Marriage Law (Lei do Casamento), é um clichê nas fanfics Harry Potter. Quer dizer exatamente o que o nome insinua: Uma Lei do Casamento, em que bruxos a partir de dezessete anos, e solteiros, são obrigados a se casar. Claro que há um motivo plausível para tal, que é a procriação, uma vez que depois da guerra muitos bruxos morreram e o mundo mágico corre risco de extinção. E é obrigatório, como toda lei. Quem não cumpre com o que é estipulado, é preso.
Não contém M-preg.


As flores brotam e morrem.
As estrelas brilham, mas um dia se apagarão.
Tudo morre. A Terra, o Sol, a Via Láctea e até mesmo todo esse universo não é exceção.
Comparado a isso, a vida do homem é tão breve e fugidia quanto o piscar de um olho.
Nesse curto instante, os homens nascem, riem, choram, lutam, sofrem, festejam, lamentam, odeiam pessoas e amam outras.
Tudo é transitório, e em seguida todos caem no sono eterno chamado morte.

Cavaleiros do Zodíaco Além do Orgulho. (Saga de Hades)


Capítulo I – Entre Leis e Casamentos.

"O que você pretende fazer contra isso, Draco?"

"Tudo." A resposta veio sem nenhuma hesitação. Fria. "Eu vou lutar contra isso. Até o fim."

Draco Malfoy manteve os olhos fixos no dourado líquido em um ponto distante do céu coberto por algumas nuvens. Era tão cedo, estava tão frio e sua cama ainda estava no andar de cima, esperando-o. Ele sabia que não iria voltar, mas havia algum tipo de consolo doentio em se lembrar que podia se cobrir dos pés à cabeça e tentar esquecer. Talvez, em algum momento, pudesse finalmente dormir. E talvez, se tivesse alguma sorte, não sonharia.

Infelizmente não possuía sorte.

Um sorriso sem emoção nasceu em seu rosto e tentou ignorar o pai ao seu lado, desejando com todas as forças que ele entendesse de uma vez que não precisava ficar ali todos os momentos como se Draco ainda fosse uma criança de cinco anos que precisava de monitoramento vinte e quatro horas por dia.

Draco Malfoy, fracassado, ex-Comensal da Morte e destinado a um casamento com a pessoa que arruinou sua vida.

Nunca diga que nada pode piorar. Às coisas sempre pioram.

"Você deveria conversar com Potter." Comentou Lucius enquanto se sentava ao lado do filho no banco de mármore, no Jardim da Mansão Malfoy.

Draco tentou rir, mas a simples idéia serviu para apagar qualquer humor das palavras de seu pai. Ele olhou para a blusa preta que usava e notou vários pêlos brancos. Devia parar de segurar Mia no colo. "Ele conseguiu se livrar do casamento." Continuou, parecendo não se importar com a falta de interesse do filho. "Talvez ele possa te ajudar..."

"Ele conseguiu porque é Harry Potter." Fechando os olhos, Draco tentou ignorar o dourado líquido do céu e a presença do pai. "Já eu sou um mero mortal..."

"Mas continua sendo um Malfoy." Lucius colocou a mão sobre o joelho do filho. Talvez tentando passar consolo. Ou apenas uma forma inconsciente de pressão psicológica. "Nosso nome ainda vale alguma coisa. E você não pode se casar com a pessoa que..." As palavras ficaram no ar, pois o mais velho não conseguiu completar. Draco continuou com os olhos fechados. "Ele te deve isso, Draco. E nós o ajudamos também."

"Às pessoas costumam esquecer o que fizemos de bom, pois o que fizemos de ruim ocupa espaço demais." Disse Draco, indiferente aos apelos. Soltou um suspiro baixo e abriu os olhos. O sol começava a se tornar incomodo. "Eu vou tentar com meu próprio esforço, mas se não conseguir resultados vou procurá-lo."

"Esqueça esse orgulho, Dragão." Lucius suspirou alto e profundamente, afastou a mão do joelho do filho enquanto se encostava completamente no banco de mármore. Seu corpo estava um pouco jogado para a direita, a direção contrária à Draco. Ele não parecia tão frio nesse momento. "Você já deveria ter aprendido que ele não serve de nada nos dias de hoje."

"Não é orgulho, pai." O loiro mais novo abriu um sorriso cansado. Suas mãos começavam a tremer de leve conforme a conversa começava a se alongar. "Eu só não quero dever nada a ele."

"Mas ele deve a você, e é esse o ponto." Houve uma pausa, onde o silêncio se pendurou até cair ladeira abaixo. Seu pai nunca conseguia ficar calado por muito tempo. "Vamos lá, Draco..." Lucius voltou a se ajeitar, sua expressão mesclava ansiedade e uma pontada de desespero. "Ele é sua única esperança, sabe disso."

Draco soube, desde o início, que acabaria dependendo de Potter.

Sua cabeça doía. O sol começava a irritar seus olhos. A voz de seu pai o estava deixando ainda pior e aquele jardim lembrava-o dolorosamente de sua mãe.

