Alguém como você
1. Verdade ou Desafio?
Eu realmente não entendo qual é o problema em querer ficar em casa em uma sexta-feira à noite. Quero dizer, só porque eu tenho dezessete anos e toda a juventude pela frente significa que eu preciso sair, conhecer pessoas e me divertir?
Eu não acho.
Mas parece que a Tenten, minha melhor – e, na real, uma das únicas – amiga não compartilha comigo essa opinião.
- Hinata, pelo amor de DEUS – berrou ela ao telefone, tão alto que eu tive de afastá-lo da minha orelha para manter meus tímpanos a salvo. – Você TEM que vir comigo para essa festa!
- Não tenho não – retruquei, revirando os olhos. Verdade senhor, o que foi que eu fiz para merecer tudo isso? Eu sempre fui uma criança obediente, comi todos os meus legumes e nunca fui para a cama sem escovar os dentes ou tomar banho. Minhas notas são excelentes e nunca fiz sexo com estranhos na rua; não bebo nem uso drogas. Então por que diabos as pessoas não podem simplesmente me deixar em paz? – Você vai se divertir bem mais sem a minha companhia, Tenten-san. Eu tenho mesmo de ler Romeu e Julieta para a minha análise oral na semana que vem.
- Sabe, é por isso que você tem essa fama de nerd lá na escola.
É, ela tem razão. Eu tenho fama de nerd na minha escola.
Bem, e daí? Isso não quer dizer nada. Hoje em dia qualquer pessoa que estuda um pouquinho mais do que os outros é considerada nerd. Isso não significa necessariamente que eu não tenha uma vida social intensa ou que eu não goste de me divertir. Porque eu adoro me divertir.
De verdade. Eu adoro.
Tudo bem, tudo bem. Eu não tenho uma vida social intensa – meus únicos amigos de verdade são a Tenten, o Lee e a Sakura, e eu definitivamente sou uma das pessoas mais impopulares de toda a escola. E sabe a parte sobre a diversão? É, acho que não é todo mundo que considera divertido ficar em casa em uma sexta-feira à noite estudando literatura inglesa para as provas de fim de ano.
Ah, qual é! Me deixe em paz, está bem? Gosto é igual bunda. Cada um tem a sua.
- Além do mais, suas notas estão perfeitas – continuou Tenten. – Meu Deus, o que é que você está querendo? Entrar para Harvard?
- Na verdade eu estava pensando em Dartmouth – respondi, brincando. – Mas acho que Harvard não seria assim tão ruim.
O que acabou sendo uma coisa totalmente errada para se dizer, porque Tenten ficou furiosa – provavelmente com a perspectiva de que eu havia acabado de tirar uma com a cara dela – e desligou o telefone na minha cara. Verdade, é realmente impressionante o que é que a intimidade que você dá aos seus amigos faz com o respeito deles por você.
O que minha furiosa amiga parecia não compreender é que eu realmente não sou do tipo que vai a festas como aquela – que, aliás, era na casa de Yamanaka Ino, uma das garotas mais populares do colégio – para beber e curtir uma social com os amigos. Em primeiro lugar, eu nem mesmo saberia como me comportar em um evento desse tipo porque, é claro, eu nunca havia participado de um. E, depois, eu nem bebo. Também não tenho o costume de ficar com desconhecidos apenas por ficar e não tenho coordenação motora o suficiente para dançar.
Então, me diz, o que pombas eu iria fazer por lá?
De modo que não fiquei nem um pouco chateada por Tenten desligar na minha cara. Em vez disso, coloquei o telefone de volta no meu criado mudo e voltei a pegar o livro que eu estava lendo antes de ser interrompida, feliz e satisfeita. Ouvi quando Neji, o meu primo que mora com a gente desde que o pai dele morreu (parênteses para dizer que Neji e eu somos praticamente irmãos – e nos tratamos como tal, obrigada) saiu da garagem com seu carro super maneiro, provavelmente a caminho da festa já mencionada, sem ao menos me perguntar se eu queria uma carona.
Acho que ele já sabia que a resposta seria não.
Só que, se eu esperava passar a noite toda no sossego da minha casa, podia esquecer. Isso porque, vinte minutos depois de eu recomeçar a leitura, a porta do meu quarto se abriu e ninguém menos do que a Tenten apareceu na soleira, maquiada e perfumada dos pés à cabeça em seus saltos estratosféricos, pronta para me arrastar de pijama e pantufas pela rua afora se eu continuasse insistindo na ideia de ficar dentro de casa.
- O que é isso – berrava ela, tirando roupas e mais roupas do meu closet e atirando-as em minha cama para que eu as experimentasse –, você não pode viver enfurnada nesse quarto! Não pode continuar a ser essa coisa branca, triste, solitária, que não vai a festas, que não fica com ninguém..
