Avisos: Saint Seiya e seus personagens não me pertencem. Até pq se pertencessem teria muito mais romance e lemon do que lutas própriamente ditas e ninguém morreria, além do que eu acabaria com a Athena entre outras personagens que ñ gosto XD.
Essa fic é Yaoi (relacionemento homem x homem) e ao longo de seus capítulos haverá lemon (se conseguir escrever), por isso, se não for fã é melhor que não prossiga. Se sim, boa leitura!
The Rage Beat
Por: Scorpius no Mila /Mi-chan/
Resumo: Kamus é um escritor famosíssimo e Milo, seu novo editor. Será que ele agüentará os desmandos desse insensível escritor? Ou das discussões surgirá um inesperado sentimento? A.U. Drama/Romance Lemon/Yaoi KamusxMilo
Capítulo I – Amizades, trabalhos e escritores insensíveis.Era uma manhã tranqüila em uma das editoras mais conceituadas do país. A maioria dos funcionários já trabalhava nos novos projetos quando alguém adentrou de forma afobada a sala de um dos talentos mais recentemente empregados.
–Senhor Milo! –disse uma das secretárias em tom urgente, fechando a porta atrás de si.
–Diga, senhorita Miho –disse um homem entre seus vinte e poucos anos, sentado numa mesa com tampo de vidro, repleta de papéis.Olhos profundamente azuis, pele bronzeada, cabelos cacheados, presos num longo rabo de cavalo. Trajava uma camisa social bordô, sem gravata, calças negras e sapatos negros lustrosos.
–Chamaram-lhe na diretoria, imediatamente. Parece ser um assunto de extrema urgência.
Milo levantou-se, disfarçando como pôde um teimoso bocejo –Não sabe do que se trata?
–Não senhor, não faço idéia.
–Mais cedo ou mais tarde descobrirei, não é mesmo? Vejamos o que querem de mim – caminhou pelo corredor, rumo a grande sala da diretoria. Assim que sua presença foi anunciada, entrou, uma leve expressão de curiosidade se fazia presente em sua face.
–Bom dia senhor Milo, sente-se por favor –pediu uma voz feminina, levemente autoritária.
–Bom dia senhorita Hilda –sorriu simpático à sua chefe, que trajava um tailleur azul-petróleo, os cabelos presos num severo coque –Acabaram de me informar que a senhorita queria tratar um assunto urgente comigo.
–Sim –disse a moça ajeitando os óculos de finíssima armação, parecendo ligeiramente nervosa –Um de nossos contratados teve um...desentendimento, com um dos escritores de contrato mais...rentável de nossa editora. E precisamos de alguém para substituí-lo. Na reunião realizada há pouco seu nome foi o primeiro da lista. Interessado? –aquela pergunta soava com um ar de afirmação que não escaparia da atenção do mais desatento dos ouvintes.
–Certamente que sim –respondeu Milo com um sorriso lisonjeiro – "Pois se não aceitasse estaria na rua no mesmo instante, não é senhorita Hilda?" –pensou maldoso.
–Sabia que se interessaria –sorriu Hilda embora seu sorriso soasse incrivelmente falso. –O endereço do escritor está com Mime, na recepção. Seu encontro com ele está marcado para depois do horário de almoço.
–Mais alguma coisa, senhorita Hilda? –perguntou solícito, já se levantando. Não agüentava ficar mais um minuto sequer na presença daquela mulher esnobe.
–Se importaria de chamar o senhor Shura? Preciso falar-lhe sobre a discussão que teve com o escritor.
–De forma alguma senhorita. Com sua licença –Milo fechou a porta, fazendo uma careta ao afastar-se –"Argh, mulherzinha irritante. Não é à toa que esteja sozinha. Ela e aquela fresca da sócia dela, a tal Saori".
Não demorou muito a chegar na recepção, onde encontrou Shura conversando animadamente com Shina, administradora da empresa.
–Desculpe atrapalhar a conversa –disse Milo colocando-se entre eles, um sorriso sarcástico no rosto –Mas a Hilda está te chamando Shura.
O espanhol fez uma careta –Tenho certeza que é sobre o desentendimento que tive com o escritorzinho –suspirou –Vamos encarar a fera –já estava a alguns metros de distância quando gritou por cima do ombro –Depois a gente se fala grego!
