Havia uma vez dois povos vizinhos separados por uma grande e elevada cerca.

Um lado desejava tomar as terras do outro, assim como suas mulheres e riquezas e desprezava a cultura dos habitantes daquele lado. Eles chamavam o outro povo de 'fracos de espírito' e achavam que eles eram como gado: lentos, burros e imundos, além de só servir para a procriação e para o trabalho braçal.

Até que um dia um poderoso senhor do Norte veio e declarou guerra aos dois.

Ambos sentiram medo de ver os frutos de seus esforços serem-lhes tomado por aquele homem, que nada tinha em comum com eles. Mas sozinho, nenhum dos dois povos teria como derrotá-lo...

Então, eles fizeram uma coisa que nunca pensaram que um dia fariam.

Eles fizeram as pazes.

Todas as ofensas seculares foram perdoadas, todas as intrusões passadas esquecidas e todos os medos soterrados em um aperto de mão e trocar de fio de barba entre seus líderes.

Quando chegou o dia da batalha declarada pelo senhor do Norte, habitantes dos dois lados lutaram lado a lado como irmãos por sua sobrevivência, cruzando espadas unicamente com o exército rival e auxiliando seus vizinhos.

No fim, o senhor do Norte teve de reconhecer sua derrota antes que seu exército fosse trucidado por completo e bateu em retirada.

Desde então, a cerca foi derrubada e sua madeira usada como combustível das fogueiras acendidas em celebração à vitória dos dois povos.