Era mais um dia comum em Roma. A, agora, general da Arma dei Carabinieri Vittoria Rossetti iniciava mais um dia de trabalho. Preparava-se para vestir-se com o uniforme comum a todos os membros dessa polícia especial quando recebera um telefonema. Ao atender, reconheceu a voz do outro lado da linha... Rosário, uma pessoa a qual ela tinha muito carinho finalmente ligava.
Surpresa agradável, pequena Rosário – começou Vittoria
Só um acontecimento desse tipo para eu ligar mesmo – resmungou do outro lado da linha a garota – Alejandro Rivera está vindo para Roma.
Alejandro Rivera? Quem é esse? – indagou a general.
A pessoa que bateu o recorde da billboard e já está a onze semanas seguidas no topo das paradas... – Rosário parecia que estava lendo um livro à medida que sua voz ecoava pelo celular
Voz mecânica huh? – a mulher parou de se vestir – Já entendi o recadinho, Rosário. E sua...—
Não deu tempo de completar. Rosário já havia desligado em sua cara. Tinha um gênio impaciente e de pavio curto, porém era uma boa pessoa que ajudava em que podia. Ficara feliz em recrutar uma garota daquelas, em tirar uma pessoa daquelas do mundo do crime... Entretanto não era hora de ficar pensando no passado, já que se um astro da música estivesse vindo para a capital italiana naquele momento, era bem passível de ter fãs esperando-o no aeroporto assim como assassinos à espreita. Como chefe da divisão romana dos famosos "carabinis" ele era sua responsabilidade, porém não teria que ir com o uniforme da polícia e sim como uma comum, a paisana.
Enviara uma mensagem para Rosário pedindo os dados de sua rota por Roma e as pessoas com quem ele andava. Procedimento de praxe. Logo após vestir um casaco marrom e uma blusa térmica preta atrelada a uma calça negra, ela descera do seu prédio na via colle Terrigno e pegara seu carro para ir até o aeroporto internacional de Ciampino, aonde Alejandro chegaria dali a poucas horas. A general fez questão de ir bem rápido, pois a equipe de proteção já estava lá e precisava dela para comandar a operação.
Minutos depois, a general já havia chegado ao aeroporto, à comoção era grande e faltavam apenas vinte minutos para a chegada do astro. Vittoria então entrou no meio da multidão e começou a contatar seus subordinados através de um transmissor.
Muito bem, estão todos em suas posições? - perguntou Vittoria
Fermani ainda não apareceu, chefe. – respondeu um oficial
Sem problemas, acredito que ela não será necessária nessa operação. – a comandante não ligou para a ausência da oficial médica da tropa
Os minutos se passam e a tensão aumenta. A multidão só crescia e isso preocupava Vittoria, visto que a comoção poderia prejudicar a cobertura de sua equipe no aeroporto. Eis que uma Airbus A3200, a aeronave que levava Alejandro, surge no horizonte. A multidão fica quieta assistindo a descida do avião na pista. A aeronave então pousa e logo que os funcionários do aeroporto preparam a escada de desembarque, os Carabinieris cercam a saída da aeronave, esperando pela aparição do famoso cantor. Vittoria observava tudo a distancia, aliviada por estar correndo tudo bem. A porta do avião se abre e surge Alejandro, para êxtase da multidão de fãs que lotavam o aeroporto. Os carabinieris então levantam seus escudos e começam a conter alguns fãs mais exaltados, que tentavam ir até o cantor. Este, lentamente, descia as escadas de desembarque, estava se sentindo bem, ao ver quão grandiosa era sua massa de adoradores em um país que ele nunca havia visitado. Os carabinieris tinham dificuldade de manter a multidão contida, eram muitas pessoas em estado de fascínio que se forçavam contra seus escudos.
Vittoria pedia para seus soldados aguentarem firme. Logo isso estaria finalizado. Ele então termina de descer as escadas, e acabou por chegar ao chão. Os carabinis empurravam as pessoas para abrir passagem para o cantor, que acenava para seus fãs, sempre com um sorriso no rosto. No meio da multidão, totalmente irreconhecível, estava Antônio Miranda, capitão da divisão I-27, a principal ramificação da ISIS em Roma. Ele havia sido enviado por Vassili para ficar de olho no cantor latino, que intrigava ao segundo em comando da ISIS com suas musicas metafóricas.
Vittoria seguia assistindo a operação e dando as ordens a seus soldados. Tudo seguia como devia ser. Eis que a general ouve um barulho de seu celular, avisando que havia chegado uma mensagem. Vittoria então checa seu telefone:
General. Desculpe meu atraso. Eu estava verificando se os rumores de que um grupo terrorista iria tentar matar o cantor Alejandro Riviera tinham fundamento. Felizmente nada foi encontrado.
Major Luísa Fermani
Suspirou com alívio após verificar a mensagem. Nunca gostara de ter que lidar com famosos porque uma gigantesca confusão sempre se formava em sua chegada. Sua divisão foi responsabilizada graças ao agente do cantor que requisitou uma força policial especial ao governo italiano, pois a revelação da música não possuía guarda-costas e a fama dele seria "demais" para uma polícia normal conter. O governo, provavelmente, viu a situação de forma agradável, já que poderia melhorar a imagem dos famosos "carabinis". Para ela, existia a certeza de que houve dinheiro por trás de tudo aquilo... De toda forma, fez os procedimentos necessários enquanto esperava a entrada do cantor pelo terminal de carga, afinal se ele entrasse pelo saguão normal, a multidão que o esperava, com certeza, atrapalharia tudo.