Qual havia sido a última vez que vira Potter? Ele se lembrava vagamente da festa de comemoração ao fim da guerra. Harry Potter estava lá com os inseparáveis Ronald Weasley e Hermione Granger. Ambos estavam noivos. O anel de diamantes brilhava no dedo dela intensamente. A invejam, ele lembrava. Mas os dois eram bons e felizes demais para perceber os olhares que recebiam. Draco se perguntou como alguém ainda poderia ser feliz.

Parecia que fora há tanto tempo atrás... Quanto tempo, exatamente, fazia? Um ano? Dois? Não importava.

Potter estava na festa, com seu semblante apagado e havia tomado todas. Ele sentiu vontade de rir da lembrança. Era tão patético. Ele tivera que sair da festa nos braços da família Weasley depois de rir descontroladamente, cantar o verso de "Vondy já era" para em seguida chorar compulsivamente a morte de seus pais, de seu padrinho, de Remus Lupin, Nymphadora Tonks e tantas outras pessoas... Ronald Weasley precisou pegá-lo no colo depois que desmaiou em cima da mesa de aperitivos, não sem antes vomitar no sapato da esposa do Ministro.

"Essa manhã recebemos o convite para o casamento de Hermione Granger e Ronald Weasley." Falou Lucius, chamando a atenção do filho que já se perdia em pensamentos. "É a chance perfeita para falar com ele."

"Eu não vou." Draco respondeu displicente, puxando um pequeno pêlo de Mia de sua blusa e deixando o vento empurrá-la de seus dedos.

"Por quê?" Lucius estava começando a se irritar, isso não passou despercebido a Draco, mas não se deixou abalar.

"Por mais que goste da Granger, não concordo que ela se case com o Weasley, logo, não vou ao casamento." Draco sentiu o vento um pouco mais forte batendo contra seu rosto e fechou os olhos novamente, saboreando-o.

Era verdade sobre Granger e Weasley. Ele realmente não concordava com o relacionamento dos dois. Entretanto, ainda não decidira se ia ou não ao casamento. Via Granger com freqüência no Ministério, uma vez que ambos trabalhavam como Inomináveis. Com o tempo acabaram criando um laço muito fino de amizade. Gostava dela, dos assuntos dela, do jeito dela e da maneira como ela parecia sempre estar preparada para tudo. Ela era madura, inteligente e extremamente leal. Não merecia alguém como Ronald Weasley, e gostava de deixar suas opiniões sempre à visão de todos. Se aparecesse no casamento poderia parecer que os apoiava.

Mas por outro lado, se ela não se casasse com ele talvez precisasse casar com um estranho, alguém que ela nunca havia visto. Ou alguém que odiava... Como acabara acontecendo com ele.

Draco ainda se lembrava como se fosse hoje quando recebeu a carta do Ministério dizendo-lhe que como não arranjara um companheiro como fora decretado pela Lei do Casamento, o próprio Ministério o fizera. Ele, pra começar, nem sabia por que não tinha arrumado uma esposa. Membros do Ministério haviam decretado a nova Lei de forma firme e irremediável e Malfoy estava lá, sentado na sala de palestras, junto com todos os funcionários solteiros quando Kingsley Shacklebolt havia informado sobre ela.

A população mágica, após a guerra, havia sido reduzida a números assustadores. A Nova Lei era, acima de tudo, para procriação.

"E há exceções..." Havia explicado Hermione quando voltaram ao trabalho. Ela tinha na mão um pedaço de pergaminho que acabara de receber, para maiores informações. "Nascidos Trouxas não podem se casar entre si. Assim como Sangues-Puros..."

"Porque não?" Ele havia perguntado levemente impressionado.

"Bem... No caso dos nascidos trouxas porque há grande probabilidade de que o filho seja um aborto." Ela mordeu o lábio inferior, pensativa. "E se uma nascida trouxa se casar com um Sangue-Puro, a probabilidade da criança nascer abortada é praticamente zero. Se os sangues-puros se casarem entre si, então não vai haver muitas opções além de Mestiços, que apesar de serem livres para escolher com quê tipo casar, pode também ser perigoso. A função dessa lei é a multiplicação mágica, pois nosso mundo está morrendo. Ou seja, se houver muitos abortos, não vai ter valido de nada."

Draco achou a coisa toda muito ridícula.

"No caso de relacionamentos do mesmo sexo, há poções que resolverão o problema." Ela calmamente descia os olhos pelo pergaminho, lendo-o miraculosamente. "Se, no prazo de um ano, não houver filhos, o casal pode se separar. Mas é aconselhável que se casem novamente com outro parceiro o mais rápido possível."

"Isso parece um pouco... desesperado." Comentou Draco algum tempo depois. Hermione parecia séria, com o olhar meio perdido pela sala. "O Ministério acha mesmo que há riscos dos bruxos entrarem em extinção?"

