Essa história se passa em tempo de paz, Saori e Seiya finalmente assumem seu amor, no mesmo momento que um outro sentimento forte, quase inacreditável surge...Loucura é o que o traduz...maravilhosa loucura.
A música que vinha do salão de festa era tranqüila, suave, romântica, mas para ela parecia triste. Caminhava pelo gramado vasto, olhar perdido dentro de si mesma. Afastou-se o quanto pode de onde acontecia a comemoração. Perguntava-se o porquê de ter vindo, foi então que constatou. "Não deixariam pensar que ela estivesse sofrendo", era orgulhosa demais.
Aproximou-se de um banco em frente a um espetacular canteiro com flores de cores diversas. Retirou uma pequena flor amarela, suavemente sorveu o aroma, esticou os braços no encosto do banco e jogou a cabeça para trás. Olhou a imensidão escura, ornamentada por milhões de pontos brilhantes.
- A noite está linda, acho que os deuses resolveram abençoar este momento.
- É realmente a noite está muito agradável, dá vontade de ficar observando.
A garota assustada baixou os olhos e então se deparou com um rosto conhecido. O rapaz elegantemente vestido em um terno preto ostentava um sorriso que para Shina parecia tão amigável, era como de uma criança.
- Ela está sim.
- Eu posso me sentar com você?
- Pode sim.
Ela se esquivou mais para a ponta do banco e pôs a mão no assento ao seu lado indicando onde ele deveria sentar-se. O rapaz tomou a posição indicada, então olhou também para as estrelas.
- É difícil para você, não é?- Ele falou tão naturalmente que a deixou confusa.
Percebendo a inquietude dela ele voltou a falar calmamente.
- Vê-los juntos, Seiya e Saori comemorando o noivado.
- Bem, acho que todos já sabíamos que isso iria acontecer.- Shina proferiu num sorriso forçado.
- É sabíamos, mas nem por isso deixa de ser doloroso.
- Na verdade não sei ao certo qual o sentimento que tenho, hoje. Estou feliz por eles, afinal, se tem alguém que merece ser feliz são aqueles dois.
- Você também merece, Shina.
Shina apenas respirou fundo, talvez, isso não fosse para ela. Imaginava que histórias de amor como a vivida por Seiya e Saori não fariam parte de sua vida.
- Sabe Shina nós podemos perfeitamente ficar a festa toda aqui. Podemos passar a noite aqui, mas com certeza estaremos perdendo momentos hilariantes. Sabe como é quando Saori resolve reunir todos do santuário e da fundação? Sempre da à maior confusão, além do mais estão sentindo sua falta lá dentro.
- Isso eu duvido.
- Como duvida? Eu sou prova disso.
Shina riu. Era óbvio que a intenção dele era reanimá-la.
- Não sei.
- Vamos, me acompanha? – ele levanta e estende a mão para ela.
Ela riu novamente, e mesmo não achando que se divertiria estendeu a mão para ele e resolveu ir.
- Tudo bem, mas seu castigo será me fazer companhia por toda a noite.
- Castigo? Você não conhece mesmo os homens. Eu ser visto a noite toda ao lado de uma das mais belas mulheres deste lugar. Poxa! Quero ser castigado com mais freqüência.
Eles já estavam na porta do salão de festa, quando ela se virou para ele com um semblante espantado e sorridente.
- Mas, o que é isso garoto?
Novamente ele mostrou aquele sorriso meio inocente, mas desta vez Shina observou uma ponta de malícia. Ele sempre chamou a atenção das garotas, é muito bonito, mas nesse momento a moça de olhos esmeraldas entendeu que o que era mais atrativo não era sua aparência, mas com certeza sua essência. Ele a acalmava e mesmo sem tentar a fazia rir.
- Shun, onde estava? Venha, preciso de sua ajuda. O Jabu está bêbado e fazendo um monte de merda. O rapaz loiro parou olhando para Shina. – Ops!!me desculpe Shina.
- Sem problemas.- Ela sorriu
- Hyoga, mas porque eu? Por que não cuidaram dessa maluquice do unicórnio?- Perguntou intrigado.
- Não, Shun. Não quero que cuide do Jabu. Isso já estamos fazendo.
