Título: All the songs make sense
Autor: LucianaG1102 & Evelyn Morais
Betas: Evelyn Morais & LucianaG1102
Categoria: AU, Multitemporadas
Advertências: drama/angst/cenas de sexo
Classificação: M
Capítulos: Indefinidos
Completa: [ ] Yes [x] No
Resumo: Kate se pegou mais uma vez chorando, dessa vez em frente ao túmulo de sua mãe, enquanto desabafava tudo o que vinha apertando seu peito. Tanto tinha acontecido desde seu último encontro com ela, tantas coisas boas, tantos momentos alegres... Momentos agora substituídos por angústias e incertezas. Mas ela tinha que ser forte. O amor dele e por ele a faziam forte. Tudo ficaria bem enquanto ele estivesse com ela, enquanto todas as músicas fizessem sentido...
N/A: Olá pessoal! Essa é nossa primeira fic e estamos nos divertindo muito ao escrevê-la. Espero realmente que vcs gostem e se divirtam lendo nossa história. E, claro, não se esqueçam de comentar! A opinião de vcs é muito importante para nós. Então, vamos lá! :D
All the songs make sense de LucianaG1102 e Evelyn Morais é de propriedade exclusiva de suas autoras e qualquer tipo de cópia do seu conteúdo é proibida. Baseado no trabalho em Need_for_Fic/topic/5170214/1/.
PRÓLOGO
Abril, 2013
New York já presenciava o fim de mais uma tarde de primavera e Katherine Beckett parecia ser o único ser com vida naquele cemitério. Trajava uma calça jeans escura e uma blusa azul de gola alta e mangas três quartos. Seus cabelos, claros como ela gostava mas agora bem mais curtos, emolduravam um rosto riscado por lágrimas recentes e preenchido por uma expressão de cansaço, carregado de angústia. Fazia muito tempo que ela não ia àquele lugar.
Kate tinha o anel que fora da sua mãe em uma das mãos e um ramalhete simples de flores na outra. Ela caminhava a passos lentos naquele deserto, em direção à sepultura de Johanna Beckett. Chegando ao local, inclinou-se para depositar as flores e sentou-se na grama, cruzando as pernas abaixo de si como uma criança. Ela parecia tão... vulnerável. Ficou alguns minutos em absoluto silêncio, encarando com um olhar fixo a lápide que exibia o nome de sua mãe. Logo que se sentiu preparada ela começou a falar, a voz que saia de sua boca mais embargada do que ela esperava.
"Hi Mom, desculpa ter demorado tanto para vir te visitar novamente." ela começou, ainda incerta de como continuar. Passando uma das mãos sobre seu cabelo ela prosseguiu: "Lembra quando meu cabelo estava desse mesmo tamanho? Foi na época em que eu conheci Castle..." relembrou, um tímido sorriso brotando de seus lábios. "Nunca vou esquecer o dia que eu o conheci mãe. Eu não imaginava que minha vida pudesse mudar tanto novamente e outra vez por causa de um assassinato. Por que o irmão de Alyson Tisdale tinha que usar os livros do meu escritor favorito para assassiná-la?" ela indagou, lembrando-se da paixão que adquiriu pelos livros de Castle após a morte de sua mãe. "E por que o Rick também tinha que ser tão lindo, tão charmoso e ao mesmo tempo tão egocêntrico e um verdadeiro serial killer da paciência alheia?". O próximo sorriso que surgiu nos seus lábios pareceu mais espontâneo, com mais liberdade de expressão. "Mas a verdade mãe, é que ele foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Ele me ajudou a superar meu passado. Ele estava sempre presente sem nunca cobrar nada. Só o fato dele estar ao meu lado, mesmo que em silêncio, era o melhor conforto que eu poderia ter. Ele foi a minha salvação e ao mesmo tempo o meu calvário".
Só então ela sentiu a umidade em suas bochechas e percebeu que estava chorando novamente, algo que vinha se tornando um hábito para ela ultimamente. Quando achava que não tinha mais lágrimas a derramar, quando achava que finalmente tinha cansado de chorar, Kate era surpreendida por mais uma enxurrada delas. Ela respirou fundo, enxugou o rosto com as costas de uma de suas mãos e continuou seu desabafo.