"Bem, pelo que parece, sim." Respondeu ela com o cenho franzido. "Eu não imaginei que a situação fosse assim tão séria. Mas pelo fato de encorajarem relações homossexuais pode-se dizer que sim, é grave. As poções para gravidez masculina eram terminantemente proibidas, uma vez que o casamento gay não era bem visto. E, no caso das mulheres, é até vantajoso, já que ambas podem engravidar... Oh, isso é ridículo!" Ela exclamou, com os lábios ligeiramente abertos após ler mais um parágrafo. "O Ministério vai acompanhar o casal de perto e lançarão feitiços para saber se as relações sexuais estão ou não sendo realizadas."

Draco se lembrava vagamente de ter rido da expressão ultrajada dela.

Mas, no fim, para Granger a nova Lei não mudava nada, uma vez que ela já estava noiva de Ronald Weasley e pretendia se casar o mais rápido possível. Já Draco, não tentara nem arrumar uma namorada, o que já era alarmante o suficiente.

Agora estava com uma corda no pescoço e tinha que decidir: se casar com a pessoa que mais despreza no mundo, ir para Azkaban ou pedir ajuda a Potter?

Seu pai ainda estava ao seu lado, agora em silêncio. O sol estava escondido sobre algumas nuvens e não mais irritava seus olhos. O dourado líquido do céu havia sumido. E ele respirou fundo algumas vezes, esperando que o dia do casamento de Hermione nunca chegasse.


Harry Potter parou em frente a um Ronald Weasley impecavelmente arrumado e igualmente apreensivo. Ele estava muito bonito, Harry notou, e seu coração se encheu de orgulho. Era quase surreal que seus melhores amigos – e as duas pessoas mais importantes em sua vida – fossem se casar.

Estavam no Jardim d'A Toca, onde cadeiras brancas estavam distribuídas pela grama fofa e aparada. Um pequeno altar se erguia ao fim e o céu estava límpido, completamente azul, fazendo contraste com algumas nuvens tímidas que, às vezes, cobriam o sol, para então voltar com força total, fazendo o cabelo do amigo parecer ouro.

Harry notou que ele parecia a ponto de começar a hiperventilar e quase sorriu.

"Ron, acalme-se..." O ruivo o olhou surpreso, como se o visse pela primeira vez. A ansiedade em seu rosto era palpável.

Algumas pessoas começavam a chegar agora. Viu Luna Lovegood com seu olhar sonhador, de braço dado com o pai. Notou Bill e Fleur conversando animadamente em um dos cantos mais afastados, enquanto seus filhos estavam aos seus pés, sentados na grama, brincando. Ginny estava linda com seu vestido lilás e um sorriso perfeito, enquanto cumprimentava alguma tia que Harry não conhecia. Dean Thomas estava a alguns metros, conversando com Seamus sobre quadribol. Eles iriam se casar na próxima semana.

"Merlin, Harry!" Exclamou Rony. Ele juntou as mãos e soltou o ar pela boca. "Nunca se case." O moreno riu, voltando o olhar novamente para o amigo.

"Não vou... Pelo menos não tão cedo."

"Você viu Hermione?" Harry não se importou com a súbita mudança de assunto, apenas sorriu de leve.

"Sim... Ela está linda." Era a verdade. Alguns minutos antes, estivera com a amiga. E ela estava deslumbrante. Completamente impecável em seu vestido branco. Nunca antes havia se sentido tão orgulhoso pelos dois.

"Oh" Rony gemeu e lançou um olhar a Harry, sobre o ombro. "Hermione convidou Malfoy. Eu disse para ela não fazer isso..."

Harry se virou imediatamente, seguindo o olhar do amigo. Vindo em sua direção, estava Malfoy. O moreno não pode deixar de notar que ele estava completamente de negro, da cabeça aos pés, o que o deixava parecendo sério demais. Ele vestia calça e sapatos sociais. Por cima, um sobretudo que ia quase até metade de suas coxas, abotoado até o pescoço. O sol estava tão forte que Harry estava começando a suar. Malfoy nem parecia com calor.

"Weasley." Malfoy cumprimentou com frieza polida. Rony não respondeu e o loiro não pareceu se importar. Um sorriso de escárnio nasceu em seus lábios. "Potter."

"Malfoy." Harry fez um pequeno aceno com a cabeça, observando os cabelos impecavelmente arrumados balançarem de leve com o vento.

"Ninguém está fazendo festas de casamento..." ele comentou em seguida, com uma sobrancelha franzida. "Todos preferem algo mais discreto. Apenas assinar os papéis necessários e ir logo à consumação." Malfoy olhou em volta, observando todos os preparativos do casamento. "Ou pelo menos é o que o Ministério prefere." Outro sorriso sem emoção nasceu em seu rosto.

"Não há necessidade em festas quando pretendem se separar assim que o prazo de um ano se cumprir." Observou Harry. Malfoy demorou um pouco para responder. Colocou as mãos dentro do bolso de seu casaco, os olhos fixos no moreno.

"Ouvi dizer que você conseguiu escapar do casamento." Ele disse finalmente. Harry molhou os lábios secos com a ponta da língua, sem notar que Rony havia saído de seu lado.