Certo. Como se fosse culpa minha ser branca como eu sou. Pior – como se ir aquela estúpida festa no meio da noite fosse acrescentar algum bronzeado à minha pele.
E, depois, não é como se eu nunca quisesse ficar com ninguém. Só que o garoto que eu realmente queria não dava sinais de compartilhar esse interesse comigo.
Isso foi o que eu pensei. O que eu disse, ou melhor, choraminguei, foi:
- Tenten-san, eu não quero iiiiiiiiir.
Mas Tenten simplesmente ignorou os meus apelos e escolheu um vestidinho preto que meu pai me deu uns seis meses atrás para ir ao enterro de um parente aleatório de quem eu sequer sabia o nome, mas que eu nunca tinha tido coragem de usar porque era curto e decotado demais nas costas para o meu gosto.
- Use este – disse, com um sorriso malicioso que me deu medo. – Quem sabe, se você estiver muito gata e sexy, o idiota do Naruto chega em você esta noite?
Pois é, sabe o garoto que eu mencionei que eu gostava? É esse mesmo. Esse que a Tenten chamou de idiota.
Bom, para começo de conversa, o Naruto-kun não é nenhum idiota. Ele só é meio bobinho, mas de um jeito divertido. As pessoas ficam pegando no pé dele só porque ele vive de bom humor e sempre fala as coisas que vêm na cabeça dele sem pensar muito a respeito. Todo mundo diz que isso é burrice.
Eu prefiro chamar de, hum, espontaneidade.
Quase desmaiei de vergonha, de tão vermelha que fiquei. Era golpe baixo da Tenten usar o nome do Naruto-kun para me convencer a sair de casa daquela maneira. Quero dizer, não que eu pensasse que Naruto realmente tivesse alguma intenção de ficar comigo ou coisa do tipo. Até onde eu sei ele nunca me notou dessa maneira. E por que deveria? Eu não passo da priminha nerd de um dos melhores amigos dele, afinal de contas.
Além do mais, acho que ele gosta é da Sakura-san. Mas isso é só suposição.
- E-ele não v-vai chegar – balbuciei, tentando, sem sucesso, disfarçar meu embaraço. – Você s-sabe muito bem disso, Tenten-san.
- Não sei de nada disso. Só sei que, se você não colocar esse vestido em exatamente... – ela conferiu o relógio de pulso. – cinco minutos, eu mesma arranco esse seu pijama de vovó e visto você à força.
Cara, não brinca. A garota é um verdadeiro ditador facista! De modo que eu fui depressinha para o banheiro e troquei de roupa. Falando sério, a Tenten pode ser muito assustadora quando quer. Além do mais, acho que ela bate com força, porque o Lee sempre chora depois de apanhar dela.
Abri a porta morrendo de vergonha, me sentindo exposta e desajeitada.
- Você está linda – garantiu Tenten, quando eu disse que precisava colocar mais algumas peças de roupa antes de ousar mostrar a cara em público. – Sexy sem ser vulgar. Só passa um pouco de blush para disfarçar essa palidez. Parece uma defunta que esqueceram de enterrar.
Meu Deus. Isso é que é botar a gente para cima.
Enfim, depois de muito maquiar, pentear, perfumar e produzir, saímos de casa por volta das onze horas da noite. Obviamente não poderíamos mais pegar carona com Neji, já que ele já havia ido, de modo que tivemos de chamar um táxi para não acordar o meu pai. Não que ele fosse se importar de me ver saindo para uma festa em nosso bairro, mas nunca se sabe. Ele costuma ficar uma fera quando a gente o acorda no meio da noite por conta de coisas que ele considera bobagens.
A casa de Yamanaka Ino ficava a uns nove quarteirões da minha. Fiquei chocada ao ver o recinto lotado de pessoas que eu jamais havia visto na vida – o que é bem estranho, já que a cidade onde eu vivo é aproximadamente do tamanho de um ovo e todo mundo por lá se conhece – e todas aquelas luzes se projetando através das janelas de vidro da fachada da casa, a música tão alta que devia explodir os tímpanos de quem ousasse aproximar-se mais do que a cinco metros de distância das caixas de som. Meu Deus, pensei, será que os pais daquela garota sabiam que ela estava se aproveitando da viagem de negócios deles para transformar a casa em um cabaré adolescente? Era inacreditável.
Acho que o pavor ficou bem evidente em meus olhos, já que a Tenten imediatamente agarrou o meu braço e me expeliu (expeliu, não há outra palavra para descrever) para fora do táxi mais rápido do que você poderia dizer tequila. Acho que ela sacou que eu estava prestes a oferecer cem pratas ao taxista apenas para que ele me levasse de volta para casa o mais depressa possível.
- Tenten-san, pelo a-amor de Paul McCartney, n-não me faça entrar ali! – solucei, abraçando uma das palmeiras (palmeiras! Dá para acreditar?) do jardim para não ser arrastada por minha furiosa amiga para os portais do inferno.