"Já faz algum tempo que eu desisti de caçar o seu assassino, mãe. Espero que a senhora me perdoe, mas aquele labirinto sem fim estava me fazendo muito mal. Percebi, depois de muito tempo, que todas as vezes que esse caso foi revirado algo terrível aconteceu. A minha vida esteve em risco por tantas vezes e o pior de tudo é que isso nem chegava perto de ser o meu maior medo. Na verdade, meu maior medo era o de perder alguém. Mais alguém. E, de todas as outras pessoas, eu não suportaria perdê-lo. Eu precisava começar a viver a minha vida de maneira completa, antes que fosse tarde demais... E, no final das contas, parece que realmente foi tarde demais... A vida é tão curta".
Ficar sentada apenas a estava deixando mais impaciente e inquieta, como se somente o movimento de sua boca não fosse o suficiente para colocar para fora tudo o que ela estava sentido naquele momento. Ela precisava desesperadamente relaxar e esquecer um pouco o drama que protagonizava no momento. Ela precisava se mexer, precisava descarregar todos aqueles pensamentos, precisava limpar sua mente tão borrada pelas nuvens de confusão. Então, por isso, resolveu se levantar, passando a andar de um lado para o outro, falando com uma voz um pouco mais vacilante que a do inicio.
"Sabe mãe... Às vezes me pergunto o que teria acontecido se tivesse aceitado o convite dele no final daquele nosso primeiro caso. O desejo estava visível em nossos olhos e a química foi tão intensa que me deixou desconcertada. Naquele momento, fui tomada por um misto de sensações tão grande que eu fraquejei, deixando a razão me tomar por completo de novo, e então a única coisa que consegui dizer foi 'You have no idea'. Naquela época, eu tinha certeza que se acontecesse algo entre nós seria somente um caso de uma noite apenas e por isso, por causa da fama dele e da volatilidade de seus relacionamentos, eu tive que recuar. Eu tinha que me proteger, tinha que proteger meu coração".
A detetive, então, pegou-se divagando pelo seu passado. Foram três anos de parceria, amizade, jogos de sedução e muitos, muitos copos de café, até aquele dia... O dia em que uma bala foi cravada em seu peito, o dia em que ela sentiu aquele corpo pesado caindo sobre ela e uma voz tão familiar e reconfortante implorando: 'Kate, stay with me... I love you'. Naquele momento, enquanto seu peito ardia em dor, tudo que ela conseguiu fazer foi deixar uma lágrima solitária rolar pelo seu rosto, símbolo que representava tantas emoções ao mesmo tempo... E a mais importante delas era a tristeza, a decepção consigo mesma de ter que admitir que ela não estava pronta para responder àquele sentimento. Ela não estava pronta para abaixar sua guarda e se entregar de corpo e alma a ele. Para qualquer um que conhecesse os dois, estava claro que a reciprocidade existia, mas arriscar, apostar todas as fichas foi julgado como perigoso demais... Ela não queria destruir o que já haviam construído até ali, a ideia de perdê-lo para sempre a aterrorizava, assim como medo de se machucar se tudo desse errado.
Beckett tocou nas letras da lápide: "VINCIT OMNIA VERITAS". Aquelas palavras gritavam em sua cabeça: no final de tudo, realmente, a verdade podia vencer qualquer coisa. Foi inevitável recordar-se da sua mentira, de como tinha sido covarde ao dizer que não se lembrava das palavras dele daquele dia no cemitério. Como ela foi capaz de machucar a ele e a si própria daquela forma? Naquele momento, ela desejou imensamente que nunca tivesse se armado contra os próprios sentimentos, que aquele escudo com o qual ela queria se proteger, fechando seu coração durante tanto tempo, nunca tivesse sido colocado entre ela e o amor da sua vida, fazendo-a perder um precioso tempo de suas vidas juntos.
Quando a realidade lhe chamou de volta a atenção, ela deixou seus pensamentos de lado e fez uma única súplica diante do túmulo da mulher a qual considerava ter sido a mais forte do mundo.
"Mãe, me dá forças, por favor, eu não sei o quanto mais aguento".
Após deixar cair mais algumas lágrimas, Kate percebeu a queda de temperatura quando um arrepio lhe percorreu por todo o corpo. Verificou a hora em seu relógio e viu que estava atrasada para a próxima visita que tinha que fazer, não muito longe dali. Assim, ela pôs-se de pé, mas não antes de depositar um beijo nas pontas dos dedos e passá-los mais uma vez sobre a pedra fria que trazia nome de sua mãe gravado. Só então ela se permitiu partir, andando até o carro que estava parado bem na porta do cemitério, e, durante o caminho, os pensamentos de tudo o que já havia acontecido, assim como de tudo aquilo que não havia acontecido e de tudo aquilo que talvez nunca acontecesse lhe atingiram com a força igual à de um meteoro caindo sobre a terra. Ela balançou a cabeça, tentando se livrar dos pensamentos, eles a estavam maltratando demais e ela não sabia realmente o quanto mais podia aguentar.
