Estou de voltaaa! \o/

Como vão vocês?

Espero que tudo bem.

Decidi reformular essa fic e espero que gostem! ^^


A moça estava no parapeito da grande janela de seu quarto, observando o lago atrás de sua casa, sentindo a brisa fria da noite acariciando seu rosto, brincando com alguns poucos fios dourados que lhe escapavam da presilha.

Várias coisas emaranhavam-se em sua mente, por que a presença daquele garoto lhe incomodava tanto? Por que aqueles olhos verdes tão enigmáticos lhe causavam tanta confusão? Por que aquela voz rouca e grave lhe arrepiava a pele?

Ela não tinha as respostas, mas ficar perto do ruivo era chato e incômodo, mas ao mesmo tempo era reconfortante e ela não sabia como denominar isso, apenas não gostava dele, afinal, seu coração apertava sempre que ele chegava, lhe deixava agoniada, presa em si própria, como nunca se sentira.

-Posso saber por que está tão pensativa, onee-chan? – perguntou a irmã entrando no quarto.

-Você não entenderia...

-Se for abrir a boca e dizer que sou criança demais pra lhe entender pode se poupar, porque esse discurso está velho, já sou bem grandinha, não acha?

-Ai Sakura... Adoraria poder te contar... Mas nem eu sei o que está acontecendo!

-Sei... Será que você está apaixonada, onee-chan?

-Não fale asneiras. Eu não conheço nenhum garoto bom o bastante.

-Tem certeza? Eu podia ser só uma criança na época, mas eu lembro bem de como você ficava perto do ruivinho... Como é mesmo o nome dele? Gaara, né? Parece que ele voltou de viajem.

-Deixa de ser idiota, Sakura! Eu só brincava com ele porque era nosso vizinho.

-Tudo bem. Se você diz... Estou indo dormir, amanhã tenho que acordar cedo.

-Boa noite. – disse beijando a bochecha na irmã.

-Boa noite. – respondeu retribuindo o beijo.

A loira desceu as escadas e foi até a cozinha, havia jantado há pouco, mas gostava de comer algo doce antes de dormir.

O cômodo era bem grande, a mesa era bem menor que a mesa da sala de jantar, onde faziam as refeições, mas era aconchegante e numa das cadeiras estava um belo rapaz, alto e esquio, cabelos loiros e olhos azuis, tão parecido com a moça... Ele comia algo desconhecido.

-Comer doce antes de dormir não faz bem. – repreendeu o rapaz.

-Olha quem fala... – disse pegando um potinho de gelatina na geladeira.

-Ele voltou de viajem, já soube?

-Por que todo mundo tá me falando isso? Me importa por um acaso?

-Pensei que fosse seu amigo.

-Não tem como ele ser meu amigo!

-A gente brincava com ele e com a irmã o dia todo, não seja tão fria.

-Depois de tudo que ele fez eu sou fria?

-Ele não fez por mal, ele já pediu desculpas tantas vezes... Até foi morar fora por um tempo.

-Nada disso vai trazer a vida do nosso irmão de volta.

-Eu sei que não, Ino. Mas ele não teve culpa, estávamos todos lá, os mais culpados somos nós mesmos.

-Nada me tira da cabeça que a culpa foi dele. Ele devia ter prestado mais atenção. – ela devolveu a gelatina à geladeira sem nem ao menos tocá-la e saiu, subiu as escadas de novo e foi deitar-se.

(...)

Seus olhos abriram com a luz ainda fraca do Sol que invadia seu quarto através da larga janela de vidro. Seu corpo estava preguiçoso, não queria levantar, a cama estava quentinha e confortável, além do que não queria deparar-se com Gaara de manhã cedo, quem aquele vizinho maldito pensava que era pra mexer com ela daquele jeito?

Não teve jeito, levantou-se mesmo assim e foi ao banheiro fazer sua higienização matinal, vestiu um short jeans e uma blusa lilás e desceu.

Na grande sala de jantar estavam seus 4 irmãos, família grande, classe média, mas bem sucedida, sempre se reuniam nas refeições e em muitas outras coisas, diferentes da maioria das famílias, eram irmãos que se amavam muito e se tratavam com carinho.

-Bom dia, família. – cumprimentou sentando-se à mesa.

-Eu já estava indo ao seu quarto. O que aconteceu? Você não costuma perder a hora... – disse Deidara, o irmão gêmeo da moça.

-Ah, eu só estava com preguiça.

-Deus ajuda quem cedo madruga. Cuidado hein. – lembrou o mais velho, Sasori – Você e Sakura vão abrir a loja hoje. Eu vou sair pra resolver umas coisas e Deidara e Naruto vão arrumar os quartos deles, depois vocês trocam o turno e você e Sakura arrumam os de vocês.