"Eu apenas disse que achava a idéia ridícula e que me prendessem, pois não iria me casar." Ele começou, observando atentamente o outro. "Aparentemente, prender Harry Potter não faria bem a imagem do Ministério, então me livraram dessa lei maluca. Eu tenho até um certificado oficial." Harry soltou uma risada, como se achasse tudo muito divertido. "Pelo jeito é sério."

"Bem, nem todas as pessoas podem ser Harry Potter, não é?"

Harry estava começando a imaginar aonde àquela conversa iria chegar. Os olhos de Malfoy não diziam nada. Mas para ele tratá-lo assim, sem insultos, tinha que ter alguma coisa.

"Hoje é o casamento dos meus melhores amigos..." Harry começou pausadamente. "seja lá o que você pretende, hoje não é um bom momento."

"Por incrível que pareça, Potter, minha intenção não é destruir o casamento do seu amiguinho patético." Malfoy ainda mantinha as mãos dentro dos bolsos, observando Harry. "Eu preciso conversar com você."

"Ah, claro" Harry exclamou sarcástico. "Insultar meu amigo é uma maneira muito racional de conseguir isso..."

"Eu falo sério, Potter." Um vento um pouco mais forte soprou, trazendo uma mexa do cabelo loiro de Malfoy a seus olhos. Ele pareceu impaciente quando retirou a mão direita de dentro do bolso e afastou-a para o lado.

Harry não tinha nada a perder, além de sua paciência, conversando com Malfoy. Olhou demoradamente para ele, esperando achar alguma pista do porque ele queria conversar. Resolveu que nada conseguiria. Malfoy continuava impassível.

"Tudo bem." Disse finalmente. "Depois da festa nós..."

"Não vou ficar até o fim." Cortou Malfoy. "Eu só vim até aqui cumprimentar Hermione antes que ela faça a pior merda de sua vida."

O que mais surpreendeu Harry não foi o fato de Malfoy ter dito com todas as palavras que queria cumprimentar Hermione, ou que ela estava prestes a fazer a pior merda de sua vida. Àquele era o Malfoy. Era do feitio dele dizer algo daquele tipo. O que o surpreendeu foi a convicção com o qual a frase foi dita. Sem hesitação. Sem sarcasmo. Sem desdém. Como se simplesmente constatasse um fato que já era certo.

Malfoy havia aceitado Hermione, que era uma nascida-trouxa. Havia até perdoado Harry Potter, seu inimigo desde o primeiro ano, órfão e sem pais. Prova disso é estar parado em frente a ele agora, dizendo que precisava conversar. Mas ele não aceitara Ronald Weasley, que era um sangue-puro e agora não mais pobre.

No final de tudo, Draco Malfoy não era assim tão superficial.

"Pode falar." Harry ignorou deliberadamente a última frase de Malfoy. Não queria um motivo para transformar àquela conversa em discussão.

"Você conhece Lauren McFly?"

"Conheço." Respondeu imediatamente, pela primeira vez se interessando pela conversa. Porque Draco Malfoy queria conversar sobre Lauren McFly?

"Com certeza você sabe da nossa história..." Disse hesitante. Harry notou que ele não levara a mão de volta ao bolso, e ela estava rente ao corpo, trêmula. Ele notou também, pois se apressou a escondê-la novamente.

"Sim. Você a acusou do assassinato de sua mãe..." Havia mais na história, ele sabia. Se isso era verdade ou não, Harry não poderia dizer. Malfoy fora seqüestrado, alguns anos antes, e quando achado, meses depois, estava à beira da morte. O moreno não se importou em investigar melhor o caso, pois imaginou que era apenas uma vingança de Comensais da Morte ressentidos por ele ter conseguido escapar impune depois da morte de Voldemort. Mas, ainda hospitalizado, Malfoy acusou Lauren McFly do crime.

"Sim, eu a acusei pela morte de minha mãe." Ele concordou. Molhou o lábio inferior com a ponta da língua e esperou até que um garçom passasse por eles antes de continuar: "Talvez você não acredite, assim como o Ministério não acreditou e a inocentou, mas ela foi a culpada."

"Olha, Malfoy, eu sinto muito pela sua mãe, okay? Mas eu sinceramente não sei o que isso-" Harry começou, mas foi interrompido.

"O Ministério ordenou que eu case-me com ela."

"Oh, eu sinto muito!" As palavras em seguida parecem idiotas até para si mesmo. Harry tinha certeza que deveria parecer mais estranho que o normal com os olhos arregalados e os lábios entreabertos. Malfoy pareceu não se importar.

"Tudo bem." Ele olhou em volta. Harry notou que seu olhar parou em Rony alguns segundos e observou seu maxilar cerrado. Ele trocou o peso do corpo para a perna esquerda. "Eu preciso de sua ajuda."

"Minha ajuda?" Repetiu Harry, visivelmente desconcertado.

