Autora: Mary SPN

Beta: Ana Ackles

Título: My Sweet Dream

Gênero: Mpreg / AU

Casal principal: Jensen Ackles/Jared Padalecki (Haverá outros relacionamentos, mas não vou citar aqui, porque ainda não estão definidos)

Sinopse: O dinheiro e a fama podem ter um preço muito alto a pagar, e a vida de um ator muitas vezes requer alguns sacrifícios. Jensen mal sabe o quanto tudo está prestes a mudar, quando um garoto adorável e inconsequente entra em sua vida.

Avisos: A ilha citada na fanfic não existe, é totalmente fictícia, assim como a cidadezinha / aldeia de pescadores próxima. Na minha imaginação, elas ficam em algum lugar muito próximo a Seattle. É mpreg, e mais uma vez vou usar o termo "portador" para o homem que é capaz de engravidar. Nesta fanfic eles existem, mas não é muito comum, então pode haver algum preconceito. Tudo pelo bem do drama. Hahaha! Jensen é um ator, mas não tão famoso quanto é na vida real. Sobre Jared ser um garoto inconsequente, vocês irão descobrir… rs. A quem continuar depois disso, boa leitura!


My sweet dream

Capítulo 1

Jared abriu as portas de correr na entrada da pousada e sentiu a brisa da manhã bagunçar os seus cabelos. Ficou algum tempo ali parado, com uma caneca de café na mão, observando as ondas do mar lamberem a areia branquinha da praia. Não havia nenhuma nuvem no céu, apenas algumas gaivotas sobrevoando o mar, em busca de comida.

Nunca se cansaria daquela paisagem. No verão, a ilha costumava estar cheia de turistas e crianças correndo pela praia, mas durante o inverno era sempre muito tranquilo. Jared gostava do silêncio e da paz que aquele lugar transmitia.

Ao olhar para o horizonte, podia ter um vislumbre da cidade mais próxima. Era uma cidade muito pequena que, embora ficasse próxima a Seattle, parecia ter sido esquecida no mapa e era habitada por pescadores, em sua maioria.

Como o responsável pela compra de suprimentos para a pousada era Jeffrey Dean Morgan, Jared praticamente só saía da ilha para ir à faculdade, ou quando Jeffrey precisava da sua ajuda.

O homem tinha seus cinquenta e poucos anos, mancava de uma perna, devido a um acidente enquanto trabalhara como médico no serviço militar, e usava uma bengala como apoio na maior parte do tempo. Mas era extremamente teimoso e vivia dizendo que ainda não era nenhum velho inútil e podia muito bem fazer as coisas sozinho. Jared respeitava a sua vontade, apesar de fazer algumas coisas sem que ele soubesse, para facilitar o seu trabalho.

Jeffrey era como um pai para Jared. O único que conhecera, na verdade. Nunca tinha conhecido o seu pai biológico, e sua mãe dificilmente falava sobre ele. Quando criança, Jared a questionara, e ela lhe contara algumas histórias sobre ele, mas jamais saberia se alguma delas era verdadeira.

O moreno carregava o sobrenome de sua mãe, Padalecki. Então, um certo dia, ela fora embora sem dar muitas explicações, e Jeffrey Morgan era a única família que lhe restara.

- Eu estou indo até a cidade – Jeffrey de repente apareceu na recepção da pousada, colocando algumas coisas em uma mochila. – Deixei uma lista do que precisa ser feito durante a minha ausência, na mesa da cozinha. Você consegue se virar sozinho?

- Não é a primeira vez que eu irei ficar sozinho, Jeff.

- É que eu estou pensando em passar a noite na cidade e voltar só amanhã, então... – O homem sorriu, um pouco sem graça.

Jared sabia que ele ia passar a noite na farra, no bordel da cidade, mas achou melhor não comentar nada. Por mais que tivessem intimidade, era melhor manter certos limites, não queria constrangê-lo.

- Eu não quero que você fique sobrecarregado, e...

- Eu vou ficar bem, Jeff – Jared sorriu. Já tinha completado 21 anos e o homem ainda o tratava como uma criança. – Não temos nenhum hóspede na pousada, afinal. Aproveite e fique por lá quanto tempo você precisar. Eu vou cuidar de tudo.

