bolsa, por cima da mesa, nas gavetas e não acha.

- É, Wilson realmente pensou em tudo, não é a toa que ele é meu amigo. - Diz House com um sorrisinho escorregando pelo canto da boca e sentando-se no sofá.

- Você não vai fazer nada? Vai ficar apenas sentado nesse sofá, girando essa sua bengala idiota? - Pergunta irritada caminhado para o centro da sala virando-se para ele.

- Vamos esperar. - Responde ele visivelmente tranquilo com a bengala encostada no queixo.

Estavam ali, trancados sem contato nenhum com ninguém, exceto um com o outro. Já era um pouco tarde e a movimentação do hospital já não era a mesma que há algumas horas atrás, a irritação da Cuddy só fazia aumentar com toda aquela tranquilidade que House demonstrava deitado no sofá.

- Isso tudo é culpa sua House, nem o Wilson aguenta mais as suas loucuras e acaba fazendo o mesmo que você. - Diz ela ainda com a voz alterada, cruzando os braços.

- Minha culpa? Não mandei o retardado do Wilson me fazer vir até aqui e depois nos deixar trancados. - Diz ele quase que gritando e levantando-se do sofá.

- Se você não insistisse nessa idéia absurda que pode matar o paciente, não haveria motivos pra tantas discussões. - Diz Cuddy.

- Se você não se importasse só com você e com a porcaria desse hospital, eu poderia fazer o meu trabalho sem intervenções idiotas. - Rebate ele a encarando e indo em sua direção.

Os dois ficam de frente um pra o outro, apenas alguns centímetros separam seus corpos, a raiva entre ambos só fazia aumentar cada vez mais a tensão sexual que havia entre eles. Todos os insultos trocados foram esquecidos dando vazão a um silêncio profundo, ela com o rosto erguido para poder ficar mais perto do rosto dele, mesmo com aquele salto que lhe era de costume, ela não conseguia ficar com a mesma altura que a dele. O contato visual vai se intensificando à medida que a respiração de ambos vai ficando curta, e os olhos dele fitando os lábios dela, sem mais resistência ele a beija de forma intensa fechando a pequena distância que havia entre seus corpos. Ela corresponde ao beijo deixando a língua dele invadir sua boca, invadindo a dele com a mesma intensidade.

Eles vão desesperadamente em direção à mesa sem deixar que seus lábios se separem por um segundo sequer. Ele a encosta bruscamente na mesa fazendo com que ela fique presa em seus braços com mais firmeza, suas mãos percorrem com urgência por todo corpo dela e parando em sua cintura, ele a ergue fazendo com que ela se sente na mesa. Ela entrelaça suas pernas na cintura dele fazendo com que o encaixe de seu corpo ao dele fique melhor e em seguida tira o blazer dele deixando o mesmo cair no chão, ele fazendo o mesmo, tira a blusa dela jogando-a à sua direita e nesse momento eles se olham, vêem nos olhos um do outro o desejo que antes estava reprimido e que agora se intensificava à cada toque.

Ele tira a camisa rapidamente e volta a ter o corpo rente ao dela e beijando-a no pescoço vai descendo seus lábios suavemente pelo ombro dela enquanto abaixa lentamente a alça do sutiã, nada mais importava naquele momento, onde eles estavam e quem estava lá fora. Para ambos o mundo se resumia naquela sala, naquela mesa, cujas ambas haviam passado por um processo de transformação, a sala por conta de uma situação tensa num momento de desespero de um paciente, e a mesa por conta de um gesto extremamente carinhoso que House teve ao presenteá-la, trazendo de volta para a vida dela não só a mesa que ela havia usado na faculdade, mas também as boas lembranças daquela época.

- House, isso é loucura. - Diz ela com a respiração ofegante.

- Loucura foi o tempo que perdi sem ter você. - Sussurra ele.

Cuddy se inclina fazendo com que alguns objetos da mesa caiam ao chão, ele entendendo sua intenção desce lentamente uma de suas mãos pelo seu corpo deslizando seus dedos por entre os seios ainda cobertos pelo sutiã e parando abaixo do umbigo, era como se ele estivesse dedilhando seu piano. Piano esse onde ele demonstrava suas verdadeiras emoções através das músicas tocadas ao voltar para casa, e naquela hora o piano dele estava sendo o corpo dela onde finalmente ele estava demonstrando suas emoções, seus desejos e todos os seus sentimentos por ela que estavam guardados há anos e que naquele momento eram confessados à cada toque, à cada carícia, à cada beijo dado na mulher, cujo ele não admitia, mas era a única capaz de fazê-lo feliz, de amá-lo verdadeiramente e transformá-lo em um homem melhor, e mesmo achando aquilo tudo uma loucura, ela não fez nada para impedir pois seu amor e seu desejo era muito maior do que toda aquela loucura que estava acontecendo.

Não importava se estavam no hospital, na sala dela ou se alguém pudesse vir a perceber alguma coisa, para ela, o que realmente importava era ter ele em seus braços, e cada vez mais deslumbrado com toda beleza do corpo dela, aquela pele macia e todas as suas curvas, ele encosta seus lábios onde sua mão havia parado e percorre o caminho em direção aos lábios dela, com beijos suaves e com sua barba roçando na pele delicada durante o processo, causando arrepios por toda extensão do corpo dela.

E novamente os lábios de ambos se encontram, formando ali mais um caloroso e intenso beijo. Ela como sempre estava usando uma saia justa que esculpia seu corpo a deixando mais sexy, mas essa em especial tinha um enorme ziper na parte da frente que ao abri-lo deixaria à mostra suas pernas, o que não passou despercebido aos olhos dele quando a viu usando a saia, e com as mãos nas pernas dela, ele afasta seu corpo alguns centímetros e a olha profundamente podendo ver em seus olhos o imenso amor que ela sentia por ele. Ela olhando para ele espera por alguma palavra, ele sem dizer nada olha para baixo, abre o ziper da saia e vai tendo a bela visão de suas lindas pernas na medida em que ele vai subindo suas mãos juntamente com a saia. Ela de olhos fechados e a respiração intensa que saía de sua boca entreaberta, sente o calor das mãos dele acariciando suas pernas, enquanto ele beija seu pescoço ela tenta abrir sua calça e no mesmo momento em que as mãos dele sobem para tirar o sutiã, as dela descem baixando a calça dele o máximo que podia e antes que ele conseguisse tirar o sutiã dela por completo, os dois escutam...

- Está tudo bem aí? Bom, já destranquei a porta, acho melhor eu não entrar, pra evitar qualquer tipo de constrangimento. Até amanhã! - Diz Wilson do lado de fora da sala.

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