Entre a Cruz e a Espada – Capítulo 1
Autores: Mary Spn / Thygoo (Nyah)
Personagens principais: Jared / Jensen (Padackles)
Nota: Esta fic se passa mais ou menos no século XV, na época da Inquisição e da caça as bruxas. Trata-se de pura ficção, com base em alguns acontecimentos da época, pesquisados pelo Thygoo. Os créditos pela idéia também são todos dele, que fez com que a nossa imaginação desse origem a esta fic. Mais uma parceria que deu certo, espero que curtam tanto quanto nós.
Sinopse: Um homem com uma vida amaldiçoada, lutando contra os desejos do próprio corpo. Um padre católico se entregando a um amor proibido, em uma época em que tal pecado era punido sem piedade. Até onde este amor iria os levar?
Ainda era madrugada quando Jared despertou de mais um daqueles sonhos que atormentavam sua alma. Sentiu novamente o seu corpo febril e banhado em suor. Encolheu-se de vergonha em sua cama, sentindo seu membro pulsando, rijo como uma rocha.
Sentiu uma insana vontade de tocar-se e de se aliviar desta tormenta, mas precisava resistir, não entregaria sua alma ao inferno assim tão facilmente. Sabia que precisava lutar contra seus desejos, contra o pecado da carne que o consumia dia após dia, chegando a invadir seus sonhos, onde sequer podia controlar sua mente, por mais que assim desejasse.
Sabia que arderia no fogo do inferno por seus pensamentos pecaminosos, sua vida era amaldiçoada, e disso tinha plena consciência desde menino. Mas sempre acreditara que podia lutar contra, que a sua fé seria mais forte e o resgataria das profundezas, como sua amada mãe sempre dizia, ao ler os trechos da bíblia antes dele adormecer, quando ainda era apenas uma criança inocente.
Agora já não havia mais nada de inocente em seu corpo pecaminoso, ou em sua mente pecaminosa, afinal seu corpo ainda era intocado. Tinha sempre o mesmo sonho, ou pesadelo, como deveria ser considerado. Pesadelo este, onde era tocado e possuído pelo corpo de um homem. Sim, um homem. Não podia ver o seu rosto, mas podia sentir o toque de suas mãos, pesadas e calejadas sobre a sua pele macia. Toques que faziam seu corpo se arrepiar em ondas de prazer, o fazendo perder completamente o controle e entregar-se por completo.
Não conseguia sentir tal desejo por mulheres, mas pensava que talvez se arranjasse uma esposa, e desfrutasse dos prazeres de seu corpo, pudesse se livrar de tais pensamentos impuros, e acabar com estes pesadelos que o assombravam.
Mas assim como considerava a si mesmo amaldiçoado, também os nobres e o povo da cidade o considerava. Apesar de sua riqueza, de todo o ouro que possuía, de todas suas terras, e incontáveis posses que havia herdado, afinal provinha de uma família nobre, isto não era o suficiente para que o povo esquecesse que sua família tinha sido levada pela peste. E apenas ele, um garoto de doze anos na época, tinha sobrevivido em meio ao caos. Não sabia por que, mas teve que aprender a conviver com isso ao longo dos anos.
Por muitas vezes pensava ter preferido morrer junto com seus entes queridos. Ficara completamente sozinho a mercê de pessoas estranhas que o viam com maus olhos, até que um parente distante fora encontrado e nomeado seu tutor, vindo a morrer logo que Jared completara vinte anos.
Foi aí que passou a assumir as propriedades e os negócios da família, que muitas vezes tinham que ser tratados por seus criados, pois muitos negociadores tinham conhecimento da trágica história de sua família, e o queriam a distância.
Sua vida tornara-se muito solitária, visto que nenhum senhor desejava casar sua filha com alguém considerado amaldiçoado. Até mesmo seus criados mantinham certa distância, não o olhavam diretamente nos olhos, mesmo recebendo a melhor forma de tratamento possível.
