Capitulo 1: Nem tudo é um mar de rosas.
Sakura caminhava rápido pelas ruas de Tomoeda, tentava desesperadamente fugir da forte chuva que caia na cidade.
Sakura (cobrindo a cabeça com o casaco): 'Tinha que ter esquecido a droga do guarda-chuva!'
A moça esbarrou numa criança que também fugia da chuva na direção contrária. Tanto ela quanto a criança caíram de bunda no chão.
Sakura (se levantando enquanto passava a mão no lado dolorido): 'Você está bem?'
A criança ainda continuava no chão. Sakura estendeu a mão para ela com o doce sorriso de sempre. O menino pegou a mão dela e com sua ajuda se levantou.
Menino: 'Obrigada Senhorita Kinomoto."
Sakura: 'Também esqueceu o guarda-chuva, é?'
O menino balançou a cabeça várias vezes. Sakura o cobriu com o seu casaco e passou o dedo no pequeno nariz gelado dele.
Sakura: 'Vá com calma, Ito. Até amanhã.'
Menino: 'Sim, professora.'
O menino voltou a caminhar rápido, Sakura observou o menino se afastar com um sorriso nos lábios. Ito era um dos seus alunos na escola primária de Tomoeda, onde ela era professora de educação física. A moça voltou a caminhar com pressa para sua casa. Depois de alguns minutos, parou debaixo da varanda da pequena casa branquinha na mesma rua do templo Tsukimini (é esta mesmo que vocês estão pensando, a casa da velha senhora Mizuki! O que aconteceu com ela? Não conto!). A menina começou a procurar as chaves dentro da bolsa encharcada, assim que sentiu o objeto entre os dedos, o tirou e abriu a porta.
Sakura (entrando na sala): 'Cheguei!'
Sakura estranhou o silêncio, tirou os sapatos e o blusão molhado, colocou tudo num canto da entrada. Ela deu alguns passos adentro da simples sala, olhou para cozinha e viu que a louça estava toda lá esperando por ela. O sangue ferveu por dentro.
Sakura: 'Isso é sacanagem!' (e é mesmo, odeio lavar louça! Eca!)
Ela começou a subir as escadas que levavam para o segundo piso como uma monstrenga (o Touya adoraria ler isso!). Passou pelo corredor com várias fotos penduradas da sua infância e adolescência. Olhou para a porta fechada de um dos cômodos da casa e abriu quase a arrombando.
Sakura: 'Poxa Syaoran! É sacanagem deixar a louça para eu limpar!'
O rapaz que estava sentado atrás de uma mesa de estudos coberta de livros de administração com os pés cruzados em cima dela.
Syaoran (abaixando o livro que tampava o seu rosto): 'Boa noite para você também.'
Sakura (fula da vida): 'Não vem que não tem! Você bem que poderia ter lavado a louça do almoço já que eu estava atrasada.'
Syaoran (sem perder a calma): 'Você sempre está atrasada.'
Sakura (entrando no escritório improvisado do rapaz): 'O que ficou fazendo o dia inteiro que não pode perder uns minutos do seu precioso tempo?!'
Syaoran (tirando os pés de cima da mesa): 'Está vendo o teto?'
Sakura: 'O que o teto tem haver com isso?'
Syaoran: 'Ele não está com goteiras.'
Sakura olhou para cima, depois saiu do quarto olhando paro o teto do corredor, realmente as goteiras tinham desaparecido.
Sakura: 'Elas sumiram!'
Syaoran (se debruçando na porta e olhando para a moça): 'É elas desapareceram.'
Sakura: 'Mas como?'
Syaoran: 'Mas você continua a mesma tonta de sempre. Eu consertei o telhado oras!'
Sakura olhou para ele e fez uma cara de "Ah tá!" Ela continuou andando pelo segundo andar da pequena casa. Abriu a porta do seu quarto e olhou para o teto sequinho e sem nenhuma cachoeira incomoda como as que surgiram na semana passada.
Sakura (sorrindo): 'Você consertou o telhado. Que bom!'
Syaoran (caminhando atrás dela): 'Ah você finalmente descobriu o que eu fiz nas minhas poucas horas de folga.'
Sakura (abraçando-o): 'Que legal! Não vou precisar espalhar baldes pela casa!'
Syaoran: 'Agora você me abraça'.
Sakura (dando beijinhos na bochecha do rapaz): 'Desculpa, amorzinho.'
Syaoran (sorrindo): 'Amorzinho... esta é nova.'
Sakura (manhosa): 'Prefere que eu te chame de lobinho?'
Syaoran: 'Deus me livre, já passei por este constrangimento na faculdade uma vez.'
Os dois ficaram olhando para o teto seco como se fosse uma vitória e era. Na semana passada os dois quase morreram afogados dentro da casa.
Syaoran: 'Agora eu sei porque a senhora Mizuki nos alugou esta casa por uma mixaria. A casa tá caindo aos pedaços'
Sakura (tirando as roupas molhadas): 'Não reclama, é a única que conseguimos alugar sozinhos ou você prefere pedir ajuda ao Eriol ou a sua família.'
