Nome: Unidos para matar
Contato:
Unidos para matar: Harry, Rony e Hermione estão vendo seus entes queridos morrerem, um por um.
Agora, depois de anos separados por causa dos diferentes trabalhos e desavenças que surgiram com o tempo, juntam-se, com um objetivo em comum, matar todos aqueles que ousaram um dia atravessar seus caminhos. Eles estão agora, unidos para matar.
N/A: Por favor, comentem mesmo se não gostarem! Porque sem comentário não escrevo mais! Aconselha a lerem com muita atenção porque em certos pontos dá pra fazer com que as pessoas se confundam...
Unidos para matar
Capítulo I -
- Mãe, pai, já cheguei! - Gritou a garota, parada ao pé da escada que dava para o segundo andar.
Ela deixou suas coisas sobre o sofá mais próximo e foi para a cozinha.
O dia tinha sido horrível, não parara de trabalhar por um momento, sempre atrás de grandes livros tentando encontrar respostas para o que muitas vezes parecia ser impossível.
Quando era estudante pensara em ser Auror ou Medi-Bruxa, o mais engraçado era que, de um lado como auror muitas vezes tiraria a vida de pessoas, não era necessariamente preciso matá-la para tal, mas Azkaban era uma morte em vida, e do outro, ela faria de tudo para salvar a vida das pessoas, porém em um ponto as duas profissões se cruzavam, sempre teria uma grande responsabilidade, um ato errado e tudo poderia ir por água abaixo e isso, tinha que admitir, a amedrontava. Não que achasse que não pudesse fazer tal coisa, mas depois de 7 anos lutando contra algo que nem podia acreditar ser realmente humano, sete anos de uma luta sem fim, vendo as conseqüências de seus atos, vendo pessoas queridas morrendo, ela não conseguiria mais...
Antes até mesmo tinha gosto pela coisa, toda a adrenalina a ajudava a continuar em inacreditáveis aventuras com Harry e Rony , mas então viu o que realmente eram o que realmente podia causar e que, mesmo sendo uma bruxa ainda em preparação, muitas coisas quando feitas sem pensar, são desastrosas...
De qualquer modo, sua profissão era consideravelmente boa, podia viver entre trouxas sem precisar esconder-se atrás de uma mentira, usando seus poderes, sendo somente ela. Era praticamente o trabalho perfeito para nascidos trouxas.
Há quase 5 anos, Dumbledore junto com outros bruxos de alto escalão começaram a trabalhar junto de trouxas, é claro que não eram trouxas aos quais estamos habituados, alguns eram pais de bruxos e que tinham se envolvido com o mundo da magia, fieis ao seu segredo, é claro, caso contrario tudo teria dado errado, e outros eram como Hermione gostava de dizer "trouxas que procuravam algo além de sua lógica", explicando em outras palavras, eram aqueles trouxas que ficavam 'encucados' com acontecimentos estranhos e começavam a buscar por algo que fosse além da crença trouxa, além da ciência, que pudesse ser a resposta para suas perguntas. É claro que, não eram simplesmente escolhidos por isso, haviam outros motivos também como, por exemplo, a pessoa deveria ter uma "mente aberta", ou seja, estar preparada para outros pontos de vistas, para um novo mundo, caso o contrario, enlouqueceria sem sombra de dúvida. Eles desempenhavam o papel parecido com o da policia trouxa porém que para o Ministério da Magia, usando suas influencias e conhecimentos a favor dos bruxos, aparecendo por acaso nos lugares de crimes, pedindo informações, aproveitando uma prosa a procura de algo suspeito, aprendiam a identificar um bruxo entre outras técnicas. Não podiam lutar contra Voldemort como os Aurores, mas eram de grande importância, sem sombra de duvidas.
Porque os Aurores e Inomináveis não tinham assumido esse papel?
Com a Guerra todos tinham que se juntar, não havia melhor ou pior, eram todos iguais, lutando pela mesma coisa.
