N/A: Eu tenho que avisar previamente; para que não haja desapontamentos ao decorrer da história.
Esta fic está sendo escrita no meu tempo livre, então ela não é prioridade na minha vida, mas eu já tenho alguns capitulos escritos! Então eu quero avisar que se eu demorar a postar, não é por desistência e sim por estar escrevendo aos poucos. Tampouco esta é a minha fic preferida do casal, então eu dou prioridade a outra, mas gosto dela mesmo assim e acho que merece ser postada!
Esta será uma fic rated - M então os menores de 18 anos podem ir fechando a 'aba', se não, estará por sua conta e risco! No mais, avisarei no cap que terá a NC.
Obrigada por entender, e Boa Leitura.
Capitulo Primeiro: A ordem do Lord
As nuvens cobriam a lua minguante que fracamente incindia os seus raios para as copas das árvores que se balançavam por causa do vento forte. Uma tempestade se formava com muita velocidade e o som dos trovões podiam ser ouvidos claramente. Um relâmpago cortou o céu e os jardins da mansão foram iluminados brevemente, entregando dois povões alvíssimos que andavam por ali.
À mesa estavam todos os seus fiéis seguidores. Muitos deles, ele sabia, o seguia por puro medo, mas enquanto tivessem aquele sentimento, ele os teria na palma da mão e se por ventura o medo os abandonasse, ele se encarregaria das muitas mortes. Acariciou a cabeça de sua cobra, ela sibilou em contentamento. A porta se abriu e o Lord Negro encarou o seu mais fiel servo. Severo Snape sentou-se no local que lhe cabia, o único livre naquela altura da noite. Os burburinhos foram parando conforme os olhos vermelhos iam vagueando pelo local.
- Meus servos. - ele falou com a voz silvada. - O momento se aproxima.
As cabeças concordavam fortemente, e até mesmo os Malfoy acenavam para os companheiros. Os olhos aquosos de Draco encontraram Snape e deles correram para um casal mais ao fim da enorme mesa. Snape porém não movera um músculo sequer, os vira no momento de sua chegada, e mesmo que não soubesse porque dois bruxos comuns estavam reunidos entre comensais, ele nada disse.
- Severo! - chamou. - Sei que conheces os nossos convidados. - e a mão branca e esquelética apontou para o casal para o qual Draco olhava insistentemente.
E os olhos negros do mestre de poções encontraram os do casal. Um homem loiro, alto, com porte aristocrático e óculos quadrados o encarou diretamente. Já a mulher, parecia assustada, seus olhos azuis estavam arregalados, mas sua aparência era tão refinada quando a de Narcisa Malfoy. Seus cabelos vermelhos enrolados em um elegante coque.
- Suponho que sejam seus antigos colegas de casa. - tornou a falar. - sabe porque eles estão conosco hoje?
- Não Milorde. - Snape respondeu, mudando sua atenção do casal para o Lord.
- Eles vieram saber sobre a cria deles. Uma Grifinória.
A palavra foi quase cuspida, tamanha era a repulsa. Para o Lord das Trevas, era inconcebível que frequentadores da sua amada Sonserina gerassem uma prole que se bandeasse para a odiosa Grifinória. No passado acontecera com a família Black, mas ignorando o fato ele teve de matar um Sonserino sangue puro por causa da mesma história. E como ele era um Lord misericordioso ele faria as coisas de outro jeito.
- Rabicho, traga a menina.
Do canto mais escuro da sala, o bruxo com aparência de rato saiu encurvado para sumir novamente por uma porta. Os presentes permaneceram em silencio, ouvindo a cobra sibilar. Vezes ou outra, Snape lançava um olhar para o casal e encontrava a mulher ruiva muito apreensiva, mas sua postura de Sonserina sempre rígida.
- Devo admitir, e sei que Severo concordará comigo. - voltou a falar. - Que aquela menina foi criada sob os costumes Sonserinos, porque ela tem uma boa língua. - e riu sozinho. - Pena que se bifurca para o lado errado.
- Concordo Milorde. - disse Snape.
E então eles ouviram os pés de rabicho se arrastarem de volta. E uma voz melodiosa aumentada pelo silencio.
- Devo dizer que vocês tem mesmo boas instalações. A propósito Rabicho, aqueles ratos são da família?