- Ai, Hinata! Deixa de ser tão caipira! – gritou ela, me puxando para que eu soltasse a pobre árvore. – É só uma festa. Só tem gente legal lá dentro, eu prometo. Olha, a Sakura já me mandou umas novecentas mensagens perguntando onde a gente está. Larga logo essa planta!
Larguei. Não sem certa hesitação, já sabendo que me arrependeria amargamente de ceder aos caprichos da Tenten-san, mas larguei, e, com o máximo de dignidade possível – um pouco ofendida por ter sido chamada de caipira, coisa que, obviamente, eu não sou – a acompanhei para dentro da festa da mãe Joana.
Cara, que medo que eu fiquei quando vi toda a produção que a Ino havia providenciado para a festa. Tinha tudo. A garota tinha contratado DJ, garçom, dançarino, técnico para instalar todas aquelas luzes coloridas em sua sala de estar, cartomante...
Não. Não estou brincando. A louca contratou uma cartomante para atender, em um dos quartos do segundo andar da casa, seus convidados mais supersticiosos. Estou falando sério.
Cara. Que tipo de gente contrata uma cartomante para uma festa?
De qualquer modo, logo encontramos a Sakura perto da piscina, tomando aquele ponche carregado de álcool e espiando o tal do Uchiha Sasuke por cima da bebida. Ela é apaixonada por esse cara, tipo, desde que tem ovários. Aliás, todas as meninas da escola têm uma paixão (não tão) secreta por ele ou pelo Neji-nii-san.
E, bem, por que não teriam? Quero dizer, exatamente como Yamanaka Ino, eles eram dois dos adolescentes mais populares de toda a vila porque, também exatamente como Yamanaka Ino, eram simplesmente bonitos demais. Neji e Uchiha Sasuke só andavam com as pessoas mais descoladas do lugar, e viviam por aí com garotas fantásticas em suas sandálias Jimmy Choo de saltos altos. Os dois compravam casualmente garrafas de Heineken por aí sem se preocupar em mostrar a identidade, pelo amor de Deus.
Eu nunca troquei mais do que duas palavras com o Uchiha, mesmo ele sendo meu vizinho, de modo que não posso dizer que ele seja uma pessoa ruim. Mas, não sei, tenho a impressão de que ele é um cara muito, muito arrogante. Só que as garotas não ligam a mínima para isso. Acho até que consideram a arrogância dele "um charme a mais".
Vai entender o que se passa na cabeça dessas loucas.
- Hinata, como assim, para tudo! – berrou minha amiga de cabelo cor-de-rosa ao me ver. – Que roupa é essa?
Corei até a sola do pé, desconfortável. Provavelmente eu estava parecendo uma piranha.
- A Tenten-san m-me obrigou a v-vestir – gaguejei.
- Pois fez muito bem, Tenten – retrucou Sakura, dando tapinhas no ombro da Tenten como se estivesse dando os parabéns ou coisa parecida. – Acho que eu nunca vi a Hinata vestindo alguma coisa tão... sexy. Não se preocupe, você não está piranha nem vulgar.
- O-obrigada – gaguejei. Acho que sexy era melhor do que piranha. Ou otária.
Dali a pouco um garçom passou ao nosso lado e, não contente em apenas oferecer, depositou uma taça de um líquido transparente que eu tinha bastante certeza que era alcoólico na minha mão e outra na da Tenten, saindo antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ou devolver a taça a ele.
Sakura sorriu um pouquinho ao ver o meu olhar icrédulo.
- Regras da Ino – disse ela. – A louca disse que não quer saber de ninguém de mãos abanando na festa dela.
Oh. Certo. Agora a garota queria mandar nos convidados e obrigá-los a beber. Fantástico.
Claro que eu não bebi. Para falar a verdade, passei a maior parte da festa andando de um lado para o outro atrás daquelas duas (infelizmente Lee-san não pôde ir, coisa que achei um saco, já que ele era meu companheiro eterno de conversas sobre filmes engraçados enquanto as meninas falavam sobre garotos) e fazendo força para não morrer de chateação no meio de toda aquela merda.
Merda, sim. E que o recato vá de mala e cuia para a puta que o pariu.
Eu estava chateada porque Naruto-kun só havia se aproximado de nós para falar com a Sakura a respeito do quanto ela estava bonita e blablablá, estava cansada de todo aquele barulho ensurdecedor e estava, acima de tudo, morrendo de vontade de ir embora para casa. Já ia ligar para o ponto de táxi para que mandassem um carro para me buscar (eu não pediria a Neji para me levar, já que, da última vez em que eu o havia visto, ele parecia estar se divertindo à beça com uma garota ruiva de olhos verdes – se bem que também podia ser um dos caras desconhecidos, já que ele estava de costas e eu não vi direito) quando, olhando para uma rodinha de pessoas que havia se formado em um canto mais vazio da sala de estar, Sakura sugeriu, toda animada:
- Por que não jogamos verdade ou desafio com o pessoal?
