Spoiler: A fanfic leva em consideração os livros até o quinto volume, embora pouco possa ser mencionado de fato sobre Harry Potter, já que ele não é o tema central. Porém, a era dos marotos é muito citada e aconselho a leitura de todos os livros que possam fazer alusão a ela, principalmente Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.
Disclaimer: A estória original pertence a J. K. Rowling, assim como todos os personagens com exceção de Marianne, sua família e sua amiga Imogen Piper, que são da autora. O tema também é de criação desta. Além disso, qualquer semelhança desta com outras fanfics é mera coincidência.
Classificação: T, pela linguagem e pelas características um pouco mais intensas dos personagens.
Aviso: Marianne Acksheugh é uma sonserina de origens puristas. A fanfic conta a visão dela, por isso alguns personagens podem parecer não ser exatamente como descritos por J. K. Além disso, outras coisas como a poção do Vira-tempo foram adicionadas para que o enredo fizesse sentido.
A POÇÃO VIRA-TEMPO
Marianne Acksheugh não tinha muitos interesses em Hogwarts, sendo a aula de Poções um dos poucos. Poucos também eram seus amigos, mas talvez ela só tivesse nascido na época errada. Nada que uma Poção Vira-Tempo não conserte.
Primeiro Capítulo: Poções!
– Não se esqueçam de que eu vou querer um frasco da poção Vira-Tempo no meu escritório até às seis da tarde de terça-feira, sem desculpas. Os que não me entregarem podem se considerar sem esperanças de obter um bom nível no N.I.E.M. da matéria. – falou Snape em seu tradicional tom sem emoção. Marianne Acksheugh juntou os ingredientes que estavam o mais ordenado possível em cima de sua carteira e lacrou todos os recipientes antes de coloca-los com cuidado dentro de seu caldeirão, partindo logo em seguida da sala. Imogen Piper, uma amiga sua que pertencia à Ravenclaw, a alcançou antes que chegasse às escadas.
– Eu ainda não acredito que ele passou esse trabalho para ser entregue tão perto do jogo contra a Gryffindor! Será que ele não percebe que essa é a minha chance de ganhar deles, a última que terei antes de me formar? – reclamou ela, baixo o suficiente para que nenhum outro sonserino pudesse ouvir que ela estava falando mal do chefe da casa deles. Até mesmo Marianne ficou um tanto impaciente com o comentário. – Se você tivesse falado desse jeito, tenho certeza que ele adiaria a tarefa. Tudo para ver Gryffindor perder. – replicou a outra, seca. Não apoiava de modo algum tanta rivalidade entre as casas, mas não gostava muito dos grifinórios também. – Você quer dizer tudo para deixar a sua casa mais perto da vitória, né? – respondeu a corvinal de volta. Acksheugh lançou a ela um olhar feio. – Está bem, me desculpe. Eu não quis falar isso dos seus amiguinhos sonserinos. Mas você há de confessar que existe uma horda de trapaceiros em sua casa, e Snape é o pior deles! Ele é claramente parcial! – ela disse, com crescente nervosismo. Às vezes não podia entender como alguém tão legal quanto Mary podia ter sido selecionada para aquele covil de cobras. Literalmente. Mas a sonserina não lhe deu atenção e resistiu a todos os seus comentários ao professor com calma, até chegarem ao Grande Salão.
Quando entraram, viram que o teto encantado ostentava nuvens acinzentadas de aparência nada amigável, mas ninguém deu muita atenção ao fato de que ia chover. Para Mary, era até um bom começo, já que pretendia começar a trabalhar naquela poção no mesmo dia e adorava fazer poções com tempo chuvoso. Dava um ar de serenidade que ela achava muito inspirador para trabalhos como estes e ela odiava ser interrompida naqueles que eram quase seus momentos de lazer. Imogen localizou seus amigos de casa assim que bateu os olhos na mesa da Ravenclaw, enquanto Marianne ainda observava o teto do salão, indo até eles quando a sonserina se recusou a juntar-se ao grupo animado.
Chegando à mesa da Slytherin, Marianne sentou-se ao lado de Adrian Pucey sem nem importar com a razão de fazer isso. Só pareceu que ele estava concentrado o suficiente em mexer sua sopa com a colher para perguntar por que ela se sentara ali também. Os dois comeram em silêncio até que ele foi se levantar, e só então percebera sua companhia. – Mary? – ele perguntou, em um fio de voz. Ela levantou os olhos sem esconder a sobrancelha arqueada, por que ele a chamara pelo apelido sem nem se conheciam propriamente? Ele pareceu notar sua gafe, mas era tarde demais para mostrar que havia sido proposital ou inexistente, portanto apenas se dirigiu à saída. Acksheugh apenas o seguiu com o olhar, mas não foi atrás dele. Logo depois, Draco Malfoy surgiu de lugar nenhum, ocupando o lugar que antes pertencia a Adrian. – Hey, Marianne, se importa de me emprestar seu livro de DCAT do sétimo ano? – pediu, animadamente. O curioso é que os dois nem se falavam. "Mas é claro, quando se trata do interesse dele, isso parece ser um pequeno detalhe" pensou ela, com sarcasmo. – Primeiramente, Malfoy, você não foi autorizado a me tratar pelo primeiro nome só porque é o preferido do professor Snape. E não haja como se eu não soubesse o que você fará com esse livro! Você vai atormentar aquele Potter de novo ou um dos amigos dele, então não conte comigo para isso. Por último, se a bibliotecária não te emprestou um exemplar, por que acha que terá o meu? – ela respondeu ríspida, enquanto se levantava exatamente como Pucey havia feito antes.