-Não vai rolar, Sasori. – disse o loiro mais novo, Naruto.

-E posso saber o motivo?

-Tenho que fazer um trabalho na casa de um amigo.

-E eu também. – disse Sakura, a mais nova de todos – Na verdade combinei de fazer a tarefa de casa com Hinata.

-Então Ino e Deidara ficam na loja e vocês trocam de turno à tarde.

-Nem vem. Vou pra casa da Tenten estudar pro micro-teste da terça. – disse a loira – E Deidara vai comigo.

-Quanto problema... Vocês sabem que tem a loja pra cuidar.

-E você sabe que nós temos que estudar.

-Você e Tenten juntas nunca estudam.

-Por isso Deidara e Sasuke estarão lá.

-Desmarque tudo. Amanhã vocês estudam. Ninguém sai dessa casa hoje e ponto final.

-Sasori!

-Quietos. Vai todo mundo trabalhar hoje. Estamos perto do fim do ano e muita gente vem à loja comprar roupas para as festas, não podemos nos dar ao luxo de fechar em pleno sábado. Terminem de comer e cada um vai ao seu posto. – falou levantando-se e saindo.

-Sasori-nii-san anda tão chato... – reclamou Sakura.

-Sempre foi... – disse Deidara – Bom... Eu já terminei, tô subindo.

-Eu também. – disse Naruto empurrando um pão na boca e subindo atrás do irmão.

-Sobrou pra nós, Sakura...

-E quando é que não sobra pra nós?

-Vamos... A loja nos espera.

As duas saíram, a loja ficava na rua paralela à casa dos Yamanaka, atravessaram a rua e abriram a dita cuja.

A loira logo foi para trás do balcão, pegou um livro ali por baixo e abriu na página marcada, sentou-se numa das luxuosas cadeiras de couro e ficou ali, perdida nas palavras.

A irmã mais nova, dona de longas madeixas rosadas e orbes verdes-água, foi conferir o estoque.

O ambiente da boutique era grande e sofisticado, paredes brancas, decalques finos no rodapé, piso de mármore, lustres compostos de pequenos cristais reluzentes, provadores espaçosos de paredes de espelho, as araras de inox viviam repletas de vestidos separados por cor, uma salinha de "espera" tinham quatro cadeiras de inox e couro de vaca malhada, no meio um pequeno centro de vidro com um jarro de flores, num dos cantos uma mesinha de granito com chás, bolos e biscoitos finos.

-Bom dia. – cumprimentou um rapaz alto, cabelos ruivos e bagunçados, lindos olhos verdes e uma pele alva, porém queimada do Sol.

-Se veio comprar roupas pra sua mãe ou irmã, diga pra elas mesmas virem. – respondeu a loira sem tirar os olhos do livro, mesmo que a voz dele estivesse mais grossa, o cheiro era o mesmo e sempre fora delicioso.

-Vim falar com você.

-Estou no meu horário de trabalho, não posso falar com você. – respondeu ainda sem tirar os olhos do livro. Claro que não estava lendo, seus olhos passeavam pelas palavras, mas sua mente só absorvia uma coisa: Gaara estava lá.

-Quando termina seu expediente?

-Não interessa. – ela fechou o livro e o encarou, tinha receio, mas procurou olhar nos olhos dele.

-Por que ainda me evita?

-Preciso de um motivo maior é? Não se faça de sonso.

-Gaara-kun,por favor, saia daqui. Você pode ir lá em casa mais tarde, ela estará lá.

-Sakura! – arfou incrédula. Sua irmã estava lhe entregando?

-Tudo bem então... – disse o garoto – Nos vemos mais tarde. – e saiu.

-Que ousadia foi essa? Agora vou ter que sair de casa!

-Ino, está mais que na hora de resolver isso. A família toda já o perdoou, todo mundo sabe que ele não teve culpa, você também sabe,pare de se comportar assim.

A manhã passou num pulo, fecharam a loja pro almoço e voltaram pra casa. A loira subiu rapidamente, lembrou do celular que esquecera encima da cama, ele estava tocando.

-Alô?

-Ino, sua traidora! Onde esteve?

-Tenten! Desculpe-me! Eu juro que ia ligar, eu tive que ficar na loja, mas aí aconteceram tantas coisas... Acabei esquecendo.

-Eu passei a manhã toda tentando falar com você.

-Desculpa... Esqueci meu celular no quarto.

-E Deidara? Por que não atendeu?

-Sei lá.

-Bom... De todo jeito não estudamos nada, Sasuke não apareceu, mas ligou dizendo que ia ao hospital e não podia vim.

-Hospital? O que houve? Ele está bem?

-Ele tá ótimo, só teve que acompanhar Itachi, parece que eles estavam na aula de judô e Itachi distendeu um músculo, algo assim.

-Isso é raro... Ele luta tão bem.

