Olhou para o relógio, o visor piscava 3:11 da manhã. Passou a mão pelo rosto, sentindo os pêlos lhe arranharem. Estalou o pescoço, tinha aquela maldita reunião pela manhã, jogou a cabeça para traz e soltou um gemido de cansaço.
- Sono? – A voz agradável veio da porta.
Olhou para a mesma e viu o senhor de cabelos brancos, fofos como um algodão e os olhos azuis bondosos.
- Não deveria estar dormindo? – Esfregou um dos olhos.
- Estava, mas tive a intuição que o jovem mestre estava acordado. – Se aproximou, segurando uma caneca que fumegava. – Café?
- Obrigado. – Murmurou enquanto se curvava. – Por favor.
Dimitri se sentou na cadeira indicada, trajava um roupão marrom escuro sobre o pijama cinza. Kai levou a caneca aos lábios, fechou os olhos sorvendo o líquido escuro, delicadamente passou a língua pelos lábios limpando qualquer resíduo.
- Bom? – Sorria.
- Muito. – Pousou a caneca sobre a mesa. – Deveria voltar a dormir.
- Você deveria tentar. – Apoiou o rosto sobre uma das mãos. – O que está te incomodando?
- Coisas. – Resmungou, desviou o olhar para um porta-retrato na mesa.
- Sente falta?
- Um pouco. – Deu de ombros, tomou mais um gole.
- Porque não os chama? – Sorriu. – Posso organizar tudo.
- Eles estão vindo. – Olhou para o homem. – A reunião de amanhã, é com eles.
- Vai oferecer um jantar?
- Pode ser. – Deu de ombros, voltando sua atenção para os papéis.
- E a carta de hoje cedo? – Olhou o envelope lacrado.
- Não quero saber dele. – A voz se tornou dura.
- Ele continua sendo…
- Dimitri. – Kai levantou o rosto. – Não quero falar disso.
- Como queira, mestre Kai, como queira. – Se levantou com um pouco de dificuldade. – Se me permiti, vou me recolher.
Kai apoiou os cotovelos sobre a mesa, entrelaçando os dedos na frente do rosto, observou o senhor se afastar.
- Dimitri. – O chamou sem se conter, o senhor se virou quase na porta. – Vou oferecer o jantar, por favor, organize tudo.
- Claro, jovem mestre. – Curvou a cabeça e logo se voltou para a porta.
- Dimitri.
- Sim.
- Eu… - Parou respirando. – Eu não…
- Eu sei jovem mestre. – Sorriu e se retirou.
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Então, sequela de My own prison!
Não sei se alguém reaprou, mas se passou alguns anos desde que ele foi embora, esse trecho foi só para deixar a vontade de quero mais.
Bjs, comentarios e favoritos sempre muito bem-vindos.