O primeiro a entrar foi Rabicho, ainda curvado, respirando com certa raiva. Ele carregava na mão direita uma corrente azul perolada, que fracamente iluminava o rosto do bruxo que a carregava. A corrente continuava brilhando magicamente, até que apareceu o rosto pálido iluminado pela luz da corrente que prendia-se como uma coleira em seu pescoço fino.
A garota olhou para todos os presentes que sua visão alcançava, e demorou-se um pouco mais em Snape, pulando de repente para o Lord das Trevas.
- Ah. O clube todo reunido. - e seus lábios repuxaram em um sorriso forçado. - Devo me sentir honrada?
- Não disse, ela realmente precisa aprender algumas coisas. - a voz gélida falou sem encarar a jovem.
A garota ainda vestia as vestes da escola, não completas como se era exigido nas aulas, mas a gravata vermelho e dourado estava lá, folgada demais; a camisa de algodão branco agora encardida; a saia um tanto quanto rota e as pernas arranhadas. Os cabelos que sempre estavam em cachos belos e comportados, estavam embaraçados e sem brilho.
- Senhor e Senhora Spaild. - anunciou Voldemort e a menina procurou pelos pais. - Esta reunião é para anunciar que decidi casar vossa filha com um de meus comensais.
Os comensais homens que ainda eram solteiros deram pequenos risinhos, e encararam o corpo que a luz mágica iluminava. E era esta a ideia que o Lord tinha de poder, era ele quem decidia as coisas para seus comensais. Snape olhou mais uma vez para a jovem ruiva, ainda segura por rabicho.
Snape conhecia a magia que a prendia pelo pescoço. Era um aprisionamento mágico, enquanto aquilo estivesse ao redor do pescoço dela, a magia que corria em seu sangue era suprimida e ela não conseguiria fazer o menor feitiço.
- Estive pensando em Carrow. - ele disse olhando do homem para a jovem ruiva. - O que acha?
- Seria uma deliciosa honra Milorde. - respondeu o Amico com um sorriso no rosto.
- Preferia receber uma cruciatos até enlouquecer de dor. - a jovem respondeu com nojo. - Podemos arranjar isto certo?
O Lord das Trevas riu, ele realmente estava de bom humor naquele dia, porque se fosse confrontado assim certamente a pessoa não viveria pra contar a história.
- Malfoy, talvez? - ele tornou a falar.
Os olhos de Draco se arregalaram e ele pela primeira vez focaram na figura recortada pela luz da magia que prendia seu pescoço. Snape viu o olhar de Narcisa para si e entendeu o que a mulher queria, mas, ele jamais confrontaria uma vontade do Lord assim. Afinal, era apenas um casamento, nada que afetasse a vida de Draco. O rapaz até se divertiria um pouco afinal a Senhorita Spaild era...
- Ok, esqueçam a cruciatos. - a ruiva disse com a voz afetada. - A maldição da morte é bem vinda! Afinal, somente sob meu cadáver eu me uniria a uma família tão medíocre.
- Ora sua...
- Calado Lúcio! A menina tem razão, não vou manchar o nome de uma família nobre como a Spaild casando-a com um dos seus.
Os comensais riam, aumentando a raiva de Lúcio. Mas, dois suspiros de Alivio foram ouvidos pelos ouvidos treinados de Snape, Narcisa Malfoy e Sylvia Spaild, pareciam aliviadas. Lord Voldemort, correu seus olhos pelos presentes, claramente procurando um homem que pudesse desposar a jovem senhorita Spaild, pararam sobre a figura de negro que era Snape, e o Lord assentiu brevemente.
- Snape então! - ele sentenciou, e pelo tom imperativo, não haveria replicas da jovem senhorita que o fizessem mudar de ideia.
- Mas, ele...
- Pegue-a Severo! - ordenou o Lord. - Leve-a com você esta noite e amanhã realizaremos a cerimonia.
O casamento era uma maneira de prender Merick e Sylvia Spaild sob o domínio do Lord Negro, que sempre afirmava que quantos mais ao seu lado, melhor seria a sua tomada. E com um curandeiro e uma chefe de departamento no Ministério sob suas ordens ele sabia que a tomada do mundo bruxo dependeria apenas de estratégias. Seu primeiro alvo já estava travado. Rufo Scrimgeour.
Snape se levantou. O Senhor e a Senhora Spaild, estavam apreensivos, mas certamente menos preocupados, já que Snape seria o homem que desposaria a jovem. O bruxo encarou rabicho do alto de sua arrogância e tomou de sua mão a corrente que mantinha a Senhorita Spaild cativa e sentiu a magia quente e suave que impregnava a corrente, a magia da própria prisioneira.