-É verdade... Mas me conta, o que aconteceu hoje que te deixou tão ocupada?

-O imbecil do Gaara voltou da Califórnia...

-Não brinca! Finalmente!

-Tenten!

-Ah, desculpa... Mas isso é uma ótima oportunidade pra vocês se acertarem.

-Não vou me acertar com um assassino.

-O Japão inteiro já entendeu que ele não fez por mal, dá pra você entender também?

-Já disse que não. Olha, vou desligar, tá? Tenho que almoçar

A loira desligou, enfiou o celular no bolso e desceu.

-Demorou, hein. Pensei que ia ficar o dia todo naquele quarto. Você sabia que eu e Deidara temos que abrir a boutique no segundo turno? – ninguém fazia nenhuma refeição até o ultimo membro da família está sentado à mesa.

-Estava falando com a Tenten.

-Espero que não tenha marcado nada pra hoje à tarde. Você tem que arrumar seu quarto. – disse Sasori pondo o próprio prato.

-Tá, mamãe. – desdenhou a garota.

-Falando em mãe, onde será que ela e o pai estão agora? – questionou-se o ruivo.

-Eles ligaram hoje de manhã, estão num cruzeiro na Europa depois vão na America, então não sabemos quando voltam... – disse Deidara.

-Eles ligaram e vocês nem chamaram a gente? – perguntou Sakura intrigada, ela era quem mais sentia falta da mãe.

-Foi rápido, eles mal falaram comigo. – respondeu o loiro mais velho – Nem sequer falaram com Naruto, mandaram um beijo pra todo mundo e pronto.

-Afs... Cada dia que passa estão esquecendo mais de nós... – reclamou a loira.

-Eles têm que curtir um pouco também... – disse Naruto. Mais nada os segurava em casa, sua filha mais nova tinha 13 anos, o segundo mais novo 15, os gêmeos tinham 17 e o mais velho 22, já eram grandinhos o suficiente pra se cuidarem sozinhos ou uns dos outros. O casal queria mais era curtir, trabalharam a vida toda pra isso.

-Concordo. Agora vamos que a loja nos espera, né, Naruto? – disse Deidara levantando-se da mesa.

-Vamos... – disse à contra gosto levantando-se e indo atrás do irmão.

-Nossos quartos também, né, Sakura?

-É isso aí... –respondeu e as duas foram pros seus respectivos quartos, Sasori saiu pra resolver umas coisas e a casa ficou praticamente sozinha.

A loira organizava seus livros quando a porta de seu quarto escancarou-se e por ela passou um ruivo alto, atraente e de belos olhos verde-água.

-Como entrou aqui?

-Deidara me emprestou a chave. – respondeu devolvendo a chave a ela.

-Que idiota...

-Antes que fale qualquer coisa quero que me escute.

-Mas é muito cara-de-pau mesmo. Por que acha que eu daria ouvidos a alguém como você?

-Sou seu amigo de infância!

-Ex.

-Não existe essa de "ex-amigo", olha Yamanaka, eu passei 5 anos no exterior tentando entender tudo que aconteceu, eu não tive culpa, foi um acidente, seus pais já me perdoaram, seus irmãos também, até seus amigos! Por que você não entende de uma vez por todas que eu não o matei?

-Porque você matou! Gaara, você o jogou no lago!

-Eu não joguei! Estavam todos lá! Podia ter acontecido com qualquer um! Às vezes penso que você não tem raiva de mim só por isso.

-E que outro motivo eu teria? – ele tinha razão, ela não tinha raiva dele SÓ por aquele motivo, era só um pretexto pra ignorá-lo e tentar fugir de seus próprios sentimentos que nem ela mesma entendia.

-Ok então... Já vi que por mais que eu tente nunca seremos amigos de novo, nunca nos falaremos de novo e nunca mais poderei tocar pra você. – ele costumava tocar na sala de música da casa dos Yamanaka onde havia um lindo piano de calda, depois do incidente a loira nunca mais pôs os pés naquela sala, tinha medo de relembrar todos os bons momentos de sua infância que viveu lá, o Sabaku tocava melodias tão doces e alegres...

Ela ficou pensativa, fitando o chão, ele decidiu dirigir-se à porta e ir embora, não havia mais nada pra fazer ali, por enquanto.

-Gaara. – chamou fazendo-o voltar-se pra ela – Se pudesse voltar no tempo... O que teria feito àquela tarde? – perguntou ainda fitando o chão à sua frente, de costas pro ruivo.

-Eu não teria saído do quarto. – falou pensativo fechando a porta e indo embora. Ela sabia que tinha uma pontada de tristeza na voz dele, ela sabia que ele não tinha feito por querer, mas ela não conseguia ficar perto dele. Quem sabe o aperto que ela sentia no peito era só medo, nada mais.


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