Capítulo 001 – N-105 Nubobot!
- Você está pronto, levante! - Diz uma voz jovem e alegre.
Era um ambiente no mínimo estranho, tudo que era possível enxergar era uma mesa prateada com uns apetrechos do seu lado, já que a face da criatura que dissera aquilo estava totalmente tampada pela escuridão. Até que ela decide acender todas as luzes do quarto. Eram realmente várias, aquilo era realmente um quarto de luxo.
- Uh-oh, what I'm doing here? - Diz o outro habitante ao se levantar: Era uma máquina que não aparentava ser muito forte, seus olhos tinham o cristalino completamente negro e íris verdes. Ele parecia estar vestido com uma roupa cinza tecnologicamente enfeitada, mas, na verdade, aquilo não passava de seu corpo.
- Desculpe, eu opto pelo Português, talvez eu deva instalar um sistema de várias linguagens em você... Espera, mas eu já fiz isso, não? Ah não, não fiz. - Reclama ele, criticando a própria memória.
- Te peguei nessa! - Responde o robô cumprindo o primeiro objetivo de sua vida: Fazer uma pegadinha com o seu próprio criador.
- Hmpf!
Aquele cara estava aparentando bem nervoso, mas era apenas uma coisa momentânea, em dois segundos ele já estava com seu bom humor de volta. Uma inocência era percebida nos olhos daquele robô: Havia um brilho a mais, um brilho de quem ainda estava nascendo, mas por saber falar, ele fez a pergunta que todos os bebês desejam fazer.
- Por favor, poderia me dizer quem é você e onde estou? - Diz ele, com sua fina voz robótica.
- Bom, eu sou alguém qual você não saberá o nome, sou seu criador, seu mestre. Estamos na minha humilde casa.
O robô move apenas suas pupilas e observa que de humilde aquele cômodo não tinha nada, ele continua apenas observando e aguardando mais informações.
- Vamos ao que interessa, te dei a habilidade de entrar dentro da linguagem dos computadores, eu a chamo de Cyber Mind Eraser. Poderia explorar sua memória atual e usá-la no computador de testes?
- Ok, vou tentar. Movimento aplicado em 5, 4, 3, 2, 1, completo! - Quando ele diz isso, suas pupilas simplesmente se apagam mas ele continua de pé, apesar de estar com os movimentos mais limitados que antes.
Ele entra no sistema, era um lugar realmente impressionante! Não havia chão, nem parede, nem teto e nem nada limitando-o, ele era feito de vários números zero eum em tons claros de azul e amarelo, circulando por todo o local na direção vertical, no sentido cima-baixo e em velocidade baixa. Mesmo assim, ele fica indiferente à situação, como se já estivesse enjoado de tanto passar por aquele lugar.
- Operação concluída com êxito.
- Muito bom, já esperava isso de você. - Diz a voz meio falhada do tal chefe, provavelmente uma interferência causada pelo excesso de dados no computador.
- É, posso voltar? - Diz o robô um pouco entediado, pois além de ter feito pouca coisa ainda não tinha sido agradecido por isso.
- Claro!
O robô ainda estava com o movimento levemente alterado na realidade, em pouco tempo ele começa a se desintegrar naquele lugar enquanto seu corpo real voltava a se movimentar normalmente. Quando ele some daquele mundo por completo, volta a se mover perfeitamente no mundo real.
Exatamente dois dias se passam, a rotina era muito simples, apenas ficar o dia inteiro assistindo uma televisão enquanto ouvia o som derivado do trabalho duro de seu criador. Lá estava ele usando o acessório normalmente, quando chega o seu mestre, - que já havia se revelado um gato com um cabelo levantado e longo.
- Esse é o seu primeiro teste de utilidade agora – Ao dizer isso, ele fica com uma expressão muito mais séria que o comum. - Você irá ao site da BangBank e botar dois milhões de dólares na minha conta, sendo que essa você já conhece, ok?