Como não tinha esposa e amigos, Jared concentrava-se nos estudos e nos negócios, que prosperavam como nunca. Isso também fazia com que muitos acreditassem que era possuído, ou que tinha algum pacto com o demônio, e não que era fruto de sua inteligência e dedicação.
Jared tinha sido criado como cristão, acreditava em Deus e em sua misericórdia acima de tudo, e este era o único motivo de ainda não ter acabado com a própria vida. Segundo a bíblia e os ensinamentos de sua mãe, este era um pecado imperdoável, e como cristão, temia o fogo do inferno.
Raras vezes ia a igreja, pois muitos se afastavam diante de sua presença, então a frequentava não em horários de missa, apenas entrava lá quando estava vazia, onde se ajoelhava diante do altar e rezava. Rezava por uma vida mais justa, e pedia perdão por seus pecados, pedia para que sua alma fosse purificada, assim como o seu corpo.
Algumas vezes aparecia no altar um jovem padre, sozinho, ensaiando seus sermões. Seus olhares se cruzavam apenas por um instante, então Jared voltava a baixar a cabeça, concentrado em suas orações. Não ousava pronunciar uma palavra, ou encarar o padre, por medo de ser expulso dali. Era um dos poucos momentos que se sentia em paz consigo mesmo. Era o único lugar onde não sentia olhos curiosos o observando, nem se sentia julgado por ser o que era.
Voltou para casa, e para o seu quarto, que era o seu refúgio. Ali sentia-se seguro, e sentia um certo conforto. Trocou-se e foi até a copa, onde a criada serviu-lhe o jantar. Ficou por alguns instantes observando a própria imagem refletida na prataria, tinha se tornado um homem bonito, e tinha sido abençoado com um corpo perfeito e forte. Em partes por herança genética, e outra porque dedicava parte de seu tempo a fazer exercícios físicos. Era a melhor forma que havia encontrado para gastar sua energia.
Terminado o jantar, acendeu algumas velas no quarto, e concentrou-se novamente em sua leitura. Tinha muita curiosidade sobre o mundo, sobre os povos e suas culturas. E buscava saciar sua curiosidade nos livros. Eles o levavam a um mundo desconhecido, eles o tiravam de sua vida infeliz e pacata, e o transportavam para um mundo de sonhos, de fantasias, onde tudo era perfeito, e onde tudo era possível. Onde o mal não existia, onde tinha liberdade para fazer o que quisesse, sem ser julgado, nem pelos outros e nem por si mesmo. Não era exatamente o que lia nos livros, mas era para onde sua imaginação o levava.
Algumas vezes acabava adormecendo em meio a estes pensamentos, por outras, sua consciência o trazia de volta a realidade, e o fazia querer livrar-se de todos estes sentimentos e desejos impuros, então esperava que os criados se recolhessem, e caminhava pelo campo, onde tinha uma pequena fonte de água pura e cristalina.
Banhos não eram permitidos, era visto quase como um ato de bruxaria. Julgavam que quem tinha o coração puro e a alma limpa, não precisava lavar-se. Por isso Jared esperava o anoitecer, assim não corria o risco de ser visto por alguém.
A água corria do alto, em meio as pedras, e despencava em pequenos jatos, e era onde Jared retirava toda sua roupa, ficando completamente nu, e se postava debaixo da água fria, sentindo os pingos relaxarem sua tensão, escorrendo por seus cabelos, por suas costas, levando o pecado junto consigo.
Sentia sua alma sendo lavada junto com seu corpo, sentia a febre que o consumia se dissipar, então esfregava sua pele com força, tentando limpar-se de todos os pensamentos impuros, de todo o pecado que o consumia.
Depois de um banho demorado, secava sua pele numa toalha macia, e vestia roupas limpas, sentindo-se renovado.
Assim conseguia deitar em sua cama e dormir tranquilo, livre de sonhos e pensamentos constrangedores, sentindo-se puro novamente.
