O som dos carros era tapado pelo som da música do bar

N/A : Esta fic é UA.

"Quebra de contrato"

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"Nem tudo é como você quer"

"Nem tudo pode ser perfeito"

Não olhe pra trás – Capital Inicial.

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O som dos carros era tapado pelo som da música do bar. Não que ela não conseguisse ouvir o barulho de uma buzina ou outra, afinal era bem em frente ao lugar que ela se encontrava que o semáforo respondia aos condutores. Mas ela também não se importava, naquele dia em especial, o mundo poderia ruir que ela não sairia dali.

Não, ela não estava encantada por aquele que tocava e dela arrancava algumas lágrimas e algumas perturbadas passadas de mãos pelos cabelos cor-de-rosa. Ela estava arrasada e aquele quadro não era bem conhecido por ela. Bem, não tão explorado pelo menos.

Não era a primeira vez que ele terminara com ela, mas fora a primeira vez em todo o tempo de relacionamento em que ela se sentira um lixo. Mas na verdade, ela fora um lixo o tempo todo. E essas palavras foram ditas por ele. Golpe baixo ou não, grosseria ou ingratidão não importavam, o que estava explícito era o fato de que ela já não servia mais para as expectativas do moreno.

Usada e jogada fora. Exatamente como um pedaço de papel. Mas talvez um pedaço de papel tivesse maior sorte, pois dependendo do caso, poderia ser até emoldurado e conservado a sete chaves. Isso dependia do que ele significaria ou fosse significar.

Mas já que ela estava desiludida, parecer apenas uma bêbada chorosa naquela noite não a incomodava. E nem incomodava a ele.

Na verdade, pouco ele se incomodou ao sentir os lábios dela por sobre sua nuca, pouco se incomodou ao agarrar o corpo dela e colocá-lo rente ao seu. Pouco se incomodou ao deitá-la na sua cama e a beijar sofregamente.

Tão pouco ela levantou algum tipo de protesto ao sentir suas roupas serem tiradas sem o mínimo de cuidado. Ela somente manifestou sua exclamação ao sentir que por mais que o incitasse, ele já parecia não corresponder.

- Sasuke-kun?! – exclamou ela.

- Pára – disse ele, levantando-se dela rapidamente.

- Mas o que aconteceu?- perguntou, confusa.

- Não dá mais – disse ele, indo direto ao ponto. – Eu já estava pensando nisso a algum tempo e ficar com você só para usar seu corpo não me parece a coisa mais sensata do mundo, porque apesar de seu sexo ser bom, sua personalidade me irrita profundamente – concluiu ele, vestindo a calça de moletom.

- Você é algum tipo de louco? – perguntou abobada.

- Sejamos lúcidos, Sakura – disse, calmamente. – Você me consome e isso é igual ao um poço sem fim – continuou. – Não torne as coisas mais difíceis – finalizou ele.

- Pelo menos teve a decência de não transarmos antes disso – disse, irada e chorosa.

- E você tenha a decência de vestir suas roupas.

E ela teve. Mas ela não soube vestir-se adequadamente, pois a alça do sutiã preto e partes do busto estavam completamente para fora. Se não fossem os olhos vermelhos e os cabelos despenteados juntamente com o litro de vodka em cima da mesa, certamente a confundiriam com uma garota de outras finalidades. Mas a que finalidade ela era destinada mesmo? Ah sim, claro. Sakura destina-se a sexo, ou melhor, destinava-se.

Alguns goles a mais e o baterista da banda começou a lhe parecer um deus grego. Alguns goles a mais e o deus grego chegou ao Olimpo. Alguns goles a mais e ela imaginou-se como Afrodite. Depois de sentir seu corpo ser comprimido contra a parede fria e suas coxas serem apertadas com tanto fulgor, deixou que seu corpo se achasse a mercê daquele que a usava.

O gosto da boca dele era de bebida. Bebida diferente da sua.

Sakura não gostava daquele sabor e de alguma forma, seu estômago girava e algumas caretas incontroláveis apareciam na face já avermelhada pelo álcool. Não precisou de muito para que ela empurrasse o homem de si para lavar o chão do lugar.

O ardor da garganta a incomodou e aquilo a fez vomitar ainda mais. Olhada com nojo e certa naturalidade por quem freqüentava ali, logo fui puxada e levada de lá. De tudo que rodava e de tudo que lhe parecia disforme, a única coisa que conseguiu pedir foi para que a levassem embora.

Muito inteligente da parte dela. Mas mais inteligente foi da parte do homem que se ofereceu a ajudar e a levou para o hospital. Definitivamente, uma dose de glicose seria uma ótima opção.

Com os olhos fechados e a mente em algo que ela não sabia distinguir, também não soube dizer se naquele exato momento visitava o Tártaro ou os Campos Elísios

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Os olhos negros dele focavam os papéis a sua frente. Os dedos esfregavam as têmporas na tentativa de se acalmar e espantar qualquer dor de cabeça que lhe pudesse acometer a vida. Sasuke odiava ter de receber em seu escritório alguns investidores. Odiava ainda mais ter de se comportar como alguém digno de confiança por parte dos mesmos. Não que ele não fosse alguém de uma índole invejável, mas o Uchiha não escapava da totalidade da população.