Adrian não estava no salão comunal, mas mesmo assim Mary não tinha o que falar com ele; o que diria afinal? Perguntaria por que ele a chamara pelo apelido? Duvidava que o próprio pudesse responder isso, já que havia sido surpresa para ele mesmo. Não, em vez disso, ia distrair sua mente dele e do inconveniente Malfoy se empenhando na tarefa de Snape. Subiu as escadas do dormitório e pegou os ingredientes que ainda faltavam, fora os que ainda estavam na mochila. Foi para uma sala nas masmorras que sempre usava para o mesmo fim e onde se julgava imperturbável. Espalhou todos os ingredientes que trouxera, necessários ou não, pela mesa que pertencia ao professor, se algum se interessasse em dar aula ali.
Abriu o livro de Poções Mui Potentes na página indicada em suas anotações e leu o resumo que encabeçava as instruções: "Poção Vira-Tempo: Indicada para viagens no tempo, de qualquer era conhecida pelo homem. Só existe uma forma de fazê-la e ao ser usada, deve-se imaginar para qual período ir. Alterações em suas fórmulas podem ser catastróficas, podendo o usuário ficar preso para sempre no passado ou no presente. Não deve ser utilizada levianamente: a simples menção da sua existência pode mudar o presente e o futuro". Marianne olhou desconfiada para essas frases, sentindo uma vontade gritante de terminar a poção logo e entregá-la a Snape sem demoras.
Três horas e muito cansaço depois, Acksheugh finalmente julgou que sua poção estava aceitável o bastante, embora a cor estivesse um pouco mais escura do que na descrição do livro. "Talvez," pensou ela com esperança "o livro esteja um pouco desbotado". Satisfeita com a desculpa que arranjara, decidiu guardar suas coisas para mostrar ao mestre de Poções ainda naquele dia, já que ainda restava uma hora para o toque de recolher e sabia que Snape ficava acordado até tarde. Talvez ainda fosse seu dia de rondas pelos corredores, o que significava que ainda podia alcança-lo em seu escritório. Quando ia começar sua arrumação, porém, um garoto entrou correndo na sala e trombou com ela, fazendo voar ingredientes para tudo quanto é lado, enquanto a tão trabalhosa poção escapara-lhe das mãos em direção a frente de suas vestes, ensopando-a em líquido magenta.
– Ah, que ótimo! – dissera ela, sem se dar ao trabalho de acender a luz para que visse melhor com quem deveria ficar brava. – Quer saber? Não vou refazer essa droga toda de novo! – reclamou, antes de pegar a varinha e falar Evanesco em tom irritado para todos os ingredientes esparramados pelo chão. Apanhou sua mochila e seu caldeirão e saiu pela porta sem olhar para trás, enquanto por sua mente passava todo o tipo de coisas: "Todo esse trabalho para preparar a maldita poção do professor Snape e esse idiota estraga tudo! Não acredito que eu terei que fazer de novo, sendo que não sei se vou conseguir coincidir a matéria com as outras e... Snape vai ficar uma fera comigo, eu afinal pertenço a Slytherin, ninguém vai acreditar que eu me esforcei tanto tempo para nada, ele vai pensar que eu não fiz por preguiça, tenho certeza! Não é possível que Snape não entenda, afinal ele já foi aluno, como será que ele achava que era na época dele prestar seus N.I.E.M.s?". Antes que pudesse ouvir o que pensava e se conter, ela havia cometido a burrice de pensar em uma época quando era exatamente isso que acionava a poção. Mas Acksheugh não prestou atenção nisso.
A última coisa que ela sentiu antes de apagar foi sua visão ficar embaçada, bem no momento em que o culpado por tudo aquilo saía da sala vazia na qual o incidente havia ocorrido. Ele ainda correu ao seu socorro, mas antes que pudesse ver sua face, Marianne desmaiou.
Espero que gostem do primeiro capítulo! Se também se interessarem por O Senhor dos Anéis, mantenham-se atentos às atualizações da minha fanfic sobre os livros, intitulada Lost in Middle-Earth. O prólogo dela estará disponível ainda nessa semana!
Obrigada por lerem, AnneMBlack.