Syaoran: 'Não, isso não!'
Sakura (mandando um beijinho para ele): 'Então não reclama, mô!'
Li respirou fundo enquanto observava a namorada tirando as roupas molhadas e jogando-as num canto do banheiro. Ele passou as mãos pelos cabelos mais rebeldes do que nunca e contemplou o corpo perfeito da sua flor de cerejeira. Sakura olhou rapidamente para ele e sorriu corando um pouco ao perceber que ele a admirava. Os dois viviam juntos agora, apesar dos protestos de Touya. Li ainda não tinha terminado a faculdade e ganhava pouco como estagiário de uma firma japonesa, era certo que seria efetivado assim que conseguisse o diploma. Ele tinha reaberto a sua matricula no curso de administração da universidade de Tomoeda. Voltara a ser o melhor aluno, porem se afastou um pouco das atividades esportivas por falta de tempo. Com relação a sua família, apenas sua mãe, irmãs e Meilyn sabiam da sua volta, e mantinham segredo absoluto dos anciões. Sakura se tornou professora auxiliar de educação física da escola primária. Logo também conseguiria o posto de professora titular, era só uma questão de tempo. Enquanto isso não acontecia os dois jovens se viravam como podiam para pagar o aluguel para senhora Mizuki, que foi morar com a filha e Eriol assim que se casaram, e as contas da casa.
Li caminhou até ela e a abraçou por trás, beijando o pescoço perfumado e molhado da namorada.
Sakura (sentindo arrepios por todo corpo): 'Ai, que fogo! Tenho que arrumar alguma coisa para gente comer. Não está com fome?'
Syaoran (beijando-a): 'Não.'
Sakura (tentando fugir, mas ria mais do que qualquer coisa): 'Pára com isso.'
Li pegou a moça nos braços e aos beijos, carregou ela até a cama do casal.
Sakura acordou com uma trovoada. Ela detestava aquela chuva forte, parecia que o céu estava caindo. Levantou a cabeça do peito de Li e olhou para a janela. As cortinas voavam alto com a janela aberta. Ela se esticou e acendeu o abajur ao lado da cama.
Sakura (vendo a poça que se formava perto da janela): 'Droga.'
Ela levou a mão até a boca abafando um bocejo e se afastou com cuidado para não acordar Li. Sentou na beirada da cama e procurou forças para se levantar e ir até a janela. Bocejou novamente e se levantou, cruzou o pequeno quarto e pulou a poça abaixo da janela. Custou um pouco para fechá-la, pois o vento estava super forte. Assim que conseguiu, ouviu Li gemer. Olhou depressa para cama e o viu agitado, estava tendo mais um pesadelo. Era comum este tipo de coisa depois que os dois se reencontraram. Li até poderia ser o poderoso guerreiro chinês, mas era um ser humano.
Sakura (se lembrando com amargura): 'Não, ele não é mais humano.'
A menina se ajoelhou na cama bem perto do homem que amava, passou a mão nos cabelos rebeldes e falou com carinho para que se acalmar, que estava tudo bem.
Syaoran tinha voltado para o mundo das trevas, o céu vermelho em chamas fazia o ar pesado e hostil. Li olhou para os lados e as dunas de areia estavam lá intactas como ele sempre as viu durante mais de dois anos. Ele deu uns passos observando tudo, pensando porque voltara aquele lugar.
Voz: 'O que estamos fazendo aqui?'
Era a voz doce de Sakura. O rapaz petrificou, virou devagar para trás e viu seu anjo olhando assustada para o lugar. Syaoran foi até ela em desespero, segurou-a pelos braços com força.
Syaoran: 'Como veio parar aqui?'
Sakura olhou desnorteada para ele.
Sakura: 'Eu não sei, Syaoran. Me solta, está me machucando.'
Li não a soltou, ele olhou para o mundo que estavam, tentando achar uma brecha, ele tinha que fazer Sakura passar por ela, ele tinha que tirá-la daquele inferno. De repente, seu corpo começou a arder, a queimar-lhe como se algo o cortasse, mas de dentro para fora. Ele soltou Sakura e se encolheu tentando controlar a dilacerante dor. A menina o observava, confusa. Ele levantou o rosto e pode ver pânico nos olhos de esmeralda. A dor passou de repente, assim como veio, havia sumido. Ele se levantou e encarou Sakura que olhava assustada para ele. Deu alguns passos até ela, mas ela recuou com medo. Sakura estava com medo dele?
Syaoran: 'Sakura, por que...'
Sakura (interrompendo-o): 'Se afasta de mim, demônio! Não me faça mal!'
Li sentiu como uma facada no peito aquela rejeição da sua flor, piscou os olhos e viu Sakura com as mãos a sua frente, tentando se proteger dele!
Syaoran: 'Sou eu, minha flor.'
Sakura: 'Não! Não me faça mal!!!'
A moça se virou e começou a correr, fugindo dele. Li olhava atordoado para a bela figura da namorada fugindo em pânico, como se estivesse vendo a pior coisa da sua existência. E esta coisa era ele.
Li se levantou da cama, suado, passou uma das mãos pelos cabelos molhados.
