N/A: Minha primeira fic de nárnia de todos os tempos! Por favor, leiem e mandem review!

Falsas certezas

Edmundo ficou deitado na cama por muito tempo. Estava acordado mas completamente imóvel. Há anos que pedia por uma chance de aventura mas agora que ela chegara...por que tinha que ser ligado a feiticeira? Ele tremeu. Todos esses anos e mesmo morta ela ainda tem esse poder sobre mim...Suspirou fundo. Havia rumores de que seguidores da feiticeira estavam organizando um ataque contra Cair Paravel. E agora nada mais do que justo que seus dois reis fossem investigar.

Se levantou e se aprontou para o café da manhã. Se bem que estava quase certo de que nada comeria, nada conseguiria comer de tanto que seu estômago revirava. Estava com medo, mas não da batalha, já estivera em várias antes, nas quais defendera com coragem e honra seu país, mas agora era diferente...totalmente diferente. Só o nome de Jadis o fazia lembrar de como fora estúpido ao seguí-la, como havia traído seus irmãos e Aslam, como todos poderiam ter morrido por sua causa. Engoliu em seco. O que está feito, está feito. Por mais que eu queira não posso voltar atrás.

XXXX

Pedro estava se sentindo atordoado. Tudo que ele menos queria acabara de acontecer. Ele desejava com todas as forças que tivesse recebido a notícia sozinho. Mas não, Edmundo estava com ele e agora ambos estariam indo para uma possível guerra. Ele tentara falar com o irmão, mas não havia jeito. Quando Edmundo metia algo na cabeça, nem Aslam conseguiria convencê-lo do contrário. Suspirou fundo.

Seu irmão acabara de entrar.

- Bom dia, Ed.

O outro apenas acenou com cabeça enquanto olhava atentamente para o vasto café da manhã, porém não se decidiu por nada e apenas sentou-se a mesa.

- Ed, você tem certeza de que você não quer...

- Tenho.

- De verdade? Eu posso...

- Não, não pode. Pedro, existem dois lugares prováveis onde esses seguidores estão se escondendo. Como vai fazer? Você pode ser o rei magnífico mas ainda não aprendeu a se dividir em dois. E além do mais teria de trocar de título para o Burro se não permitisse que o seu melhor lutador, esse seria eu, não participasse.

Pedro olhou para o teto buscando alguma ajuda. Edmundo era tão irritante com essa praticidade dele. Danem-se os títulos! Dane-se o que os outro vão pensar!

- Eu odeio você, sabia?

- Uhum. Também te odeio muito. Vou arrumar as minhas coisas.

XXXX

Susana encontrou-se com Pedro na sala.

- O que preocupa a cabeça do nosso grande rei?

- Nosso irmão real, Su.

- Ele realmente está determinado a ir, né?

Pedro assentiu com a cabeça.

- Estou preocupada...

- Bem-vinda ao clube.

- Com você, Pedro.

- Comigo? Mas por quê?

- Não é óbvio? Claro que também me preocupo com Edmundo, afinal ele é meu irmão mais novo...se pudesse o amarraria em uma árvore para sempre, mantendo-o longe das batalhas. Porém, nada que eu faça vai fazê-lo mudar de opinião. Ele é um grande lutador e por mais que eu não queira acreditar, sabe se virar sem a nossa ajuda. Ele precisa dessa batalha, Pedro. Tente compreendê-lo. Ele precisa matar esse velho fantasma da feiticeira que o assombra até hoje.

Pedro ouvia tudo com atenção. Susana estava certa, o que não era nenhuma novidade.

- Mas você, grande rei, tem essa mania idiota de se preocupar apenas com os outros e uma tendência a se sacrificar no lugar. É isso que irrita o Edmundo. Ele quer que você pare de cuidar dele, que você pare de mimá-lo.

- Eu o mimo agora?

- Sim, essa é a verdade. Ele já se tornou um homem. Precisa mostrar que tem orgulho dele, que confia nele.

- Eu tenho e confio. Apenas prefiro meu irmão vivo do que morto.

- Você não tem jeito, não é?

Ele deu de ombros.

- Bom, de qualquer forma, aqui me despeço de você. Mas tarde estarei recebendo visitantes aqui no castelo e estarei ocupada.