- Incomoda-se caso eu pergunte o que são esses dois milhões de dólares?
- Claro que não! É que eu trabalho lá e estou testando o sistema de segurança à pedidos do chefe!
- Hmmmm... Sendo assim, tudo ótimo! Mas, eu não corro o risco de ser queimado por um firewall ou capturado por um anti-vírus?
- É só fazer direitinho, temos que explorar todos os defeitos do site!
- Ok, já estou entrando no sistema, chefe.
O gato estava um pouco surpreendido com aquilo, tinha reparado que o robô estava com uma boa independência mental já que qualquer um comum o chamaria de mestre ao invés de "chefe". Mas aquilo não importava no momento, a capacidade física e virtual dele era o que chamava a atenção, de um modo positivo.
Era um processo um pouco complicado, já que o dinheiro funcionava no mundo virtual como vários blocos pesados feitos de dados de computador. A missão era encontrar todos os blocos de nível maior e passar para a conta do chefe, cuja era um buraco representado por uma distorção nos números e tinha uma cor totalmente alaranjada.
O robô estava demorando bastante, afinal, dois milhões não eram pouca coisa já que os maiores blocos eram de cem mil, o que significa que ele teria de levar exatamente vinte deles para a conta. De vez em quando apareciam algumas garras gigantes, aqueles eram os anti-vírus do sistema. Como o robô não tinha habilidades para combatê-los, ele tinha que desviar ou correr para não se dar mal. Essas coisas acabam tomando bastante tempo dele, provavelmente mais de trinta minutos, isso acaba deixando seu chefe um pouco irritado mas ainda assim feliz, já que não tinha visto nada melhor agindo.
- Operação concluída! Conseguir passar o dinheiro, mas foi um pouco difícil, espero que fique satisfeito, chefe! - O robô solta seu primeiro sorriso verdadeiro, cujo provavelmente aprendera assistindo televisão, dois dias seguidos realmente podem fazer isso.
- Estou muito satisfeito N-105, muito! - Responde ele no telão que aparece no meio do sistema, com um bom sorriso também. O que alegra ainda mais o robô, que se chamava N-105 de acordo com seu criador.
- Vou voltar agora, chefe!
- Ok.
Mas um pensamento estranho passava pela mente do tal chefe, sobre aquele robô servir por um tempo de acordo com suas avaliações. O corpo de N-105 volta a se movimentar perfeitamente como antes, ele ainda continuava feliz com a satisfação de seu chefe no trabalho, enquanto o próprio estava feliz por ter feito um robô decente.
Mais duas semanas se passam, a rotina havia mudado muito: Era apenas ir à algum site de bancos retirar uma certa quantia de dinheiro para o seu chefe, embora cansativo e repetitivo, ele não desconfiava de nada e nem reclamava, de certa forma, o que mais queria ver era a satisfação de seu chefe como agradecimento por ter o criado ou algo semelhante a isso. Sua técnica era cada vez melhor e infalível, ele havia adquirido muito mais velocidade e força por causa dos blocos e dos anti-vírus cada vez mais atualizados. Após fazer essas coisas, ele ia descansar um pouco, seu criador o botava na cama onde havia o criado e conectava uns fios a ele, transmitindo um tipo de energia que simulava o sono e recuperava suas energias.
Em um dia em especial, seu chefe havia liberado a televisão a ele porque o trabalho havia sido pouco. Por mais que ele tentasse evitar, todas as coisas que passavam naquele horário eram jornais e jornais, ele ia mudando os canais mas não achava outra coisa além disso. Até que ele pára em um canal especial ao ver o dono de um dos freqüentes bancos acessados por ele, o BangBank, dando uma entrevista:
- Eu não sei o que aconteceu, o dinheiro sumiu do nada! - Diz ele, desesperado.
- Mas como isso pôde acontecer? Como o dinheiro sumiu do nada?! - Pergunta o repórter, um pouco surpreso com a notícia.
- Do nada mesmo! Um hacker foi registrado e ele sumiu após trinta minutos!