Sakura (sentada ao seu lado): 'Foi só um pesadelo.'
Li virou-se para ela e viu as duas belas esmeraldas brilhando, sem disser uma palavra a abraçou apertado contra o seu peito. "Ela está aqui, obrigado meu Deus", pensava sentindo sua pequena namorada em seus braços.
Sakura (passando suas mãos nas fortes costas do rapaz): 'Shiii, já passou, eu estou aqui.'
Ela parecia ter lido os pensamentos dele, seu medo era justamente acordar e não a ter mais ao seu lado. Sakura tinha sido muito corajosa enfrentando seu irmão e todos para que os dois morassem juntos sem estarem devidamente casados. Estavam dividindo aquela casa já fazia uns seis meses, e Li não via a hora de se estabilizar para que pudesse casar com ela, tinha medo que, de alguma forma, lhe tirassem sua pequena.
Assim os dois ficaram por um bom tempo se curtindo, se sentindo, apenas estando um nos braços do outro e desejando que nunca, nada os afastasse novamente.
Tomoyo (ao telefone): 'Outro pesadelo?'
Sakura (depois de respirar fundo): 'Sim, está ficando mais cada vez mais comum.'
Tomoyo: 'Mas sobre o quê são os pesadelos?'
Sakura: 'Ele não me conta. Ele diz que não se lembra, mas eu sei que está mentindo. Conheço Syaoran.'
Tomoyo (depois de um tempo): 'Não seria caso dele procurar um psicólogo?'
Sakura: 'Ele nunca vai aceitar. Além disso, estamos vivendo com dinheiro contado, não vai dar para pagar um agora.'
Tomoyo: 'Você sabe muito bem que pode contar comigo, não sei porque você e ele se recusam a aceitar a minha ajuda ou a do Eriol.'
Sakura: 'Oras, Tomoyo, você sabe que Syaoran é orgulhoso demais. Ele nunca aceitaria nada. Até recusou a ajuda da mãe dele, e Deus sabe como a gente tava precisando.'
Tomoyo: 'Li tinha que aprender que orgulho demais não leva a lugar nenhum.'
Sakura: 'Não adianta falar com ele sobre isso, ele continua o mesmo cabeça-dura.'
Tomoyo (hesitando um pouco): 'Sakura... E com você e ele está tudo bem?'
Sakura (franzindo a testa): 'Como assim?'
Tomoyo: 'Você entendeu direitinho o que eu estou querendo dizer?'
Sakura apertou o aparelho de telefone mais forte e ficou algum tempo em silêncio.
Tomoyo (insistindo): 'Confie em mim, Sakura. Posso estar longe de você agora, mas ainda somos como irmãs.'
Sakura (mentindo): 'Está tudo bem.'
Tomoyo (depois de um longo suspiro): 'Tudo bem que não queira contar.'
Sakura (vendo que não poderia mentir para a amiga – também quem consegue enganar a observadora Tomoyo?): 'Não é isso, está tudo bem mesmo, só...'
Tomoyo: 'Só?'
Sakura: 'O Syaoran está um pouco diferente, ele às vezes fica parado pensando, parece que está em outro mundo.'
Tomoyo (docemente): 'Sakura, Li passou dois anos no inferno, não é a toa que alguma coisa mudou nele, você tem que ser compreensiva e lhe dar forças para apagar as lembranças terríveis que ele tem de lá.'
Sakura: 'Eu sei, mas é como se ele estivesse longe de mim, e sei lá, às vezes ele não parece o Syaoran que eu conheci.'
Tomoyo: 'Ele fez alguma coisa?'
Sakura: 'Não, ele não fez nada de errado, mas eu sinto que ele está diferente, principalmente... esquece.'
Tomoyo: 'Assim você está me preocupando!'
Sakura: 'É a presença dele, Tomoyo, a presença dele está aumentando, às vezes me dá calafrios pelo corpo inteiro!'
Tomoyo: 'Eriol me explicou.'
Sakura: 'Então acho que você deve saber que ele não é...'
Tomoyo: 'Isso não importa! O importante é que é ele, Sakura. Se ele é o homem que você ama, então a presença dele não importa!'
Sakura: 'Este é o ponto, Tomoyo. O Syaoran não é humano.'
Tomoyo balançou a cabeça negativamente enquanto buscava palavras para confortar a amiga.
Sakura: 'Tomoyo, eu tenho que ir, daqui a pouco ele chega e eu ainda não fiz o jantar.'
Tomoyo: 'Está bem, mas, por favor, Sakura, não deixe que estas coisas atrapalhem o seu relacionamento, vocês custaram muito para ficarem juntos...'
Sakura: 'Eu sei disso. Mil beijos!'
Tomoyo: 'Se cuida. Beijos.'