- Então o que? – Perguntou confuso.
- Éjustamente esse o problema. O Ikki é quem está cuidando dele. Quero que evite que ele o mate .
- Tá brincando.
- Não tô não. Ele está lá fora.
- Vamos!
Shun segurou na mão de Shina, que estava achando tudo uma loucura. E saíram apressadamente atrás de Hyoga. Chegaram ao jardim, na parte da frente da casa, onde havia uma fonte. A cena era cômica. Shiryu segurava Ikki, enquanto este mantinha a cabeça do cavaleiro de unicórnio dentro da água.
- Pare com isso Ikki. Você vai matá-lo – O Chinês exasperava-se.
- Então farei um bem para humanidade.
- Ikki pare com isso. Ele só fez uma besteira. – Shiryu consegue fazê-lo tirar as mãos do pescoço do Jabu. E então o tira de dentro da água.
- Seu maluco. Você ia me matar. Você sempre foi um maldito assassino mesmo- Jabu berrava, sentado no chão e tentando recuperar o fôlego.
- Droga! – Shun disse e se lançou ao irmão para segurá-lo. Sabia muito bem qual seria a reação dele.
- Eu vou ensinar a essa pirralho.
Nessa altura Ikki já estava sendo segurado por Shun e Hyoga.
- Por favor Ikki, quer parar ele está bêbado nem sabe o que está falando. – Shun tentava convencer o irmão a não reagir.
- Você não tem idéia das coisas que ele falou para a Saori e o Seiya.
Shina se aproximou devagar, ficou bem na frente do cavaleiro de fênix , pôs a mão em seu ombro e falou com um tom de voz calmo e olhar melancólico.
- Ikki olhe para ele.
Todos observaram o rapaz caído ao chão, cabelos molhados, olhos muito vermelhos e corpo trêmulo.
- Não sei o que ele disse, mas tenho certeza que o mais ferido por essas palavras foi ele mesmo. E o que quer agora é que o machuquem.
- Tudo bem, mas acho melhor ele não ficar aqui.- Ikki se soltou e voltou para a festa.
Shina abaixou-se próximo a Jabu o olhou por alguns instantes e depois voltou os olhos para Shun que estava em pé. O cavaleiro de Andrômeda apenas fez que sim com a cabeça.
- Vamos cuidar dele – Shun falou olhando para Shiryu e Hyoga.
Os dois consentiram e antes de voltarem á festa Hyoga pôs a mão no ombro do jovem rapaz.
-Vamos!! –
Shun se abaixou e pegou o rapaz embriagado pelos ombros, pôs um dos braços dele por cima de seu ombro. Shina ajudou a sustentá-lo.
- Shun, nós o levaremos para onde?
- Para a casa dele. Fica no píer.
Chegaram ao estacionamento.
- Shina, por favor pegue a chave do carro no meu bolso.
- Sim – ela procura no bolso do blazer – não estou encontrando.
- Não. Como não?
- Espere.
Ela procura no bolso da calça e depois levanta a chave com um sorriso e fica girando.
- Achei.
Ele apenas sorri do jeito maroto da amazona. Shina abre a porta detrás do carro e ajuda a pôr Jabu. Para isso ela vai para o outro lado do carro e começa a segurá-lo pelos ombros, afinal ele estava semi-consciente.
No caminho eles ficam a maior parte do tempo em silencio, ela olha para o rapaz ao seu lado que parece estar concentrado no tráfego. Shun de repente quebra o silêncio, fazendo-a se constranger e desviar o olhar.
- Por que fez questão de ajudá-lo?
- como assim, ele precisa, não?
- Sim precisa, mas não pude deixar de pensar que se vê refletida nele.
- Hã...eu..eu nunca faria uma coisa dessas – Shina tinha as mãos pousadas sobre o colo as fechou amassando violentamente o vestido.
- Desculpe. Eu não queria ofendê-la.
- Tudo bem, talvez há algum tempo atrás eu me encontrasse tão perdida quanto ele. – ela sorriu – Mas lido muito melhor com isso.
Shun sorriu e fez que sim com a cabeça.
- Chegamos – parou o carro.
Ao descer do carro Shina sentiu o vento forte e o barulho do mar. Os cabelos balançavam muito e o vestido um pouco abaixo dos joelhos os acompanhava.
