Capítulo 1 – Mysterious Boy
Peeta e eu havíamos acabado de retornar dos Jogos. Finalmente poderíamos ficar ao lado de nossa família e desfrutar do nosso lar. Ou assim pensei.
Todos esperavam que eu me casasse com Peeta. Mas não era isso que eu queria, por mais que eu agradecesse a ele por tudo, ainda não significava que o amava e que queria passar o resto da minha vida ao seu lado. No início achei que não amava Peeta por causa de Gale, mas não era isso. Eu também não amo o Gale dessa forma. Na verdade eu não amava ninguém, mas para a segurança de todos, eu teria que aprender a amar o Peeta.
Fui fazer minha habitual caminhada pela floresta. Estava com o arco em mãos e corria em busca de um alvo. O que era estranho, já que não precisava mais fazer aquilo para sobreviver. Mas eu queria ainda caçar, não iria deixar tudo para trás. Caçar me dava sensação de liberdade e isso era uma coisa que eu não tinha ultimamente.
Enquanto corria sem rumo em busca de uma caça senti um arrepio e então de repente comecei e sentir um frio congelante. O vento soprava fortemente e o sol desapareceu por entre as nuvens escuras que se formavam. Abracei-me e percebi que soprava fumaça. Aquilo era estranho, da onde tinha vindo esse frio? Estávamos em época de verão, não fazia sentido. Então o vento soprou algumas folhas que por um momento taparam minha visão. Então quando consegui enxergar novamente avistei um vulto negro vindo à minha direção. Parecia uma pessoa encapuzada, mas então notei que ela estava voando. O que era aquilo? Mais alguma obra da Capital? Estavam tentando me assustar?
O vulto se aproximava e eu dei alguns passos para trás assustada, então acabei tropeçando e quando fechei os olhos achando que seria meu fim eu ouvi uma voz e alguém pulando na minha frente.
- Expecto Patrono! – disse uma voz masculina.
Abri os olhos e pude ver uma luz vinda do homem a minha frente. A tal luz atingiu o vulto e ele recuou, logo desaparecendo. Então percebi que o frio cessou e as nuvens se dissipavam, dando lugar a habitual luz do sol.
Quando tudo voltou ao normal, eu fitei o homem a minha frente e quando ele se virou para mim pude ver que se tratava de um rapaz, não devia ser nem um ano mais velho do que eu. Ele não era muito alto, tinha cabelos pretos desengonçados e seus olhos verdes pareciam brilhar por trás de seus óculos.
- Você está bem? – perguntou ele erguendo a mão para me ajudar a levantar.
Pisquei algumas vezes até parecer voltar ao mundo real.
- Estou... – murmurei segurando sua mão e me levantando – Quem é você?
- Desculpe pelo susto. – disse dando um sorriso tímido.
- Você é da Capital? – indaguei desconfiada, afinal, de onde ele veio? E o que estava fazendo aqui?
- Não, eu não sou daqui. – respondeu.
- Então é de qual distrito? – ele não aparentava ser um trabalhador, estava muito bem vestido.
- Não, eu moro em um lugar... Diferente – coçou a cabeça parecendo sem saber o que dizer.
- E o que era aquilo? Aquele vulto? – perguntei me arrepiando ao lembrar.
- Era um dementador. Ele não deveria estar aqui – respondeu olhando para onde esteve o vulto.
- Um dementador? O que é isso? Mais uma criação maluca da Capital? – tentei imaginar para que serviria tal criatura.
- Não... Na verdade isso tudo é uma longa história... Melhor esquecer isso.
O que? Esquecer? Ele acha mesmo que eu iria conseguir esquecer de tudo isso? Quem era ele afinal? Ele só podia ser da Capital! E se está mentindo para mim quer dizer que pode ser algum espião do presidente Snow contratado para ficar de olho em mim ou até me matar. Fazia sentido, mas porque ele me salvaria? Ou será que tudo isso é parte de um plano louco do presidente Snow? Eu já não duvidava de nada daquele homem, ele bem que poderia ter mandado alguém para me espionar e fingir ser meu amigo.
- O que foi aquela luz? É algum tipo de arma nova? – perguntei tentando não parecer muito desconfiada, se ele era um espião eu não poderia enfrenta-lo sozinha agora no meio da floresta.
- Podemos dizer que é uma arma que você não deve conhecer. Mas qual é seu nome? – perguntou escondendo algo no bolso da calça.
- Katniss Everdeen – respondi, se ele era um espião certamente já devia saber tudo sobre mim.
- É um prazer Katniss – estendeu a mão.
Olhei desconfiada, mas no fim apertei a mão dele e tentei sorrir de forma confiante.
- Meu nome é Harry Potter – disse ele.