Tomoyo desligou o telefone com o coração doendo. Ela sentia pela voz da querida amiga que as coisas estavam um pouco complicadas para ela, olhou para a janela e viu a neve de Londres caindo lentamente pelas velhas ruas. Como a moça gostaria de voltar para o Japão, mas sua carreira de cantora lírica estava começando a decolar, tinha tantas coisas para fazer, decidir repertórios, ensaiar e estudar as músicas, visitar estúdios e gravadoras, sua vida estava muito tumultuada agora, não poderia largar tudo mesmo que quisesse. De repente, ela sentiu o chão tremer, olhou para o teto e viu o lustre balançando de um lado para outro até cair com tudo no chão. A menina se encolheu num cantinho tentando se proteger. Londres não costumava ter terremotos, que sorte ela tinha? Pensou enquanto se escondia. A porta se abriu e a figura de um homem muito preocupado apareceu.
Homem: 'Senhorita Daidouji, a senhorita está bem?'
Tomoyo (saindo do seu esconderijo): 'Sim.'
Homem: 'Temos que sair do hotel, senhorita. Por favor, me acompanhe.'
O homem pegou a moça atordoada pelo braço e a puxou para fora do hotel. Tomoyo viu as pessoas correndo como loucas pelos corredores do luxuoso imóvel. Desceram as escadas acompanhando o fluxo e pararam na rua, ao lado de inúmeras pessoas que procuravam se proteger. Um outro forte temor foi sentido, muitas caíram no chão e se abraçaram procurando apoio. O homem que estava ao lado de Tomoyo a abraçou tentando lhe proteger.
Homem: 'Tudo vai terminar bem, senhorita.'
Tomoyo: 'Assim espero James, assim espero.'
James: 'Quando acabar esta confusão, ligaremos para a Senhora Daidouji informando que está tudo bem.'
Tomoyo confirmou com a cabeça ainda abraçada ao forte guarda costa que a protegia. (já pensaram besteira, né? Ele é só isso e eu não suporto aquele filme 'O guarda-costa', então não pensem besteira!)
Li sentiu que o segundo tremor tinha sido mais forte que o primeiro. Ele foi o primeiro a se levantar no enorme escritório que estagiava. Logo os outros começaram a saírem de seus esconderijos improvisados.
Rapaz: 'Nossa, este foi forte. Há muito tempo que eu não sentia um terremoto tão forte em Tomoeda.'
Outro: 'O último forte deste jeito acho que foi há mais de dez anos.'
Li sabia que o rapaz estava se referindo da ocasião que a carta Terra foi capturada por Sakura antes do julgamento final. Ele foi ao telefone e tentou discar o número de casa, mas a linha estava muda. Ele estava com medo do que poderia ter acontecido com a velha casa branca, com certeza a construção não agüentaria um terremoto daquela intensidade.
Syaoran: 'Eu preciso ir.'
Voz: 'Espera, ainda é perigoso, vamos esperar até as coisas se acalmarem.'
Li virou-se para trás e viu a bela figura de Akami Mishimura. Ela era filha do dono da companhia, trabalhava também como estagiaria, mas era claro que estava apenas aprendendo sobre a firma do pai para poder assumi-la quando este se aposentasse. Ela também cursava administração com Li, mas estava um ou dois períodos abaixo do rapaz.
Syaoran: 'Preciso saber como minha namorada está. Não se preocupem comigo.'
A moça parou em frente à porta impedindo a passagem do rapaz.
Akami: 'Não seja teimoso, não podemos sair enquanto não tivermos certeza de...'
Um terceiro tremor atingiu a cidade, fazendo a menina cair de joelhos no chão. Os lustres começaram a estourar e caiam sobre a cabeça dos funcionários. Li abraçou Akami protegendo-a e agachados foram até uma mesa. Akami abraçou forte o rapaz, Li viu que ela tremia de medo. O rapaz olhava assustado a sua volta. Algo não estava se encaixando naqueles tremores de terra. Um grito foi ouvido por todos. Li soltou Akami que ainda protestou, mas o rapaz se levantou tentando se equilibrar nas suas próprias pernas. Correu até a porta, sob os olhares assustados de todos e a abriu. Olhou de um lado ao outro procurando identificar de onde tinha vindo o grito. Não precisou ficar parado por muito tempo, logo um segundo grito mais alto foi ouvido. Ele correu pelos corredores do prédio enquanto tirava o terno e soltava a gravata. Abriu a porta e pode ver que um homem estava com as pernas presas por uma estante que caiu sobre ele. Li foi até ele e pediu calma. Segurou a estante e sem muito esforço a levantou, ele podia jogá-la para o lado, mas preferiu levantá-la e tirar o homem do alcance dela, caso caísse novamente.
Syaoran (observando os ferimentos do senhor): 'O senhor apenas quebrou as pernas, precisa ir para o hospital assim que esta confusão acabar.'
Senhor (posando uma das mãos no ombro do rapaz): 'Obrigado filho.'
Syaoran (levantando ele nos braços): 'Precisamos sair daqui. Vou levá-lo para a ala médica da firma.'
O senhor não falou mais nada, apenas gemia. Li carregou ele sem muita dificuldade pelos corredores. Desceu junto com o fluxo até o andar que sediava o departamento médico. Assim que entrou na sala, enfermeiros vieram ao seu encontro pedindo para que colocassem o senhor no único leito que havia.
Syaoran: 'As pernas dele estão quebradas. Seria melhor que fosse levado o quanto antes ao hospital.'