Se tem um jogo que eu odeio é 'verdade ou desafio'. Quero dizer, ele não passa de uma desculpa idiota para as pessoas se beijarem sem correr o risco de levar um fora. Francamente, qual é a graça de ficar com alguém que só está com você por causa de um desafio?
- Nem vem! – tentei falar o mais alto possível para ser ouvida, por causa da música alta. – Esse jogo é idiota. Eu quero ir embora.
Tenten, porém, começou a me arrastar em direção ao grupo.
- Vamos, Hinata! Vai ser divertido.
- Aposto que alguém vai fazer você ficar com a anta do Naruto como consequência, se você jogar. – Sakura piscou para mim. – Todo mundo acha super-bonitinha essa sua paixonite por ele.
Ah, certo. Pois é, eu já mencionei que todo mundo da escola já parece ter sacado os meus, hum, sentimentos em relação ao Naruto-kun? Pois é.
Maravilhoso, não?
Mas eu sabia perfeitamente bem que Sakura só queria participar daquele estúpido jogo para ter uma chance de beijar o Uchiha, e só queria que eu participasse junto porque...
Bem, para eu não ficar sobrando, acho.
- Gente, por favor – pedi com a voz mais manhosa que pude para ver se amolecia o coração daquelas duas carrascas. – Eu não gosto dessas brincadeiras. Eu fico com vergonha. Deixem eu ir para casa, está bem?
Elas se entreolharam em silêncio por alguns segundos e depois gritaram em uníssono, "NÃO."
- Olha aqui, Hinata, você não vai ter que fazer nada de mais, se não quiser – garantiu Sakura, assumindo a tarefa de me puxar para a roda. – Só experimente, tá legal? Com um pouco de sorte, a garrafa nem aponta para você.
- Isso aí. Tem um bocado de gente jogando – disse Tenten. – Fica de boa e relaxa aí.
Está vendo por que eu não queria ir àquela maldita festa?
O pior é que eu nem mesmo pude ficar à vontade junto com a Sakura e a Tenten. Não, eu fui enfiada por minhas amigas traidoras entre o Sasuke – que parecia quase tão infeliz quanto eu por participar da brincadeira – e Naruto – que parecia mais contente do que nunca. Fiquei ainda mais sem graça com aquele arranjo, se é que isso era possível.
Oh meu Deus. Oh meu Deus, por que eu não podia ter nascido samambaia em vez de Hinata? Samambaias, tenho bastante certeza, jamais têm motivo algum para ficar constrangidas.
- Rodando a garrafa! – gritou Karin, uma garota aleatória e desimportante nesta história, girando a tal garrafa quando todo mundo finalmente se ajeitou em seu lugar e calou a boca.
Suspirei de alívio quando a tampa apontou para um daqueles garotos que eu nunca havia visto na vida. Ele pediu consequência, a galera o mandou beijar uma parede e, depois da tarefa concluída, giraram a garrafa novamente.
Dessa vez o escolhido foi Naruto-kun.
Oh. Meu. Deus.
Obriguei meu coração idiota a ficar quieto. Qual é, até parece que alguém realmente faria o garoto me beijar. Até porque, contrariando toda a teoria de que essa opção é coisa de mulherzinha, Naruto escolheu verdade.
- E aí, quem é que você acha que é a garota mais gata desta festa? – perguntou alguém.
Que pergunta imbecil, pensei, tentando abafar aquele pensamento insistente que piscava no fundo da minha consciência.
Hinata. Hinata. Hinata. Por favor. Diga Hinata.
- A Sakura-chan – respondeu ele, sorridente.
Engoli em seco e baixei os olhos.
Certo, eu não podia exatamente dizer que estava surpresa com aquela resposta. Eu desconfiava que Naruto-kun gostava da minha amiga cor-de-rosa havia tempos, para falar a verdade, mas ouvir da boca dele era muito pior.
Se bem que ele não disse que gostava dela. Só que ela era a garota mais gata da festa...
Mas acho que, na linguagem dos garotos, isso quer dizer exatamente a mesma coisa.
Não tive coragem o suficiente para olhar para a Sakura. Ela devia estar morrendo de pena de mim. A pobre nerd de coração partido.
Está vendo por que eu não queria participar daquela porcaria de jogo?
Acho que Tenten-san percebeu que eu estava prestes a cair no choro, porque gritou algo como Bem, bem, o jogo tem que continuar, e colocou aquela estúpida garrafa para girar novamente.
E ela girou, girou... parou. Virada para mim.
Bom, não exatamente para mim. Parecia meio indecisa entre Sasuke-san ou a coitada aqui, mas, francamente, depois daquele fora implícito que eu havia levado, não estava nem aí. Contanto que não vissem aquilo como uma boa oportunidade para mandar que Sasuke-san e eu nos beijássemos, eles que resolvessem o que diabos fazer com a gente.