Milo apenas ergueu o polegar, voltando-se em seguida para o balcão, onde um rapaz de cabelos alaranjados encontrava-se ao telefone.
–O senhor Saga encontra-se em reunião...Sim, dou-lhe o recado. Até –desligou, voltando seus olhos de um chamativo tom rosado até Milo –Pois não senhor Milo?
–A senhorita Hilda avisou que deixou um endereço para mim aqui, sob seus cuidados.
–Um minuto –pediu o rapaz ao tirar uma folha de uma das gavetas –Aqui está –sorriu simpático.
–Valeu –disse o grego guardando o papel no bolso de sua camisa. Já estava de saída quando lembrou-se de algo –Daqui a meia hora Shaka e eu vamos almoçar. Gostaria de nos acompanhar? Já reparei que não tem muitos amigos por aqui.
–Gostaria sim. Obrigado pelo convite –sorriu ainda mais simpático.
–De nada. Onze e meia estaremos por aqui –sorriu tornando à sua sala, onde encontrou Shaka sentado na cadeira em frente a sua –Shaka! Não morre mais, estava falando de você agora mesmo.
–Falando mal, se te conheço –respondeu com um sorriso maldoso.
–Não desta vez, meu amigo –disse enquanto sentava-se na cadeira em frente ao outro –Estava apenas fazendo uma boa ação.
–Você? –Shaka lançou-lhe um olhar incrédulo.
–Sim senhor. Estava ajudando uma pobre alma solitária a se juntar aos melhores dessa editora. Ou seja, convidei Mime,o rapaz da recepção, para almoçar conosco. Algo contra?
–Certamente que não. Aliados são sempre bem-vindos. Me disseram que a...senhorita Hilda –disse num tom que dava a entender que preferiria chamá-la de qualquer outra forma, mas estava ciente de que "as paredes têm ouvidos" –chamou-o em sua sala. Era algo grave?
–Deus, como o povo nessa editora é fofoqueiro –comentou Milo como se não soubesse que nada era segredo ali –Nossa querida chefe apenas me passou a tarefa de ficar no lugar de Shura como editor de um dos escritores que tem nos sustentado com suas mirabolantes histórias. Nada demais.
–Pelo que fiquei sabendo, Shura reclamou muito do escritor. Disse que ele era intratável.
–Quem diria, meu amigo Shaka, quase uma reencarnação do próprio Buda, envolvendo-se em fofocas de secretárias – o grego riu com gosto.
Os olhos azuis de Shaka brilharam perigosamente. –Apenas ando convivendo demais com um certo escorpiano que adora destilar veneno por aí –respondeu à altura, olhando distraído para sua longa trança.
–Mudando de assunto...nós vamos almoçar no restaurante do Mask,não?
–Sim, combinei de me encontrar com o Mu.
–Então finalmente conhecerei o misterioso namorado professor do ex-virgenzinho –riu animado.
–Ele é historiador, Milo, não um mero professor –disse Shaka entusiasmado, fitando o relógio de pulso –Vamos senão nosso horário de almoço fica reduzido.
–E você que passar todo tempo possível com seu historiador –levantou-se seguindo o amigo que já se encontrava no corredor.
Foram conversando até a recepção, onde Mime os aguardava, ligeiramente ansioso.
–Vamos? –perguntou Milo ao rapaz.
–Sim –respondeu Mime pouco depois de despedir-se de outro funcionário –Desculpem a pergunta –disse ao entrarem no elevador –mas aonde vamos?
–Ao restaurante de um grande amigo nosso –explicou o grego –Já o Shaka aqui vai aproveitar e finalmente me apresentar o namorado que ele arrumou.
Ao contrário do que Milo esperava, Mime não demonstrou espanto ao saber que um de seus colegas de serviço tinha um namorado. Na verdade, o rapaz pareceu aliviado.
–Então vocês também... –Milo e Shaka assentiram com a cabeça e o outro sorriu –Ufa, pensei que fosse o único. No meu serviço anterior não me viam com bons olhos. Ninguém chegava perto...como se fosse doente.
–Você está entre amigos agora –disse Shaka sentindo pena do rapaz – "Existe muita injustiça no mundo" –pensou.
–Shaka –Milo mudou novamente de assunto, talvez para descontrair o clima que se formara –Você disse que conheceu o Mu pela internet?