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Jensen era um jovem padre, que também provinha de uma família nobre. Desde criança dedicou-se a igreja, e conforme sempre fora o desejo de sua família, ao atingir a idade adulta, optou por tornar-se padre.
Para isso estudou muito e preparou-se, assim como entregou a igreja todos os seus bens e todo ouro que possuía.
Passou a dedicar sua vida a igreja, e aos fiéis, que compareciam todos os domingos, deixando a sua pequena igreja lotada. Conhecia cada um deles, suas famílias, seus filhos. Era uma cidade pequena, o que tornava tudo mais fácil.
Estudava muito, preparava seus sermões, e também dedicava parte do seu tempo ajudando os necessitados. Era visto com maus olhos pelas famílias mais nobres quando fazia isso, mas mesmo assim fazia campanhas para arrecadar comida e roupas para os necessitados.
As doações que eram feitas pelos nobres a igreja, eram destinadas ao clero e a sua riqueza, ou então a construções de novas igrejas, mas nunca a população pobre da cidade, o que fazia Jensen sentir certa revolta.
Na porta da igreja, Jensen havia colocado duas caixas para coleta, uma de alimentos, e outra de roupas, mas quase nada era depositado ali, e mesmo assim Jensen não desistia.
Uma vez por semana aparecia uma quantia em moedas de ouro em uma das caixas. Jensen não tinha certeza, mas passou a observar que isto acontecia cada vez que um jovem senhor aparecia na igreja. Vinha sempre sozinho, muito bem vestido e educado, ajoelhava-se diante do altar, e permanecia ali por algumas horas.
Jensen não o conhecia pessoalmente, mas já tinha ouvido falar sobre ele. Apesar de ser proveniente de uma família nobre, não era visto com bons olhos pela sociedade, e provavelmente por isso, vivia solitário e mantinha-se excluído.
Jensen por muitas vezes sentiu vontade de abordá-lo para uma conversa, mas quando havia feito sua primeira tentativa, o jovem senhor saiu as pressas da igreja, voltando a aparecer apenas um mês depois.
Depois disso resolveu deixá-lo em paz, parecia ser uma boa pessoa, e também parecia se preocupar com as pessoas carentes, já que a quantia generosa em ouro continuava aparecendo cada vez que ele entrava na igreja.
Jensen achava um exagero o que as pessoas comentavam a respeito dele, afinal não era sua culpa se uma tragédia como aquela havia se abatido sobre a sua família. Mas o povo era extremamente preconceituoso, e contra isso, Jensen já havia desistido de lutar. Era difícil trabalhar em uma cidade pequena como esta, afinal os nobres se julgavam os donos da cidade, e quem não se adequasse as suas regras, era punido rigorosamente, ou excluído da sociedade.
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Algumas vezes Jared recebia visitas em sua casa, mas com plena consciência de que não era porque apreciavam sua companhia, ou porque se preocupavam em saber como estava. Usavam estes argumentos apenas com uma intenção: interesse.
No início o bajulavam, tentando conquistar sua confiança, oferecendo ajuda, já que Jared ainda era muito jovem e vivia sozinho, mas no final acabavam demonstrando qual era o verdadeiro interesse, pedindo dinheiro emprestado, ou então terras para serem arrendadas, este tipo de coisa, que Jared sabia, caso concedesse o empréstimo, jamais teria de volta.
Muitos apareciam em sua propriedade apenas para bisbilhotar. Algumas beatas queriam ver por elas mesmas quem era o garoto que havia sobrevivido a tamanha desgraça, e se certificar de que ele não era mesmo um bruxo. Afinal, na opinião delas, só mesmo um bruxo ou então alguém com a alma possuída pelo mal, teria passado por algo assim e saído ileso. Ou então um milagre. Mas ninguém na cidade acreditava que aquele jovem senhor seria digno de um milagre.
Preferiam acreditar na hipótese de bruxaria, mas como nada podiam provar, para levá-lo a julgamento por tal ato, se contentavam em vigiá-lo e mantê-lo longe de suas famílias.