"Potter... Eu lutei com você na guerra. Eu posso ter demorado até perceber qual era o lado certo e me arrependo disso. Eu abandonei meu pai ao lado de Voldemort para ir até vocês porque achei que ainda houvesse salvação para mim." Ele soltou uma risada pelo nariz, seus olhos estavam desfocados. "Mas se eu lutei tanto tempo pelo nosso mundo para acabar casado com Lauren McFly, prefiro ir para Azkaban. Você não tem idéia..." Malfoy parou abruptamente, como se soubesse que falara demais. Pela primeira vez naquele dia emoções passavam por seu rosto. Ele estava assustado. "Você é a única chance que eu tenho para conseguir me livrar disso."

Harry observou Malfoy atônico. Ele achava mesmo que Harry conseguiria ir contra uma ordem do Ministério? Estava prestes a dizer que sentia muito, mas não podia fazer nada... Mas então olhou o rosto sempre frio de Malfoy banhado de emoções que, pela primeira vez, pareciam verdadeiras. Foi como voltar até seu sexto ano e encontrá-lo chorando no banheiro. E se lembrou das mãos trêmulas e do seu ódio de Voldemort por ter matado seus pais... Mas Lauren McFly fora inocentada, certo? Ela era inocente.

Mas Sirius ficou preso por anos, mesmo não sendo culpado da morte de Peter. Porque o contrário não poderia acontecer?

Harry estava começando a se sentir tonto e se perguntava por que aceitara conversar com ele.

"Eu não sei se posso..." Harry parou a frase pela metade, abaixou o olhar até o pescoço de Malfoy e mordeu o lábio inferior. "Eu vou tentar, mas não prometo nada..."

"Eu sei." Malfoy disse e Harry se perguntou o quê ele sabia. "Vou procurar Hermione agora... Até mais."

Harry observou Malfoy lhe virar as costas e andar em direção a casa principal sem esperar nenhuma resposta e se sentiu levemente ofendido pela arrogância.

Seus cabelos balançavam de leve contra o vento e começavam a ficar bagunçados. O moreno se perguntou como conseguiria ajudá-lo. E se conseguiria.


Harry se perguntava novamente o que estava fazendo ali.

"Hermione, você tem certeza que esse é o médico certo?" Perguntou pra amiga em voz baixa. Ela estava sentada em seu lado na sala de espera do Hospital St. Mungus.

"Absoluta, Harry." Respondeu impaciente. Era a terceira vez que o moreno fazia àquela pergunta.

O Auror fechou os olhos e apoiou a cabeça contra a parede. Ele não sabia mesmo o que estava fazendo ali. E muito menos porque estava tentando ajudar alguém de quem nunca havia gostado. Mas não fazer nada seria cruel demais... Precisava tirar todas as suas dúvidas sobre o caso, e, então, decidir ajudar ou não Malfoy.

Harry se lembrava vagamente do caso Malfoy há quase três anos. Fora a notícia mais comentada por semanas. Narcissa Malfoy morta e Draco Malfoy internado em caso grave depois de passar três meses como refém. De quem, nunca foi descoberto. O que intrigava Harry é o motivo pelo qual ele mentiria sobre Lauren McFly. Era um fato conhecido por todos que Malfoy acusara-a de ser a responsável pela morte de sua mãe.

O moreno foi obrigado a acordar de suas reflexões quando a porta branca do consultório foi aberta e uma curandeira vestida totalmente de branco apareceu.

"Harry Potter e Hermione Weasley." Chamou a mulher. Hermione imediatamente levantou, deixando a revista que lia na cadeira ao lado e ajeitando a bolsa no ombro. Harry a seguiu e entrou no consultório do medibruxo Artchie Madson, um homem grisalho em plena forma física, com um sorriso muito branco que transbordava simpatia.

"Sejam bem vindos." Ele saudou animado. Seu sorriso aumentou enquanto cumprimentava os dois com apertos de mãos e indicava lugares para se sentarem em frente à sua escrivaninha.

O escritório de Madson era comum. Havia vários papéis em sua mesa, canetas, lápis, um termômetro guardado cuidadosamente em seu recipiente e um pote de balas. Para as crianças, imaginou Harry. Havia uma grande janela que iluminava toda a sala. Quadros de diplomas estavam por todo lugar, pendurados nas paredes.

"Obrigada, Sr. Madson." Respondeu Hermione, educadamente.

"No que posso ajudá-los, Sra. Weasley, Auror Potter?"

"Tenho algumas perguntas para fazer sobre Draco Malfoy." Harry respondeu, usando seu melhor tom profissional.

"Oh sim, o Sr. Malfoy..." O sorriso do Doutor Madson morreu um pouco. "Foi um caso horrível, o dele."

"Sim..." Disse Harry vagamente. "Eu queria saber em que estado exatamente ele chegou aqui."

"Bem, ele chegou aqui quase a beira da morte. Mesmo para um bruxo, foi quase um milagre que tenha sobrevivido. Nós já estávamos desenganados... Você tem uma autorização do Ministério para me mostrar? Os estados dos pacientes são totalmente confidenciais."