–Conheci. Há meio ano atrás assisti um documentário muito interessante sobre meu país natal...
–Ele é indiano, por incrível que pareça –explicou o grego a Mime, que pareceu surpreso.
–E anunciaram que o historiador responsável pelo documentário estaria on-line no chat da emissora, esclarecendo dúvidas e conversando com quem se interessasse –prossegui o loiro, lançando um olhar assassino ao amigo por tê-lo interrompido, enquanto saíam do elevador, chegando à rua movimentada –Por curiosidade entrei na sala virtual e conversei com o historiador, elogiei o documentário. Conversamos durante horas e pelo nível de conhecimento que ele possuía, acreditei que fosse alguém já...idoso. Me surpreendi ao saber que ele tinha a minha idade. Trocamos e-mails e combinamos de nos encontrar em programas de mensagens instantâneas. Cada vez que conversávamos ficava mais interessado em conhecê-lo. Mandei-lhe uma foto e ele também me mandou uma, e um número de telefone.
–E ele era bonito? –perguntou Mime curioso –Geralmente intelectuais não cuidam da aparência física.
–Isso vocês verão por si mesmos –sorriu Shaka de um jeito enigmático –Depois de muitos telefonemas finalmente nos encontramos pessoalmente. Se a amizade já fora fácil, o amor foi apenas mais um passo. Temos muito em comum e nos damos maravilhosamente bem. Ah, já estamos quase chegando –disse olhando fixamente para o outro lado da avenida, onde Mime avistou um restaurante italiano de aparência chiquérrima.
–É...ali? –perguntou deslumbrado.
–Sim –assentiu Milo.
–Como estou? –perguntou Shaka assim que pararam, esperando que o sinal de pedestres abrisse. Sua voz denotava ligeira insegurança. Ajeitou o terno bege que usava com esmero.
–Está ótimo –sorriu Milo que terminava de dobrar as mangas de sua camisa até os cotovelos e abrir dois botões –Não consigo me acostumar com isso –resmungou –Como vocês conseguem ficar o tempo todo de terno?
–Costume, acho –opinou Mime –O farol abriu –disse ele.
Um minuto depois já se encontravam no elegante restaurante, que estava bem movimentado. Shaka olhou em volta até encontrar quem procurava. Com um sorriso no rosto aproximou-se de uma mesinha à esquerda, onde sentava-se um belíssimo homem.
Milo demorou a acreditar que ele fosse o namorado historiador de seu amigo. Ele não lembrava em nada aqueles intelectuais de jeitos estranhos e óculos de aro grosso. O homem tinha longos cabelos cor de lavanda, que trazia presos num rabo de cavalo baixo. Suas roupas não poderiam ser mais normais: calças creme, camiseta pólo em tom escuro, sapatos marrons. Sua voz era suave e de tom educado.
Sentaram-se na mesa, assim que Milo cumprimentou rapidamente Carlo, o dono do restaurante. O grego chamava-o de Mask (ou Máscara), forma como seus amigos costumavam tratá-lo. O italiano vivia um romance com Afrodite, um conhecido estilista, amigo de infância de Milo e Shaka.
–É realmente um prazer conhecê-lo –cumprimentou Milo –Shaka não para de falar sobre você um minuto sequer.
–Digo o mesmo –sorriu Mu com meiguice, pousando sua mão na do namorado –Você e o Shaka são amigos desde crianças, não é?
Milo assentiu –Me contaram que você é um historiador apaixonado por sua profissão.
–É... –sorriu encabulado, sem saber o que dizer.
–Foi o senhor quem fez uma matéria sobre a cultura romana para essa revista? –perguntou Mime erguendo uma edição da revista "História e atualidade" onde trazia a manchete "Roma: a vida pública e privada" em letras garrafais.
–Fui sim e pode me chamar de você –disse simpático.
–Você se interessa por história Mime? –perguntou Milo, mas na hora em que o rapaz ia responder o garçom apareceu à mesa.
–Gostariam de olhar o menu? –perguntou uma voz grave.
Ao ver quem era, Mime encontrou um rapaz mais ou menos da sua idade, pele clara, cabelos na altura do queixo, de um azul claríssimo e olhos róseos, da cor dos seus. O garçom entregou um dos cardápios a Mu e outro a ele, olhando diretamente em seus olhos, fazendo um leve rubor surgir em seu rosto.
