Notas da autora: É minha primeira longfic séria. E não é bem uma fanfic. É mais a história da minha vida, os meus pensamentos. Então, pra dizer a verdade, nem tem nada a ver com o fandom de Naruto. Talvez eu junte depois e faça um polígrafo. Mas é só uma hipótese, viu? Escrevo quase todas as aulas de matemática e física. Não pergunte porquê escrevo com inspiração só nessas duas. Deve ser porquê são AS MAIS CHATAS.

Amor & Amargura

Prólogo

"Amor? O que é isso? É de comer? Eu não gosto..."

O amor ainda era algo novo para mim. Eu só o conhecia teóricamente: curtas, livros, filmes, vídeos, seriados... A idéia, mesmo assim, era nítida. Eu sabia que era definitivo: ou traria extrema desgraça, ou extrema alegria. Conhecia diversos casos: trágédias, nas quais alguém acabava morrendo pela pessoa amada (ou até mesmo com ela); comédias, quando os personagens se amavam, mas não tinham conhecimento disso, e, finalmente, os finais felizes, quando os protagonistas passavam por um grave dilema, mas superavam-no, e no final viviam "felizes para sempre".

Desde o fim do ano passado, passei a conhecer melhor e aprofundar laços de amizade com um garoto: gostávamos das mesmas coisas, tinhamos assunto para horas, talvez dias. Mas uma coisa me surpreendia; ele me entendia. Não um entender comum: ele entendia com clareza as razões por trás de meus atos e emoções, proeza alcançada por pouquíssimas pessoas antes, como uma ou outra amiga extremamente próxima. Nem os pais conseguiam muito bem. Era um choque.

Naquela época, eu tinha uma queda por outro, depois revelado ser só mais um inútil. Passei meses iludindo-me de que ninguém jamais seria motivo de atração para mim. Pouco tempo depois, vi que estava errada. Infelizmente.

Consegui passar três meses inteiros enganando a mim mesma. Se me perguntavam, eu negava - ainda nego -, mas, internamente, uma pequena parte de mim doía por dizer isso - e ainda dói. Devo dizer que foi complicado negar - ele era lindo, na minha opinião. Não era musculoso, muito menos obeso ou magrelo: era simplesmente fofo. Suas bochechas se ressaltavam na face com traços infantis, a pele de veludo sempre bonita. Suas mãos eram quentes, e seu abraço era aconchegante. Ele era tudo o que eu poderia esperar de uma alma gêmea. Passávamos o recreio juntos com mais alguns garotos e algumas garotas. Tinhamos pouco tempo a sós, mas mesmo em um grupo grande, ele nunca me deixava ignorada.

Claro que o dilema começaria logo - eu tinha certeza -, e eu teria que aproveitar cada brecha ao máximo. Posso dizer que começou de um jeito que eu não esperava: ele comentou, por algumas vezes, gostar de uma garota de outra escola - duvido que tivessem qualquer afinidade -, que ele dizia ser bonita. Constantemente ele pedia conselhos sobre o assunto. Confesso que sempre fui sincera nas dicas, por mais relutante que eu estivesse. Dizer a verdade sempre me deixava melhor.

Após algum tempo, a desculpa de que ele era "apenas um amigo" não enganava nem a mim mesma. Como se eu estivesse viciada nele. Enquanto ele estivesse por perto, eu estaria bem.

Bem, sei que ele provavelmente não gosta de mim como eu gosto dele. Não sou nenhuma deusa grega, sei bem disso. Mas seria bom, de vez em quando, poder mostrar afeto sem se preocupar com as pessoas á minha volta.

Tenho certeza que acabarei igual, como sempre: sozinha, claro. Meu imã do azar está sempre ligado.

Só uma pergunta: você pode desligá-lo?