Harry já esperava por aquilo. Entregou a pasta que estava em suas mãos até Madson e esperou ele conferir. Era uma autorização falsa. Hermione o ajudara a forjá-la depois de muita insistência. Harry evitou encontrar o olhar da amiga e se deparar com a expressão de culpa. Só esperava que ele acreditasse...

"Muito bem, então." Falou depois de alguns minutos, guardando a pasta dentro de uma das gavetas de sua escrivaninha. "Quais são suas perguntas?"

"Em que estado ele chegou aqui?"

"Ele chegou ao St. Mungus às 19h37. Estava em estado grave, como todos já sabem." Harry se surpreendeu com o tom profissional que ele adotara tão rapidamente e mais ainda por saber todo o caso de Malfoy de cor. "Seis costelas fraturadas, lacerações no tórax, uma perfuração no abdômen, níveis tóxicos altíssimos. Tivemos que fazer uma cirurgia de emergência para reparar danos ao esôfago e à parede estomacal. Quando o abrimos, o esôfago estava tão danificado que tivemos que reconstruí-lo com um enxerto da bexiga. E ele estava sem o baço."

Harry ouviu uma exclamação horrorizada de Hermione e ele próprio sentiu o estomago embrulhado.

"Ele estava sem o baço, você disse?"

"Isso. O responsável fez um bom trabalho ao dividir o fornecimento de sangue e suturá-lo, mas havia um pequeno sangramento e tivemos que abri-lo para limpar."

"É possível simplesmente retirar o baço de uma pessoa?" Questionou Hermione depois de se recuperar um pouco.

"Se você souber fazer" disse Madson "não é um órgão essencial."

"O que ela fez com o baço?" Harry, tarde demais, notou que havia usado a palavra ela. Se Madson percebeu alguma coisa, ignorou.

"O baço foi enviado ao pai dele." Explicou calmamente. "Retirar um baço não é uma cirurgia simples... Ele entrou em choque séptico e os órgãos começaram a falhar. Se não tivesse sido tratado pelo responsável no local, Malfoy estaria morto."

"Ouvi dizer que ela fez um RCP¹ nele..." Disse Hermione.

"Sim..." Madson fez uma pausa, com as sobrancelhas franzidas. "Usaram digitalina para parar o coração dele e depois o ressuscitaram com lidocaína."

Harry estava a cada minuto mais horrorizado. Nem em seus piores devaneios chegou a pensar que o caso de Malfoy tivesse sido assim tão sério. Imaginou algumas Cruciatus... Mas não isso.

"Você disse que os níveis tóxicos dele estavam altos? O que ele estava tomando, exatamente?" Harry indagou algum tempo depois. Seu coração estava acelerado.

"Muita coisa..." Madson tamborilou os dedos em cima da mesa. "Morfina. Anfetamina. Succinilcolina. Bufotenina. Benzilpiperazina. E isso é só o que ainda estava no sistema dele."

"Quais exatamente eram os efeitos dessas drogas?" Hermione indagou imediatamente. Ela estava pálida. Talvez não tivesse sido uma boa idéia trazê-la.

"Sem saber a ordem que ele tomou, não sei dizer. Mas pode causar graus elevados de insônia, agitação, paralisia, alucinações..."

Agora era fácil saber por que Lauren McFly havia sido inocentada. Se todas àquelas drogas estavam em seu sistema, quem acreditaria na palavra de Malfoy? Ele deveria estar tão chapado que não conseguiria distinguir nada. E alucinações...

Harry parou de pensar sobre isso. Pelo menos, por enquanto, precisava se concentrar no motivo real de porque estava ali.

"Não poderiam ter pegado lembranças dele para provar que ele estava certo?" Hermione questionou para o medibruxo, que apenas balançou negativamente a cabeça.

"Não poderiam. Se ele estivesse realmente alucinando, acreditaria nisso e o projetaria na própria mente."

"Você gosta dele? De Draco Malfoy?" Harry visivelmente havia impressionado o médico com sua pergunta. Ele apoiou os cotovelos na mesa e inclinou um pouco o pescoço para frente.

"Eu acho que sim." Respondeu depois de algum tempo. "E se o que você quer saber, Sr. Potter, é se eu acho que Lauren McFly tem algo a ver com o caso dele, a resposta é sim, eu acho." Ele fez uma pausa, olhou para Harry e expirou lentamente. "Além de médico, sou um ser humano. E eu conseguia ver em Malfoy que ele falava a verdade sobre McFly."

Harry retribuiu o olhar de Madson e umedeceu os lábios com a ponta da língua antes de perguntar: "Você sabe por que ela foi inocentada?"

"Falta de provas." Respondeu Artchie lentamente.

Por algum motivo, Harry reparou que estava criando algum tipo de laço com Artchie. Um laço de compreensão, talvez. Olhou para Hermione e viu, em sua expressão, o que ele próprio devia estar demonstrando: Malfoy precisava, com urgência, de ajuda para se livrar do casamento.


Kingsley Shacklebolt observou atentamente o funcionário a sua frente. O homem usava sua farda de Auror e parecia desconfortável. A última vez que estivera ali havia gritado para o Ministro da Magia que preferia ser preso a casar com alguém e ter um filho por conveniência.