Foi, quando num instante em que seu celular vibrou e se virara para atender, que o pior ocorreu. Um atirador, que devido a sua distração não enxergara onde ele estaria posicionado, disparou dois tiros. O primeiro, notavelmente, pegou em um capacete de um dos membros de sua equipe o qual estava protegendo o cantor. O segundo atingiu o escudo de outro. Imediatamente esqueceu-se de seu celular e fora ao local da ação, tomando as devidas providências com o intuito de não aparecer em local demasiadamente aberto. Cruzou o saguão e viu parte de sua equipe proteger Alejandro até seu avião e outra parte levar seu companheiro até uma posição fora do campo de visão do suposto atirador. O tumulto foi generalizado e ficou a difícil à saída pelos terminais, no entanto, Vittoria teve uma ideia: Retirou sua Beretta M9 do coldre e deu três tiros para o alto. Isto fez a multidão se agachar e abrir caminho a comandante da operação.
- Riccardo! Silvio! O que houve? – perguntou enquanto corria.
- Fomos traídos! – respondeu uma voz ofegante – Não fizeram...
A linha fora cortada. Segundos depois uma jovem voz soou nos ouvidos da general.
- Olá general – era evidente que no outro lado da linha um garoto falava – Isso foi um aviso. Ah! E realmente tentaremos matar o cantor se não fizer o que eu digo.
- Não negocio desta maneira com terroristas – disse Vittoria contornando o terminal de cargas para chegar ao local dos tiros.
- Eu sei que não – a voz riu vagarosamente – Meu objetivo é manter você ai. Ocupada. Por que é a única que pode proteger o artista.
Como assim única?
A voz continuava
- Tenho três dos meus melhores assassinos indo para sua posição, além de ter uma bomba no aeroporto. O que quero propor é simples: Quero que deixe a conferência de arqueologia hoje sem a devida proteção.
A conferencia de arqueologia e artefatos raros seria feita em Roma. Segundo informações passadas por Rosário, Alejandro faria o show de abertura para alguns convidados e depois iria se dirigir ao Estádio Olímpico onde veria o clássico entre Roma e Lazio. A missão de Vittoria, aparentemente, simples seria de ser à sombra do cantor enquanto sua divisão, depois que a operação do aeroporto terminasse, iria para o local da conferencia coordenar junto a policia local a segurança dos convidados.
- Como assim uma bomba? E porque a conferência? – a mulher de vinte e oito anos parou por um momento.
- Sua obrigação é ficar ai. Você atrapalharia meus planos, porém como sei que gosta de proteger os fracos, duvido que saísse mesmo se eu dissesse para você sair.
- Se você se entregar...
- Impossível. Meus planos e cálculos são perfeitos e nem estou na Itália – interrompeu o garoto – Mas te darei uma dica: Tem uma pessoa e um artefato que quero daquela conferência. Agora, cabe a você decidir o que fazer. Beijinhos.
A ligação caiu e uma onda eletromagnética fez com que todos os equipamentos parassem de funcionar.
- Uma bomba EMP.- murmurou Vittoria.
Apesar de toda a movimentação comum num aeroporto como aquele, os tiros e o pulso eletromagnético fizeram que as pessoas se escondessem ou fugissem as pressas do local, que agora, estava tão deserto quanto um filme de terror.
Tenho que chegar rapidamente aquele avião.
E o faz em poucos minutos, mas o que vê foi uma terrível cena. Assim que subira as escadas do avião, viu toda sua equipe morta. Poças de sangue por todos os lados, corpos espalhados... Havia chegado tarde demais, já deveria ter levado o cantor para longe dali...
Entretanto, eis que ouviu um distinto barulho vindo do compartimento executivo do avião, e com arma em punho, fora em direção a ele. Lá viu um loiro de olhos azuis, alto com uma pele lisa e que parecia ter chegado à cena há poucos instantes. Ele era Alejandro Rivera.
- O que aconteceu aqui? – indagou ao cantor.
- Um dos seus começou a atirar. Matou até os pilotos e por isso me escondi aqui – Alejandro respondeu com naturalidade
- Como...
Não deu tempo de terminar a sentença. O outro grupo dos Carabinieri, o mesmo que levara o companheiro ferido ao lugar seguro, comelou a metralhar o avião. No instinto, Vittoria jogou-se em cima do cantor e esperou a troca de pentes para revidar. Após longos segundos mantendo uma distância face a face com o belo latino, ela aproveitou o momento da recarga e atirou em direção do grupo que, com rapidez incrível, se dispersou. Acabaram então por ocupar posições estratégicas ao redor da aeronave.
- Como foram treinados... Não acredito que fui traída pela minha própria divisão – disse a general ao gastar todo seu cartucho nos antigos colegas.
Mas antes de se abaixar a fim de se cobrir para a próxima rajada, Vittoria viu um rosto que a fizera estranhar. Era o rosto de Gennaro Miranda, seu segundo em comando. Estranhou porque, ainda que ele fosse um traíra, não agiria tão abertamente assim. Mas ela pensava nas palavras do jovem que interrompeu suas comunicações e fora o responsável por tudo aquilo.