- E vocês não têm o IP da máquina desse hacker?
- Infelizmente não temos nada, sequer uma pista!
- Bem, e o jornal "Pro-News" acaba com este terrível fato, as invasões no servidor do BangBank! - De repente a tela escurece, N-105 havia desligado a televisão por causa de uma dúvida intrigante.
O robô dirigia-se à porta do lado, que era onde se localizava o quarto de seu chefe, ele decide perguntar ao seu chefe o que estava acontecendo já que era uma grande coincidência.
- Chefe, você não acha essas invasões ao BangBank, uma coincidência? - Diz ele, tentando disfarçar um pouco sua suspeita.
- Você é muito inocente, N-105, não sabe das crueldades desse mundo. A partir de agora vou chamá-lo de Nubobot. - Responde o gato, sabendo que o robô estava suspeitando de tudo.
- Por quê?
- Porque você é um robô extremamente inocente, Nu vem de "N" que é abreviação de Número, Nu também é uma abreviação. Já Bobot vem de Bobo e Bot, assim formando Nubobot.
- Hmpf! Não gostei nenhum pouco do "Bobo"... - Diz o robô um pouco emburrado, afinal, ninguém consegue ser agradado por ser chamado de bobo.
- Realmente, N-105 é muito complicado, vou te chamar de Nubobot mesmo!
- Ok...
Outras duas semanas se passam e Nubobot continuava com a sua primeira rotina, apenas assistindo televisão enquanto seu chefe mexia com mais e mais peças. O robô ficava até um pouco preocupado com o gato, já que a comunicação entre os dois estava ficando cada vez menor, até pensava se ele estava abandonado, mas, descartava isso em pouco tempo.
Então finalmente seu chefe o chama de novo, com uma cara bem séria e um olhar objetivo, provavelmente mais uma missão.
- Chamou, chefe?
- Sim. - Diz ele, ficando mais sério ainda.
- Para quê? O que vamos fazer? - Questiona ele, muito confuso por causa do olhar estranho de seu chefe.
- Esse será seu último teste de utilidade! Você deverá pegar exatamente todo o dinheiro da BangBank e transferir para minha conta! Acha que consegue?!
Nubobot fica extremamente preocupado com aquilo, suas suspeitas não eram pequenas, mas ele confia mais uma vez na palavra de seu chefe e resolve perguntar o que estava acontecendo.
- Chefe, isso não é ruim?
- Nenhum pouco! Estou investigando o caso profundamente, acho que estão querendo nos incriminar.
- Como assim, o que é incriminar?
- Eles cometem um crime e, para escapar, descobrem uma pessoa que estava no mesmo lugar que eles, compram testemunhas e falam que foi essa pessoa, que não tem nada a ver com isso, infelizmente isso funciona várias vezes.
- Que maldade! Quer dizer que estão falando que nós cometemos o crime?! - Diz Nubobot, estressado, agora ele começava a entender o porque de ser chamado de inocente.
- Sim, é exatamente isso.
Seu chefe começava a andar pelo seu quarto, até que pára do lado de uma mesa e pega um par de luvas prateadas, tão prateadas que pareciam brilhar, além de um raio vermelho no meio delas. Ele volta para a frente de Nubobot e, rapidamente, lhe dá o par de luvas.
- O que é isso? - Diz Nubobot, um pouco perturbado pelo efeito das luvas nele só ao tocá-las.
- Essa é a Mão Quebra-Firewalls, ela provoca um pequeno choque que derruba qualquer tipo de firewall, eu trabalhei duro nela. Você provavelmente está sentindo uma fraqueza ao tocá-las, apenas observe sua composição e insira na sua mão normal.
- Ok, obrigado chefe! - Os olhos de Nubobot começam a brilhar junto com as luvas, suas pupilas e cristalinos perdem a cor original e são substituídos por vários números prateados. Após um tempo tudo volta ao normal e as mãos de Nubobot estavam exatamente iguais àquele par de luvas.