Shun depois de abrir a porta detrás do carro, puxou Jabu para fora e pegou no bolso da camisa um chaveiro com várias chaves as jogou para Shina.
- Abra à porta a chave é uma dessas aqui.
Ela subiu os degraus e passando pela pequena varanda foi à porta logo na primeira tentativa a porta se abriu. Shun já havia conseguido subir carregando o outro rapaz.
Entraram e o puseram no sofá.
- E agora o que fazemos?- Ela olhava para Shun.
Ele observou Jabu, que murmurava palavras desconectas.
- É, eu não gostaria, mas acho que precisarei dar um banho nele. Depois acho que ele irá dormir.
- Eu o ajudo.
- Vamos levá-lo para o banheiro.
Ao entrarem no banheiro ajudaram-no a sentar-se no sanitário. Neste momento o rapaz já se encontrava um pouco mais consciente. Reclamava muito e pedia que os dois o deixassem.
- Fique quieto Jabu – Shun desviou os olhos para Shina – encontre algumas roupas limpas, enquanto eu o ajudo a tomar banho.
- Tem certeza, que vai conseguir sozinho.
- Sim, pode deixar.
Ela fez como ele havia pedido. Saiu e foi até o quarto abriu algumas gavetas e encontro roupas limpas. Parou ao ver algumas fotos jogadas sobre o travesseiro, sentou-se na cama e as pegou na mão, eram de Saori, algumas estavam rasgadas, demonstrando que ele havia recortado para retirar alguém da imagem. Ela pára de observar ao ouvir barulhos, então deposita as fotos em cima do criado mudo e se dirige a porta do banheiro. Encosta a mão á porta e ouve.
- Fique quieto...Droga.
- Shun, está tudo certo? – ela pergunta.
A porta se abre revelando um Shun meio molhado e com o rosto com espuma.
- Está.
- Hum – ela segura o riso.
- Isso não tem graça.
- Está dizendo isso porque não está vendo seu rosto.
Sem responder nada ele pega as roupas que Shina trazia na mão e volta-se para dentro do banheiro, logo depois abre totalmente a porta e sai segurando um Jabu com olhos muito abertos.
- Oi Shina, meu amor, o que está fazendo aqui? Também veio para comemorar o noivado da princesinha?.
- Está bom, chega Jabu, está na hora de você dormir, já fez besteira demais para um dia só.
- Dormir? Mas nem começou a diversão. Eu tenho que comemorar, acho que vou comemorar com ela – apontava para Shina. - Nós temos muita coisa para comemorar. Não é mesmo minha linda.
- Deite-se aí – O rapaz de olhos verdes o joga na cama.
- Não posso dormir, hoje...é...é...
Ele simplesmente adormece sem terminar a frase. Shina olha intrigada para o rapaz de pé em frente à cama.
- Mas como? Isso é muito estranho.
- Em se tratando do Jabu não há nada estranho.
- É, mas acho que ele não está muito bem. – ela pega as fotos e mostra para ele.
- Por que tem de ser assim?
- A vida é assim. Mas tudo termina bem se não está bem é porque não terminou ainda. – volta a depositar as fotos no criado mudo. – E então agora voltaremos?
- Sim, só preciso me secar um pouco.
Ele volta ao banheiro pega uma toalha e começa a secar o rosto. Shina escora no batente da porta e o observa, ele é de uma beleza diferente, tem a pele branca e tão delicada o cabelo preso em um rabo deixou seus traços ainda mais evidentes. Shun retira o blazer encharcado e fica apenas com a camisa branca e a gravata.
- Você deveria ter tirado o blazer e a camisa antes de ajudar o Jabu a tomar banho.
Ainda secando o rosto com a toalha ele se vira para encará-la.
- Se quer me ver sem camisa pode parar de arrumar desculpa. É só pedir.
- O que? A seu...
- É brincadeira – falou rindo – Vamos?
- Vamos.
Ao saírem da casa, enquanto Shun fechava a porta ela seguiu até a grade que rodeava a pequena varando, cerrou os olhos e ficou sentido a brisa fresca do mar e ouvindo o sussurro entorpecente. Shun se virou, aproximou-se, mas não teve coragem de desperta-la de pensamentos que pareciam tão bons. Ela abriu os olhos.