–E aí Sorento, como vão as coisas? –perguntou Milo com sua simpatia costumeira, depois de dar uma rápida olhada em Mime, que parecia extremamente sem-jeito.
"Sorento...que nome forte. Melodioso" –pensou o rapaz afundando o rosto enrubescido no menu, porém prestando atenção a cada palavra que o belo garçom proferia.
–Tudo ótimo, senhor Milo. Vejo que o senhor trouxe mais acompanhantes do que de costume. –Sorento lançou um breve olhar a Mime, que fingia olhar com atenção para o menu.
O grego, por sua vez, entendeu o que ele realmente queria saber com esse comentário e prosseguiu –Hoje Shaka veio encontrar-se com o namorado e decidi convidar um tímido colega de trabalho para nos acompanhar –ao ver que Milo se referia a ele, Mime assentiu levemente com a cabeça, o rosto cada vez mais rubro. –Falando nisso Mime, você não respondeu a minha pergunta.
–Bem...qual era a pergunta mesmo? –perguntou o rapaz, fazendo esforço para lembrar-se. Pensou em perguntar a Shaka ou a Mu, porém ambos conversavam animadamente. Decidiu não incomodá-los.
–Perguntei se você se interessa por história. –sorriu Milo, achando graça da timidez do outro.
–Ah, sim. Gosto muito, mas tenho preferência por mitologia. Principalmente a nórdica, já que sou da Noruega.
–Sorento...posso pedir um favor? –perguntou o grego.
–Pois não? –perguntou solícito.
–Poderia juntar-se a nós para almoçar? Fique tranqüilo que vou ver se o Mask deixa, mas tenho certeza de que sim. Ele não negaria um favor a alguém pra quem deve uns dois ou três favores.
–Não sei se seria certo senhor Milo –disse Sorento um tanto desconfortável.
–Vou lá perguntar. Espere aqui. –deu uma piscadela e saiu.
–Ele pode fazer isso? –perguntou Mime vendo Milo desaparecendo pela porta que levava a cozinha.
–Creio que sim. Você dizia que tinha preferência por mitologia nórdica. –disse Sorento, tentando retomar o assunto.
–E tenho, assim como por música.
–Interessa-se por música? –perguntou surpreso.
–Sim, principalmente música erudita.
–Eu também –disse Sorento com um sorriso encantador –Toca algum instrumento?
–Harpa. E você? –perguntou com interesse.
–Toco flauta –respondeu fascinado –Ah, o senhor Milo vem voltando...
Milo chegou com um enorme sorriso no rosto –Sorento, anote nossos pedidos e se troque pois irá almoçar conosco. Mask só pediu para que tire o uniforme.
–Sim senhor –disse o rapaz, que não pôde deixar de sorrir –O que vão querer?
–Todo mundo aqui concorda em dividir uma lasanha? –perguntou Milo olhando em volta.
–Sem problemas –sorriu Mu.
–Apesar de estar me alimentando apenas com alimentos saudáveis...é impossível resistir a lasanha do Carlo –disse Shaka com um leve sorriso.
–Me engana que eu gosto Shaka –zombou Milo –Quantas vezes você não pediu fritas quando íamos lá no meu apê. Essa cara de santo é só fachada. Bem, em respeito ao loiro, vou pedir uma lasanha vegetariana –virou-se para Mime –Tudo bem?
–Lasanha é meu prato preferido –sorriu o rapaz.
–Vou fazer o pedido agora mesmo –prontificou-se Sorento, não deixando de notar o belo sorriso de Mime –Algo para beber?
–Eu vou querer Coca-Cola. Não posso beber nada alcoólico e tenho que me manter bem acordado –disse Milo abafando novamente um leve bocejo.
–Vou querer o mesmo –disse Mime.
–Gostaria de um suco de uva, por favor –pediu Mu.
–Então são dois –concluiu Shaka.
–Pode pedir o que quiser Sorento. O Shaka e eu rachamos a conta, certo? –perguntou Milo ao indiano que concordou com um aceno de cabeça.
–Eu pagarei a minha parte –disse Mime –Os senhores já fizeram muito por me convidarem.