- Certo – Jeffrey parou, olhando-o por um instante. – Eu sei disso, é só que... Força do hábito, você sabe.

Jared gargalhou. – Sim, eu sei.

- Cuide-se, sim? – Jeffrey se aproximou e deu um beijo em sua testa. – E ligue pro meu celular, se algum problema aparecer.

Jared sorriu, e ficou observando o homem se afastar pela areia da praia, então voltou a entrar na pousada e foi até a cozinha. Serviu-se de mais café e olhou o bilhete com a lista de afazeres que Jeff havia lhe deixado.

"- Ligar para o encanador.

- Verificar o aquecimento dos quartos.

- Tem comida saudável na geladeira, não coma só hambúrgueres e doces.

- Pare de tomar tanto café."

Jared riu das duas últimas recomendações e olhou para a caneca de café em sua mão, com uma pontada de culpa.

- Foda-se, Jeff – Riu e amassou o bilhete, atirando-o na lixeira, então pegou o telefone do encanador e ligou, agendando um horário para fazer a manutenção, e foi verificar o aquecimento dos quartos. Estava tudo em ordem e provavelmente teria o dia todo livre. Isso era maravilhoso.

J2

Sendo ator, embora estivesse desempregado no momento, Jensen Ackles costumava viajar muito. Seus últimos anos foram gastos com convenções, promoção da série, viagens com a família ou sua atual namorada, mas nunca tirara um tempo para si mesmo.

Depois de cinco temporadas, finalmente a série havia sido concluída e não havia aceitado outro emprego desde então, ainda que o seu agente tivesse insistido em alguns papéis.

Precisava de férias, e naquela semana, depois de se estressar até o limite do limite, com tudo e com todos, Jensen resolveu deixar tudo para trás, e colocar o pé na estrada.

Entrou em seu carro e dirigiu pelo litoral, sozinho, parando de cidade em cidade. Às vezes passava uma noite, ou duas, dependendo do que encontrava de interessante no local. Gostava muito da natureza, do mar, da areia, mas dificilmente tirava algum tempo até mesmo para ir à praia mais próxima. Mesmo agora, durante o inverno, com o vento gelado cortando sua pele, não podia deixar de caminhar descalço pela areia e sentir a água tocando seus pés.

O ar puro, a sensação de liberdade... Era como voltar a ser criança novamente.

Quando o vento frio passou a se tornar incômodo, Jensen voltou para o carro e dirigiu por mais algumas horas, quando se deparou com uma aldeia de pescadores. Estacionou o carro e caminhou entre as canoas que estavam sobre a areia. Negava gentilmente, quando tentavam a todo custo lhe vender peixes, ostras e camarões, e caminhou até uma senhora, que estava simplesmente lá parada, com as mãos na cintura e olhando ao redor, como se estivesse fiscalizando o trabalho dos pescadores.

- Bom dia – Jensen se aproximou, sorridente, mas a mulher não lhe deu muita atenção. Apenas resmungou um bom dia de volta, sem muita vontade, e sem desviar os olhos das canoas que acabaram de chegar. – Eu estou procurando por algum hotel ou pousada, será que a senhora pode me indicar algum lugar nas proximidades?

- Moço? – Uma jovem com os cabelos tingidos de todas as cores possíveis o chamou, e Jensen foi até ela, já que tinha sido completamente ignorado pela outra mulher. – Oi, eu sou Amy. Tenho a impressão que eu te conheço de algum lugar - A menina parou, pensativa. - Você já esteve por aqui antes?

- Olá Amy, eu sou Jensen. E não, nunca estive por aqui – O loiro apertou a mão da garota, que não devia ter mais de 17 anos, internamente esperando que ela não o reconhecesse.

- Eu ouvi você perguntar por uma pousada?

- Sim, eu... – Jensen olhou para a mulher que o havia ignorado, um pouco sem graça. – Eu estou dirigindo por algumas horas e estou procurando um lugar para passar a noite. Você conhece algum?