Os Aurores e Inomináveis estavam em um número muito pequeno para poderem trabalhar entre trouxas e bruxos sem levantar suspeitas e também ainda havia o pequeno (pequeno?) detalhe dos Comensais que se multiplicavam cada vez mais e dos conflitos que ocorriam a todo o instante por isso esse novo grupo de última hora, que garantia informações sobre Voldemort e que o mundo bruxo continuaria no anonimato.
Entre os diferentes setores, Hermione escolhera um dos mais difíceis pois não era somente a um mundo que estava ligada, mas aos dois, trouxa e bruxo, por isso usava das técnicas trouxas suas aliadas, podendo inventando novos feitiços, e truques para confundir Comensais, além de tentar decifrar os códigos e as táticas dos Comensais. Tinha que obter respostas, mesmo quando essas fossem as mais difíceis de se achar. Porém o trabalho vinha sendo mais difícil que o normal, haviam pessoas saindo do trabalho, preferindo esconder em suas casas, e seu trabalho ia sendo passado para aqueles que ainda se mantiam firmes e fortes fazendo com que fosse mais do que um Departamento de Investigações Avançadas, mas um Departamento de Faz-Tudo...
Era somente mais um de muitos problemas causados pela Guerra.
Hermione abriu a geladeira e tirou de lá uma garrafa de água, pegou um copo no armário de cima da cozinha e se sentou em frente ao balcão da cozinha.
O confortável cheiro de rosas vindo do amplo jardim da casa invadindo suas narinas, não havia algo mais prazeroso do que estar ali, finalmente, com aquela pequena brecha que o Ministério abrira iria poder relembrar de como era sentir-se uma dona de casa, ajudando nos afazeres domésticos, saindo para longos passeios na praia sentindo os pés afundando na areia branquinha umedecida pela água salgada, o mundo aos seus pés, o vento acompanhado do cheiro de maresia batendo em seu rosto dando-a a sensação de voar, sem problemas, somente uma mulher livre de qualquer pensamento que pudesse envolver guerra e sangue.
Abriu os olhos rapidamente, saindo de seu breve devaneio, a água gelada descendo por sua garganta, refrescando-a. Hermione levantou a cabeça, procurando pelo barulho que cortara sua linha de pensamento.
Sorrateiramente desceu do banco, o copo sendo deixado sobre o balcão cautelosamente, não queria espantar o autor do barulho. Aprendera a desconfiar de tudo e de todos, ficava sempre alerta, muitas vezes parecia paranóica, mas era isso o que a salvara muitas vezes...
O mensageiro dos ventos causou um barulho estridente por causa do vento. Notou quando afastou um pouco a cortina da janela da cozinha sobre a pia e espiou, o mensageiro dos ventos balançava agora lentamente na varanda.
Passeando os olhos viu quem tinha assustado-a. Era somente seu gato, Bichento, do lado de fora da casa tentando entrar, provavelmente notara movimento na casa, o seu movimento.
- Bichento, o que faz aí? - Perguntou a morena. Ela abriu a porta da cozinha para que o gato entrasse, ele estava nervoso, os pêlos ouriçados, e um seu miado era fino. O gato começou então, a roçar nas pernas da dona.
Hermione afastou uma mecha de cabelo que caia sobre seus olhos e riu para o gato.
- Tudo isso é saudade, é? - Perguntou abaixando-se e pegando-o no colo. - Também estava com... - Hermione parou, acariciando o pêlo dourado de Bichento achou um pouco de sangue perto das patas do animal. - Mas o que é isso? Andou, brigando na rua? É por isso que está tão agitado! Vamos ver se alguém nessa casa, quem sabe têm alguma sugestão sobre o que aconteceu com você, meu fofinho. - Disse a garota, o gato em seu colo, miando sem parar como pedisse por ajuda para sair dali...
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- Então, somente quando encontrou o gato e resolveu ir procurar alguém e notou que... - O Auror parou observando com cuidado a garota a sua frente.