–Nem pensar! Nós pagamos e pronto –o grego insistiu –Quer saber? Eu fico responsável por tudo o que você e o Sorento consumirem e não aceito um não como resposta. –sorriu –Sorento, leve o pedido e venha se sentar conosco.
–Certo – o jovem afastou-se sorridente.
Não tardou muito para que Sorento retornasse, vestindo calças jeans, camiseta pólo verde-mar. Mime não deixou de pensar o quão atraente ele ficara.
–Queria estar vestido como você e não assim –comentou Milo com sinceridade, arrumando a manga da camisa enquanto Sorento se acomodava –Vamos comer?
O almoço foi profundamente agradável.Todos conversavam sobre os mais diversos temas, desde mitologia e astronomia à qual fora o último episódio da série que passara ontem. Milo reparou, satisfeitíssimo, que Mime e Sorento tinham interesses em comum e estavam se dando muitíssimo bem. Soltou um breve suspiro, sentiu-se estranhamente sozinho. Nunca tivera muito jeito para relacionamentos duradouros e já estava mais do que farto com meros casos. Sentia uma pontinha de inveja de Shaka, que encontrara sua alma gêmea numa situação tão inusitada. Em momento algum de sua vida imaginara-se como um romântico, embora não negasse que já havia chorado em filmes. – "O tempo muda as pessoas" –pensou. Olhou para o relógio em seu pulso e assustou-se ao ver que faltavam quinze minutos para as duas da tarde.
–Gente, o papo tá ótimo mas tenho que ir –sorveu o restante do café em sua xícara e tirou uma nota da carteira paga pagar a conta. –Aqui está a minha parte. Foi um prazer conhecê-lo Mu, mas há muito que fazer ainda. –levantou-se –Mime, Sorento, a companhia de vocês foi ótima, almoçaremos juntos mais vezes. Até mais!
–Boa sorte com o escritor! –gritou Shaka pouco antes do grego sair.
OooOooO
–Sorte que o endereço não é tão longe –murmurou Milo a si mesmo enquanto dirigia rumo ao endereço que lhe fora dado.
Passados uns dez minutos o carro parou em frente a um luxuoso prédio – "O cara tem grana" –pensou, caminhando até a portaria.
–Pois não? –perguntou uma imensa figura na cabine do porteiro.
–Vim falar com o senhor...Kamus, apartamento 24. Sou da editora Athena's.
–Um minuto –pediu o homenzarrão pegando o interfone. Um minuto depois virou-se para o grego, abrindo o portão –Ele está te aguardando. Décimo segundo andar. O elevador fica à esquerda.
–Obrigado –sorriu Milo simpático.
–Boa sorte –murmurou o porteiro ao pensar no que o editor teria de aturar.
Apertou o botão para o 12º andar, sentindo-se ligeiramente nervoso – "Como será o tal escritor? Pela grana que deve ter aposto que é um daqueles velhos solteirões cheios de não-me-toques".
O elevador se abriu e Milo caminhou decidido até a porta do 24º apartamento. Apertou com um pouco mais de força seu rabo de cavalo, respirou fundo e tocou a campainha .
Ouviu passos suaves se aproximando e pouco depois a porta foi aberta. Milo teve de disfarçar sua surpresa. Ao contrário do que pensava, o escritor era jovem, aproximadamente da sua idade. Jovem e bonito. Muito bonito. Sua pele era alva, como se nunca tivesse visto o sol. Cabelos lisos, longuíssimos, de um tom verde-azulado. Os olhos da mesma cor, porém frios como gelo. O corpo esguio encontrava-se trajado com uma camisa verde-escura, calça social marrom, sapatos e cinto da mesma cor, em tom ligeiramente mais escuro.
–S-Senhor Kamus, eu sou Milo, da editora Athena's e fui designado para ser seu novo editor. Muito prazer –disse o grego estendendo a mão. Kamus apertou-a brevemente, e uma corrente elétrica pareceu percorrer os corpos de ambos.
–Entre –disse cedendo espaço para que o outro passasse.
O apartamento tinha uma decoração severa.Móveis escuros, estantes repletas de livros. Algo ali parecia mostrar claramente que aquele apartamento possuía apenas um morador. Kamus apontou para um sofá negro de tecido brilhante, fazendo sinal para que Milo sentasse. O grego atendeu o pedido e viu o homem sentar-se numa poltrona à frente.