A única que pode proteger o artista
Alejandro percebeu a estranheza da oficial que salvara sua vida.
- O que foi? – o jovem cantor perguntou olhando para Vittoria.
- Meu segundo em comando. Deve ter sido ele que nos traiu e ainda levou uma divisão junto – Vittoria começava a fechar as cortinas com rapidez – Estamos sitiados.
- Isso significa?
- Significa que estamos sozinhos, por conta própria, por um tempo. Mas não se preocupe, protegerei você – ela terminou de fazer o que estava fazendo – Só fique longe das janelas.
- Não estou preocupado. Estou aliviado.
- Aliviado? – surpreendeu-se Vittoria.
- Por duas razões: primeira é que se não fosse por você eu estaria morto. Segundo é que é reconfortante ter uma linda mulher como minha guardiã –
Alejandro piscou seu olho e estendeu sua mão – Mas eu sei que tem uma arma reserva, por que não me dá para eu te ajudar?
Vittoria sorriu. Ela não tinha alternativa, dois era melhor que um e, portanto, entregou sua arma reserva ao cantor e os dois se preparavam para o certo dos traidores dos carabinieri.
Uma hora depois:
- Rosário, temos um incidente. Ligue seu rádio – disse o delegado.
A garota, que estava entediada, ligou o rádio e ouviu algo que logo despertou seu interesse: Gennaro Miranda, segundo em comando da divisão de Roma dos Carabinieri tinha reportado que Vittoria Rossetti havia feito Alejandro Rivera refém em seu próprio avião e que era para o restante das divisões e policias se concentrarem no aeroporto.
- Ela planta o que ela colhe – a tenente-coronel se ajeitou na cadeira – Vou deixá-la lá. Quem manda ser criminosa?
Não era de hoje que Rosário Acerbi odiava Vittoria. Sempre a tratava como criança. Porém um pensamento não saia da cabeça da garota: Vittoria poderia ser de tudo, porém era muito virtuosa e certinha para ser uma criminosa.
Não. Não vou ajudá-la. Ela merece isso. Merece... Será que merece? Ela me ajudou e eu devo uma ela, será que se eu fizer isso estamos quites?
Rosário, para desdém de si mesma, pegou seu laptop e começou a traçar as coordenadas de sua benfeitora. Quando o satélite já triangulava sua posição, recebera uma mensagem.
Vá à conferência de Arqueologia. Um grupo terrorista não identificado pretende fazer algo lá. Coordene com a policia local. Beijos, pequena Rosário.
- Essa mulher só consegue me irritar. E pensar que eu iria ajudá-la – Rosário resmungou. Estava com raiva – Terei que sair? Merda. Ela vai me pagar caro por isso.
Rosário pegou seu casaco e sua Beretta dada pela própria Vittoria e, com seu laptop debaixo do braço, foi em direção a uma singela viatura que se preparava para partir. Ela bateu no vidro do banco do carona e um senhor de idade abriu para que pudessem conversar.
- Senhor Albieri. Recebi ordens para irmos à conferência de Arqueologia, no centro de convenções.
- Ordens de quem? – questionou o delegado
Rosário mostrou seu celular
- Do alto escalão. Veja, o numero é de um Carabinieri. – Rosário sabia que para se convencer alguém era necessário contar uma meia-verdade assim como uma meia mentira – Pode checar se quiser.
- Não precisa... – O oficial abriu a porta para Rosário e comunicou a ordem pelo rádio – Todas as viaturas! Vamos ao centro de convenções. Há suspeitas de que um grupo terrorista vá atacar. Repito, há suspeitas de que um grupo terrorista vá atacar!
Rosário, junto com o delegado Albieri, se dirigia rumo ao centro de convenções. Ela levantou a tela de seu laptop e vira imagens via satélite do aeroporto, onde uma singela tropa composta por sete carabinis cercava uma aeronave.
- Pobre carabinis...
A garota murmurava enquanto Albieri cortava as ruas de Roma. Vittoria realmente não precisava de sua ajuda...
Enquanto isso, Gennaro Miranda reportava sobre a progressão da operação a seu irmão, Antônio.
Sim, está tudo seguindo como planejado. Rossetti será culpada pelo atentado e a imagem dos Carabinieris será destruída. Tenho certeza de que o governo votará pelo fim deles assim que esse incidente finalizar. – Gennaro gargalhava bastante satisfeito com o que acontecia.
Naquele momento se faziam ouvir os tiros entre a pequena tropa rebelde e a general aliada ao cantor. A multidão já havia fugido e o aeroporto estava deserto, estando apenas os nove batalhando lá. Vittoria e Alejandro tinham a situação controlada, suas vidas não corriam risco, pois estavam protegidos pela a aeronave e tinham campo de visão perfeito para atirar em seus inimigos devido ao fato da entrada da aeronave ser alta.
Vittoria ainda não conseguia aceitar que existia corrupção dentro da Arma dei Carabinieri e isso só a deixava com mais vontade de acabar com os rebeldes. Alejandro, por sua vez, estava estranhamente calmo naquela situação. O cantor parecia ter previsto que tudo daria certo.