Harry Potter não sabia como abordar o assunto que o trouxera até ali. Agora, parado em frente ao ex-Auror, às palavras não chegavam. Porque nunca antes tinha reparado o quão ameaçador Quinn parecia?

"Então..." Kingsley encorajou.

Harry engoliu em seco.

"Eu queria conversar sobre um assunto..." Começou o Auror, tentando parecer descontraído e falhando miseravelmente.

"Sim?"

"Porque o Ministério ordenou que Malfoy se casasse com Lauren McFly?" Harry preferiu ser direto, enrolar só pioraria as coisas.

"Porque essa pergunta agora?" Kingsley ergueu os olhos e se inclinou um pouco para frente, colocando um dos antebraços na mesa.

"Eu... É que eu achei muito estranho essa atitude! Malfoy a acusa de ter matado Narcissa!"

"Lauren McFly foi inocentada..."

"Mas ele acredita que ela é a culpada!" Harry exclamou, começando a ficar indignado. "Como vocês podem ser tão cruéis?"

"Auror Harry..." O Ministro expirou profundamente. "Lauren McFly quem pediu para ser a escolhida de Malfoy."

"E vocês aceitaram?" O moreno olhou para Kingsley horrorizado. "Como podem-"

"Malfoy é um sangue-puro." Começou ele calmamente, sem se importar com a indignação do outro. "Na família dele não existem casos de aborto há séculos... McFly veio até nós e deixou claro que Malfoy não havia conseguido uma esposa no prazo dado a todos os maiores de 17 anos. Então disse que ficaria muito feliz em ser sua esposa, que era uma chance de resolver os conflitos de uma vez por todas e ela é de uma linhagem nobre... É um casamento perfeito."

Harry observou o homem a sua frente com um misto de incredulidade, raiva, nojo e indignação.

"Vocês não podem fazer isso!" Exclamou o moreno em voz alta, sem se importar se estava na frente do Ministro da Magia. "Malfoy não merece!"

"Ele teve a chance de se casar com quem quisesse Potter, e não o fez."

"Mas mesmo assim... Ninguém quer se casar de uma hora para a outra. A reação de Malfoy foi normal."

"Você se livrou, Potter, mas isso não significa que sua voz aqui dentro vale mais do que a minha ou a da Lei." Kingsley parecia ainda mais ameaçador agora.

"Eu não acho isso... Olha, eu apenas quero justiça!" Harry estava começando a perder a paciência. Observou Quinn franzir as sobrancelhas.

"Justiça?" Ele perguntou, pausadamente. "Eu não vejo o que esse assunto tem a ver com justiça. O que aconteceu com o menor dos Malfoy foi uma fatalidade. Não conseguimos achar o culpado, mas não foi McFly. Ela foi inocentada..."

"Mas ele acredita que foi ela!" Harry repetiu. De repente não se lembrava mais do desconforto inicial. Tudo o que queria era fazer Kingsley entender que Malfoy não podia se casar com ela.

Mas não estava preparado para as próximas palavras de Shacklebolt.

"Case-se com ele, então."

Harry entendeu imediatamente qual era a verdadeira intenção dele. Era vingança. O doce sabor da vingança.

Ele estava irritado com Harry por ter se recusado a casar. Mas quem poderia prender O Salvador do Mundo sem sentir o peso da comunidade bruxa inteira? Agora Harry estava encurralado. Kingsley estava dando uma opção. Ou ele se casava com Malfoy, ou deixava-o se casar com a mulher que matou sua mãe e o torturou por três meses...

Harry nunca sentiu tanta aversão por alguém na vida.

Observou o ar de triunfo no rosto de Kingsley e sentiu uma repentina vontade de socá-lo até que toda a raiva que sentia sumisse. Ou quem sabe até que ele dissesse que iria livrar Malfoy daquele casamento ridículo.

Não olhou nenhuma vez para trás enquanto andava em direção a porta e saía da sala.


Harry chegou em sua casa no Largo Grimmauld e se jogou imediatamente em um dos sofás da sala de estar, sentindo como se carregasse o peso do mundo nas costas. Pensou em procurar Hermione, mas logo em seguida se repreendeu mentalmente. Ela agora era uma mulher casada e não podia ficar a cada cinco minutos atendendo seus caprichos ou oferecendo o ombro para que ele pudesse chorar.

As palavras de Kingsley faziam eco em sua cabeça, enlouquecendo-o.

Case-se com ele.

Como pode chegar a imaginar, por um segundo, que poderia ajudar Draco Malfoy? Ele não podia. E agora estava de mãos atadas.

O que sabia sobre ele? Sabia que ele deveria estar desesperado se precisou pedir ajuda para a pessoa que supostamente odeia. Malfoy era a pessoa mais orgulhosa que conhecia.

E era arrogante demais para o próprio bem.