Hermione ainda tinha algumas manchas de sangue em sua roupa e em seu corpo, ela estava com o olhar distante, vagando por algum lugar desconhecido, sem absorver nenhuma palavra dita pelo homem a sua frente, os olhos castanhos sem vida fixos olhando para o quadro no escritório.
Já tinha visto um lugar como aquele, tinha certeza...
- Agora, juntas para a foto! - Pediu um homem de uns 30 anos, ele tentava achar um ângulo para poder tirar a foto da filha e da mulher, esta estava ainda empenhada e arrumar tudo sobre a toalha xadrez. Ela era detalhista com tudo, e Alan tinha quase certeza de que sua filha começava a herdar isso. - Jane, por favor, não precisa mais arrumar isso. Está ótimo! - Disse sorrindo.
- OK, já acabei. Hermione, venha aqui! - Chamou a mulher, arrumando a roupa e o cabelo esperando, sorridente a filha que se aproximava com um novo amigo.
- Isso. - Sussurrou Alan assim que Hermione sentou-se no colo da mãe, sorrindo e brincando com um filhote de coelho.
- Posso ficar com ele? - Perguntou a menina esperançosa, sem esperar que a mãe a respondesse continuou falando - Vou cuidar, dar banho, eu juro mamãe, por favor... PAI! Deixa...
O homem atrás da máquina, fez um sinal positivo, dizendo que sim para Jane, esta tentou reprová-lo, mas deixou-se levar pelo sorriso da criança.
- Você vai ficar assustadoramente mimada, Hermione. - Suspirou passando então a arrumar Hermione - agora, por favor, vamos tirar essa foto antes que seu pai tenha um treco.
- Sorrindo... - Pediu o homem.
Hermione abriu um largo sorriso, o coelho mexendo-se em seu colo, encostou sua cabeça com a de sua mãe, a mesma sorria para o marido com a filha no colo.
Atrás delas, o vento varria as poucas folhas deixadas pela primavera, o sol tímido despedindo-se com seus últimos raios que iluminavam a família ali reunida.
- Senhorita? - O auror a chamava pela terceira vez.
Hermione olhou a sua volta, atordoada.
O que fazia ali, perguntou-se passando as mãos pelo rosto encharcado sujando-o com mais sangue. Conhecia o lugar, era o centro de aurores, mas porque? O que era aquele sangue em sua mão?
Ela ouviu um grito, seu próprio grito, vindo de sua cabeça.
Uma cena formando-se em sua cabeça, era aquela a resposta. Aos poucos, mais e mais flashes de tudo o que vira, aumentavam, atormentando-a mais, preenchendo cada parte de seu ser, consumindo-a...
Colocou os pés na cadeira, sem nem importar-se com a postura que a respeitada Hermione Granger deveria ter, agora, sua vida mudaria, e ela não queria ser um membro respeitado, não seria mais a mesma, não poderia fazer isso. Agora, Hermione Granger, era somente uma sombra do que um dia fora, e não tentaria fazer com que isso mudasse. Estava exposta a qualquer perigo e não se importava, queria somente um lugar para chorar, esquecer o que estava acontecendo, e isso iria acontecer, porque era somente um pesadelo, seu pior pesadelo tornando-se realidade.
'Um pesadelo' disse para si mesma, as lágrimas caindo incontrolavelmente pelo seu rosto, encolhendo-se e pressionando os joelhos, com força, contra o peito, as mãos sobre os ouvidos tentando abafar o grito. Um frio incomum abatera-se sobre ela, um frio ao qual as pessoas não estão acostumados a ter, é na verdade um é um efeito da solidão, de não ter alguém para abraçar-te e dizer que tudo ficara bem, efeito da solidão causada pela morte...
- Nós os chamamos porque na casa haviam fotos de vocês juntos, e reconhecemos imediatamente o senhor, e pensamos eu poderia nos ajudar com ela... Ela não faz nada além de chorar desde que a encontramos, não disse nada, nenhuma palavra... - Disse o auror afastando-se saindo da frente da mulher de cabelos ondulados, para que os dois homens tivessem a visão dela.