O cantor, que cuja sua arma já havia descarregado, retirou um bloco de notas de sua jaqueta e começou a escrever algo. Já Vittoria, com uma mira cirúrgica acertara três dois traidores com três tiros certeiros. Faltavam apenas três exceto Gennaro que já havia saído dali. Eles, impacientes, tentaram invadir a aeronave. A general acertou o primeiro que subira enquanto teria que lidar com os outros dois dentro da cabine.
O primeiro chutou a porta do compartimento executivo e entrou em combate físico com a italiana que esperava ao lado da porta. O Carabini foi desarmado após Vittoria chutar sua arma, e depois, fora facilmente dominado por um soco e um chute entre as virilhas. O segundo traidor que estava na porta disparou contra a sua antiga chefe, mas esta utilizou o incapacitado oficial como escudo. Após o refluxo da arma, ela partiu para cima dele, o nocauteando com uma joelhada em seu rosto. Prensando este com a porta da cabine do piloto.
Eis que, minutos depois, os sete rebeldes já estavam incapacitados ou mortos. Os dois amigos haviam sido vitoriosos. Agora só faltava pegar Gennaro e tudo estaria acabado.
Venha, senhor Rivera, parece que já podemos sair. – Vittoria pegou a mão de Alejandro e os dois pularam do avião, caindo de uma maneira que evitasse com que se ferissem.
- Gata, você é realmente uma homicida – O cantor murmurou para si enquanto esboçava um sorriso.
Ao ver que os dois já estavam em segurança, Rosário ficou aliviada. Não queria admitir, mas estava muito preocupada com Vittoria. O delegado e a hacker, então, chegam a conferencia de arqueologia. Tudo estava normal por lá, felizmente para eles. Contudo, não era hora de baixar a guarda.
Longe dali, num carro que fugia do lugar do atentado, Gennaro ficara estarrecido ao descobrir que seu plano perfeito havia falhado e, de alguma maneira, Rossetti havia conseguido avisar aos carabinis e a policia de sua traição. A voz de Antônio Miranda se faz ouvir através do transmissor do ex-tenente-coronel dos carabinis.
Tsc... Eu sempre soube que um plano feito por você iria falhar. Não sei como me deixei incluir nessa canoa furada. – Antônio desliga antes que seu irmão pudesse responder, muito para irritação do mesmo.
Gennaro então notou que uma viatura Carabinieri estava em seu encalço. Ele havia sido descoberto.
Essa não! – exclamou o traidor enquanto pisava no acelerador.
A viatura seguia o perseguindo. Eis que alguém começa a disparar contra o carro do traidor através da janela da viatura.
Merda, merda, merda. – vociferava Gennaro, extremamente furioso com a falha de seu plano perfeito.
Então, Gennaro vê que os carabinieris haviam feito uma barreira militar naquela estrada. O traidor estava encurralado. Gennaro então freia o carro e respira fundo. A viatura que o perseguia acabou por parar atrás dele.
Gennaro pega seu fuzil e começa a atirar contra a barreira militar, na esperança de evitar que os soldados fossem até seu carro. Os carabinieris então se escondem atrás dos carros para evitar serem atingidos pelos disparos do traidor. Gennaro estava numa luta pela sua própria liberdade naquela situação. Ele não tinha nada a perder. Porém, o traidor havia cometido um erro fatal, ele estava ignorando a viatura que estava atrás dele. Dentro da solitária viatura que havia perseguido o traidor, estava outra solitária figura. A terceira oficial da divisão de Vittoria e também líder da equipe médica Carabinieri, Luísa Fermani. Esta apenas observava a situação enquanto montava seu rifle de precisão que ela havia trazido em uma caixa para a missão no aeroporto. Assim que terminasse de montá-lo, seria necessário apenas um tiro, na cabeça.
Gennaro seguia disparando contra a barreira, tudo para evitar sua prisão. O traidor estava em frenesi. O medo de ser preso e a fúria pela falha de seu plano haviam destruído seu psicológico. No mesmo momento, Fermani já havia terminado de montar e carregar seu DSR-1. A major Carabinieri tinha Gennaro sob sua mira. Era o fim do traidor.
Fermani então disparou, o tiro fez grande barulho e tudo que os soldados que estavam escondidos na barreira puderam ver foi à cabeça de Gennaro explodir em uma bolha de sangue. Finalmente estava tudo acabado. Fermani então entrou em contato com seus camaradas que estavam fazendo a barreira e deu instruções para que estes chamassem um reboque para os carros que estavam destruídos e depois de tudo feito, reabrissem a estrada.
Minutos depois, na conferencia de arqueologia:
- Alejandro Rivera já está vindo para cá, Dra Carter. – Avisou o delegado que colocara tudo e todos de prontidão.
- Obrigada, senhor delegado – respondeu a mulher de cabelos ruivos – agora podemos colocar os artefatos em seus devidos lugares.
Os assistentes de Carter começaram a colocar os artefatos que iriam aparecer na conferência. Eram as doze armas dos doze deuses do olimpo. Tridente de Poseidon, Escudo de Athena, onde a dita cuja estampava a face da Medusa. O raio de Zeus, evidenciado por um monumento em adoração a ele e encontrado nas ruínas de Maratona, entre outras armas. Se o que disseram era verdade então qualquer um daqueles artefatos poderia ser roubado.