Os dois caminham até o computador que ficava no fim do quarto, ele ainda estava bem escuro: Nenhuma lâmpada acesa, apenas iluminado pelo neon azul do gabinete. Ao chegar lá, os olhos de Nubobot somem novamente enquanto o computador vai ligando sozinho, era notável que ele estava mais rápido que o normal por causa da ajuda do robô lá dentro.
Nubobot é transportado novamente ao sistema da BangBank via internet, ele repara que o sistema de segurança estava altamente reforçado, os firewalls: Grandes paredes vermelhas à altíssima temperatura, estavam em uma temperatura e tamanho muito maior que o comum.
- Vamos ver o que esse tipo de mão pode fazer. - Diz ele, interessado na diversão que a missão podia proporcionar.
O robô começa a concentrar energia em sua mão e parte para cima do primeiro firewall, a temperatura era grande mas ele podia suportar sem nenhum dano colateral, ele acerta-o com apenas um soco e o próprio cai. Nubobot fica bem surpreendido com o poder que aquilo tinha sobre um firewall, já que normalmente ele teria de desativar os sensores de temperatura e remover tijolo por tijolo.
- Perfeito! Agora me restam apenas mais três!
Ele carrega energia em sua mão novamente e sai correndo para frente, já que os quatro firewalls estavam alinhados pelo produto protegido estar em apenas uma sala, ele acerta o soco no outro firewall e é arremessado para trás.
- Mas, o que será que... Não, deu certo!
Alguns segundos depois, o firewall começa a tremer e desmorona, então seus tijolos começam a desintegrar abrindo a passagem para Nubobot.
O robô repete o processo nos outros dois firewalls, liberando o caminho e vendo a sala com os cubos. Aquilo o desanimou um pouco, eram muitos e muitos blocos, nem em um dia era possível carregar tantos de uma vez só.
- O que vou fazer, não quero demorar tanto, não posso carregar isso tudo com força física.
Nubobot fecha seus olhos e tenta planejar algo melhor: Ele começa a ver umas imagens estranhas e falhadas daquele mundo, depois uma mão comum com seu indicador em movimento, enquanto vários blocos idênticos àqueles que ele teria de mover estavam voando em direção a um buraco. Quando Nubobot abre os olhos, um tipo de informação especial havia sido coletada por ele, muito especial.
- Descobri como! - Diz ele, um pouco tonto por causa da força que havia usado mentalmente. - Há como usar, erm, uma variação de telecinese nesse mundo, e eu já sei como!
Ele fecha suas mãos e os cubos começam a ser envolvidos por vários números zero eum, os números começam a tomar formato de uma corrente prateada que prende exatamente todos os cubos do estabelecimento. Mas isso não era o mais estranho, as correntes começavam a se mover estranhamente e os objetos começam a flutuar em direção ao que representava a conta do chefe! E a velocidade não era pequena, os cubos estavam indo mais rapidamente do que Nubobot faria com apenas um deles.
- É disso que o Cyber Mind Eraser é realmente feito... - Diz ele, surpreendido com o seu próprio poder. - Mas será que isso vai ser útil? Não sei se devo dizer que aprendi isso ao meu chefe, antes de saber sobre algo.
Aquilo havia sido uma jogada de mestre: Em cinco segundos todos os cubos já estavam entrando na conta do tal chefe. Isso acaba exaustando um pouco o robô mas ele consegue encontrar uma maneira de economizar um pouco de energia, não sofrendo nenhum dano no fim.
- Pronto chefe, todas as notas estão transferidas para sua conta. - Diz ele, disfarçando seu cansaço para que nada fosse percebido.
- Valeu mesmo, Nubobot!
- De nada, é apenas o meu dever.
Nubobot volta a se movimentar direito no mundo real. Seu chefe já estava com uma chave de fenda em mãos e algumas peças novas se preparando para montar mais alguma coisa. O robô decide ir à sala pensar em algumas coisas, primeiro no novo poder que havia descoberto, segundo no próprio chefe que tinha mudado bastante seu modo de falar para com ele. Ele se atira no sofá e pára exatamente todos os seus movimentos, nem seus olhos se moviam.