- Hermione? Por favor, me olhe...
- Tem certeza de que é isso o que quer, minha filha?
Hermione assentiu mais uma vez, sentia que era o certo a se fazer. Se aquela carta chegara para ela, era sim, seu destino tentando se cumprir. E algo, em seu interior, ficava feliz, queria aprender, desfrutar daquele 'dom' e teria somente uma oportunidade,e agora que a hora chegara não iria desperdiçá-la. Talvez, fosse por isso que nunca tinha se adaptado aos seus colegas de escola, ao mundo deles, pois sempre sentia-se um 'peixe fora d'água' e era esse o motivo. Não pertencia aquele mundo, havia um outro, ao qual pedia todas as noites antes de dormir que fosse realidade, e era a esse mundo mágico que iria fazer parte, era esse que escolhera para ser o seu mundo.
- Lembre-se, querida, se qualquer coisa acontecer lá, você pode contar conosco, não hesite. Se quiser voltar mande uma carta e iremos na mesma hora te buscar. Conte sempre conosco, ouviu bem? Sempre...
- E se você... - Jane enxugou algumas lágrimas - opinar por ficar, não fique triste por pensar que não estamos com você, enquanto nos carregar aqui - ela apontou o coração da filha - estaremos com você.
A garota que a cada dia mais parecia-se com a mãe, balançou a cabeça em sinal de que entendera o recado, e pegou suas malas, sorrindo para os pais e desaparecendo em seguida na Plataforma 9 ¾ .
- Faça-a acordar, sei lá, precisamos do depoimento dela hoje, o mais rápido possível!
Harry e Rony levantaram-se rapidamente e viraram-se para o auror.
- Jamais, volte a falar assim com/de Hermione. - Disse Rony tirando a varinha do bolso da capa.
- Se voltar com mais uma gracinha dessas, juro que te mato. - Ameaçou Harry segurando o auror pelo colarinho, ele o soltou com brutalidade, jogando-o na parede com força.
Harry voltou-se para Hermione, olhando-a como se esperasse uma instrução do que fazer, mas hoje isto estava fora de questão, depois de anos apoiando-os, dando conselhos, agora quem tinha que assumir essa posição eram ele e Rony, e isso fariam.
- Mione? - Ele voltou a chamar, mas ela continuava sem dar um sinal de que o escutara.
Rony olhou a seu redor, em cima da mesa havia uma garrafa de água intocada e alguns lenços, ele os pegou e voltou até onde Harry estava com Hermione, estendendo-os para Harry. Harry começou a umedecer os lenços com a água. Com cuidado, ele prendeu o cabelo da amiga em um coque desajeitado e começou a limpar o rosto dela, nenhum sinal, nada. Ela estava em choque, não fazia nada mais do que chorar em silêncio, e de alguma forma, eles a entendiam. Harry pegou as mãos dela e começou a limpá-las também, ainda encaixavam-se perfeitamente com as suas, pensou lembrando-se de repente de seu sétimo ano. Começou então a olhá-la fixamente, esperando que ela reagisse de alguma forma, que talvez lembrasse do ocorrido.
- Vamos levá-la. Ela definitivamente não pode ficar aqui.
- Harry, ela não vai andar. - Disse Rony como se Harry fosse o maior idiota do mundo, o amigo não respondeu, começou a tirar a sua capa e colocou sobre os ombros de Hermione.
- Ela não precisa andar. - Disse Harry, entregando sua varinha a Rony e em seguida, pegando Hermione no colo.
Harry e Rony não queriam que alguém visse Hermione daquele jeito, outro motivo pelo o qual Harry resolveu aparatar em um estacionamento longe dali era que, andar pelas ruas do Beco Diagonal naquela situação com Hermione impossibilitada de se defender sozinha e com a cabeça a premio, não estava em seus planos.