É. Só que eles ainda não pareciam saber exatamente o que fazer.
- Caiu na nerd. Definitivamente.
- De jeito nenhum. Tá na cara que está apontando pro Sasuke. Olha aqui.
- Para mim, parece estar no meio certinho.
- Ah, deixa pro Sasuke. Qual é a graça de deixar na Hinata? Todo mundo sabe que ela vai pedir verdade e, francamente, qual é a coisa mais secreta que ela tem para nos contar? Que é apaixonada pelo Naruto?
Nossa, legal todo mundo ter percebido isso. Devia estar todo mundo morrendo de dó de mim naquele momento. Bacana.
Até o Naruto ficou meio sem graça com aquele comentário. Acho que também ficou com pena de mim. Ah, meu Deus. Para que eu fui nascer?
- Tive uma ideia – gritou Neji-nii-san, fazendo com que todo mundo ficasse quieto para escutá-lo. – Momento constrangedor: os dois irão lá para cima, para a tal da cartomante, e vão perguntar a ela se o relacionamento deles tem futuro.
- Relacionamento? – debochou alguém, rindo alto.
- Isso aí. Vai ser engraçado. É para ficar até o final, fazer perguntas, escutar tudo o que a mulher tiver para dizer. Enfim, é para agir feito um casal de verdade.
- Qual é a graça nisso? – perguntou Sasuke, entediado.
Eu não disse nada. Estava com vergonha. Embora aquilo parecesse bem menos pior do que outras coisas que eles pudessem sugerir, eu não era muito boa naquela coisa de zoar. Eu não saberia como fingir, apenas de brincadeira, que era namorada do Sasuke-san.
Mas que pombas eu deveria dizer? Não, obrigada, acho que vou me esconder no banheiro para dar uma chorada. Vejo vocês depois? Nem pensar.
De modo que, ainda que eu não estivesse nem um pouco a fim, eu sabia que acabaria cumprindo o desafio.
Ou, pelo menos, tentaria cumpri-lo.
x x x
Cara, eu juro que não sei por que resolvi dar ouvidos à besta do Naruto e participar daquele jogo idiota de Verdade ou Desafio. Provavelmente era o nível de álcool no meu sangue.
Eu odeio esses jogos. Tipo assim, eles não passam de uma desculpa para aquele bando de sem noção conseguir pegar alguém. Tem coisa mais retardada ou patética do que isso?
Eu não preciso de um jogo para beijar uma menina. Eu sou o Sasuke. Só o que eu preciso é... bem, uma menina.
- Deixa de ser chato, teme – berrou Naruto, idiota como sempre. – Você veio pra essa festa só pra ficar bebendo, por acaso? Vamos lá. Vamos dar uma zoada.
Odeio quando esse imbecil fala que quer dar uma zoada.
- É, Sasuke, deixa de ser do contra – disse Neji, me empurrando para a sala da Yamanaka e me largando em uma rodinha de pessoas bêbadas e felizes. – É só um jogo. Relaxe e curta o momento.
E, assim, acabei metido naquela merda.
Para você ter noção do nível de idiotice do negócio, o primeiro cara para quem a garrafa apontou teve de beijar uma parede. Fala sério, que tipo de débil mental aceita beijar – de língua, ainda por cima – uma porra de uma parede?
Só um jogador de verdade ou desafio, mesmo.
Aí giraram a garrafa de novo e ela apontou para o Naruto.
- Verdade! – gritou ele, todo feliz.
- Quem é que você acha que é a garota mais gata da festa?
Puta que o pariu. O Naruto tinha que ser mesmo muito anta para não ter percebido ainda que a Hyuuga, a prima do Neji, tinha uma queda – ou melhor, um tombo, um precipício – por ele. Não me pergunte o que ela viu naquela bosta. Eu também não sei. Mas que era de conhecimento comum que ela gostava dele, era; por isso pensei que o mané pelo menos teria a delicadeza de dar uma disfarçada no assunto, fingir pensar um pouco antes de responder, ou qualquer coisa do tipo.
Tá certo que eu não tenho o costume de estender essa mesma cortesia para as garotas que gostam de mim, mas o caso é completamente diferente. Primeiro porque os números são outros – algo como cem vezes maior, no meu caso. Segundo porque...
Bem, porque eu sou o Sasuke. Eu não tenho essa mania do Naruto de viver querendo agradar todo mundo o tempo todo, afinal de contas.
Mas ele não se tocou e respondeu prontamente:
- A Sakura-chan.
Àquela altura eu já estava quase bocejando na cara do pessoal, de tanto tédio. E, tenho que admitir, estava começando a ficar meio com sono por causa de toda aquela bebida que eu tinha ingerido, também.