Ele passou duas horas daquele jeito e decidiu, duramente, perguntar para o seu chefe o que ele estava significando atualmente. Com um pouco de medo, ele se levanta lentamente e dá vagarosos passos até o quarto, onde ele ouve uma coisa que não agradou nada.
- Hmmmm... Agora que eu já tenho muito dinheiro, acho que vou jogar o Nubobot fora e finalizar meu projeto de grande porte de armas para conquistar novos territórios! - Diz o chefe, provavelmente falando sozinho.
Nubobot fica com uma grande dúvida na cabeça, será que aquilo que ele escutava era real? Seria um defeito em seu ouvido e mente? Não importava, ele tinha que continuar escondido para que seu chefe não parasse de falar as coisas.
- Esse projeto N-106 vai longe, arrisco no máximo dois dias para ele ficar pronto!
Agora era difícil de não acreditar, a confirmação estava diante de seus olhos, mas ninguém aceita ser abandonado e ele acaba se revelando sem querer.
- Já tenho todas as armas e...
- Não pode ser! Como, como ele me enganou assim?! - Grita o robô, desesperado por causa da descoberta. Ele começa a preparar-se para correr, aquilo era uma mistura de medo e raiva que deixava qualquer um louco, ninguém conseguiria nem chorar de tanta raiva, mesmo que robôs não pudessem chorar simplesmente por serem máquinas. Mas algo fez a sua raiva dominar seu medo, uma frase extremamente fria dita pelo seu chefe.
- Merda! E agora, o que faço?! Vou acabar logo meu projeto para eliminar o Nubobot o quanto antes!
- Retardado, o que você falou?!
Apesar de estar de costas para a porta e ter dado seu primeiro passo, Nubobot vira sua cabeça e olha para a cara de seu chefe novamente, seus próprios olhos representavam o enorme ódio que ele sentia naquele momento. Logo após isso, ele dá um passo para trás e vira seu corpo completamente.
- Você, eu confiei em você, para mim você era um pai... Mas para você, eu era apenas uma ferramenta que iria ser descartada a qualquer momento?!
- Pare de choramingar, esse mundo é cruel, conforme-se com sua utilidade.
- Nunca! Eu nunca vou me conformar com isso, e pelo que entendi, não posso dizer que vou cometer meu primeiro crime já que cometi vários sob sua influência, mas hoje não teremos influência nenhuma!
- Hah, como se você pudesse, você só tem aquela mãozinha que funciona nos firewalls, apenas lá!
Nubobot cala-se e bota seu pé esquerdo para trás, carregando uma estranha energia em sua mão e investindo contra seu chefe. Como ele parecia não ser muito ágil, acaba recebendo o soco bem em sua barriga e cai de joelhos no chão, ainda com um sorriso maléfico no rosto. O robô já se preparava para invadir o sistema de seu computador, onde provavelmente estavam as informações e itens que seriam utilizados pelo tal novo projeto.
- O, o que vai fazer?! - Diz o chefe, um pouco assustado pelo robô não ter acreditado em sua mentira.
- Eu serei apenas ferramenta para minha mente, e de mais ninguém! Todas as armas do tal N-106 me ajudarão muito no futuro. - Responde ele em um tom extremamente cruel, o mais estranho era que nem seu próprio chefe conseguia obter um tom parecido.
- Huh?! Do que está falando?
O computador liga automaticamente, enquanto o robô ainda estava olhando para seu criador no mundo real sem suas íris, e, ainda falava com ele. Quanto mais ele ia falando, mais seu corpo era afetado por um tipo de energia estranha que mantinha sua cor escura.