- Vão na frente, vou até a casa dela pegar seus pertences e depois encontro com você, acho que entre os trouxas não correram perigo, mas em todo o caso... - Rony fez uma pausa, tirando a varinha de Harry do bolso de sua capa e entregando para o amigo - se não me engano, há um beco antes do estacionamento, lá é mais seguro.
- Sim, concordo com você. Vou levá-la para a minha casa, a última coisa que devemos fazer nesse momento é levá-la de volta para a casa onde tudo aconteceu... - Disse Harry, tentando colocar Hermione de pé. Assim que feito isso, ele a segurou pela cintura, seus corpos colocados um no outro. - Mione, não me largue por nada. - Ele pediu. Nunca precisara aparatar com alguém, e esperava que tudo desse certo, e iria dar, não deixaria que tudo saísse errado agora que sua amiga precisava tanto dele.
- Tem certeza de que pode ir sozinho? - Perguntou Rony preocupado, Harry assentiu desaparecendo logo em seguida com Hermione.
Rony tinha razão, pensou Harry quando sentiu seus pés tocarem o chão asfaltado com algumas saliências.
Não havia lugar melhor do que aquele para se aparatar, nenhum trouxa, ninguém notaria sua presença.
- Hermione? Está tudo bem? - Perguntou em vão.
Harry nunca pensara o qual exposta estava Hermione, com todos os riscos que ele um dia a colocara, se não tivessem se afastado talvez estivesse junto à ela para ajudá-la, para impedir que algo tão horrendo acontecesse, porém, mais uma vez Harry tinha sido egoísta. Esquecera-se de tudo, dos amigos, e quem algum dia imaginara que ele se dedicaria com tanta devoção ao trabalho? Há quanto tempo não a via? Tinham conversas que duravam a noite toda...?
Ele era culpado por colocá-la em tantos perigos, quem sabe, se um dia não o tivesse o conhecido teria uma vida melhor e jamais passaria por aquilo?
Com um sentimento de culpa, ele teve somente uma reação, puxá-la mais para perto e abraçá-la.
- Espero que um dia me perdoe, Mione. - Sussurrou, a voz rouca pela proximidade. Sentindo novamente o aroma inalado por Hermione, sentindo o calor do corpo dela, tendo ela em seus braços como há anos tivera. - Nunca mais irá passar por algo assim de novo, eu juro. - Disse abraçando-a fortemente.
- Harry? - Perguntou despertando-se e procurando pelos olhos verdes.
- Eu to aqui, tudo vai ficar bem... - Ele disse sem ter certeza de suas palavras, agradecendo aos céus.
Ela fechou os olhos, correspondendo do abraço, encontrando o ombro amigo pelo qual tantas vezes chamara mas parecia longe demais para ouvir seu pedido de socorro, seu grito de desespero. Ele estava ali, com ela, e Hermione não sabia ao certo o porque de tão cegamente acreditar que tudo ficaria bem, acreditar nas palavras dele, talvez nada melhorasse, mas tê-lo era um conselho.
Apoiou a cabeça sobre o ombro de Harry, apertando cada vez mais o abraço, entregando-se ao choro que há tempos havia se entregado...
- Shh... Tudo vai ficar bem... - Ele disse mais uma vez antes que Hermione fechasse seus olhos, seu corpo ficasse mole, como o de uma boneca de pano, e caísse sobre o dele, fazendo-o cambalear. - Hermione? - ele chamou, batendo no rosto dela, mas estava desmaiada, caindo em um poço distante dali, voltando para um pesadelo...
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Bichento se tornava cada vez mais agitado quando estavam quase chegando ao quarto dos Granger, Hermione continuava a segurá-lo firmemente em seu colo mesmo recebendo alguns arranhões de vez em quando.