Olhou mais uma vez para o Lord e com o assentimento do soberano, ele a guiou para fora do local. Snape andava a frente, com a corrente na mão, como se carregasse algum animal. Não encontrou resistência da garota, nem encontraria enquanto ela estivesse subjugada pela falta de poderes. Continuou a caminhada em silêncio, apenas o barulho do atrito das roupas e as respirações eram ouvidos. Parou de repente e virou-se para a jovem senhorita Spaild. Os olhos dela de um verde intenso o fitavam por detrás de cílios muito longos. Os lábios rosados tensos e as narinas dilatavam conforme sua respiração pesada saia.
- Algum problema? - ela perguntou.
Ignorando a pergunta, voltou a caminhar, chegando por fim no grande jardim da mansão Malfoy. A chuva fustigava a copa das arvores e o vento zunia em seu ouvido. Os passos eram largos, e seus braços descreviam longos arcos em sua caminhada, puxando assim a corrente, mas nem assim a garota reclamava. Estavam quase alcançando o local da aparatação quando ouviu seu nome ser chamado.
- Snape!
Rodou nos calcanhares, os cabelos colados ao rosto pela chuva fria, Merick Spaild, os alcançou muito rapidamente em sua pequena corrida, os óculos salpicados pelas gotas da chuva. O homem parou em frente ao outro, os cabelos dourados destacando-se contra a noite.
- Poderia dar uma palavra com a minha filha antes de levá-la? - ele pediu meio afobado.
- Seja breve.
Os olhos de um verde oliva encararam a jovem de cabelos tão vermelhos quanto os da mãe. Ele estendeu a mão e a garota a tocou com as pontas dos dedos fechando os olhos em seguida. Snape não sabia dizer que a garota chorava, pois sua face estava salpicada de gotas d'água, mas ela franzira a testa e fungara um pouco alto demais.
- Jeenn, - chamou o Pai. - Sinto muito mas, sei que Snape será melhor que qualquer outro comensal.
- Não me importo com o casamento. - ela respondeu abrindo novamente os olhos. - Desde que você e Mamãe fiquem bem.
- Ficaremos. - e ele beijou a bochecha da filha. - Snape, cuide bem dela.
Sem mais nenhuma palavra, o homem se afastou, sua veste azul marinho agora negra pela quantidade de água que acumulara, os cabelos dourados sumiram na escuridão do local.
- Vamos. - e sem mais avisos voltou a andar. Para logo parar novamente. - Aproxime-se.
E a garota fez sem reclamar, ficaram frente a frente, os olhos dela descaradamente penetrados nos seus. Snape passou a mão pela cintura fina e a puxou para seu peito largo. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Se qualquer outra pessoa visse a cena, entenderia como um casal apaixonado preste a dar um beijo sob a chuva. Mas logo este pensamento cruzou a mente de Snape, ele girou no próprio eixo e desaparataram.
Tão logo seus pés tocaram o sólido chão outra vez, ela se afastou dele, como se ele fosse algo repulsivo, a corrente que mantinha em sua mão evitou que a distancia imprimida por ela fosse muita.
A mulher olhou ao redor, quase não se via nada, pois a única fonte de luz do local era uma lareira com um fogo fraco. Voltou seus olhos para Snape.
- Onde estamos?
- Minha casa. - ele respondeu.
Ela assentiu com a cabeça e ofereceu os pulsos unidos para Snape. O bruxo franziu o cenho e apontou a varinha para o pescoço da jovem. A reação dela fez algo dentro de Snape se comprimir, a menção da varinha direcionada ao seu rosto, ela fechou os olhos e tremeu os lábios. Segundos depois ela o encarou aturdida, os olhos verdes percorreram toda a extensão da varinha de Snape, e desta para o próprio peito.
- Porque? - ela perguntou.
- Eu não sou o mal encarnado Senhorita Spaild.
Jeenn levou ambas mãos no pescoço e o sentiu pela primeira vez em quatro dias livre da corrente mágica. Vislumbrou mais um movimento ágil de Snape e as luzes do local se ascenderam e ela pode ver a ampla sala em que estavam. Livros cobriam cada centímetro das paredes, havia também algumas poltronas verde oliva, desgastadas com o tempo. O cheiro era de páginas de livro velho e cera quente.
- Não vou devolver a sua varinha. - Snape disse indicando uma poltrona.
- Não esperava tanto. - respondeu ao se sentar.