Alejandro cantaria uma musica em que evidenciava o sincretismo da mitologia Greco-romana. Enquanto Carter daria uma palestra sobre a influência dos deuses gregos na visão romana. Para Rosário tudo aquilo era conversa para ela dormir. Nunca gostara de história... Apesar de que a mitologia sempre fora um assunto importante dos dias de hoje. Havia um grande número de pessoas que sabiam sobre os deuses gregos e queriam que a chamada "era dos Heróis" voltassem. Ela, diferentemente os adolescentes e jovens de sua idade, queria era terminar este trabalho o mais rápido possível. Justamente para não ter que encontrar com Vittoria.
Tudo estava calmo e em instantes o cantor chegaria juntamente com sua guarda-costas de plantão. Não entendera a mensagem de sua superior. Se tivesse realmente um ataque ali, não deveria ser feito na mesma hora em que a rebelião dos carabinieri acontecera? Não entendia absolutamente nada e achava isso muito estranho. O líder dessa organização terrorista devia ser muito burro para não alinhar o horário.
Ao saber do resultado da operação por intermédio de Miranda, Vassili ficou bastante aborrecido. Sabia que não deveria ter confiado em alguém como Gennaro.
Por isso o jovem segundo em comando da ISIS tinha um plano especial para compensar essa falha. Um plano que envolvia a I-1, divisão mais temível da ISIS na península itálica. Nero, líder da I-1, já estava de prontidão, apenas esperando o sinal de Vassili para a divisão iniciar a operação. A I-1 era como uma guarda real da ISIS, sendo a única divisão que tinha total controle direto de Pasteur e seus subordinados de confiança Vassili, Rinaldo e Frassino. Rinaldo sendo o líder de facto da divisão. Todos os membros estavam escondidos pelas ruas que cercavam o lugar do evento, apenas esperando um sinal de seu líder. Em volta do prédio do evento, unidades e mais unidades de Carabinis juntamente com os policiais civis faziam a proteção, aparentemente perfeita.
Dentro do prédio, Alexandra Carter estava dentro de sua sala de descanso, revisando alguns detalhes em seu discurso. Na porta dessa sala, estão quatro policiais vigiando. A segurança era minuciosa, tentando ao máximo restaurar o respeito aos carabinis. Naquele mesmo momento, Rosário estava nas bancadas, apenas esperando o inicio da palestra e torcendo para que fosse bem rápida, para que ela não tivesse de lidar com Vittoria, que se dirigia para lá, levando Alejandro.
Rinaldo, consegue me ouvir? Pode dar inicio a operação. Já enviei membros da I-2 para evitar que o resto dos Carabinieri cheguem a esse lugar. – Vassili dá o sinal a Rinaldo.
É hora do show. – Rinaldo dá o sinal aos membros da divisão e 5 camburões juntamente de mais de 150 soldados começam a se movimentar. Na cobertura de um prédio próximo, estavam os soldados com artilharia pesada, apontando lança misseis para os Carabinieri que estavam rondando o prédio do evento. Os artilheiros então disparam seus misseis, abatendo mais de 50 Carabinieri e alertando a todos que estavam dentro do prédio, incluindo Rosário.
Atenção, fiquem todos calmos e não saiam do edifício! – Rosário tentava acalmar a multidão com a ajuda de alguns colegas
Depois de destruir a proteção externa, a I-1 invade o prédio atirando contra todos que estavam lá dentro. Rosário então correu e vai até a sala de Alex Carter para poder pegá-la e leva-la dali. Após a entrada de Rosário, Alex a olhava com desconfiança.
Dra. Carter, peço perdão por minha invasão, sou a tenente-coronel Rosário Acerbi. Está havendo um confronto entre nossas tropas e terroristas lá fora. Peço que a senhora não se desespere e me siga, por favor. – Rosário mostra sua identificação a Alex.
Você está afim de um show feito por nós? – Alex calmamente pôs seu discurso em cima da bancada.
Como assim um show? – Rosário já pegava no braço da arqueóloga para tirá-la dali.
Falo disso – Alex se desvencilhou de Rosário e foi em direção a sua mochila e retirou duas pistolas Glock – O que importa não sou eu e sim os artefatos.
O que? – indagou Rosário
Sim, os artefatos são preciosos e sei que os terroristas estão tentando pegá-los. Porém irei com você, mas vai me ajudar a recuperar qualquer artefato que eles roubarem. De acordo?
Não. Minha prioridade é retirá-la daqui.
Mesmo que ganhe uma pontinha pelo serviço? – Alex pôs sua mochila nas costas e já estava com as armas em punho.
Resolvemos isso depois. E tem porte para essas armas? – A tenente coronel observou o movimento fora da sala enquanto conversava
Tenho. Eu não sou uma arqueóloga comum. – Alex deu de ombros à medida que ela e Rosário se retiravam do recinto
As duas então veem que o tiroteio continuava no salão de conferencia. Havia corpos e mais corpos de carabinis e inocentes no chão. Quanto aos terroristas, nenhuma baixa até então. Alex então começa a atirar, muito para surpresa de Rosário, que não achava que a arqueóloga fosse alguém que se envolvesse nesse tipo de ação.
Vai me ajudar ou vai ficar só assistindo? – A arqueóloga questiona o fato de Rosário estar parada a observando.