Jared estava tendo mais uma daquelas noites repletas de insônia e pesadelos. Pesadelos com o tal homem que violentava sua alma, e possuía seu corpo, o deixando febril.
Despertou novamente suando, e sentindo um calor insuportável provindo do seu corpo. Queria poder arrancar este sentimento de dentro de si. Queria poder ter uma noite de sono tranquila, já que a sua vida já era tão perturbadora.
Acendeu uma vela e caminhou pela casa descalço, tentando aquietar seu coração. Sentia seu peito clamando por ar, mas a sua respiração era pesada, e parecia não haver ar suficiente dentro daquela casa.
A casa que um dia pertencera aos seus pais. Onde teve carinho, amor, afeto, onde teve uma família. Parou na porta, olhando em direção a colina. Lá ainda podia ver alguns destroços do galpão que um dia existira, e de onde vinham suas piores lembranças.
O galpão onde sua família fora encontrada morta, levada sem piedade pela peste. Ali Jared havia sido encontrado pelos soldados que buscavam os sobreviventes.
Com apenas doze anos de idade, fora encontrado de pé, em meio a todo aquele caos. Seus entes queridos estavam mortos aos seus pés, tinha ficado em estado de choque por dias, e ninguém sabia ao certo como tinha sobrevivido. Jared lembrava de ver todos adoecendo ao seu redor, lhes dava água, cuidava de suas feridas, tentava em vão conter sua febre... Mas seus esforços de nada adiantavam, nada podia fazer.
A cidade estava em quarentena, e não havia ninguém para ajudar. Ficou sozinho, imune a toda aquela desgraça, vendo os que amava morrendo um a um.
Já não havia mais lágrimas para chorar, nem dor para sentir, sentia-se devastado, perdido, petrificado. Depois que o encontraram, recolheram os corpos, e atearam fogo no galpão.
Uma criada que sobrevivera na vizinhança, havia ficado tomando conta de Jared até que encontraram o seu tutor. O cheiro de podridão e fumaça havia ficado impregnado no ar durante dias, e se Jared aspirasse fundo, ainda podia sentí-lo em suas lembranças. Lembranças estas que queria deixar para trás, mas que tinham se tornado uma maldição em sua rica e miserável vida.
Fechou os olhos com força, tentando afastar aquelas lembranças. Seguiu para fora, em direção a nascente de água. Precisava sentir o contato com aquela água pura e fria, precisava sentir sua alma sendo lavada novamente, junto com seu corpo, que ansiava por pecado.
Chegando lá, tirou sua túnica, e deixou seu corpo nu ser tocado por aquela água gelada e cristalina, então fechou os olhos e deixou que as gotas espessas escorressem por seu rosto, sentindo-se revigorado.
E foi neste instante que mais uma desgraça se abateu sobre sua vida. Jared não sabia de onde, mas a sua frente estavam postados meia dúzia de soldados, e mais alguns homens e mulheres que não reconhecia.
- Filho de satã! – Ouviu alguém gritar.
- Herege!
- Está se banhando, só pode ser mesmo um bruxo! Pactuando com os demônios!
Jared não podia acreditar no que estava acontecendo diante de seus olhos, mantinha-se imóvel, ainda em baixo d'água, ouvindo calado todos os insultos e xingamentos que lhe eram proferidos.
A multidão se aglomerava, e de repente Jared se sentiu puxado com brutalidade para fora da água, suas mãos foram amarradas, e um manto fora colocado sobre o seu corpo nu. Fora puxado, descalço, atrás da cavalaria, tendo que caminhar até a cidade, ainda ouvindo insultos e humilhações.
As lágrimas corriam por sua face, algumas vezes suas pernas fraquejavam e Jared caía, sendo arrastado alguns metros sem piedade alguma, até conseguir erguer-se e caminhar novamente.
Chegando na cidade, fora levado a uma prisão, onde ficaria a pão e água até o dia de seu julgamento.