- Calma, Bichento. Não há porque de tanta aspereza comigo! - Hermione disse desistindo de segurá-lo e colocando-o no chão ela no entanto continuou seu rumo ao quarto da mãe, o gato parado no mesmo lugar onde ela o pusera. Ele observava tudo como se temesse alguma coisa, temesse pela vida dona.
A casa dos Granger era tranqüila e aconchegante, um verdadeiro lar de família. Não houvesse quem na rua todo que não os invejasse, a casa era grande, mobília nova, e a família em perfeita harmonia, quem não desejaria ter pais tão bondosos e uma filha obediente além de tudo muito inteligente?
O bairro onde moravam era de classe média alta, há alguns anos tinham mudado para um condomínio fechado, com segurança e uma vizinhança acolhedora. Era até mesmo estranho o fato de todos serem tão paranóicos com a segurança já que era um bairro extremamente monótono, onde as crianças e jovens podiam se reunir sem algum problema na rua até tantas da noite, os pais geralmente ficam no portão da casa, com suas cadeiras de balanço confortáveis, vendo os filhos de longe e conversando com os vizinhos, muitas vezes tomando um drinque e outro, tinham aqueles que não gostavam de se reunir, ficavam somente espiando de suas grandes varandas.
E fora em um lugar assim que Hermione crescera, não tinha amigos, mas gostava de se trancar no quarto com uma boa música, dançar para si mesma, assistir filmes ou ler algum livro que ganhara de seus pais.
As prateleiras sempre lotadas com grandes livros não somente por sua espessura mais também por sua importância iam de Shakespeare a contos de fadas antigos, enciclopédias, livros didáticos, todos a encantavam, sempre querendo descobrir um pouco mais sobre o que a cercava ou simplesmente entrar em um mundo de magia, mas isso só se concretizou quando entrou na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, aos 11 anos, ali era onde Hermione Granger iria além de se tornar uma das melhores alunas, mas também encontrar seus dois melhores amigos. Sobre as paredes brancas do corredor estavam as fotos dela, desde o inicio de sua vida até a agora, os amigos, os pais, os parentes, o bichinho de estimação e etc todas aquelas fotos a ajudavam a lembrar que não era alguém sozinha, que tinha uma família e amigos, uma grande história.
Hermione parou no meio do corredor olhando a foto de sua formatura abraçada com os amigos e os pais ao lado. Ela estava com um vestido preto, o cabelo preso em um coque a deixava mais séria do que de costume, e seu diploma na mão, no rosto um sorriso e nos olhos um brilho de alguém que acabara de realizar um de muitos sonhos. Abraçada com ela estavam Harry Potter e Ronald Weasley, todos os dois com ternos já que não era uma festa exclusivamente bruxa, tinha a presença de trouxas também. Harry estava feliz com uma pequena marca sobre a sobrancelha, isso se dera a mais uma das batalhas que tivera que encarar no fim de seu ano letivo, um terno azul escuro que como as jovens da época falaram o deixaram ''incrivelmente gostoso'', e Ronald pela primeira vez em usa vida usava uma roupa feito justamente para ele, novinho em folha, que não tinham as mãos da Sra. Weasley, esse diferente do de Harry era preto, mas também chique e que o fizera chamar a atenção dos presentes.
- Mãe? Ela voltou a chamar, mas nenhuma resposta foi dada. Atraída pelo barulho de água escorrendo, Hermione passou pelo quarto fechado dos pais e foi para o banheiro no fim do corredor. - Está tomando banho? Mais uma pergunta feita e nada.
Cada vez mais aflita com o que poderia estar acontecendo, Hermione olhou para debaixo da porta, vendo um pouco de luz, talvez, sua mãe tinha passado mal no banheiro, pensou pondo-se a correr rapidamente, porém quando estava quase alcançando a porta entreaberta, tropeçou no tapete branco de pele. Não conseguindo parar a tempo, caiu no chão, escorregando, suas pernas, esticadas, fizeram com que seu pé empurrasse a porta.