Médico: 'Faremos isso assim que for possível.'
Li já tinha se virado para sair quando o senhor o chamou com a voz fraca.
Senhor: 'Por favor, ajude a minha filha.'
Médico (tentando acalmá-lo): 'A senhorita Mishimura com certeza está bem, senhor.'
Senhor (olhando para Li): 'Eu vos suplico, proteja a minha menina.'
Li pensou que Droga, estava preocupado demais com Sakura, mas também não conseguiu negar aquele pedido para o senhor, ele parecia tão desesperado.
Syaoran: 'Ok, eu a trago até aqui e depois, caio fora.'
Li saiu correndo e juntos com os bombeiros subiu as escadas no sentido contrário ao fluxo de pessoas desesperadas. Um dos bombeiros tentou falar com ele, mas Li estava tão preocupado em fazer logo o que tinha prometido que não deu ouvidos a ele. Correu até o seu escritório, onde havia deixado Akami e o viu completamente destruído. Olhou para sua mesa onde todo o seu trabalho estava sujo de poeira e pensou que logo que tudo terminasse teria trabalho em dobro.
Voz: 'Precisamos sair daqui, Li. Os bombeiros pediram para evacuarmos o prédio.'
Syaoran: 'Onde está a senhorita Mishimura?'
Rapaz: 'Ela foi atrás de você?'
Syaoran: 'Menina burra'.
Ele foi até a porta onde o outro estagiário estava e olhou para os lados.
Syaoran: 'Para que lado ela foi?'
O rapaz apontou para o corredor e Li saiu correndo até ele. Suas costas estavam coçando demais. Ele não era de ter alergia fácil, mas talvez o pó de cimento que estava invadindo o ambiente tivesse lhe causando isso. Olhou pelas salas desertas e destruídas, procurando pela garota. Um quarto tremor pode ser sentido, Li se desequilibrou e caiu no chão. Ele ouviu um estalo acima da sua cabeça, olhou rápido para cima e viu o teto desabando, com uma cambalhota rolou para o lado escapando dos pedaços de concreto que caiam. Com certeza o prédio não cairia, pois havia sido projetado para isso, mas ele não poderia disser o mesmo das lajes. (Gente um ps rapidinho: é demais a engenharia do Japão, eles projetam os arranha-céus para agüentar legal um terremoto! Eles não são tão rígidos como as nossas construções, para justamente não caírem. Os engenheiros estruturais de lá são o máximo! Ah Lajes para quem não sabe é tipo, o teto e o chão de um apartamento, foi horrível esta explicação, mas acho que deu para vocês entenderem).
Li se levantou e apoiado na parede continuou caminhando e procurando a garota. A encontrou encolhida chorando no canto de uma das salas. Li foi até ela preocupado.
Syaoran (se abaixando até ela): 'Você está bem?'
A menina levantou o rosto molhado e confirmou com a cabeça que sim. Syaoran a levantou pelo braço e a puxou para saíram logo do prédio, ele tinha que levá-la logo até seu pai. O corredor estava bloqueado e não tinha por onde passar.
Akami (em desespero): 'Meu Deus! Vamos morrer!'
Li olhava em volta tentando traçar uma rota de fuga, se viesse mais um tremor talvez a laje que estava sobre sua cabeça não resistiria. As costas estão começando a coçar demais, o rapaz as coçava já de forma violenta fazendo pequenos machucados.
Syaoran (pegando a mão dela): 'Vamos, já sei como sairemos daqui.'
Akami correu até ele e entraram numa das salas, ele foi até a janela e viu o que queria, tinha uma escada de emergência desativada, bem, se estava desativada agora teria que ser reativada.
Akami: 'Não pretende descer por aí não é? Ela não nos agüentará!'
Syaoran: 'Esta laje é que não nos agüentará por muito tempo. Agora anda logo e não reclama.'
Akami pulou a janela com a ajuda dele e começou a descer as escadas, Li foi logo atrás dela, estavam no trigésimo andar se fossem rápidos e cuidadosos, tudo terminaria bem. Mais um terremoto atingiu a cidade. Akami não agüentou e caiu. Li pegou sua mão e olhou para cima, a escada não os agüentaria por mais tempo. Suas costas estavam queimando, ele sentiu uma dor terrível nelas, e o desespero começou a tomar conta dele. Ao mesmo tempo que tinha que segurar a menina, se segurar para que ambos não caísse em queda livre a mais de vinte andares, suas costas tinham que estar doendo daquela maneira. O rapaz gritou com a dor e não agüentou. Os dois caíram. Akami estava desmaiada e não via o que acontecia ao seu redor. Li pensou que era o seu fim novamente, quando ficou planando no ar. A dor tinha parado. Ele olhou para baixo e viu a menina caindo, deu um mergulho até ela e a pegou nos braços a um pouco mais de três metros do chão. Eles estavam num beco deserto, não havia ninguém a vista. Com Akami nos braços ele pousou e viu o seu reflexo no vidro da janela a sua frente. Das suas costas havia saído duas enormes asas, asas de dragão, escuras, asas de demônio.