Não bêbado. É preciso uma quantidade absurda de álcool para me deixar bêbado, que fique claro.
Aí alguém girou novamente a tal garrafa e, quando ela parou, apontava para o espaço vazio entre Hyuuga Hinata e eu.
"Ah, ótimo", pensei. Provavelmente agora a cabeça limitada desse pessoal pensaria que a melhor ideia nesse caso era mandar que nós dois nos beijássemos. Não que eu tivesse qualquer problema com beijo, aliás. Eu gosto de beijo. Quanto mais beijo, melhor.
Mas, não sei não... Essa Hinata parece ser tão tímida, tão na dela. Qualquer coisa faz essa menina ficar vermelha e gaguejando – isso quando ela cria coragem para abrir a boca. Duvido que ela já tivesse beijado alguém antes. E também não acho que ela fosse ter vontade de beijar justamente na frente daquela galera toda.
Mas, tanto faz. Quem sou eu para saber o que essa menina estranha pensava, afinal de contas? Garotas são loucas.
- Já sei – gritou o Neji abestalhado. – Momento constrangedor: os dois irão lá para cima, para a tal da cartomante, e vão perguntar a ela se o relacionamento deles tem futuro.
Olhei para aquele projeto de ser humano como se ele tivesse começado a balir. Era a ideia mais idiota que alguém já teve – tirando, talvez, a da Yamanaka de contratar uma cartomante para aquela festa.
- Vai ser engraçado – insistiu ele. – É para ficar até o final, fazer perguntas, escutar tudo o que a mulher tiver para dizer. Enfim, é para agir feito um casal de verdade.
- E qual é a graça nisso? – perguntei.
De repente todo mundo estava rindo e aprovando a ideia do infeliz. A coitada da Hyuuga parecia que não sabia muito bem se explodia de vergonha ou se chorava por causa da anta do Naruto. Pensei que ela fosse dizer que não queria fazer aquilo, mas não. Ela só ficou lá, parada, olhando para o chão com cara de boba.
Certo. Saquei. Vamos fazer essa merda.
- Cretino – fuzilei Neji com o olhar, colocando-me de pé.
Fomos praticamente escoltados até o segundo andar da casa por toda aquela gente, todo mundo rindo e gritando coisas sem sentido. Eu não entendo nada dessa bobagem de cartomante, mas será que existe essa coisa de atendimento coletivo? A mulher ia mesmo deixar aquela cambada toda entrar em seu, hã, consultório?
Bati na porta onde a tal estava instalada. "Não esquece da nerd!", alguém gritou, empurrando a pobre Hyuuga para cima de mim.
Certo. Podia ser pior. Eles podiam ter me mandado para dentro daquele cafofo com a Sakura. Aposto que ela ficaria toda tipo "Oh, Sasuke-kun, vamos ver quantos filhos nós teremos", ou coisa assim. Pelo menos a Hyuuga não falaria nada.
Literalmente.
- Entre – ouvi a voz abafada da mulher por trás da porta.
- Segura a mão dela! – gritou Neji atrás de nós. – Segure a mão dela!
Cara. Será que ele realmente tinha um pingo de consideração pela prima dele? A coitada só faltou morrer quando eu, com um suspiro resignado, peguei aquela mãozinha gelada dela na minha.
Entramos no quarto.
Quero dizer, no que já havia sido um quarto. Porque o recinto estava absolutamente irreconhecível. Eu já havia ido a outras festas na casa da Yamanaka, e, se me lembro bem, aquele quartinho era conhecido como recanto dos amassos (nome imbecil, eu sei), mas no momento estava mais para Casa de Madame Safira. Não estou brincando. Tinha incenso, cortina de miçangas, vela aromática, cristal e santo para tudo quanto é lado. Deu até medo.
Atrás de uma mesinha coberta por uma toalha escura e cheia de estrelinhas estava a cartomante. Ela era meio velha e assustadora, para falar a verdade, meio como uma bruxa. Não que eu tenha medo de bruxas, aliás. Mas que era assustador, isso era.
- Aproximem-se, meus jovens – disse ela, sorrindo com todos os dentes. O que acabou sendo ainda mais medonho, para falar a verdade. – E deixem a porta fechada.
Obedeci, arrastando a Hyuuga comigo. A mulher indicou o banco de madeira para que nos sentássemos.
- Em que posso ajudá-los?
Comecei a falar, já que obviamente minha pseudo-namorada não estava disposta a abrir a boca:
- Então. Eu e a Hyyy...nata – emendei depressinha. Quero dizer, que tipo de cara chamaria a namorada pelo sobrenome? – estamos namorando há uns meses – precisei me conter para não revirar os olhos diante de tanta idiotice. – E ela quer porque quer saber se a nossa relação tem futuro.
