Após a batalha contra Hades, Athena usou seu poder para reviver os cavaleiros de ouro. Todos voltarem muito diferentes do que costumavam ser. Mu não queria ficar na primeira casa, Death Mask pediu para Aphrodite redecorar seu templo pois estava cansado das mesmas caras, Milo estava fazendo um voto de silêncio temporário, Shaka ia para as baladas de Athenas todos os dias, Aiolia só ficava na área do Santuário destinada as Amazonas, Shura se recusava a sair de Capricórnio, Aiolos não entrava em Sagitário, Aldebaran colocou uma bandeira da Argentina na sala de sua casa, Saga e Kanon traziam mulheres para Gêmeos todos os dias (pra fazer "você-sabe-o-que"), Dohko não saia da sala do Grande Mestre, Aphrodite disse que detestava flores, por ultimo mas não menos importante, Camus não saia de Aquário! Mas ele tinha suas razões, só que sua pose fria e imparcial o impedia de ser feliz. O orgulho do aquariano não o deixava seguir a vida, prendendo o ao passado com correntes. Correntes de gelo eterno. Mas quem sabe algum certo destruidor de galáxias pode dar um jeito no francês metido à besta?

Camus não aguentava mais aquilo. Era agoniante ter que suportar ver seu precioso Saga sendo tocado por várias mãos sujas e, em sua opinião, indignas de tocarem em um ser tão perfeito quanto Saga. O francês passa o dia todo andando em círculos pelo décimo primeiro templo, sem saber o que fazer. Ele não poderia simplesmente chegar em Gêmeos e falar para Saga que o amava. Na mente do aquariano, tudo relacionado a se declarar abertamente para o geminiano mais velho estava fora de cogitação, afinal, ele, o homem mais frio do santuário, se rebaixar ao nível de expor seus sentimentos?Ainda mais a outro homem! Completamente impossível! Camus esperava pacientemente (ou nem tão paciente assim) que Saga viesse até Aquário e o pedisse em namoro, só que já faziam dias que o geminiano não subia as escadas do décimo terceiro templo.

O indignado francês acabou por adquirir certos hábitos. O primeiro foi a bebida. Camus sempre guardou várias garrafas de vodca e vinho em seu templo, mas recentemente ele começou a bebê-las. O segundo foi o de ir até Gêmeos todos os dias para espionar Saga, o que o fazia voltar indignado pra casa e combater seu estoque de bebidas. Isso estava enlouquecendo o aquariano. Ele sempre se mantivera longe dos outro, evitando ter sentimentos e acabara assim, apaixonado por ele, o maior mulherengo do Santuário? Camus pensava seriamente que a sorte não estava ao seu favor.

Eram nove horas da noite quando Camus saiu para sua rotineira viagem até Gêmeos. Ele tinha bebido um pouco antes de partir, mas nada que o deixasse bêbado, mas corajoso. Quando chegou, Saga estava aos amassos com uma loira no sofá. Ela estava sentada em seu colo, massageando seu membro por cima da calça, enquanto ele já havia colocado a mão no peito dela. O aquariano já havia visto cenas muito mais fortes do que aquela, mas dessa vez, ele estava realmente enciumado e corajoso. Camus saiu de seu famigerado esconderijo e caminhou pesadamente até o interior de Gêmeos. Quando sentiu a presença de Camus, Saga simplesmente o ignorou, pensando que o francês apenas passaria por eles sem falar nada. Só que Saga não pensou que Camus pararia em frente aos dois e cruzaria os braços.

-Levante-se e desapareça - Camus disse ríspido.

-Hun? Está me mandando sair da minha própria casa? - Saga parou o beijo e perguntou indignado.

-Você não, embora mereça, estou falando com essa vaca! - Camus gritou - Sai daqui imediatamente se não quiser que eu te coloque em um Esquife de Gelo! - Ele liberou um pouco de seu cosmo frio.

A moça, completamente assustado com o aquariano, pegou suas poucas coisas e saiu correndo enquanto tentava por suas vestes em ordem. Saga ficou encarando Camus por longos minutos sem dizer nenhuma palavra. O francês não sabia dizer se ele estava com raiva ou não, afinal, Saga sempre foi muito enigmático.

-Percebe o que fez? - Saga perguntou com voz séria.

-Nada de mais, eu diria - Camus repondeu com voz de deboche - Onde está seu cúmplice, quer dizer, irmão?

-Kanon foi jantar fora com uma moça - Saga respondeu se levantando - E você acabou de expulsar o meu jantar do meu templo - Ele ficou cara à cara com o aquariano.

-Fique quieto! Eu apenas te ajudei a não pegar nenhuma DST - Camus disse provocativo - Apenas alegre-se por ter alguém tão bom assim pra você.

-Alguém que chega no meu templo, expulsa a minha acompanhante e ainda quer me dar lição de moral? - Saga encara Camus.

-Esse mesmo! - Camus diz debochado.

-Não pense que sairá impune, Camus - Saga estralou os dedos.

-Pare de reclamar tanto assim, Saga - Camus desviou o olhar - Você e Kanon trazem de duas à quatro mulher aqui por dia - O aquariano se afastou - Uma noite sozinho não vai te fazer nenhum mal.

-Como sabe que trazemos mulheres aqui todo dia? - Saga segurou Camus pelo pulso, o que fez o mesmo tremer - Então você é o dono daquele Cosmo que eu e Kanon sentimos todos os dias!

-Não sei do que está falando - Camus tentou disfarçar.

-Não adianta mentir! Eu conheço seu Cosmo! - Saga disse pensativo - Por que faz isso?

-O porque não te interessa, cabelo azul! - Camus esbravejou tentando livrar-se de Saga.

-Na verdade interessa sim! Eu sou o seu alvo! - Saga jogou Camus no sofá e ficou em cima dele.

-Saia de cima de mim imediatamente - Camus gritou corado.

-Não até você me dizer o por que faz isso todo dia - Saga disse ríspido - Por acaso estaria interessado em alguma "namorada" minha?

-SE QUER SABER, EU VOU MANDA A REAL PRA VOCÊ, SEU IDIOTA! - O enfurecido Camus gritava encarando um assustado Saga - EU SOU COMPLETAMENTE LOUCO POR VOCÊ, SEU PASPALHO! SE EU VENHO TODO O DIA AQUI É PRA TE VER, IDIOTAAAA! VOCÊ NÃO SABE O QUANTO DÓI VER VOCÊ BEIJANDO OUTRA PESSOA NA MINHA FRENTE! POR ACASO VOCÊ QUER ME VER SOFRER? SE É ISSO ENTÃO VOCÊ CONSEGUE TODO O SANTO DIA! Todo o santo dia... - Camus se acalmou um pouco.

Saga se inclinou e beijou Camus, que logo retribuiu o beijo com muito amor. Era um beijo lento, calmo, suave e muito apaixonado, exatamente como Camus sonhara que seria o seu primeiro beijo. O ósculo durou vários minutos, até que tiveram que se separar pela falta de oxigênio. Camus estava completamente rubro de vergonha, enquanto Saga apenas sorria do jeito bobo que só ele sabia fazer.

-Dói menos agora? - Saga sussurrou na orelha de Camus.