O Tremor passou, mas Li permanecia estático olhando para sua própria imagem.
Syaoran: 'Eu estou me transformando num...'
O rapaz ouviu vozes por perto, deixou Akami desacordada no chão e levantou vôo. Ainda se certificou que ela tinha sido encontrada e receberia o auxilio necessário. Tinha cumprido a sua missão.
Voando pelo céu escuro de Tomoeda ele era invisível, o rapaz observou a cidade em estado de emergência. Os cinco tremores foram demais para a pequena cidade.
Syaoran (para si mesmo): 'Sakura...'
O rapaz acelerou e em poucos segundos avistou a pequena casa branca. Pensou que graças a Deus ela estava em pé, talvez Sakura tivesse usado alguma carta para fazer com que ela sobrevivesse aos cinco fortes tremores. As luzes estavam apagadas como todas na cidade pelo corte de luz. Apenas o quarto tinha uma fraca luz, provavelmente Brilho tinha sido libertada.
Ele ficou ali, observando a casa e sentindo a presença da amada, suas enormes asas cortavam o ar lhe dando bastante estabilidade.
Syaoran: 'O que eu faço?'
Ele se lembrou de cada pesadelo dele, de cada terrível rejeição de Sakura, de cada palavra e de cada olhar de medo que tinha visto em seus sonhos. Mas agora não era um pesadelo, ele estava bem acordado, ele simplesmente não acordaria e veria sua flor ao seu lado sorrindo docemente e dizendo que estava tudo bem, que ela estava ali com ele.
O rapaz pousou atrás da casa e ainda ficou pensando o que faria. Precisava tira aquelas asas, precisava sumir com elas. Pensou em Ywe e Kerberus que também possuíam asas, mas que conseguiam desmaterializá-las. Era isso que ele precisava saber como fazer. Fechou os olhos e tentou se concentrar, tudo na magia precisava de concentração, mas ele estava nervoso demais para isso. De repente, ele ouviu Sakura lhe chamando, com certeza ela sentiu sua presença, claro que ela sentiria, era a presença de uma besta! Pensou mordendo os lábios. Ele precisava ser rápido, precisava sumir com aquelas duas coisas das suas costas.
Sakura (abrindo a porta): 'Syaoran?'
Li levantou o rosto e viu sua flor olhando para ela de forma assustada, ela tinha o visto, ela tinha visto o monstro que ele era agora. Sakura se abraçou com os braços devido ao vento frio que batia neles.
Sakura: 'O que está fazendo aí fora? Porque não entrou? Está frio.'
Li franziu a testa, não era isso que pensou que ouviria dela. Olhou para ela e a viu sorrindo docemente como sempre.
Sakura (depois de um pequeno gemido): 'Entra logo, Syaoran, senão eu vou congelar aqui fora.'
O rapaz sorriu de felicidade, Sakura não tinha se importado com suas novas asas? Seria um milagre? Pensava caminhando ao encontro da amada. Ela o abraçou assim que ela ficou ao seu alcance.
Sakura: 'Tive tanto medo de que alguma coisa acontecesse a você neste terremoto todo.'
Syaoran (afagando os cabelos curtos da amada): 'Eu também. Não suportaria perder você.'
Sakura (levantando o rosto): 'Nem eu.'
Li abaixou o rosto e tocou seus lábios quentes nos lábios de sua flor, nunca se cansaria de sentir o doce daqueles lábios. Abraçados, os dois entraram na casa. Na sala, Luzes iluminava o ambiente se divertindo muito. Li virou o rosto e viu seu reflexo na janela da cozinha, suas asas tinham desaparecido, foi por isso que Sakura agiu com ele da mesma maneira doce, ele tinha, não se sabe como, desmaterializado elas. O rapaz soltou um longo suspiro admirando seu reflexo.
Sakura (interrompendo os seus pensamentos): 'O que foi isto nas suas costas, Syaoran?'
Li sentiu o sangue lhe fugir do corpo. Sakura caminhou até ele que permanecia estático e passou sua mão nas costas do rapaz.
Sakura: 'Onde rasgou esta camisa deste jeito? Acho que nem mesmo eu vou conseguir recuperar ela. Olha só, acabou com a camisa novinha.'
Syaoran (tentando mudar de assunto): 'Deixa isso para lá, acho que rasquei quando estava tentando sair do escritório.'
Sakura (se abraçando a ele): 'Pensei que o céu fosse cair! Nunca vi tremores não fortes em Tomoeda.'
Syaoran: 'Assim que a luz voltar, vemos o que aconteceu pela TV'.
Sakura: 'Estou preocupada com Touya, Kero e o Yukito. Não consegui falar com ninguém, as linhas estão mudas.'
Syaoran: 'Eu também tentei ligar para cá, mas não consegui.'
Sakura (se afastando dele um pouco): 'Que tal tomar um bom banho para depois jantarmos. Acho que os tremores já acabaram.'
Syaoran (caminhando até as escadas): 'Acho que é o melhor.'
Sakura: 'Quer que eu esquente a água? A luz ainda não voltou.'
