E lá estava ela, em seus aposentos, a meia noite e quinze.

Tinha em seus olhos, lágrimas e, dormindo a seu lado, Murilo, seu filho de um ano e três meses.

Era uma mulher de vinte e um anos, baixa estatura e acima de seu peso. Cabelos bem curtos, num tom loiro acinzentado e olhos verdes, que faziam força para enxergar graças a pouca iluminação do quarto no momento.

Seu nome? Lilith.

Apesar da pouca idade, já havia passado por muitas coisas e, agora, tentava acertar-se, diria ate que sua pretenção era adequar-se a sua atual rotina, sem que sua "doença" a prejudicasse ainda mais.

Ah... a depressão... doença mal vista, tratada como frescura, tolice e até mesmo mentira. Antes fosse...

Fingir estar bem, gostar de sua situação atual, gostar de si mesma, eram trabalhos arduos diários.

Seus piores inimigos, as reflexões noturnas. Imaginar-se em uma vida diferente, um presente melhor, mais prazeroso.

Antes que pergunte, não, sua vida nao era sofrida como em livros de drama. Residia com seus pais, em um bairro nobre da zona sul de sua cidade, não faltava-lje comida, nem emprego. Havia carinho por parte dos pais, do filho e de seu namorado.

Mas ela sentia-se vazia, infeliz...

"IDIOTA" é o que, no momento, passou por sua cabeça, correto?

Mas para alguem pisicologica e emocionalmente desequilibrada, as coisas nao são faceis.

Aos poucos mostrar-lhe-ei o mundo pela visão dela.

Então, por um mento, feche os olhos, limpe sua mente de tudo. Esqueça todas suas crenças, opiniões, preconceitos. Estaremos entrando em um território frágil.

E apartir disto, contarei a tragetoria de Lilith por sua própria percepção.