Hermione ainda deitada levou as mãos à cabeça procurando um ferimento, seus olhos cheios d'água por causa da dor, ela sentiu então,as costas úmidas, e se assustou ao ver, caída no meio do banheiro que este estava encharcado com água e sangue. Levantou-se usando a pia como apoio, os pés escorregando por causa do piso molhado, ela olhou incrédula para as próprias mãos cheias de sangue, e passou o dedo rapidamente por essas, desejando desesperadamente que aquele sangue fosse seu e não e de sua...
- Mamãe? Pai?- Choramingou, mais lágrimas brotando em seu rosto, mas não era por causa da dor, era medo. O medo agora tomava conta dela.
Ela deu alguns passos à frente, querendo chegar à cortina que impedia sua visão da banheira, ameaçou algumas vezes cair, mas tinha suas mãos, molhadas, junto a parede que eram pintadas de vermelho pelas mãos dela.
Um pouco hesitante, estendeu a mão e tocou a cortina florida e puxou a cortina.
- Nããããããoooooooo!!!!! - Gritou Hermione, jogando-se para trás, as costas encontrando as paredes duras...
Encarou os olhos castanhos da própria mãe, abertos e sem vida, demonstrando puro terror.
Boiando, na água avermelhada, estava o corpo de uma mulher, Jane Granger, branco e inchado por estar há tanto tempo ali, o cabelo ondulado balançava junto a água, em uma dança tranqüila e sombria. Os dedos de uma das mãos estavam apertando fortemente a borda da banheira, como se tivesse lutado para sair, lutando por sua própria vida.
Hermione sentiu os olhos encherem-se de água, fazendo um grande esforço para respirar. Ela se arrastou até a banheira, mesmo com medo, e colocou sua mão sobre a da mãe.
- Me perdoe. - Ela murmurou, ficando sobre os joelhos e afastando seu próprio cabelo, ela passou a mão pelo rosto da mãe, este que fora tão belo e cheio de vida, agora era branco e frio até mais que isso, era triste, apavorado. Passando os dedos sobre os olhos da mãe, fechou-os, aproximando-se mais um pouco e dando um beijo na bochecha fria da mãe e se afastando, caindo em um poço, caindo no choro, morrendo...
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- Hermione? - Chamou a mulher, nada. Nenhuma resposta. - Hermione? - Ela voltou a gritar. - Porque ela insiste em se fazer de surda?! - Perguntou Julia procurando a chave na bolsa, se esperasse Hermione iria morrer ali fora. - Vocês podem ir sem mim! Daqui a pouco apareço lá! - Julia disse para grupo de amigos que a esperava no pé da escada entrando no apartamento. - Como eu imaginava. - Ela murmurou quando ouviu a música alta vinda do quarto da amiga.
Ela deixou a bolsa no chão e tirou os sapatos, andando com dificuldade porque tinha passado o dia perambulando pela cidade comemorando pelo final do curso indo para seu quarto as mãos no ouvido para abafar o som.
A cama estava lotada de livros, Julia como Hermione, adorava ler, quando não estava na faculdade trouxa costumava ir a bibliotecas públicas ou estudar para as suas provas, sem falar dos momentos que passava com seu marido.
Há alguns anos resolvera se dedicar não somente a ser uma medi-bruxa, mas queria expandir seus conhecimentos fazendo também a medicina a qual os trouxas tinham se habituado, isso é claro, passara a ocupar todo o seu tempo e quase não estava presente em casa. Felizmente, seu marido e suas filhas - gêmeas de 3 anos - a apoiavam e isso a ajudava muito cada vez que a saudade batia. Era também uma mulher cobiçada, mas sempre se mostrava fiel ao marido, mesmo sendo tão nova. Aos 18 anos enfrentara uma gravidez turbulenta e um casamento contra os princípios de sua família, isto é, sua família respeitada e conhecida na comunidade mágica estava contra qualquer coisa que se relacionasse a mestiços ou sangues-ruins e isso, no inicio, fora um grande problema.