Syaoran: 'Não precisa, eu estou querendo mesmo uma boa ducha fria.'
Sakura se arrepiou toda, detestava banho frio, neste caso gelado. Ela acompanhou a figura forte de Li desaparecendo.
Força (parando ao lado de sua mestra): 'A magia dele está aumentando.'
Sakura (tentando controlar as lágrimas): 'Eu sei, mas o que posso fazer?'
Luta: 'Ele não é mais humano, mestra, seria bom tomar cuidado com ele.'
Sakura: 'Eu o amo, Luta. Não posso ficar com medo da pessoa que eu amo.'
Trovão: 'Nós sabemos disso, mas entenda que estamos preocupados com a sua segurança.'
Nuvem: 'Nós também a amamos, e não queremos que nada acontece de ruim com você.'
Sakura abraçou de forma carinhosa a figura fofinha a sua frente.
Sakura: 'Eu sei disso, mas, por favor, acreditem em mim, Syaoran não irá me fazer mal nenhum.'
Grande: 'Não podemos dizer com relação aos outros habitantes deste planeta.'
Areia: 'Um demônio da categoria do descendente de Clow poderia destruir este mundo em uma fração de segundos.'
Flor: 'Acredite em nós. Por favor, tome cuidado.'
Sakura: 'Agradeço de coração a preocupação de vocês, mas peço que não o julgue, lembre-se que vocês também foram seres iguais a eles.'
Luta (dando um soquinho na palma da mão): 'Não, nunca chegamos perto da categoria dele.'
Trovão (se arrepiando todo): 'Ela tem razão. Li é considerado um dos demônios de primeira elite.'
Sakura (não entendendo muito bem): 'Como assim?'
Corrida pulou no colo de sua dona pedindo carinho.
Tempo (com sua voz grossa): 'No mundo das trevas, existe categoria entre os demônios.' (Detalhe, já perceberam que Tempo é a única carta masculina? Todas as outras têm figuras de mulheres, animais ou coisas).
Sakura: 'Sim, Tomoyo já me falou isso.' (Referencia ao capitulo 12 – Os visitantes do futuro – nossa querida câmara woman comentou sobre a hierarquia dos demônios e os demônios superiores e inferiores)
Esperança: 'Pois bem, a única coisa que precisa saber é que o descendente de Clow está na categoria mais alta da pirâmide hierárquica do mundo das trevas.'
Sakura: 'E o que isso quer disser?'
Pequeno: 'Que ele é um dos demônios mais fortes e perigosos que existe.'
Chuva (voando de um lado para o outro na sua nuvenzinha): 'Ele é um demônio superior!'
Sono (voando a sua frente): 'Agora entende a nossa preocupação.'
Espelho: 'A amamos muito, mas temos medo de que não consigamos lhe proteger...'
Ilusão (na forma de Li): 'Lhe proteger dele.'
Sakura olhou com uma certa doçura para suas queridas amigas, desde do incidente de Shyrai, elas viraram suas amigas realmente. Sakura tinha dado permissão para que elas saíssem de sua forma de carta quando achassem necessário.
Espelho (na imagem da sua mestra): 'Por favor, mestra, sabemos que o ama, pois acompanhamos o seu sofrimento quando estava afastada dele, mas entenda a nossa preocupação agora.'
Sakura (abraçando a carta): 'Obrigada, obrigada por serem tão minha amigas.'
Sakura se afastou e fitou cada uma delas, eram tão diferentes umas das outras, umas alegres, outras carrancudas, mas eram todas suas amigas.
Sakura (sorrindo): 'Obrigada.'
Li estava debaixo da ducha fria. A água estava tão gelada que podia lhe cortar a pele, mas era assim mesmo que ele gostava quando sua cabeça fervia de problemas. Sakura logo perceberia que ele não era apenas um demônio, ele tinha recebido um poder quando matou Tichondrius que nem ele mesmo sabia o que era capaz (Lembrem-se daquela luz vermelha que o bonitão do Tichondrius estava recebendo quando lutou contra Li e Arthas, para os que não estão lembrando vale a pena dar uma olhada no capitulo 21 - O retorno de Syaoran Li – está mais ou menos no meio do capitulo). Aquelas asas eram apenas o começo da sua transformação, ele sabia disso, ele sentia isso.
Syaoran: 'Será que eu fui o responsável pelos terremotos? Não... Isso é impossível.'
Li estava beirando já ao desespero, sorte que o poder de Lutor o curou a tempo de Sakura não ver os rasgões que as duas asas fizeram nas suas costas. Ele pensou em como conseguiu fazer com que desaparecessem. Talvez seus novos poderes fossem controláveis. Ele baixou a cabeça para que a água gelada lhe refrescasse a nuca. Ele podia sentir a presença das cartas na sala junto com Sakura, provavelmente estavam conversando, conversando sobre ele. Sua presença deve ter ficado mais forte com os últimos acontecimentos. Com certeza daqui a pouco bateriam a porta Ywe e Kerberus preocupados com a segurança de sua mestra. Sakura não sabia, mas estava morando com uma bomba relógio que poderia explodir a qualquer momento. E o que mais doía era saber que ele era esta bomba.
