Daquele momento eu me lembro nitidamente… Você me parecia tão frágil, tão pequena… Tão minha. Lembro-me bem de todos os seus suspiros, aqueles que você soltava quando te envolvia em meu abraço. Você se sentia protegida, e eu via isso em seu olhar.
Tão ingênua, a minha pequena. Você, que nunca se deixava enganar; sempre tão arisca. A prova — nem tão — viva de que uma mente pode ser facilmente persuadida…
Em minha lembranças sempre levarei as noites em que você resistiu à mim, em todos os sentidos, minha menina. "Como aguentei tanto tempo sem você?" me perguntava quando finalmente se entregou por completo. Mal sabia que aquela sua primeira vez seria também o seu fim.
E como esquecer do calor de teu corpo? Ah, teu corpo… Seu rosto inocente e suas mãos pequenas e inexperientes. Você conseguia me levar à loucura e nem mesmo sabia disso. E isso era o que mais me fascinava.
O jeito que suas pernas tentavam abraçar minha cintura para me puxar para mais perto. Querias sentir-me dentro de ti, pequena. Recordo-me de suas tentativas falhas de pedir por mais, mas como pedir algo quando você mal consegue controlar sua própria respiração?
Seus olhos se fecharam conforme nós íamos além. Te pedi para mantê-los abertos — com muito esforço, você o fez. Sem quebrar o olhar, te coloquei sentada em cima de mim e te puxei para mais perto.
Pude sentir você chegando ao ápice; o momento perfeito, você não notou meus movimentos. Você tremeu, eu te apunhalei as costas. Vi a paixão em seus olhos se transformar em dor e senti o seu sangue descendo por suas costas. Você agonizava em meus braços, enquanto eu chegava ao ápice de tudo.
Você continuava tão frágil, tão pequena, tão minha… Porém, agora tão sem vida.