- Vamos ver, você daria mais sentimentos a ele, não é? Quero ver quais são eles. - Nubobot diz isso e começa a obter uma cara de mais ódio no mundo real, sua cor começa a ganhar um tom mais claro e alguns símbolos vão se formando nos seus olhos. - Isso não foi uma coisa tão boa, consigo odiar mais agora. Bem, isso pode me atrapalhar hoje, mas pode me ajudar no futuro, vamos ao próximo. - A mão esquerda de Nubobot começa a brilhar mais ainda, depois ela é completamente apagada, deixando apenas o braço e os grossos fios robóticos expostos. Passam-se mais dois segundos e os fios começam a se juntar, então começam a crescer e tomar forma de um compacto canhão. Em um piscar de olhos, uma metralhadora com um pequeno buraco em seu centro é formada no braço esquerdo do robô.
- Nada vai conseguir te parar, não é?
- Você é inteligente, teve a capacidade de me criar, e um bom raciocínio lógico. Agora, vamos ver qual será o próximo item que usarei. - O início da metralhadora é cortada, em ambos os lados, simétricamente. De cada buraco sai parte de um objeto que parecia uma bacia, só que era feita de metal puro. E de cada bacia saíam quatro mísseis roxos. - Não quero só aumentar as habilidades no meu braço esquerdo, quero mais acessórios e poder em meu corpo todo. Veremos se o próximo pode me proporcionar isso. - Dessa vez, duas mãos mecânicas saem de pequenos buracos na parede, elas estavam carregando um acessório negro com formato de um foguete. Na verdade era um jetpack, o qual poderia ser muito útil para fugas e outros. - Ótimo! Com aquele míssil de fumaça, isso vai ser um estrondo! Agora, eu quero... - O robô fica espantado com o que vê dentro do computador, era uma foice com pontas nos dois lados: As duas pontas prateadas, muito brilhantes. Elas pareciam refletir a imagem da queda de números dentro do sistema do computador do chefe. Um buraco grande e fino é feito nas costas de Nubobot, dele saem vários fios que chegam até o chão. Então eles começam a tomar forma da foice. Após isso, metal líquido começa a sair desses fios e envolvê-los, deixando a foice em sua forma perfeita e original, pelo menos de acordo com o computador.
- Você obteve até o Data Reaper, essa foice é maldita. Mas vamos ver como se sairá usando ela.
- Cale a boca! Ainda falta um item, pelo que parece, é um tipo de mão que é melhor que esse meu modelo atual. Não sinto nenhum tipo de mudança no seu visual, a não ser a ausência do horrível raio vermelho, isso é bom. - Como havia sobrado apenas uma mão, o raio vermelho dela some e ela ganha um tom mais claro.
Após isso, o computador desliga automaticamente e Nubobot recebe sua íris de volta. Tudo que havia no computador de seu chefe estava no robô e ele, por precaução, havia deletado todos os dados daquele computador.
- Por mais que você tenha feito isso comigo, você ainda voltará. Agora que obteve tudo o que precisava, tem muito poder em mãos, e vai precisar de mim para controlá-los.
- Eu não preciso de lixo como você, descobrirei meu poder e aperfeiçoarei-o até não poder mais.
- Tudo bem, mas, não se arrependerá depois.
Ao dizer isso, seu chefe revela um jetpack escondido em suas costas e retira um controle de seu bolso. Ao pressioná-lo, uma cortina de fumaça envolve todo o quarto por alguns segundos.
- Espero que sobreviva, serão grandes descobertas. - Ecoa uma voz fria e dolorosa no céu.
Nubobot apenas observa a cena e acumula mais raiva contra aquele cara, quem aquele maldito pensava que era? O fazia de besta e, depois da revolução, escapa sem ressentimentos ou algo do tipo? Ele também estava se odiando um pouco por ter o deixado escapar, mas isso não tinha nenhuma prioridade e ele acaba esquecendo em pouquíssimo tempo.
- Não importa o que será de mim, esse cara está na minha mira, mas vou ter problemas enquanto não encontrá-lo. Bem, aí vou eu, mundo cruel.