- Você já fechou. Desculpe a "viagem", mas gosto muito do mar.
- Não quer caminhar pela praia?- Perguntou ao lado dela, mas sem fitá-la. – Ou será que prefere voltar rápido para a festa, apesar de que agora já deve estar terminando.
- Não. Não quero voltar. Vamos caminhar.
- Então. – ele estendeu a mão para ela que apenas sorriu.
Andavam calmamente pela praia. Ela havia retirado as sandálias de salto e ele os sapatos.
- É lindo. Mesmo a noite o mar é maravilhoso.
- Para mim é o barulho que mais me atrai, é calmante.
Em um determinado ponto eles pararam e se sentaram de frente para o mar.
- Shina, posso te fazer uma pergunta?
- Sim, é claro – ela respondeu temerosa.
- Se quiser não responda, tá.
- Está bem.
- Você ainda ama o Seiya?
- Não sei. Às vezes, acho que sim e outras que não.
- Mas lhe incomoda o fato de ele estar noivando hoje com a Saori?
- Mentiria se dissesse que não sinto algo estranho, mas não sinto raiva deles... Nossa estou em uma entrevista?.- a garota se jogou para trás, deitando na areia com os braços estendidos para o alto.
- Desculpe-me – deitou também
- Tudo bem, mas sem mais perguntas ou vou deixá-lo aqui e voltar de carro sozinha.- O tom de voz era maroto
- Você não pode fazer isso.
- E por que não?
- Você me castigou, não lembra?
- Hã.
- É, eu devo fazer-lhe companhia até o fim da noite.
- Isso mesmo. – ela sorriu.- Mas acho que não imaginou que terminaríamos a noite aqui, não é?
- A noite ainda não terminou e eu costumo cumprir certinhas as ordens que recebo.
- Então vai ter que esperar o amanhecer. É como uma maldição. Só se livrará da bruxa má ao amanhecer do primeiro domingo de Setembro – ela entoava a voz para parecer com a de um filme de terror.
Ele virou o rosto para olhá-la. Ostentava um leve sorriso.
- Não é maldição é uma benção.
Shina também virou a cabeça de tal forma que eles ficaram com as faces muito próximas. Ela observava atentamente os olhos tão verdes a pele branca um pouco avermelhada, talvez fosse o frio. A garota viu como em câmera lenta quando ele levantou um pouco o corpo, apenas o suficiente para olhá-la de cima. Sentiu a mão dele tocar seu rosto e num impulso fechou os olhos. O toque era macio, delicado, sentiu os dedos pousarem sobre seus lábios.
Shun estava estarrecido com a visão. Ela havia fechado os olhos e parecia gostar das caricias, tentando gravar os lindos traços da jovem. Parou, mas ficou a observá-la lentamente abrir os olhos.
Eles se olharam por alguns segundos, mas nada disseram a respiração de ambos havia se descompassado. Podiam sentir os batimentos se acelerarem. E a mente era uma terrível confusão.
Shun foi aproximando o rosto. Fecharam os olhos lentamente. Quando os lábios se tocaram um tremor passou pelo corpo da jovem a fazendo levantar um pouco a coluna. As mãos um pouco trêmulas dele procuraram a cintura de Shina. Aprofundaram o beijo, enquanto ela sentia o peso do corpo do rapaz sobre o seu. A sensação era maravilhosa.
Ele retirou os lábios dos dela, mas continuou a olhá-la sustentando o peso do corpo sobre um dos antebraços. Shina não desviou o olhar, mas ao mesmo tempo passou uma das mãos por baixo da camisa dele acariciando-lhe o tórax, o sentiu estremecer e fechar os olhos em um reflexo, então retirou a mão e com as duas começou a desabotoar a camisa. Ao conseguir tocou-lhe novamente o peito nu e puxou a gravata que ainda não havia sido retirada fazendo-a beijar novamente.
Talvez tudo fosse uma terrível loucura, um erro, mas não havia como parar o desejo crescia, tomava conta anuviava-se qualquer resquício de sensatez.