Fechou o chuveiro e foi se vestir, por incrível que pareça estava com fome, muita fome.
Sakura observava Li jantando com gosto sua comida. Era tão bom tê-lo ao seu lado, aqueles últimos meses estavam sendo maravilhosos. Para sua felicidade estar completa era só Li parar de ter pesadelos e Touya parasse de recriminá-la por ter resolvido morar junto com Syaoran. Ele sempre dizia que Fujitaka e Nadeshiko com certeza estariam decepcionados pela filha ter se juntado ao um homem sem estar casada.
Syaoran (interrompendo seus pensamentos): 'Isto é comida, Sakura, não brinquedo.'
Sakura (voltando a terra): 'Hã?'
Syaoran (levantando os olhos para ela): 'Está brincando com a sua comida a mais de dez minutos. Não está com fome?'
Sakura largou o garfo no prato e encostou-se à cadeira.
Sakura: 'Não estou com muita fome.'
Syaoran: 'Problema seu, sobra mais para mim. Você finalmente acertou o ponto do macarrão desta vez, não ficou aquela coisa pegajosa.' (Ele tá reclamando é porque ainda não viu o da minha prima! Aquilo sim é coisa pegajosa!)
Sakura (fechando a cara): 'Tá falando que eu cozinho mal?!'
Syaoran (com a boca cheia): 'Eu tô elogiando o seu macarrão.'
Sakura: 'Mas falou que...'
Sakura foi interrompida pela luz que voltou a casa.
Syaoran: 'Liga a tv, vamos ver como está a cidade.'
Sakura achou melhor não continuar com a discussão, se levantou e ligou a pequena tv da sala. Era claro que estavam falando sobre o terremoto... Mas sobre o terremoto em todo o mundo!
Repórter: 'Especialistas ainda não sabem explicar o estranho fenômeno que atingiu todo o planeta com tremores de terra. Cientistas acreditam que houve um rearranjo das placas tectônicas de todo o planeta, num acontecimento raro e único. Porém tudo ainda são apenas suposições.'
Syaoran parou de comer e escutava atentamente a repórter do plantão.
Sakura: 'Nossa! Aconteceu em todo planeta!'
A imagem mudou para um outro repórter.
Repórter: 'Aqui nos Estados Unidos, foram confirmadas 12 mortes além de centenas de feridos no maior terremoto no planeta. Cientistas, geólogos e outros especialistas estão se reunindo para estudarem o que ocasionou este fenômeno incrível no planeta. Foi constatado que até mesmo no Alasca houve tremores fazendo com que a calota polar se rachasse. Uma equipe já foi enviada para lá para evitar maiores dados ao ecossistema glacial.'
A imagem mudou para o âncora da emissora (gente, é âncora mesmo que se chama? Eu não me lembro. Bem, se estiver errado me perdoem, mas eu quero dizer é aquele carinha que fica no estúdio, tipo o Willian Boner).
Âncora: 'Os danos maiores infelizmente foram causados na cidade de Tomoeda no Japão, onde vários prédios foram evacuados pela defesa civil. O saldo de vítimas ainda não foi determinado, mas acreditamos que seja na média de 15 vítimas fatais. A recomendação dos bombeiros é que as pessoas saiam de suas casas caso ocorra novos tremores. Foram registrados cinco ao todo nesta tarde e há possibilidade de mais alguns. O sistema de energia elétrica está sendo normalizado aos poucos e pedimos para que procurem o hospital apenas em caso de emergência...'
Sakura: 'Que coisa estranha, nunca ouvi falar em terremoto mundial!'
Syaoran: 'Porque isso não existe.'
Sakura: 'Ah é, senhor sabe tudo, e então sobre o que eles estão falando?'
Syaoran ficou um tempo em silêncio. As coisas estavam muito estranhas, era óbvio que aqueles tremores não foram naturais. (Aha! Vocês pensaram que eu era burra e coloquei um terremoto em todo o mundo!!! Eu sei que isso não existe, mas isso é um fanfic e tudo pode acontecer!!)
Syaoran: 'Estes tremores não foram naturais, Sakura.'
A moça começou a ficar preocupada, sobre o que Li estava falando?
Syaoran: 'Troque de roupa. Daqui a pouco, Ywe e Kerberus devem estar chegando e não seria bom recebê-los de pijama.'
Sakura observou Syaoran voltar a sentar a mesa e continuar comendo o seu macarrão. Olhou novamente para televisão e baixou o volume. Li tinha razão, daqui a pouco os dois estariam batendo a sua porta, talvez viessem com Touya e o irmão reclamaria novamente que a irmã é uma desavergonhada. Era melhor não provocar, a moça subiu até o quarto para se trocar.
Li observou ela sumir de sua vista e se levantou para ver pelo reflexo da janela se as asas tinham realmente sumido. Tirou a camisa e analisou suas costas lisas e sem marcas nenhuma.
Syaoran: 'Espero que elas não resolvam aparecer quando os dois estiverem aqui.'
Ele recolocou a camisa e levou seu prato até a pia. Hoje lavaria a louça.
Continua...