Assim como qualquer um em qualquer lugar, ele tinha muitos defeitos e o pior deles era a arrogância. Reconhecia ele que isso era um fato extremamente problemático para si, tanto que já havia perdido alguns negócios por isso e era exatamente por tal motivo que recorria à falsidade de seus atos.

Reconhecia ele também que para que seus negócios continuassem a prosperar, aquele acordo era fundamental.

- Então seu relacionamento chegou ao fim – comentou o mais atrevido deles.

Por mais que sua vida pessoal não importasse para que o saldo continuasse a ser positivo e cada vez mais alto, perguntas do gênero sempre lhe ocorriam. Não podia negar que a sua vida pessoal também era uma forma de seus investidores analisarem sua postura diante de certas situações.

- Pensei que fosse se casar desta vez – continuou bisbilhotando o gordo senhor. – Por mais atraente e gostosa que a vida de solteiro possa lhe parecer, algumas responsabilidades lhe são necessárias – concluiu ele.

Sasuke sabia exatamente o que estava por detrás de todos aqueles conselhos amigáveis que o homem de pele rosada lhe dava. Se Sasuke fosse se portar da maneira que queria, já teria mandado o velho ir catar coquinhos, mas ele realmente precisava se comportar de acordo. Afinal ninguém daria dinheiro a alguém que não se portasse com total passividade.

Grandes somas não poderiam estar nas mãos de um tarado freqüentador de cassinos e boates.

- Enfim, Sasuke – começou o outro. – Nossa conversa de hoje foi muito produtiva – continuou. – Espero que nas próximas ocasiões em que nos encontrarmos para efetivar as negociações, você apresente melhores condições do que apresentou hoje – disse, pegando na mão do Uchiha e se despedindo.

- Viajarei para os Estados Unidos no próximo mês e lá fecharemos acordo – disse Sasuke.

- Esperamos que reate ou comece outro relacionamento – alfinetou novamente o senhor rechonchudo. – Não existe um homem sem uma mulher – disse, soltando uma gostosa gargalhada e fechando a porta.

O sorriso cínico de Sasuke se desmanchou ao ver a porta se fechar e sua sala ficar livre daqueles que de certo modo lhe pediram certas garantias em troca de favorecimentos. Continuar a ser visto com algumas mulheres poderia ser complexo para que sua reputação como homem invejável se concretizasse.

A companhia de uma loira com peitos de silicone e lábios carnudos também não seria nada compatível com o ar familiar.

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Os cabelos molhados umedeciam o moletom cinza da universidade. O pote de sorvete de creme ajudava para que uma celulite ou outra lhe aparecesse nas pernas. Os filmes românticos e revistas feministas compunham o típico cenário da mulher abandonada.

Não fossem os dias transcorridos após o fatídico episódio, Sakura não se apresentaria sem olheiras. Também contou com a colaboração de alguns porres e festinhas nas casas das amigas, tudo regado a muito álcool e comentários maldosos sobre a raça masculina e em particular a de um espécime em particular: O Uchiha.

Sakura julgava ter recuperado todas as suas forças e que daquele dia em diante não derrubaria uma lágrima sequer por ele. Confirmou mais alguns aspectos da famosa ladainha de toda mulher que sente ainda dores de cotovelo. Beijou alguns rapazes, dançou com outros e até foi para a cama com alguns.

Um deles muito bonito e gentil e isso ela repetia ao lembrar-se dos olhos azuis dele. E também ao lembrar certas partes do corpo do dono dos olhos claros, muito maiores que a do moreno. O típico comentário vingativo do ego feminino.

Voltou a colher para dentro do pote ao ouvir a campainha. Pegou o controle remoto e pausou o filme para que não perdesse nenhum minuto da trama. Não queria ter o desprazer de ver o infeliz dono da loja de peças íntimas femininas levar umas boas esbofeteadas da mulher ao ser pego cantando uma de suas clientes.

O novo tocar do som a fez correr e abrir a porta sem pestanejar.

Os olhos verdes dela ficaram estáticos ao se deparar com os negros dele. O estômago deu voltas e sua maldita capacidade feminina de regeneração sentimental deu espaço para a patética e humilhante expectativa.

- Sasuke?! – exclamou ela, incrédula.

- Precisamos conversar – falou ele.

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Yooo!!

Bem, não estou acostumada a escrever fics com muitos capítulos, mas vou tentar, não sei quantos capítulos serão, mas me esforçarei para que sejam bons XD

Na verdade, eu espero que sejam pelo menos!!

Não gosto muito de escrever com a Sakura, mas prometo não matá-la, bem...acho que não prometo nada XD...mas de qualquer forma, não vou matá-la aqui!

Kissus a todos e Dêem Go!

É...se não tiver reviews, não posto mesmo!! n.n

Portanto, se quiser ler, manda uma review! XD