Era como se um flash de imagens estivesse passando por sua cabeça. Lembrou-se do dia em que o conheceu. Ambos estavam experimentando vestes para Hogwarts na Madame Malkin. Não havia gostado dele de imediato. Ele tinha àquela pose superior e uma expressão de tédio que fazia par perfeito com seus olhos cinza e frios. Ele queria ir para a Sonserina. Ainda se lembrava, vagamente, de como a palavra saíra de seus lábios com um quê de orgulho.

Se fechasse os olhos ainda conseguiria ver sua mão erguida. Foi a única vez em que quisera tocar em Harry por livre e espontânea vontade, no trem de Hogwarts. E ele não estava levando em conta às vezes que saíram no braço.

Havia todas as vezes que ele tentara o prejudicar. E as brigas infantis nos corredores. Os olhares hostis e as ofensas contra seus amigos.

Harry se lembrava perfeitamente bem do dia em que o vira chorando. As lágrimas correndo livremente sobre seu rosto pálido, o corpo inteiro tremendo e as palavras eram quase como sussurros em seus ouvidos, mesmo quatro anos depois.

Ninguém pode me ajudar.

Se Harry fechasse os olhos com força ainda conseguiria sentir a presença de Malfoy no sofá ao lado da lareira em sua casa. Ele estava ali, quatro anos antes, sob o olhar de todos os membros da Ordem. A veritaserum em seu organismo enquanto respondia todas as perguntas que lhe eram feitas sem conseguir mentir.

Lembrava de seu nariz em pé e da pose intacta mesmo após bater sua porta coberto de sangue da cabeça aos pés, um dia antes de sua viagem com Rony e Hermione a procura das Horcruxes. Voldemort descobrira que Draco era espião para a Ordem e tentara matá-lo, mas Narcissa ajudara-o a fugir.

Ele havia se trancado no quarto de Regulus Black, após ter todos os ferimentos cuidados por Molly Weasley, e não saíra de lá. E quando Harry voltou até àquela casa, um ano depois, com Voldemort morto, Malfoy não estava mais.

Mas havia um bilhete em cima da estante empoeirada. Uma caligrafia fina e meio inclinada.

O quarto onde me deixaram é horrível. Seu Elfo tem a pior comida do mundo e o quadro dessa mulher estava prestes a me enlouquecer.
Quando sua casa se tornar habitável, você talvez tenha a sorte de receber uma visita minha.

Draco Malfoy.

Harry tinha rido do bilhete.

Seis meses depois, em todos os jornais bruxos, havia a notícia que Narcissa Malfoy estava morta. O herdeiro internado em estado quase terminal.

As palavras do Doutor Madson voltaram a sua mente.

Seis costelas fraturadas, lacerações no tórax, uma perfuração no abdome, níveis tóxicos altíssimos. Tivemos que fazer uma cirurgia de emergência para reparar danos ao esôfago e à parede estomacal. Quando o abrimos, o esôfago estava tão danificado que tivemos que reconstruí-lo com um enxerto da bexiga. E ele estava sem o baço.

Harry teria mesmo coragem de deixar Malfoy nas mãos de alguém assim? Sabia que estava prestes a fazer a maior besteira de sua vida, mas sempre havia a chance de Malfoy não aceitar. E então poderia estar livre da responsabilidade sem nenhum peso na consciência, pois tentara até o fim e até mesmo aceitara a idéia absurda de se casar com um homem, para ter um filho, por causa de uma lei.


¹ Ressucitação cardio pulmonar: Ressucitação cardio pulmonar são as manobras realizadas na tentativa de reanimar uma pessoa vítima de parada cardíaca "e/ou" respiratória.

Nota da Beta: Ai #Paula se esconde pela falta de tempo# Cá estamos nós com mais um trabalho lindíssimo da Deh.. gente desculpa mesmo, estava total sem tempo. Hj que deu uma desafogada aqui e puder betar tranquilamente. Aii quem ai não sentiu muita dó do Dray.. ele num merece ficar com essa bisca da Lauren, por isso Harry vai salvá-lo xD.. aiii gente reviews pra incentivar a Deh a continuar. Se não deixarem muitos pra essa linda eu juro q pego a minha pexera e sento a facada em todo mundo HSAUHSAUHSUAHSUAHSU... BRINKS xD Mas serio ela merece, então sejam amores, pq não dói nenhum pouco demonstrar como curtiram o cap, e criticas construtivas sempre bem vindas. Ate o próximo, prometo não demorar com ele. E obrigada Deh por confiar mais uma vez em mim.

Nota da Autora: Roubei algumas coisinhas desse primeiro capítulo do livro "Coração Ferido", da lindíssima Chelsea Cain. Então qualquer semelhança não é mera coincidência, haha. Essa história estava estacionada há séculos no meu PC, e apenas recentemente decidi dar continuação a ela. O segundo capítulo já está prontíssimo, só esperando para ser postado. Quero dedicar essa história a Mila, porque foi por causa dela – mesmo indiretamente – que resolvi voltar a escrevê-la. Se você leu, antes de colocar em Alert ou Favoritar, deixe uma review, por favor. Não machuca, por incrível que pareça.