- Cadê aquele vestido preto? - perguntou olhando o guarda-roupa lotado. - Hermione, vem cá, por favor!!! - Gritou, mas como da primeira vez que chamara a amiga, nada.
Eu te mato, Hermione Granger! Pensou indo para o quarto defronte.
Como de costume, Hermione estava treinando no saco de boxe, as mãos enfaixadas para se proteger. Ela usava uma causa de lycra e uma blusa de alça branca, o cabelo preso em um rabo de cavalo e tênis esportivos.
Julia foi direto para o som e o desligou, Hermione nem parecia ter notado a diferença, continuava dar socos cada vez mais fortes com concentração total.
- Hermione? Você... - Julian parou observando Hermione e o quarto ao seu redor.
A cama sempre arrumada estava agora totalmente revirada, os travesseiros que costumavam ficar sobre ela estavam no chão, alguns tinham sido rasgados pelo o que parecia ser uma fera, as penas espelhadas pelo quarto. Na estante não sobrara nenhum livro para contar história, todos no chão, algumas folhas voavam pelo chão do quarto outros abertos de qualquer maneira com suas.
Atraída pelo vento, Julia olhou para a janela, suas cortinas balançando por causa da ventania e fechou-a, quando se virou para falar novamente com Hermione viu na parede o espelho em pedaços.
As únicas coisas que tinham sobrado, Julia percebeu enquanto procurava um motivo para tudo aquilo, fora uma foto dos pais sobre a escrivaninha e um calendário preso, por um fio, na parede destacado com vermelho estava o dia 12 de Junho. Isso esclarecia tudo.
- Oh, não. - Lamentou, correndo até Hermione e puxando a mulher, ainda em transe, para um abraço. - Hermione, calma, por favor... Isso não vai fazer com que ela volte, com que tudo volte a ser o que era... de nada vai adiantar, minha amiga... - Sussurrou Julia no ouvido de Hermione, esta tinha tentado de todas as formas sair do abraço, mas já sem força depois de tanto se empenhar em destruir o quarto se rendera.
Todo o ano em 12 de Junho, seu mundo parecia desabar novamente, peça por peça, tudo vindo ao seu encontro.Toda a agonia, todas as lembranças voltavam para atormentá-la, fazendo-a lembrar de um pesadelo que por tanto tempo tentara desesperadamente esquecer.
Em 12 de Junho, Hermione Granger jurara se vingar de todos aqueles que seu caminho atravessassem, começando por aqueles que tinham sido os responsáveis pelo fim trágico de sua mãe e pelo seu pai que continuava, até hoje, em uma cama de hospital, perdido nos próprios pensamentos, parado no tempo.
Depois de um ano vivendo na mais profunda escuridão aprendera que, muitas vezes temos que mudar, mesmo que não seja a nossa vontade, mas o mundo nos obriga a isso, e se não o fizermos por vontade própria, ele o fará da pior forma possível e fora exatamente o que tinham feito com ela, haviam destruído sua família, sua vida, agora era sua vez de ditar as regras do jogo, àquele que perdesse um único fim, a morte.
N/A: Confuso não? Bem, é que o não deixou a parte que eu queria em itálico, mas eu vou explicar aqui mesmo.
Eu sou uma pessoa muito ligada a lembranças (pelo amor de deus não me pergunte porque, senão vou ficar até amanhã aqui!) acontece que, toda a parte em itálico (se o for bondoso comigo desta vez) são lembranças que a Hermione tem de todo o passado dramático dela, tudo não passa de um pesadelo demorado e torturante pra ela até que Julia, uma nova amiga, a "socorre"... Entenderam? Não, né? Tudo bem, vcs vão entender, e o que seria da minha vida se não pudesse confundir as pessoas?
Obrigada a Maira Granger, porque se não fosse por ela, eu não ia lembrar que não tinha explicado esse detalhe bááásico... É que eu sei tudo o que vai acontecer, por isso essas coisas passam despercebidas pra mim!
Beijos - Drica
