Hoje a noite não tem luar. (Por Jubs in Wonderland)

Ela passou do meu lado
"Oi, amor." - eu lhe falei
"Você está tão sozinha."
Ela então sorriu pra mim

- Crise na Potterlândia, Weasley?

- Apenas uma briga, Malfoy. Nada que lhe possa ser útil.

- Eu sei que uma coisa que pode ser útil.

Ela se virou pra mim e sorriu. E depois, foi embora.

Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu

- Mais uma briga, ruiva?

- Não me chame de ruiva, Malfoy.

O famoso fogo Weasley. Eu soltei uma risada.

- Por que, ruiva? É assim que Potter lhe chama?

- Não. Toque. No. Nome. Do. Potter.

E então veio algo que eu não estava esperando: um encontro de lábios. O meu e o dela. Juntos.

Nos encontramos à noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi

- Ninguém vai nos ver aqui, Weasley. Fique tranqüila.

- Eu não sei... Não sei, Malfoy.

Ela resmungava coisas aleatórias.

- Ainda não me cumprimentou direito, Weasley. Não está esquecendo de nada?

Um sorriso malicioso se passou pelo meu rosto. E ela entendeu.

Lua de prata no céu
O brilho das estrelas no chão
Tenho certeza que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava:
"O mundo pertence a nós!"

- Virgínia, isso não é certo. Seus irmãos não irão gostar nem um pouco.

- Por favor, Draco. Por mim. Esqueça nossos sobrenomes. Nossas famílias. Esquece tudo pelo menos nesse dia, ok?

- É uma viagem a Hogsmeade, pequena. Não é certo sermos vistos juntos lá.

E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está

- Você vai mesmo deixar que essa rixa boba das nossas famílias interfiram no nosso... relacionamento? Se o que temos pode ser chamado assim.

- Virgínia, não é bem isso que eu quis dizer... Você não entendeu.

- Por favor, Malfoy, é claro que eu entendi. E não quero continuar sendo apenas seu brinquedo, um brinquedinho que você gosta de manter escondido.

- Ginny... Dá pra me escutar?

- Não Draco, me escuta você: Não me procure nunca mais. Foi só um jogo, não foi? Pros dois. Ambos sabíamos que isso não daria certo. Agora acabou. Tarde demais pra querer levar a sério.

E então ela saiu da sala onde estávamos a sós. E uma pontada de dúvida passou por mim. Seria aquela mesmo a última vez que eu a veria?

Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor?

Quase um mês. E nem um sinal da Virgínia ainda. Nem sequer uma olhadela enquanto passamos no mesmo corredor. Nada. Já não sei mais o que sinto em relação a isso. As palavras dela martelando na minha cabeça. "Foi só um jogo, não foi? Pros dois." Não, não havia sido apenas um jogo. E ela também sabia disso. Havia mais aí. Por mais que Draco estivesse odiando pensar nisso, havia também amor. E não deveria ter acabado daquele jeito. Por um orgulho idiota de Draco. E pelo orgulho de Virgínia também. Ambos orgulhosos. Teriam agora que viver com isso pro resto da vida. E seguir em frente. Cada um em seu próprio caminho. Por que, como todos sabiam, eram orgulhosos demais pra admitir que se precisavam.