Mas, ao entrar no carro, ela respirou fundo, tentando tomar o controle das suas emoções e decidindo preencher sua mente com memórias mais bem vindas. Foi então que mais uma lembrança veio à tona, dessa vez a do primeiro beijo deles. Um beijo roubado no meio da rua, parte de um disfarce atuado para distrair um bandido. Claro que ela sabia que a intenção dele era de evitar que ela se precipitasse, mas isso não impediu que ela se surpreendesse quando ele não permitiu que ela puxasse sua arma da cintura, preferindo puxá-la para si. E ela se lembra de cada detalhe daquele beijo. Foi um beijo inesperado, tão doce, tão macio, tão cheio de ternura e ao mesmo tempo capaz de despertar o desejo a tanto tempo reprimido. Quando eles se afastaram, ela sentia suas pernas bambas e tinha certeza que sua boca estava vermelha, combinando com a cor ruborizada de suas maças do rosto. O simples contato dos seus lábios parecia ter criado uma corrente elétrica entre os dois capaz de dominar seus corpos e suas mentes.
Foi quando ela, ainda sentada no carro com as mãos presas ao volante, virou a cabeça para a direita e viu o que descansava no banco do passageiro. Um envelope branco. Como se estivesse em câmera lenta, ela livrou as mãos da direção e segurou o envelope utilizando uma força desnecessária, amarrotando-o nas duas laterais. Ficou ali parada durante alguns segundos, olhando fixamente para aquele papel branco que tremia com a transmissão de seu nervosismo. Mesmo assim, resolveu só abri-lo mais tarde, em um lugar apropriado. Largou-o novamente no banco e finalmente deu partida no carro.
No caminho para seu próximo destino, Kate parou em um pequeno café e dirigiu-se para uma discreta mesa no canto da parede. O ambiente estava tranquilo, apenas alguns casais desfrutavam da companhia um do outro e o cheiro do café era extremamente agradável aos seus sentidos. Logo que sentou, uma jovem garçonete se aproximou com um bloco de notas e ofereceu um surrado cardápio que tirou do bolso do avental. Kate pediu um copo daquele líquido tão especial que passou a simbolizar tanto em sua vida. Alguns minutos depois, Beckett estava desfrutando da sua bebida, deixando-a descer por sua garganta e proporcionar-lhe um bem estar instantâneo. Apenas o café tinha o poder de lhe dar conforto naquelas horas.
Somente quando estava terminando de sorver todo o líquido, Kate notou a música ambiente, prestando atenção mais cuidadosamente na letra. Ela fazia todo o sentido. Prontamente, pegou um guardanapo em sua mesa e olhou ao redor, encontrando a garçonete por perto e pedindo, então, uma caneta emprestada e um copo de café para viagem. A moça estendeu a caneta em direção a ela e saiu para atender ao seu segundo pedido. Com alguma dificuldade em meio aos seus olhos marejados, Beckett conseguiu rabiscar naquele pedaço de papel um trecho daquela canção a qual ouvia. Quando terminou de escrever, percebeu que não iria segurar mais as lágrimas por muito tempo, então rapidamente guardou o guardanapo no bolso, torcendo para que a garçonete voltasse o mais rápido possível para que ela pudesse sair daquele lugar.
Quando a garçonete voltou, deixando o copo de café para viagem em cima da mesa, Beckett entregou seu pagamento à moça e sem esperar pelo troco levantou-se da mesa, caminhando até a porta de saída sem levantar a cabeça por nenhum segundo. Já de volta ao carro, ela posicionou o copo cuidadosamente no porta-copo perto de si para que não derramasse e tomou o envelope tão importante novamente nas mãos, olhando para ele por mais alguns instantes. Foi então quando ela retirou o guardanapo do bolso, lendo mentalmente o que havia escrito enquanto deixava algumas lágrimas solitárias mancharem as letras escritas a tinta:
Just one more coffee... just one more kiss... / Só mais um café... só mais um beijo...
Just one more song... it's all that I need / Só mais uma música... é tudo que preciso
To feel like the world isn't bad enough / Para sentir que o mundo não é tão ruim assim
As long as you are there for me... / Enquanto você estiver lá por mim...
Subúrbia, 1986 – Dance of Days
Ela tinha que ser forte. O amor dele e por ele a faziam forte. Tudo ficaria bem enquanto ele estivesse com ela, enquanto todas as músicas fizessem sentido...
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