Shina pegou uma das mãos do rapaz e a fez deslizar pela sua cintura e coxa e depois subir por baixo de seu vestido. Ele sentiu sua mão tocar o tecido macio da langeri, deteve na cintura, sentindo a textura suave da pele.
Os corpos se procuravam ansiosos, nos pensamentos apenas a doce loucura do momento e nada mais. Mais nada. De repente ela o forçou interrompendo o beijo.
- Espere Shun, não podemos. Não aqui.
- Você iria comigo para outro lugar.
Esse era o momento de acabar com aquele erro. De não deixar tudo aquilo prosseguir. De não ter nada do que se arrepender no dia seguinte.
Ela fez que sim com a cabeça. Shun a olhou profundamente nos olhos e tocou de leve seus lábios.
- Venha – ele levantou pegando sua camisa e sapatos em uma das mãos e com a outra segurava firme a mão dela.
Andaram pouco até chegarem a uma casa muito parecida com a do Jabu.
- Venha – ele disse já subindo as escadas
- Mas onde estamos?
- Está é a antiga casa do Seiya. Quando ele foi morar na mansão eu pedi que ele não se desfizesse dela. Passo a maior parte do tempo aqui.
Ele abriu a porta. Ambos entraram. Shina embora estivesse ainda muito confusa parecia estar recuperando a lucidez, o momento havia passado e agora estava se perguntando que idiotice estava prestes a cometer.
Shun aproximou-se tocando de leve sua cintura e estreitando o espaço entre seus corpos.
- Espere Shun, desculpa é que não podemos, isso seria um erro – ela se vira ficando de costas.
Ele morde o lábio inferior e passa a mão no rosto.
- Tudo bem Shina, não se preocupe não quero forçar não quero pressionar. – ele toca em seus ombros a fazendo virar-se para encará-lo.
Eles se olham por algum tempo até que Shun quebra novamente o silêncio.
- Quer tomar alguma coisa?
- Um refrigerante. Você tem?
- Tenho. Embora não tome, o Ikki não vive sem.
- Hábito saudável é?
- Eu tento.
Enquanto Shun foi a cozinha buscar ela andou um pouco no local. Era uma casa muito pequena. Quarto, cozinha, banheiro e varanda. Como não há sala de estar ela senta-se sobre a cama e observa um quadro sobre o pequeno criado mudo é uma foto dos cinco jovens e Saori, um pouco mais jovens. Shun volta com dois copos um de refrigerante e outro de suco de fruta.
- Prontinho está aqui. – ele estende o copo para ela.
- Obrigada – pegando – Vocês se conhecem há muito tempo.
- Desde o orfanato, mas não foi sempre fácil o convívio.
- imagino. Mas garanto que você sempre foi pacificador, não é?
- Mais ou menos, talvez um tanto chorão fosse a palavra correta.
Os dois riem. Ele pára e a observa.
- Acho que devemos ir – Shina proferiu num tom de voz muito baixo.
- É devemos. O carro está a poucos metros daqui – levanta e pega o copo da mão dela.
Ambos vão á porta Shun a abre e dá passagem para Shina, em seguida desliga as luzes e fecha a porta. Ao virar-se ele se surpreende com a atitude da moça que se lança sobre ele num beijo muito intenso. Quase instintivamente ele aperta a cintura fina da jovem contra seu corpo, sem afastar os lábios e meio desajeitado ele abre novamente a porta e então a segura nos braços. Leva-a até a cama e a deita delicadamente.
Deita ao seu lado. A olha por um segundo e depois volta a beijá-la. Ela passa as mãos pelos cabelos dele retirando a liga que os mantinham presos. Puxa a camisa para fora da calça e começa a desabotoá-la, Shun intensifica as caricias descendo para o pescoço da jovem, pára apenas para ajudá-la a retirar sua camisa e gravata.
Shina levanta os braços num pedido prontamente entendido por ele.
Totalmente desligados de tudo, do que seria no dia seguinte, da realidade lá fora eles se amaram da forma mais intensa e delicada que alguém é capaz.
Deveria acontecer. Eles não sabiam ao certo o porquê, mas fora mais forte, era impossível controlar. Os batimentos estavam no mesmo compasso acelerado. Os corpos pareciam em febre. Cada toque transmitia sensações quase irreais.
Continua...
