Fanfic: Aprendendo a amar
Notas da autora:
Dedico a Fic para minha amiga Bianca Potter, que faz aniversário neste mês de maio. Além de ser uma das melhores autoras de fics do mundo, ela é uma garota superlegal, e me incentivou muito enquanto eu escrevia esta Fic.
- A Fic é baseada no livro das Mil e uma noites, e se passa num Universo Alternativo.
- A música "A Miragem" é do cantor e compositor Marcos Viana.
- Sugestões, comentários, críticas ou doações para minha conta corrente (rsss...): .br
1- Amar não é um capricho
Há muitos e muitos anos atrás, a Persa era governada por um rei jovem e muito corajoso. Seu nome era Seiya. Ele, porém, tinha um defeito: colecionava esposas.
Depois da noite de núpcias, Seiya repudiava as esposas, que continuavam vivendo em seu palácio. Entretanto, Seiya nunca mais as procurava.
Gabava-se de ser imune ao amor. Ele havia jurado ao pai, antes deste morrer, que nunca se apaixonaria por ninguém.
Seu pai, o rei Saga, fora infeliz no casamento, e tinha incutido idéias preconceituosas contra as mulheres na cabeça de seu filho, desde que ele era menino.
Seiya cresceu acreditando que nenhuma mulher era digna de confiança, e resolveu que se casaria apenas para ter herdeiros.
Para sua decepção, nenhuma de suas esposas conseguira realizar seu sonho de ter um filho. Pensava que era estéril, e isso o aborrecia e preocupava.
O que o rei nem suspeitava é que, na realidade, suas esposas não engravidavam porque tomavam um chá antes da noite de núpcias. O chá impedia a gravidez, e era dado por Shina, a primeira esposa de Seiya, a quem as demais tinham de obedecer.
Ela não se conformava com a rejeição dele, pois se apaixonara por Seiya. Ela não queria correr o risco de perde-lo para a mulher que conseguisse lhe dar o tão esperado herdeiro, por isso, impedia que as demais engravidassem.
Uma das esposas era Minu, que, assim como as outras, amava outro homem. Minu amava o guarda Jabu. Fler, Pandora e June amavam os soldados Hyoga, Ykki e Shun, respectivamente. As quatro queriam que o rei as libertasse, dando o divórcio. Mas Seiya não se importava com ninguém além de si mesmo.
Porém, Shina não perdia a esperança de conquista-lo. Vivia se insinuando para Seiya, embora ele sempre a desprezasse.
Certa noite, ela entrou no quarto do rei. Deitou-se no leito real,vestida apenas com uma sensual camisola. Quando Seiya a viu, agiu com indiferença.
- Por favor, Shina, saia do meu quarto.
- Você não me quer? - perguntou ela, maliciosamente.
- Você já teve sua chance e não me deu um herdeiro.
- Podemos tentar de novo - insinuou-se.
Seiya não gostava de seu comportamento. Julgava Shina uma oferecida.
- Eu não vou repetir: vá pro seu quarto, agora!
Shina se enfureceu. Saiu, mas não sem antes ameaça-lo:
- Vai se arrepender, Seiya. Um dia, me vingarei de você!
Seiya não deu a mínima para o que ela disse. Mesmo porque, estava preocupado com seu próximo casamento.
Desta vez, tinha que conseguir seu herdeiro. As más línguas já estavam insinuando que ele não deixaria filhos. Com isso, a dinastia da família ficaria ameaçada, pois ele só tinha uma irmã, Seika, e esta não poderia assumir o trono por ser mulher.
Naquele reino, vivia um rico beduíno de nome Kido. Seu maior desejo era pertencer à nobreza. Para isso, teria que casar uma das netas com o rei.
Shunrey e Saori eram primas. As duas se adoravam, e trocavam confidências. Saori sabia que Shunrey era apaixonada por Shiryu, um simples comerciante. O Sr. Kido jamais aprovaria aquele romance. Quando percebeu que Shunrey se interessara por Shiryu, não teve dúvidas. Escolheu a garota para ser a esposa do rei Seiya.
Shunrey chorou, implorou, mas o Sr. Kido não se comoveu com seu sofrimento.
Morrendo de pena da prima, Saori surpreendeu seu avô ao lhe fazer uma proposta:
- Vovô, eu faço o sacrifício de casar com o rei. Em troca, peço que permita o casamento de Shunrey e Shiryu.
O velho não parecia disposto a aceitar.
- Saori, tenho outros planos pra você. Pensei em casá-la com Julian Sollo, ele é muito rico e...
- Por favor, será que o Senhor só pensa em dinheiro? Deixe a Shunrey ser feliz com o homem que ama! Ela é frágil, e vai acabar morrendo de tristeza se for obrigada a casar com o rei.
O avô pensou muito no que Saori dissera. Afinal, se ela estava se oferecendo para se casar com o rei, por que não deixar Shunrey escolher o próprio marido? Shiryu era pobre, mas reconhecia que o rapaz tinha condições de progredir.
- Está bem, Saori. Deixarei Shunrey casar com Shiryu, mas antes você se casará com o rei.
- Aceito meu destino - afirmou ela.
Quando Shunrey soube, ficou tão feliz que saiu dançando pelo quarto.
Depois, agradeceu à prima:
- Não sei como agradecer por seu gesto, Saori. Você vai se sacrificar pela minha felicidade!
- Esse é o principal motivo, mas eu tenho outra razão para querer me casar com o rei.
- Qual, Saori?
- Todo mundo sabe que o rei despreza as esposas depois do casamento se consumar. Ele fica se vangloriando de que nunca se apaixonou por nenhuma mulher...
Enigmática, acrescentou:
- Pois bem, Shunrey, ele vai se apaixonar por mim, e quando isso acontecer, eu o desprezarei... Pra esse rei deixar de ser tão idiota!
Dias depois, o Sr. Kido levou Saori ao palácio para apresenta-la ao rei e acertar os detalhes do casamento.
Seiya os recebeu deitado em almofadas, enquanto servos o abanavam com gigantescos leques.
Saori trajava uma linda roupa de odalisca, toda dourada. Seus cabelos estavam presos num rabo-de-cavalo, e ela usava um pequeno véu sobre o rosto, que só deixava seus grandes olhos à mostra.
- Majestade, esta é Saori, minha neta.