Jared fora empurrado com estupidez para dentro de uma cela, com grades de ferro, onde caiu de joelhos. Ainda não tinha conseguido colocar suas idéias em ordem, ainda não podia entender o que estava acontecendo.
Era cristão, e acreditava fielmente em Deus, mas não podia compreender certas crenças e aspectos que a própria igreja defendia. Como fato de banhar-se podia ser um ato impuro? Como podiam enxergar forças demoníacas vindas da água, que era algo tão puro e cristalino?
Mas Jared sabia que não era apenas o fato de banhar-se que pesava sobre seus ombros. Todos aqueles anos sendo apontado como bruxo, pelo simples fato de ter sobrevivido a peste, estavam sendo somados a sua culpa.
Um arrepio de pavor lhe percorreu a espinha, ao lembrar do que sua mãe lhe contava sobre o castigo que era aplicado aos bruxos. Desde tortura, humilhações em público, até uma morte terrível na fogueira. Já não sabia se sentia medo, ou se queria apenas que tudo acabasse o mais rápido possível.
Jared não tinha noção de quanto tempo havia se passado, acabara por pegar no sono devido ao cansaço físico. Acordou sentindo frio, o chão de terra estava frio e úmido, e também sentia fome e sede.
Podia ouvir algumas vozes um pouco distantes, mas não conseguia distinguir quem era, ou o que estavam falando.
O ambiente era escuro, e só havia algumas frestas por onde podia ver a luz do sol, indicando que ainda era dia.
Suas mãos continuavam amarradas tão fortemente que seus pulsos doíam.
Mais algum tempo se passou, até que dois homens entraram em sua cela. Jared sabia que seria castigado, e sentiu seus joelhos tremerem, sendo tomado pelo pânico. Um dos homens o levantou do chão e o colocou com força contra a grade, onde bateu sua cabeça.
- Por que? O que eu fiz pra ser tratado desta forma? – Jared tentou argumentar.
- O que você fez? – Um dos homens falou e gargalhou em seguida – Você sabe muito bem o que fez, e não ouse mais abrir a sua boca, porque você não vai enfeitiçar ninguém aqui.
- Mas eu não...
Jared não conseguiu completar a frase, pois sentiu o manto que cobria seu corpo sendo arrancado, e a primeira chibatada sendo desferida em suas costas.
Continua...
Reviews?
**Nota sobre a proibição do banho pela Igreja:
"Desde os primórdios do tempo, nas primeiras civilizações: gregas, egípcias, persas e etc., o banho era fonte de alívio, prazer, e inclusive podia ser um meio de chegar às divindades. No Império romano, que absorvia as crenças de todos os lugares que dominava, a religião era politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses, e em certos rituais, como nos ritos de Vênus(Afrodite), onde orgias gerais eram organizadas pela esposa do rei e pelos sacerdotes, nas termas, como tributo à deusa do amor, praticado apenas pelos nobres, uma vez que o banho era raro e valiosíssimo. No Egito, que veio antes de Roma, deu-se a origem do banho, que também era utilizado apenas pela realeza, como fonte de prazer para o rei, que se reunia com suas comcobinas do arém(prostitutas de luxo), nas águas, e em rituais aos deuses. Mas onde entra a igreja nisso? Bem, depois da crucificação de Jesus, Roma fundou a igreja com medo de uma revolta dos fiéis, e negou aos deuses antigos, depois, a igreja criou a lei que denominava a água doce como água da vida, e a salgada como água do inferno. Ora, se a água salgada não podia ser bebida, para a igreja ela era do inferno e guardava em suas profundezas demônios e sereias, e se a água doce era da vida, não deveria ser suja pelos pecados humanos, a menos que eles fossem bruxos, e quisessem "sujar" a água do Cristo com demônios. Era um modo de banir praticas antigas e evitar o retorno dos deuses gregos, impor o medo aos fiéis, e assegurar o poder da igreja, que matava e condenava em nome de Deus."