- Alguns desses visitantes seria o Sr. Luke?

Susana corou.

- Não é da sua conta. Continuando o que eu estava dizendo, é melhor tomar cuidado. Porque além de Grande Rei, você é o meu irmão. E eu odiaria ter que ir resgatá-lo a força de um campo de batalha.

- Não será preciso, Su. Vou sentir sua falta. E mais tarde conversamos sobre esse tal de Sr. Luke!

Ela riu.

- Espero ansiosa pela conversa. Lúcia ainda não acordou. Quer que eu a chame?

- Não precisa. É melhor deixá-la descansar. É um conforto saber que entre os Penvensie, pelo menos uma consegue sonhar sem preocupações. Mande um beijo para ela. Tentarei escrevê-las sempre que for possível.

- Adeus, meu irmão. E lembre-se, juízo nessa cabeça oca!

- Fique tranquila, estarei de volta o mais rápido possível. Adeus.

XXXX

Lúcia passou por Susana como um foguete. Mas esta conseguiu acompanhá-la.

- Lu, o que foi?

- Pedro e Edmundo. Onde eles estão?

- Pedro já foi, mas acho que o Edmundo ainda está por aqui, - Susana respondeu confusa. Nunca tinha visto a irmã menor tão atordoada.

Lúcia não esperou um convite, virou-se e saiu correndo.Ele ainda não foi embora!

- Ei, Espera! - Também começou a correr.

- ED! - Ela gritou, jogando-se nos braços do irmão que estava do lado de fora do palácio com Phllip.

- Mas o que? - Ele perguntou sem saber o porquê desse abraço tão repentino. Nunca conseguira demonstrar suas emoções de um jeito assim tão explícito. E agora que tinha a irmã menor colada a ele, estava perdido. Então viu Susana ao longe.

- O que eu faço? - Perguntou sem emitir som.

Susana sorriu e fez um gesto para que ele abraçasse a irmã de volta.

Ele sentia-se um pouco desconfortável mas resolveu seguir o conselho.

- Lu, ei Lu, está tudo bem. - Ok...talvez abraçar não fosse tão difícil como ele pensava, era até gostoso. - Olhe para mim.

Ela obedeceu e fitou-o com os olhos cheios de lágrimas.

-Por que está chorando? Onde está aquele sorriso capaz de derreter até a mais espessa parede de gelo?

- E-eu tenho um mau pressentimento sobre isso, Ed. - Ela murmurou entre soluços.

- Você teve um pesadelo?

- Não é um pesadelo! É como se algo ruim fosse acontecer, pior do que isso: eu sei que vai acontecer!

Ele suspirou. Lúcia era tão teimosa.

- Eiii, está tudo bem. - Edmundo se abaixou pra ficar no mesmo tamanho da irmã. - Essa missão tá mais pra uma de reconhecimento, entende? Não sabemos nem se o boato é verdade. Estou partindo com uma pequena guarda, mas não estamos preparados para a batalha. Até porque não vai acontecer batalha nenhuma. - Como vou conseguir convencê-la se nem eu acredito nisso?

- E além do mais, eu não sou a pessoa com quem você deve se preocupar. Como falamos ontem no jantar, existem dois lugares prováveis e Pedro e eu vamos nos separar para poupar tempo. Só que conhecendo o nosso irmão, você sabe daquela mania idiota dele de querer preservar os outros e acabar se sacrificando no lugar, não sabe? Então, claro que o nosso grande rei não ia permitir que eu fosse para o lugar mais provável. A batalha, se ela acontecer, perseguirá o Pedro, e não eu. E é isso o que me deixa terrivelmente irritado! Só que ele não espera que eu...- Chegou a sorrir ao pensar nisso, e foi a sua ruína.

- Você tem um plano. - Lúcia exclamou feliz.

- O que? Eu não tenho plano nenhum. - Mentiu.

- Edmundo Penvensie! Eu o conheço o bastante para saber quando está arquitetando algo! Além do mais, você nunca foi um bom mentiroso.

- Aonde você aprendeu a ser tão irritante assim, Lu? - Ele perguntou entre os dentes.