- Depende do que você está procurando. Não tem quase nada por aqui, mas se você procura agito, eu sugiro dirigir por mais duas horas, rumo ao norte. Tem uns hotéis bem bacanas por lá, assim como alguns bares com shows de rock na beira mar. Mas se você está procurando sossego, também pode contratar um pescador para levá-lo até a ilha – Amy apontou para a direita, em direção ao mar. – Jeffrey Morgan tem uma pousada muito aconchegante lá.

Jensen estava cansado, mas de repente aquilo lhe pareceu uma boa opção.

- Eu não sou muito amigo de barcos – Sorriu amarelo. – Quanto tempo até a ilha?

- Em torno de uma hora e meia. Talvez menos, já que hoje o mar está calmo.

- Certo. E você conhece alguém que possa me levar até lá? – Jensen ficou tentado a conhecer o lugar. Estava de férias, afinal.

- Meu pai – Amy sorriu abertamente. – Vem comigo.

Jensen acompanhou a garota até a canoa do seu pai. Amy os apresentou e o homem era quase tão simpático quanto a filha. Discutiram o preço e horário, enquanto o loiro olhava para o barco um pouco desconfiado, pensando se teria que se sentar entre os peixes, o que não seria nada agradável.

- Ele tem um barco de passeio. Não é com este que você vai – Amy comentou, ao perceber que Jensen parecia desconfiado.

- Ah, ótimo – Jensen sorriu, aliviado.

O loiro pegou sua mala, deixou o carro em um estacionamento pago, e os acompanhou até o barco que, definitivamente, era maior e muito mais limpo que o de pesca.

Considerava-se um bom nadador, mas subiu a bordo apenas depois de colocar um colete salva vidas. "Melhor prevenir, do que remediar", era o que sua mãe sempre dizia.

Sentiu um leve enjoo durante a viagem, principalmente até o barco passar pela quebrança das ondas, mas não chegou a vomitar. O vento fresco em seu rosto e a sensação de liberdade compensavam qualquer outro inconveniente. Talvez devesse pensar em comprar um barco, algum dia.

Depois que o barco atracou e foi amarrado ao trapiche, Jensen desceu e apanhou suas coisas.

- A pousada é aquela ali – Amy apontou para o lugar, e Jensen simpatizou logo de cara. – Você vai gostar, o Jeffrey é um cara legal. – Ligue pra gente, quando resolver voltar.

- Ligarei sim, obrigado! – Jensen sorriu e olhou para o pai de Amy. – Sua filha é muito boa com negócios. Daria uma excelente guia – O loiro agradeceu mais uma vez e foi se afastando pelo trapiche, arrastando a sua mala.

- Ah, e mande um beijo pro Jared – Amy gritou quando o barco já ia se afastando, fazendo Jensen franzir o cenho e se perguntar quem diabos era Jared.

O loiro xingou quando teve que erguer sua mala, pois não podia arrastá-la pela areia, e estava ofegante quando finalmente chegou na pousada. Não era longe da praia, talvez só estivesse fora de forma, mesmo. Pensou que poderia aproveitar o tempo que estivesse por ali, e começar a se exercitar um pouco.

Entrou até a recepção, e estranhou ao não encontrar ninguém. Somente ao se aproximar do balcão, percebeu a presença de um garoto atrás dele.

Ele vestia uma calça jeans surrada e uma camisa xadrez vermelha. Estava confortavelmente esparramado na cadeira, com suas longas pernas esticadas sobre a parte baixa do balcão, tinha os olhos fechados e estava com fones de ouvido, cantarolando e emitindo sons no ritmo da música.

Jensen sorriu e apoiou os cotovelos sobre o balcão alto de mármore, observando-o e achando aquilo tudo adorável.

Quando o garoto abriu os olhos brevemente e percebeu a sua presença, deu um salto, quase caindo da cadeira.

- Puta merda! – xingou a si mesmo, tirando os fones de ouvido e tentando se recompor. – Desculpe, você... Desculpe… O senhor tem alguma reserva, senhor...?

- Ackles. Jensen Ackles – O loiro estendeu sua mão, apertando a do moreno, em cumprimento. – Você deve ser Jeffrey Morgan?

- Não. Na verdade Jeffrey é o meu pai, ele está... Ele volta só amanhã. Eu sou Jared.