Bom, o que foi? De jeito nenhum eu ia dizer que a ideia de consultar uma cartomante havia sido minha. E daí que também não havia sido da Hyuuga? Pelo menos ela é uma garota. Não seria considerada boiola por causa disso, nem nada.
- É verdade, minha jovem? – perguntou a bruxa, digo, cartomante, arqueando as sobrancelhas.
O quê, a mulher estava duvidando da minha palavra? Só porque eu não havia me dado ao trabalho de disfarçar o tédio na minha voz?
A Hyuuga, mais vermelha do que eu havia julgado ser humanamente possível, gaguejou um tímido sim.
Eu voltei a encarar a mulher, impaciente.
- Então... dá para ler aí a nossa sorte e descobrir se vamos viver felizes para sempre? – perguntei.
Ela fez uma cara de profunda desaprovação para mim, como se eu tivesse sugerido que ela engolisse sua bola de cristal ou coisa parecida.
- Não é assim que funciona, rapaz. Eu preciso me concentrar primeiro. Você ser incrédulo dessa maneira também não ajuda em nada.
Rapaz. Puta que o pariu, a mulher falava igualzinho a minha tia Akiko.
Por via das dúvidas, resolvi calar a boca. Quanto mais cedo acabasse aquela zica, melhor.
A mulher, então, fechou os olhos e começou a nos benzer com uma água com um cheiro meio suspeito, e falar um monte de palavras sem sentido nenhum. A Hyuuga olhava para ela com uma cara tão assustada que dava até um pouco de vontade de rir. Depois, a louca da cartomante começou a passar um incenso perto da nossa cara, juntou as palmas das mãos e ficou em silêncio, como se estivesse rezando.
Achei que ela fosse pegar aquelas cartinhas que eles sempre usam nos filmes para ler a sorte dos outros, mas parece que na vida real as coisas não acontecem bem assim, por que a mulher simplesmente começou a falar:
- Eu vejo... vejo com bastante clareza, agora.
Esperei calado. Se ela pensava que eu ia começar a fazer perguntas e mais perguntas, todo interessado, podia esquecer.
- Você não ama esse rapaz – disse a cartomante, olhando para a Hyuuga com uma careta de pena. – Não o ama, ainda. Você gosta daquele outro jovem... Mas o coração dele pertence à bela garota de cabelos rosados.
Ah, não, vai tomar no cu. Sério, que tipo de linguagem era aquela que a mulher estava usando? Parecia a porcaria da rainha! "O coração da jovem princesa não pertence ao príncipe consorte". Dá um tempo.
Eu não fazia ideia de como ela sabia sobre o Naruto e a Sakura, e, francamente, não queria saber.
A Hyuuga, por outro lado, pareceu chocada ao ouvir as palavras da cartomante. Corou e baixou os olhos, fazendo uma força danada para não chorar. Tadinha. Até aquela mulher já sabia que ela havia levado um fora da anta loira.
- Mas não se preocupe. Esse jovem vai tirar o outro rapaz da sua cabeça em um instante, você vai ver. Está escrito. Vocês foram feitos um para o outro.
Eu a encarei, perplexo. Escrito onde, Senhor? A mulher era completamente pirada.
- Feitos um para o outro? – ecoei, incrédulo.
- Isso mesmo. Veja bem, ela atenua os seus defeitos, enquanto você atenua os dela – explicou ela. – Na verdade, vocês precisam um do outro para ser realmente felizes. Por exemplo, na sua primeira reencarnação...
Ok. Rá, até parece.
Em primeiro lugar, eu não sou adepto à monogamia, obrigado. Não tenho a menor intenção de comer o mesmo arroz com feijão pelo resto da vida. Em segundo lugar, eu não conheço Hyuuga Hinata. O máximo que eu já falei com ela foi, tipo, oi, e isso só porque ela é minha vizinha e mora com o primo, que é um dos meus melhores amigos, apesar de ser tão otário. De modo que as chances de ela ser a minha alma gêmea ou sei lá o que eram iguais as de o Naruto descobrir a cura da AIDS.
Ou seja: eram menores do que zero.
Céus. Por favor, Deus, não permita que a Hyuuga seja louca como a Sakura e acredite na previsão dessa cartomante pirada. Só o que eu não preciso é de mais uma garota maluca no meu pé para atrapalhar as minhas ficadas com mulheres de verdade.
- Olha aqui, madame cartomante, acho que está havendo um pequeno engano – disse eu, cortando todo aquele papo de vidas passadas que a mulher estava arengando. – Só estamos aqui por causa de um desafio. A Hyuuga e eu não temos nada um com o outro.
- Obviamente que não! – declarou ela. – Vocês não são capazes de criar um relacionamento sozinhos. Isso porque você – ela apontou para a Hyuuga – só vê esse rapaz como um sujeito vazio e arrogante, e você – ela apontou para mim. – Só vê essa garota como uma nerd tímida e desajustada. Vocês não se conhecem de verdade.