- Com meu querido irmão Ed.

Ele riu.

- Ok, me escute. - Ele abaixou o tom de voz e com o canto do olho procurou por Susana, só que ela estava longe demais pra ouvir alguma coisa. Que bom. - Como eu te disse, Pedro me mandou para o lugar menos provável, então nada vai acontecer comigo, eu ficarei são e salvo. Contudo, ele pode não ter essa sorte. O combinado era de ficarmos investigando durante uma semana e meia, mas eu posso encurtar esse período de tempo para dois dias. Na manhã do terceiro dispensarei os soldados e eu e Phillip vamos para o acampamento de Pedro, ajudá-lo com o que ele precisar. Agora, se você contar pra Susana, você é uma mulher morta.

- Eu não vou contar pra ela, afinal eu também vou.

Agora Edmundo soltou uma gargalhada.

- Nem em seus sonhos, Lu. Nem em seus sonhos.

- Ah é, e por que não?

- Aonde você estava quando a Susana discursou sobre mulheres não serem feitas para batalhas? Hein?

- Não sei. Eu não estava prestando atenção.

- É melhor parar por aí, Lu. Ou vai acabar ficando que nem eu. - Riu.

- O que tem de tão ruim em ficar que nem você?

- Nárnia não tem lugar pra dois cabeças-duras, teimosos, rebeldes e sarcásticos. Agora. Você. Vai. Ficar. Aqui. - Falou lentamente para que ela o compreendesse.

- Eu. Não. Vou. Ficar. Aqui.

Ele colocou a cabeça entre as mãos. Será que Pedro e Susana se sentem frustados assim quando conversam comigo? Talvez eu deva tentar ser um pouco mais legal com eles...talvez...

- Ou você prefere que eu conte seu plano pra Su agora mesmo? - Ela ameaçou.

Edmundo parou pra pensar sobre isso. Agora não tinha como fugir.

- Certo, Lu. Você pode ir. Mas você só sairá daqui na manhã do quarto dia.

- M-as por que?

- Porque eu sou seu irmão mais velho e estou mandando.

- Tente de novo.

- Por que, se por acaso, você chegar no acampamento de Pedro antes de mim, ele vai me matar.

- Humm, está certo então.

- Beleza! Tudo resolvido. - Ele se levantou, fazendo menção de montar em Phillip.

- Espere. Quero que leve o cordial.

- Nananinanão, Lu. Ele é seu.

- Mas continuo com o meu pressentimento ruim.

- Nós nos veremos logo! E além do mais, do jeito que sou cuidadoso, eu o deixaria cair no chão em dois tempos. Ele fica com você.

- Ma-as..

- Sem mais nem menos. - Ele colocou a mão no cabelo de Lúcia.

- O que você pensa que está fazendo?

- Cafuné. Não é óbvio?

- Já tenho quinze anos, Ed. Já estou velha demais pra deixar meu irmão estragar o meu penteado que eu passei horas fazendo.

- Uau, Su. Você encolheu de repente!

Lúcia sorriu.

- E...você está velha demais para um abraço? - Ele falou sincero.

Ela não poupou tempo e se jogou nos braços do irmão.

- Acho que nunca ficamos velhos demais pra isso.

Ele se separou dela aos poucos. Lúcia tinha o abraço mais quente e reconfortante do mundo inteiro.

- Chegou a minha hora agora. Adeus, Lu. Até mais no acampamento de Pedro. - Ele montou em Phillip e fez um tchau para Susana, que ainda se encontrava observando tudo ao longe.

- Até mais, Ed!

Phillip correu.

- Me perdoe a intromissão, meu rei, mas...

- Quantas vezes eu mandei não me chamar assim, Phillip? Somos amigos.

- Antes de ser meu amigo, o senhor é meu rei e de toda a Nárnia.

- Por enquanto, Phillip. Se Pedro não me matar por aparecer lá do nada, ele vai me matar por ter deixado a Lúcia ir.

- Mas o senhor realmente vai permitir que sua irmã fique e lute?

- Eu não. Se tiver a chance, a amarrarei na árvore mais próxima, mantendo-a longe de tudo isso!

Phillip riu e continuou a correr.

Continua...