Amorecos, Saint Seiya não me pertence e minhas fanfics não têm fins lucrativos.
Essa fic ainda não tem um final previsto e, portanto, eu não sei como as coisas vão ficar mas há algo que tenho forte em mente: isso é YAOI. E yaoi significa relações homossexuais entre homens e, então, se você não gosta, não leia. Se você me encher os pacovás por causa disso, vai me dar alguma diversão por umas noites apenas =)
Para quem é amigaaaa[ooo], que é viciada[o] em yaoi e quem tem a mente aberta sem deixar o cérebro cair: Sejam bem vindos! \o/ Sentem-se, aconcheguem-se em torno da fogueira que a história vai começar xD Beijos!
Observo a mesma rosa com um olhar que eu bem conheço e odeio, um olhar perdido, apesar de fixo em um ponto próximo. Mas, minha alma, minha mente não observa realmente o contorno perfeito das pétalas brancas, observa uma terra distante, todo um mundo e todo o mundo. Ouço gritos provenientes das arenas de combate e posso quase sentir o cheio ácido da pele sendo cortada por golpes ainda imperfeitos. O cheiro de suor queima minhas narinas e, repentinamente, descubro que ele está gravado apenas em minha memória.
Quem eu sou ou quem eu deixei de ser há algum tempo não diz respeito a absolutamente ninguém, exceto a mim. Há algum tempo escolhi trilhar esse caminho. Tanto tempo e eu ainda consigo me recordar vívidamente, em todos os tons musicais e coloridos, das facetas da pele humana, do sabor do ódio transbordando em sangue, às margens da loucura, do precipício onde enterrei a humanidade que havia em mim.
Sorrio seco, cortante... tão cortante quanto os espinhos afiados da pequena beleza em minhas mãos. Penso em meu pai, meu querido pai mortal, o mesmo que fora meu carrasco anos antes mas que, agora, tornou-se uma pessoa a quem devo alguma gratidão.
O jardim de minha mãe secando dia a dia, as grades que me separavam dele e todos os meus pedidos aos deuses para que derramassem sua bênção sobre aquela terra, sobre aquele jardim que era a última lembrança que restara da pessoa mais importante de toda a minha vida. Mais um tapa e eu sabia que alguns socos se seguiriam. Um soluço misturado ao cheiro odioso do álcool e do tabaco. O corpo infantil ao chão, uma mente quebrada, algumas costelas quebradas. Pessoas iam e vinham mas ninguém realmente notava, ou, se notava, preferiapermanecer calado. Afinal, era o mais seguro a se fazer, mesmo porque aquele garotinho fraco e perdido já estava condenado e seria politicamente errado condenar outros ao mesmo martírio ao apoiá-lo.
Seres humanos. Lixo. Escória.
Ocupados demais com seus afazeres e com suas tentativas de alívio de consciência, acreditando em um suposto deus que os acolha mesmo diante das suas piores crueldades. Condenam seus semelhantes ao inferno sem sequer pestanejar ou, se pestanejam, em nome de alívio da consciência própria porque nenhum deus, segundo eles, seria capaz de condenar ao limbo alguém tão bom a ponto de hesitar antes de matar, antes de vociferar, porque isso significa uma ínfima demonstração de amor ao semelhante, mesmo que tenha sido mínima.
No vilarejo, eles se acumulam, seguindo líderes mais sujos que os anteriores. A história sempre foi assim e se repete a cada nova vida que se esvai ou que surge. Não existe a graça de um deus real nisso, existe? Pessoas fornicam, dão azar e desovam pequenos anjos nesse mundo inescrupuloso para que sejam maculadas. Onde está a justiça nisso? Onde está a beleza? Não, não há beleza.
Pureza e inocência se distanciaram tanto dos olhos humanos que passei a crer que essas virtudes existem apenas nos livros românticos, nas teorias mais cor-de-rosa sobre o âmago humano e principalmente dentro dos olhos de pessoas acometidas pela cegueira moral.
Moral? Não importa. O mundo é e sempre foi desse jeito. Eras se passaram, pessoas se mataram e levaram outras consigo. Deveria ter algum problema nisso mas não há realmente. Assassinos caminham pelas mesmas ruelas que as crian as brincam e tudo fica bem.
Genocídio perdoado com o tempo, paixões são esquecidas com o tempo ou amenizadas. O tempo é o melhor analgésico que eu já vi, embora não tenha funcionado muito bem para mim, eu confesso. Para muitos, acreditar na existência de uma força maior que a humana parece ser a saída para as suas dores psicológicas. Pois bem, eu não consigo crer mais nisso. Não mais.
A natureza humana é julgar e, nesse exato momento, eu sei que você está julgando minhas palavras. Gostaria de poder fazer com que entendesse, com que sentisse o que eu sinto, com que visse o que eu vi, com que meus pensamentos pudessem tocar sua mente ao menos de forma leve. Mas não posso.
Eu sou, por lei, um ser inexistente, uma lenda, um mito, um amigo imaginário que você pode consultar sempre que quiser. Sou tão imaginário e seu companheiro que sinto que posso chegar a me tornar bem real, creio eu. Não, eu não tenho interesse em manipular o seu pensamento e também não me importo se vai gostar de mim. Isso não me afetaria, acredite. Eu não sou real e não posso tocar você.
Mas posso tocar outros seres da minha esfera e é para isso que estou aqui, em tese.