Ah, me desculpe. – Rosário então começa a seguir Alex
A dupla atravessava o salão rapidamente, atirando em qualquer terrorista que estivesse à vista. Ambas conseguiam escapar dos tiros com pulos, cambalhotas e se escondendo atrás das bancadas. As dezenas de terroristas seguiam adentrando o prédio e tentando levar os artefatos lá expostos. Era evidente que toda a força policial já havia sido derrotada. Agora Rosário confiava sua sorte a chegada de Vittoria com reforços e a alguma intervenção do exercito. Afinal, eram ela e Alex contra mais de cem terroristas. A hacker, juntamente da arqueóloga, sobem para o segundo andar e ficam atirando nos terroristas que a seguiam. Felizmente para elas, os bandidos estavam mais concentrados nos artefatos, dando a elas a chance de escapar.
Dra. Carter, é nossa chance. Vamos sair daqui antes que eles voltem a nos perseguir. – Rosário tenta puxar Alex, mas essa se recusa a ir.
Não vou abandonar esses artefatos aqui. – Alex então olha para o teto e tem uma ideia
Você dá mais valor a essas quinquilharias do que a sua própria vida? – gritou Rosário.
Não são quinquilharias e eu sei de um jeito de salva-los sem nos metermos em encrenca. – Alex estava bastante confiante em seu plano
A arqueóloga então atira nos fios que seguravam dois imensos lustres e estes caem no salão, acertando alguns terroristas e assustando os outros. Alex continua a derrubar todos os lustres, e os terroristas saem do salão para não serem atingidos. Os artefatos estavam a salvo, por ora.
Hum... Essa foi boa. – comenta Rosário ao ver o plano de Alex em pratica
Alex então verifica se os artefatos estavam intactos. Felizmente, todos estavam. As duas sabiam que os terroristas iriam voltar assim que tivessem certeza de que não havia mais perigo. Alex então faz um pedido a Rosário.
Você pode me ajudar a levar esses artefatos a um lugar seguro? – A arqueóloga demonstrava se importar muito com aqueles artefatos.
Apesar de achar os artefatos tão inúteis quanto Vittoria, Rosário sabia que tinha de ajudar a arqueóloga a salva-los. Era seu dever como policial.
As duas então correm até o primeiro andar e começam a pegar os artefatos. Era possível ver que os reforços já haviam chegado e confrontavam os terroristas do lado de fora do prédio, dando as duas a oportunidade de ir embora com os artefatos sem maiores problemas. Depois de pegar todos, a dupla novamente vai até o segundo andar e sai por uma saída de emergência, que dava em um espaço onde um helicóptero ficava caso um incêndio ocorresse.
Você sabe pilotar helicópteros? – pergunta Rosário enquanto ajudava a arqueóloga a pôr os artefatos no banco de trás do helicóptero
Não, mas posso tentar. – responde Alex
As duas entram no helicóptero e Alex dá a partida. Após três minutos, a arqueóloga consegue levantar voo. Seu controle sobre a maquina era rudimentar, mas o suficiente para escapar daquele lugar. Enquanto iam embora, as duas
observavam a guerra entre as tropas terroristas e as forças de emergência do exercito italiano.
No mesmo instante, perto dali.
- Senhora policial, qual seu nome? – Alejandro continuava a se ater a seu bloco de notas enquanto a general procurava a melhor forma de escapar daquele caos
- Vittoria Rossetti – Ela não tirava os olhos da pista – E o que você tanto escreve?
- Uma musica – respondeu o cantor
A serenidade e calma expressada por ele surpreendia a oficial dos carabinieri. Qualquer em sua posição ficaria completamente assustado ou receoso com medo de morrer, mas parecia que ele sabia de tudo que estava ocorrendo e ainda sabia como tudo se sairia. Parecia que ele poderia prever o futuro.
Enquanto Vittoria pensava, um homem alto de cabelos relativamente longos e lisos presos a um longo rabo de cavalo aparecera em sua frente cerca de cem metros distante de onde eles estavam. Ela que não poderia envolver cidadãos inocentes imediatamente freia parando seu carro. Alejandro, pela primeira vez, levantou a voz.
- Não. Ele não é inocente.
Uma bazuca apareceu na mão do referido homem. Era tarde demais... Ele atirou um míssil em direção ao carro que explodiu, não sem antes de os dois ocupantes saírem cada um para seu lado. Depois do tiro, o homem sacou uma Magnum. 44 e começou a atirar em direção ao cantor, o qual com o intuito de se esquivar acabou por se jogar atrás de uma carroça de cachorro quente. O dono daquela carroça que passava pelo local, foi alvejado e morreu instantaneamente após ser atingido na cabeça.
O pente de sua arma acabou, e o homem se introduziu.
- Lembranças de Vassili Nikolaevich – disse enquanto recarregava.
- Mande lembranças minhas para ele também.
Uma voz feminina surgiu por trás do homem que se virou imediatamente, mas foi desarmado graças a um chute desta mulher em sua arma.
- Mulheres deveriam ficar em casa e cuidar do fogão – disse o homem que tinha uma tatuagem em seu braço com o nome Nero – Vou mostrar como é que se luta.