–Espero que mademoiselle Hilda tenha mandado um editor mais competente que aquele outro –disse Kamus friamente.
Apenas essa frase fez o grego constatar que o escritor era francês e parecia não ter a mínima noção do que eram sentimentos humanos.
–Farei o melhor possível –limitou-se a responder.
– Mon Dieu, parece que todos os editores dessa empresa são tão simplórios –fez um gesto de desdém com a mão – O "melhor possível" non é suficiente para moi. Bien... vamos direto ao assunto. Mademoiselle Hilda deu-me o prazo de 30 dias para entregar meu próximo livro e nunca me atraso. Faltam 15 dias para o prazo acabar e teremos de trabalhar muito até o dia. Monsieur Milo tem um celular espero?
–Sim senhor, tenho sim –respondeu Milo concentrando-se para não passar os braços em volta do corpo. Desde que entrara sentia um frio tremendo, como se o outro nunca desligasse o ar condicionado. Sua pele encontrava-se toda arrepiada, o que chegava a ser incômodo.
Kamus passou uma folha de papel e uma caneta finíssima ao grego –Anote o número e a partir de hoje deixe seu aparelho ligado sempre. E non importa a hora que ligar, atenda –disse em tom prepotente.
Milo anotou o número na folha, deixando-a no tampo da mesa. Esforçou-se o máximo que pôde para não jogar o papel na cara do francês.
–Se precisar entrar em contato, aqui estão meus telefones –disse Kamus entregando-lhe um papel com caligrafia fina e pequena –Mas apenas se o assunto for realmente importante, oui?
–Certo, monsieur.
–Era apenas isso que precisava tratar no momento.Agora, se me dá licença, tenho 3 histórias para revisar –o francês levantou-se, abrindo a porta de seu apartamento.
O grego levantou-se também, passando pela porta –Tenha uma boa tarde –foi tudo que sua educação conseguiu manifestar.
Kamus apenas fechou a porta, sem nada dizer, deixando Milo soltando fumaça. Apertou o botão do elevador, esbravejando em murmúrios.
–Quem aquele francês nojento pensa que é? Me tratou como se fosse um animal. Agora sei porque o Shura não agüentou. E olha que ele sempre foi mais paciente do que eu. Argh, que ódio!
Saiu do prédio pisando duro e acelerou o carro o máximo que pôde, fazendo os pneus cantarem.
–Aquele fresco vai ver. Ele não sabe com quem tá mexendo – disse a si mesmo, enquanto tomava o caminho de volta a empresa.
Continua...
Comentários da autora: Ufff, finalmente consegui digitar o primeiro cap dessa fic. Tô com dor nas mãos de tanto digitar.
Concebi essa fic pra ser de caps mesmo. Os caps tem em média 8 folhas de fichário, o que os deixa beem longos no pc. Comecei a escrevê-la dia 04/07/06 e até agora não concluí o 3º cap direito. Por isso as atualizações não serão das mais rápidas, mas espero que vcs a acompanhem do mesmo jeito, tá.
É uma tentativa de fazer uma fic um pouco mais séria, dramática e talz. O nome da fic, pra quem não conhece, é o mesmo de uma música do anime Gravitation, que amo muito. O meu Kamus escritor está levemente inspirado no Yuki Eiri.Quem puder escutar a música, eu recomendo.
Bem...adorei escrever com o Mu e o Shaka logo nesse cap. Amo os dois de paixão. E tbm pude fazer um frisson entre dois personagens que adoro: Mime e Sorento. O que será deles? No próximo cap vcs saberão XDD
Peço, imploro REVIEWS ONEGAI! Quem escreve sabe que os reviews são quase como um tônico fortalecedor.
Kissus para a Enfermeira-chan, Lamari, Dark.ookami, Bela Patty, Shiryuforever94, Athenas de Áries, Anushka-chan, Aquarius no Camy e todos que vivem acompanhando e comentando em minhas fics. Domo arigatou, de coração.
Ahhh kissus também para minha imoto, Pisces no Chizuru, que anda detonando nas fics Dite&Mask, Juro que vou encher a paciência até vc publicar suas fics, viu? E para nossa amiga Li-chan Shindou, que escreve fics de Gravitation fofíssimas.
Até breve, se Deus assim permitir
Scorpius no Mila /Mi-chan/