- Oh, então você é o Jared? – Jensen sorriu.

- Eu... sou. Por quê? – O moreno estranhou.

- Nada não, é só que a moça de cabelos coloridos do barco, ela mandou um beijo pra você.

- A Amy? – Jared sorriu abertamente e Jensen percebeu que se formaram covinhas em seu rosto. Eram adoráveis. - Faz tempo que ela não aparece por aqui.

- Sim. Eu gostei da garota, muito simpática. Mas voltando ao assunto, eu não tenho reserva, mas adoraria ficar por aqui um ou dois dias, se você tiver um quarto disponível.

- Claro – Jared se posicionou em frente ao computador. - Solteiro?

- Como? - Jensen franziu o cenho.

- Eu quero dizer… - Jared tinha um sorriso maroto em seu rosto. - Você está sozinho, ou está esperando por mais alguém? Todos os quartos tem cama de casal, e banheiro privativo, mas nós temos duas suítes maiores, se preferir.

- Não, eu realmente estou sozinho e um quarto comum está ótimo pra mim. De frente para o mar, se possível.

- Sim senhor - Jared sorriu. - Só vou precisar dos seus documentos, e de um cartão de crédito.

- Aqui estão – Jensen colocou ambos sobre o balcão.

- Na verdade a pousada está vazia hoje – Jared falava enquanto digitava os dados de Jensen no computador, com bastante agilidade. - Teremos alguns hóspedes amanhã, mas ainda assim, tem quartos sobrando. As pessoas não gostam muito de praia, com esse frio. Não sabem o que estão perdendo – Sorriu novamente. – Esse lugar é incrível, mesmo no inverno. Eu posso te mostrar a ilha, se o senhor quiser. Quando o meu pai voltar, é claro. Ele me mata se eu deixar a pousada sozinha. – Jared fez uma pausa e olhou para Jensen. – Ou já conhece o lugar?

- Não, é a primeira vez que eu venho. E sim, eu gostaria muito de conhecer a ilha, quando você tiver um tempo.

- Certo - Jared lhe devolveu sua identidade e cartão. - Eu vou lhe mostrar o seu quarto.

Jared pegou a chave, colocou a mala de Jensen em um carrinho e o conduziu até o quarto. A pousada tinha apenas dois andares, e o quarto de Jensen ficava no andar de cima, de frente para o mar, como ele pedira.

- Aqui está - O moreno abriu a porta e esperou que Jensen entrasse, então colocou sua mala sobre o balcão. - A calefação está funcionando, mas se preferir, pode usar a lareira. Alguns hóspedes preferem, eu nunca vou entender - Falou quando Jensen o olhou.

- Obrigado - Jensen sorriu, sem conseguir tirar os olhos do garoto.

- Tem um restaurante aqui ao lado, e fica aberto até as onze. Nós não temos serviço de quarto, mas se precisar de algo e não quiser descer, eles trazem até aqui. Se precisar de qualquer coisa, é só ligar para a recepção, eu estarei lá - Jared piscou.

Quando Jensen pegou sua carteira, pensando em lhe dar uma gorjeta, o moreno já havia sumido no corredor. O loiro ficou ali parado, olhando para o nada por algum tempo. Não saberia dizer se era o seu jeito empolgado e falante, ou seus olhos, que Jensen não conseguira definir a cor, seus cabelos um tanto longos ou seu sorriso com covinhas, mas havia algo naquele garoto que o encantara, e Jensen não via a hora de encontrá-lo novamente.

Continua…


N/A: Gente, juro que eu tentei me tornar uma autora disciplinada. Prometi pra mim mesma que só postaria esta fanfic quando estivesse concluída, mas daí eu percebi que, se eu não posto, eu não consigo escrever. Acho que sou meio dependente dessa interação com os leitores, então… tenham paciência, please. Eu não vou prometer atualizações rápidas, porque não é assim que funciona. Às vezes a inspiração ajuda, às vezes não. Então, quem for acompanhar, esteja ciente disso. Quem preferir esperar ela ser concluída pra ler, okay, e quem estiver disposto a acompanhar o meu ritmo, seja bem vindo!

Beijocas e até o próximo capítulo!