Vittoria começou o ataque depois de Nero chamá-la para a briga. Desferiu um chute na região dos rins, porém ele defendera sem muitas dificuldades. O estilo da mulher era a luta com os pés na medida em que o de Nero era o contra-ataque. Ela continuou atacando, desferiu mais um golpe, agora com a região da canela, mas o terrorista pegou sua perna e desferiu uma rasteira ao instante em que dera um soco em seu rosto. Ela caíra, e poderia ficar a mercê de um ataque mais contundente, só que seu oponente somente se distanciara e fora em direção ao cantor.
Não se dando por vencida, a guerreira oficial, iniciou seus golpes de maneira diferente, diversificando-os. Ele voltou-se para a mulher com uma decisão que não vira no chamado "primeiro round". Tentou dois socos cruzados e um chute na região das costelas, em vão. Ele segurou seu braço esquerdo e desferiu dois socos fortes em seu estômago. Depois, segurou seu rosto, e desferiu uma joelhada em sua barriga a fazendo cair de dor... E por isso ela não conseguia ouvir direito o que fora dito por Alejandro quando este pegou a arma deixada pelo terrorista.
- Você ganhou – disse o cantor apontando sua arma – O que você quer em troca da vida dessa mulher?
- Nada. Só quero mostrar meu poder aos Carabinis – disse o homem que correra para a direção oposta ao jovem rapaz como se fugisse da cena.
Alejandro ajuda Vittoria a se levantar
- Não posso ir a conferencia. Tem algum lugar em podemos ir? – perguntou Alejandro apoiando Vittoria.
- A minha casa, talvez? – Disse ela ainda com as mãos na barriga.
Foi quando ela recebeu uma ligação de Rosário.
Más noticias, terroristas atacaram a conferencia. – falava Rosário com o som do helicóptero ao fundo
Essa não! Conseguiu salvar a Dra. Carter pelo menos? – perguntou Vittoria com um tom preocupado.
Sim. A doutora e os artefatos estão a salvo. Nesse momento estamos nos encaminhando para...
antes que Rosário pudesse terminar sua sentença, o helicóptero é atingido por um míssil e começa a cair. Rosário e Alex então pulam
com paraquedas e assistem o fim do helicóptero. Do outro lado da linha, Vittoria ouvia barulhos de explosão e o silencio de Rosário a fez imaginar o pior. Lagrimas surgiram nos olhos da Carabinieri.
Consegue ver de onde veio o disparo? – Alex pergunta a Rosário
Lá está, aquela pessoa!
uma figura que estava de pé no telhado de uma casa segurava um lança misseis e olhava as duas descerem com seus paraquedas. Alex e Rosário estavam desarmadas e em apuros. A pessoa então desce do telhado e começa a esperar as duas chegarem ao chão.
Ao chegar ao chão, Rosário se livra de seu paraquedas e vê uma mulher com longos e lisos cabelos negros, um casaco marrom e segurando o lança misseis observando-as. Cinzas voavam em direção as duas trazidas pelo vento.
Droga, se ainda eu estivesse com alguma arma... – Rosário lamentava seu azar
A mulher, envolta em cinzas, caminhava lentamente em direção a Rosário, que estava sozinha, pois Alex havia caído longe dali. Rosário então vê que a mulher puxou uma desert eagle calibre Magnum. 44. Seria aquele o fim.
Aproveite o além, policial. – Frassino começa a rir de forma baixa, porém diabólica
Frassino então dispara sua arma e Rosário salta pro lado, evitando assim um tiro letal. Frassino parecia querer brincar com Rosário antes de finalizar seu ato de terror, por isso a assassina movimentava sua arma de forma lenta, como que para prolongar seu ato.
Nos duas sabemos como isso vai terminar, mas farei com que dure bastante, quero poder ver o horror em sua face até o momento final. – Frassino dispara novamente, dessa vez acertando a perna direita de Rosário, que solta um grito de dor, para deleite da assassina.
É meu fim, espero que todos aqueles que contavam comigo me perdoem... –Rosário parecia já aceitar sua própria morte
Antes que Frassino fizesse seu terceiro disparo, ela é atingida por uma pedra e se vira para procurar de onde a rocha havia vindo. Outra rocha é atirada e acerta a mão de Frassino, fazendo-a largar a arma. Alex então aproveita a pequena distração que causou e salta sobre Frassino.
As duas começam a lutar no chão. Alex desfere sucessivos murros no rosto de Frassino, que tentava se defender. A fúria da arqueóloga era tão grande, que ela simplesmente não parava de socar nem para respirar. Depois de receber aproximadamente cinco socos na face, Frassino consegue jogar Alex para trás e tenta alcançar sua arma. Alex chuta a desert eagle de Frassino para longe e agarra sua oponente pelos cabelos. Rosário tenta se arrastar até a arma, mas estava com muita dor. Frassino acerta uma cotovelada no rosto de Alex e essa solta seus cabelos, a assassina então chuta a barriga de Alex e, logo depois, acerta uma joelhada no rosto da arqueóloga. Alex evita uma segunda joelhada e acerta um soco na boca do estomago de Frassino, que se afasta após receber o golpe. As duas inimigas então respiram, se encarando enquanto Rosário ainda se arrastava em direção a arma de Frassino.
A assassina então tenta acertar um chute no rosto de Alex, mas essa bloqueia usando o braço e agarra a perna esquerda da assassina. Alex puxa Frassino pela perna e acerta um soco no rosto da assassina, quebrando um dente. Frassino cai, mas logo se levanta babando de ódio. A assassina então corre e acerta uma voadora no peito de Alex, que fica sem ar e cai no chão. Antes que Alex pudesse se levantar, Frassino pisa em seu peito e se prepara para desferir um golpe final.