Não estou satisfeito. O vinho não me agrada, a comida me enjoa e a companhia humana me é repulsiva. Sério! Existem cavaleiros que me fazem querer vomitar só de passarem por meu templo. Existem momentos em que eu me recolho simplesmente aos meus aposentos, preferindo me comunicar com eles apenas por cosmos e o estritamente necessário.
Se eu pudesse, se eu tivesse a devida autorização do Mestre do Santuário, eu pregaria uma plaquinha de "pode passar" na entrada do meu templo apenas para não ter que entrar em contato com os outros.
Por muito tempo, não tinha conhecimento do retrato psicológico que os outros faziam de mim e confesso que, agora que sei, eu acabo me divertindo com ele. É quase como se eu pudesse dizer "Buuu" para algum aspirante a cavaleiro e ele pudesse se aliviar nas calças! É, mas sei que com o tempo eu vou me cansar disso. Estou apenas esperando esse momento.
Enfim, minha vontade é retratar minhas rosas tão belas, tão perfeitas. Minhas únicas e fiéis companheiras para todos os momentos.
Ah, ontem recebi um comunicado oficial do Grande Mestre, exigindo minha presença em uma das suas reuniões que eu, particularmente, considero vãs. Provavelmente, ele irá discursar sobre o futuro nebuloso, os maus presságios, uma possível guerra santa e todo aquele bla bla bla costumeiro. No início, eu ficava ansioso com a possibilidade do combate próximo, mas agora eu já cansei de esperar. Estou pronto para qualquer coisa há meses mas tudo o que venho tendo desde que cheguei a esse santuário é monotonia e mais pessoas para cima e para baixo e isso me cansa muito mais que uma luta de mil dias e mil noites.
Tédio profundo. E mais pessoas para me irritar. O que me reconforta é que provavelmente eu morrerei ainda jovem, sem que as garras do tempo tenham desfigurado meu lindo rosto. Eu não quero viver muito mas também não pretendo me matar. Não sou suicida, apesar de já ter pensado bastante no assunto. Hm, mas, pensando bem, a maiora das pessoas me faz ter uma vontade insana de morrer. Morrer me soa melhor que ter que conviver com elas.
Não sou mulher, não sofro de tensão pré-menstrual e confesso também que acho um pouco estranho e nojento ter que sangrar todo mês por três a cinco dias. Já sentiram o cheiro? Não nada agradável. Gosto do cheiro de sangue, mas sangue fresco e o sangue menstrual não é bem apenas sangue porque, na verdade, uma mistura de uma camada do útero e o sangue que a irriga fartamente. Não, não me interesso por mulheres mas isso não me torna um ignorante.
Falando em interesse, lembro-me do verdadeiro intuito de estar aqui em um desabafo. É um mal de signo esse de me perder em pensamentos e acabar parecendo um louco desconexo, peço desculpas por isso.
Voltando ao ponto, vocês já devem ter percebido que eu estou exausto de gente, certo? Pois é, eu estou.
Um certo italiano talvez seja o maior culpado por isso mas isso é um segredo, fica comente entre nós, ok? Ninguém mais precisa saber, afinal eu também tenho meu orgulho e ele não é nada pequeno!
Não sou e nunca fui de ficar choramingando pelos cantos por uma rejeição. E o que houve foi uma rejeição. Sempre achei o fim do mundo ficar com os olhos marejados diante de uma porta fechada na cara, passar dias tão sensível a ponto de chorar até assistindo a novela. Eu não fiz isso e não farei enquanto suportar, o que não vai ser difícil.
Analisei friamente a personalidade do Máscara e não gostei nada do resultado. Além disso, também cansei de ser ignorado e ser procurado nas noites em que ele enche a cara o suficiente pra deixar o machismo de lado [ou não] para ter uma noite de sexo.
Aliás, sexo deveria ser proibido.
Sexo, para a maiora das pessoas, é a gota d'água pra tornar a vida uma merda. Maldita seja a vontade de 'dar'/'comer'! O Máscara do tipo de cara que fica louco se não tiver sexo com uma frequência quase assustadora. Isso me irrita bastante.
Frígido? Talvez, eu sou pisciano, não sou? Sexo é a última das minhas prioridades. Posso permanecer bastante tempo sem e não me tornar um maníaco psicótico como aquele italiano maldito. Hormônios tornam pessoas fracas e eu já disse que odeio pessoas? Pois é, não quero ser uma pessoa. Não como essas pessoas que vejo diariamente.
O que supostamente tenho com o Máscara não me satisfaz porque eu meio que nasci com uma vontade inexplicável por algo mais que ele não é física e psicologicamente capaz de entender, aceitar ou satisfazer essa minha necessidade. O que ele quer de mim é que eu seja uma boneca inflável auto-limpante, de pele quente e macia que pode ficar marcada do jeito que ele gosta.
Cheguei no ápice do ridículo e isso me torna escorregadio.
Falem o que quiserem, gritem, tentem arrombar a maldita porta do meu templo como ele está tentando fazer nesse exato momento. Eu já respondi, já mandei que ele fosse embora mas, provável e tristemente falando, ele deve estar excitado demais para estar insistindo tanto assim. Isso cansa. Eu não sei quanto a você mas eu estou exausto.
Críticas, sugestões, receitas de bolo de chocolate [ nunca de damasco o.o] serão aceitas para sempre =) Agora, receitas de bolo de morango só serão aceitas se incluírem a fruta de verdade e durante período de safra de morango no Brasil, okay? xD