Disclaimer: Este é um fan work, feito totalmente sem fins lucrativos. Os direitos do conjunto da obra Saint Seiya e de todos os seus personagens pertencem à Toei Animation e Masami Kurumada. A exploração comercial do presente texto por qualquer pessoa não autorizada pelos detentores dos direitos é considerada violação legal

Este texto é integrante do Projeto Revisional Moira Coil


TAURUS—SOBRE O TEMPO, A VIDA E AS ESTAÇÕES

de Seiko Yoroi


I.

Prólogo

Uma Primavera em Vermelho

-ooo-

—Por aqui! Rápido! Carreguem as crianças e feridos, não podemos perder tempo!!!

Era um dia de sol. Céu azul, brisa da manhã, um convite da Mãe Natureza para caminhar nas alamedas, sentir o cheiro da terra orvalhada, se aquecer aos primeiros raios. Como devia ser qualquer primavera.

Olhar por entre os galhos das romãzeiras. As flores desabrochando, em pequenos botões vermelhos são um mimoso espetáculo. E quantas vezes, em manhãs como aquela, passamos tão rápido, tão depressa, sem parar para retribuir o aceno escarlate, encapsulados em nosso próprio cismar?

Hoje, justamente, essas flores pareciam tão bonitas. Logo hoje. Um suspiro partiu do fundo da alma, afinal, por que tinha que ser daquele jeito?

Era uma manhã perfeita. Com sol, brisa, flor e orvalho.Um dia ideal para que as crianças estivessem correndo nas ruas, as mulheres carregando nos braços seus filhos pequenos, os jovens se abraçando, os velhos saindo logo cedo às praças...

Maldita ironia.

Dia de sol e orvalho. Os joelhos e mãos feridos de quem tentava correr, tropeçando e caindo na lama dos jardins ainda úmidos da madrugada. Crianças e velhos nas praças, mães com filhos nos braços. O pânico. Gritos de medo e dor em coro com o lúgubre troar da devastação, o vermelho das flores misturado ao sangue dos feridos, o perfume da brisa carregando o cheiro inconfundível da morte.

Naquela manhã de primavera, em Yerevan, o dia não guardou tempo para as romãzeiras.


(continua)