Você é bem forte, fazia tempo que não sentia essa adrenalina. É realmente chato que vá morrer agora. – falava a assassina enquanto limpava o sangue de sua boca.
Eis que um disparo passa de raspão e assusta Frassino, que olha para trás e vê que Rosário havia pegado sua arma. A assassina então decide fugir, não havia se preparado para uma situação daquelas.
Rosário respira aliviada ao ver que a assassina havia ido embora, mas não antes de deixar o chão coberto de cinzas. Alex então recupera o fôlego e se levanta para socorrer a policial que havia acabado de salvar sua vida.
A meia-noite:
- O que você fez, Rinaldo? Perdemos milhões em armamento nessa operação! – um jovem garoto gritava com o líder da I-1
- Calma. Apesar de tudo, conseguimos manter o anonimato – respondeu o líder tentando acalmar o braço direito da pessoa que ele mais amava em sua vida.
- Pasteur não gostará nada de saber que perdemos o tridente de Posêidon – o garoto girava em círculos.
De repente, uma Frassino ensanguentada apareceu no esconderijo da organização em Roma.
- Eu vou MATAR aquela vadia ruiva. E não será de forma lenta. Será de forma dolorosa e ainda me banharei em seu sangue. – disse com uma visível irritação.
- Isso é que dá subestimar seus inimigos – respondeu Rinaldo Nero.
- Quietos. Menos mal que Miranda fez o papel que se esperava dele.
Aparentemente o líder da I-27 tinha aproveitado a confusão para roubar informações sigilosas de todos os membros da Arma dei Carabinieri. Talvez aquilo fosse passado por Gennaro como uma espécie de seguro caso tudo desse errado, mas devido à inteligência deste, era difícil acreditar nisso. Depois de um tempo, Miranda e Amparo surgiram da entrada por onde Frassino tinham entrado.
- Aqui está Senhor Vassili – Amparo deu ao garoto um pen drive com as informações.
- Ok. Preparem a fuga. De quantas foram às baixas, Nero? – perguntou Vassili pondo o dispositivo eletrônico em seu computador.
- Somente os homens que foram à operação da conferência. – Nero respondera olhando para uma lista entregue por um de seus homens.
- Frassino, fique em Turim para mais instruções. Nero, eu quero que vá aos Estados Unidos. Coordene uma missão em solo norte-americano juntamente com a US-1. Miranda. Irei a Zaragoza reportar a Pasteur e espere por minhas instruções... Hoje mostramos que temos capacidade de fazer uma mega operação, apesar do resultado.
Após suas instruções, o garoto Vassili Nikolaevich se retirou daquele lugar para pegar o primeiro avião para Valência, na Espanha. Já Nero e Frassino, como foram vistos, iriam esperar um pouco mais, principalmente a assassina que estava com o rosto sangrando e necessitaria de cuidados. A ISIS saiu derrotada, porém devido aos planos e da genialidade de Vassili conseguira sair com alguma coisa valiosa do embate que parara Roma.
No mesmo instante, em outra parte da cidade:
Rosário havia sido levada ao hospital por Alex e nesse momento estava repousando. A arqueóloga havia permanecido na sala de espera do hospital, pois queria conversar com a hacker assim que esta acordasse. Vittoria, juntamente com Alejandro, estava em sua casa. Ambos estavam muito cansados e iriam dormir assim que terminassem de jantar. Fermani, agora segunda em comando da divisão romana dos Carabinieri tinha, juntamente com sua divisão, contido os terroristas e restaurado a paz em Roma. Agora ela estava no hospital, como médica, e havia acabado de supervisionar a cirurgia de remoção da bala da perna de Rosário. Ela então vê Alex sentada na sala de espera e se aproxima da arqueóloga.
Boa noite, você deve ser a acompanhante de Rosário Acerbi. – perguntou Fermani com sua usual voz suave
Sim, sou eu. – respondeu rapidamente Alex
Vim avisar que ela vai ficar bem, deve voltar a andar sem ajuda de muletas em duas semanas. – Fermani checava os relatórios feitos pela equipe que realizou a operação
Isso é uma boa noticia. Estava muito nervosa enquanto trazia ela para cá... – comentou Alex
Ela é uma pessoa de sorte por ter uma amiga como você. – comenta Fermani enquanto fechava sua pasta
Era o mínimo que eu podia fazer, afinal, ela salvou minha vida. – disse Alex, demonstrando ter gratidão a Rosário.
O trabalho de um policial é por o bem-estar dos civis acima do dele. – diz Fermani logo antes de sair de perto de Alex.
Você falou como um Carabinieri agora. – comentou Alex
Sério? – Fermani solta uma risadinha enquanto andava em direção ao quarto de Rosário.
Nos corações de Alex, Rosário, Vittoria, Fermani e Alejandro estava um sentimento de alivio. Porém todos eles sabiam que era apenas o começo e que haveriam muitos outros dias como este. Era melhor que estivessem prontos, afinal, o mal prevalece quando pessoas boas não agem. E eles eram os únicos que poderiam agir. Começava assim a saga dos cinco em sua batalha contra o mal.