Olhei para a Hyuuga, bestificado. Vazio e arrogante? Será que era essa a imagem que ela tinha de mim de verdade? Absurdo. Eu sou foda. Só isso. Não sou nem um pouco vazio. Nem arrogante. Só reconheço a minha superioridade.
Mas, a julgar pelo modo como a Hyuuga ficou desconfortável, olhando com um um súbito interesse para o padrão de estrelas na toalha de mesa da cartomante, deu para perceber que era exatamente o que ela achava de mim.
Bem, quanto a mim, tenho que dizer que eu realmente pensava que ela era uma nerd tímida e desajustada. Mas isso era mais ou menos o que todo mundo da escola pensava. E não é nenhum defeito tenso do tipo vazio e arrogante.
Vou te contar, viu. Eu estava gostando cada vez menos daquela cartomante lunática.
- Certo, certo. – disse eu, sarcasticamente. – É só isso? Minha alma gêmea e eu podemos nos mandar agora?
- Vocês precisam ver o lado um do outro. – continuou a sujeita, me ignorando completamente. – Precisam se colocar no lugar um do outro antes de perceber o que estou dizendo.
Ô bosta. O que ela estava sugerindo, afinal de contas? Que eu fosse viver a vida da Hinata e ela a minha? Rá, muito engraçado (NÃO).
Eu já estava ficando de saco cheio de tudo aquilo, para falar a verdade.
- Muito obrigado pelo consulta, senhora – disse eu, colocando-me de pé e puxando a Hyuuga para que ela se levantasse também, antes que a cartomante dissesse a ela que eu seria o pai de seus belos gêmeos. – Mas precisamos ir.
Mas acho que a cartomante não gostou muito disso, porque levantou-se imediatamente e começou a falar umas coisas esquisitas em uma língua que eu nunca havia ouvido antes. Foi bem assustador, principalmente na hora em que a fumaça dos incensos dela começou a girar ao meu redor e da Hyuuga de um jeito macabro demais.
Cara, impressão minha ou a mulher estava rogando praga na gente?
- Vá! – gritou ela, enlouquecida, parecendo achar alguma coisa particularmente engraçada, pela maneira histérica como ela ria. – Podem ir embora! Mas, aviso logo, o efeito não passará enquanto vocês não aprenderem a conhecer completamente o lado um do outro! Aviso logo!
É. Definitivamente era praga.
Pode me chamar de covarde, mas eu dei no pé. Corri, mesmo. Não porque estivesse com medo da mandinga que a cartomante estava fazendo, porque eu não estava, mas simplesmente para evitar que ela começasse a jogar todas aquelas imagens de santo na minha cabeça. Vai saber o que é que se passa na mente de cartomantes enfurecidas.
E, cara, a Hyuuga também correu. Eu não fazia ideia de que aquela garota pudesse correr tanto quanto eu, mas ela me surpreendeu. Atravessou aquela porta mais rápido do que você poderia dizer pai Oxum.
- Gente, que coisa, o que aconteceu lá dentro? – perguntou a besta do Neji, que, é claro, havia ficado do lado de fora o tempo todo esperando a gente sair, quando nos viu naquele desespero todo para fechar o portal do inferno.
- N-neji-nii-san... p-praga! E-eu acho q-que ela nos rog-gou praga! – balbuciou a Hyuuga, quase chorando de tanto desespero enquanto tentava recobrar o fôlego.
Tadinha. Ela devia ser do tipo supersticiosa.
- Praga? – ecoou ele, olhando para mim com aquela cara de abestalhado.
- Pois é – disse eu. – A louca da cartomante começou falar que a sua prima e eu fomos feitos um para o outro, depois disse que a gente tinha que fazer sei lá o quê, aí começou a falar uns negócios em latim ou hebraico, tanto faz, e fez uma fumaça fedida rodar em volta da gente, acho que com um ventilador escondido em algum lugar...
Todo mundo me olhou com uma cara de espanto indescritível. Acho que eles pensaram que eu estava zoando.
- Cara – disse eu, por fim, cansado demais para continuar falando. – Eu bebi demais. Quero ir para casa.
Sério. Porque idiotice demais em um dia só também cansa. E muito.
Oi, gente! :)
Essa é uma fic que eu já estava planejando há um bom tempo. Uma amiga minha me aconselhou fervorosamente a não fazê-la em primeira pessoa, e que não fosse com o casal SasuHina (cheguei a cogitar um SaiSaku, que é um casal que também me encanta), mas não dá para pedir a uma pessoa que abra mão de seus dois grandes vícios, certo? rs
De qualquer maneira, tentei escrever nessa linguagem mais fácil e simples - no melhor estilo menos é mais. Não sei se deu certo... isso vocês é quem têm que me dizer .-.
Bem, é isso! Críticas serão muito bem recebidas. :B
Beijos, até o proximo capítulo!