- Faça uma lista das coisas que você quer, pedirei para que Merick providencie. - Snape sentou-se em uma poltrona próxima.
Ele apontou para uma mesa onde haviam rolos de pergaminho e uma pena mergulhada em um tinteiro. Jeenn, assentiu e voltou a olhar para Snape. Ela novamente tocou o pescoço, involuntariamente, como se quisesse ter a certeza de que a corrente não voltara para aquele local.
- Eu preciso de roupas limpas. - e segurou uma mecha de cabelo. - e de um bom banho, estou cheirando como o rabicho.
Snape floreou sua varinha e sobre as pernas da jovem apareceram um amontoado de roupas e antes que a pergunta brotasse dos lábios dela, Snape levantou-se pedindo que ela lhe seguisse. Subiram por uma escada apertada que rangia sob o peso de seus pés, e o corredor escuro se iluminou como costumavam fazer os de Hogwarts. Snape abriu uma porta e um quarto de casal se iluminou brevemente.
- Estarei esperando lá em baixo, temos que conversar. - e após a passagem dela, ele fechou a porta.
O local era iluminado por apenas duas velas, deixando o quarto com um ar sombrio, mas ainda assim era melhor do que o porão que fora forçada a passar os últimos quatro dias. Segurando uma das velas ela se pois a conhecer o quarto, o quarto conservava uma limpeza que ela não constatara na sala. Notou então a luz da vela reluzir sobre a cama, aproximou-se com a vela em sua mão, era uma máscara de comensal.
Fechou seus olhos e ao reabri-los seguiu para a porta que acabara de encontrar, tomaria seu banho e sairia do quarto o quanto antes melhor.
Snape estava há algum tempo sentado, seu tornozelo descansado sobre o joelho, os olhos negros refletiam a luz das velas. As feições sempre duras como se tivessem sido esculpidas em mármore. Sua mente refletia os acontecimentos, há algumas horas ele era um homem solteiro, agora, sua noiva tomava banho em sua banheira, na mesma que ele utilizara mais cedo.
Sua noiva... A palavra parecia ter sido grudada com um feitiço adesivo em sua mente, e ele não conseguia se ver casado, muito menos com ela.
Afundou os dedos nos cabelos negros e deixou sua cabeça descansar sobre as palmas da mão, era mais um fardo para ele carregar, mais uma vida em suas mãos.
O cheiro de sabão entrou em suas narinas e ao levantar a cabeça ele encontrou a jovem parada a alguns metros de distancia. O roupão de seda negra que conjurara moldava-se nas curvas da menina. Menina não, jovem mulher. Porque ela já era maior de idade.
E pela primeira vez desde que a conhecera ele olhou para ela como mulher, e não como mais uma grifinória petulante. Os olhos verdes livres da maquiagem corriqueira demonstravam cansaço, os lábios carnudos estavam abertos em uma pergunta perdida e o colo alvo mostrava o ligeiro contorno dos seios.
- Sente-se Senhorita Spaild.
O que mais incomodava Snape era que desde que o Lorde Negro dissera que se casariam, ela estava em um silencio incomodo. E ele sabia bem que a jovem Spaild não era de ficar calada, ela tinha uma língua ferina e afiada.
- Está ciente da situação em que se encontra?
- Estou. - ela disse jogando os cabelos molhados para trás. - Vamos nos casar.
- A Senhorita vai se casar comigo, será milha mulher... - ele falava em seu tom arrastado. - sabe o que isto implica?
A viu cruzar as pernas e afundar as suas costas no encosto da poltrona. As mãos dela apoiavam-se nos braços e tremiam levemente.
- Dominação? Submissão? Sexo? - e deu de ombros. - Não me importa.
Snape ergueu uma sobrancelha, agora sim era a Senhorita Spaild que conhecia. Mesmo estando aterrorizada como ele sabia que ela estava, mostrava sua indiferença e desprezo.
- Não? E o que te importa? - ele perguntou, sem poder conter sua curiosidade.
- Meus Pais estarão a salvo? - Snape assentiu brevemente. - Então isto me basta.
Aquilo fez algo dentro de Snape pesar, ela era tão nova e ainda assim falava de uma maneira tão bruta. Puxou o ar a sua volta, ele não estava preparado e seria sim uma conversa difícil, mas não deixaria nenhuma duvida para a jovem. Colocou a máscara de Mestre em Poções e com sua voz arrastada ele se preparou para dar inicio a noite que seria longa.
